20 de Setembro 2010. Nos jornais Heitor Alves era destaque:
"O surfista brasileiro Heitor Alves derrotou Yadin Nicol na final, com um score de 15,10 pontos em 20 possíveis, contra os 9,50 do australiano. As condições do mar nesta final estavam difíceis, mas o brasileiro adaptou-se muito bem e venceu o seu segundo WQS de seis estrelas consecutivo, amealhando mais 3000 pontos para o ranking mundial, bem como 20.000 dólares para a sua conta bancária."
Queria fazer uma foto representativa. Era a minha obrigação! O Heitor estava em êxtase. Quando registei este momento senti que tinha uma foto capaz, mas nunca imaginei que pudesse vir a ser manchete.
No dia seguinte quando regressei ao Cabedelo (8:00) fui abordado por algumas pessoas. Felicitaram-me pela foto. Agradeci (É óptimo ver o nosso trabalho reconhecido.)
Quando menos esperava vejo o Heitor Alves a correr a trás de mim com o jornal na mão: "Obrigada cara. Esta vai comigo. Está show! Maravilha."
Também por isto o Surf está presente no meu caminho profissional.
"Trabalhar para inglês ver" pode ser positivo - depende dos pontos de vista...
PEDRO José Agostinho da CRUZ
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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