“I Have a Dream”
"E já que estamos todos de acordo, vou voltar ao tema hoje e continuarei para semana, até porque falar nunca será demais …Começo por fazer um apelo. Um apelo aos governantes locais. Pensem a nossa/vossa cidade. Reflitam-na… Pensem uma cidade inclusiva e não enveredem pelo caminho mais fácil! Pelo caminho do “administrativamente possível”, do “legalmente sem impedimentos”, etc, etc. Chega de justificações simplista que só justificam a incapacidade de enveredarem pelo caminho da decisão politica, da decisão que interessa para o futuro. E por falar em futuro, tal como Martin Luther King, também tive um sonho, um sonho para a cidade… para a semana conto-vos!"
Portanto, de concreto, resta-nos continuar a sonhar...
Sonhar é a abstracção que tudo permite, em que tudo é possível, pois não partimos da realidade, antes a construímos como nos convém. Para mim sonhador inveterado, sonhar é bom.Contudo, sonhar acordado ainda é melhor...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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