foto de Rogério Neves
Por iniciativa da Câmara Municipal/Divisão de Cultura, a Figueira da Foz prestou homenagem ao Maestro Vitorino d`Almeida, tendo como pretexto a sua ligação de seis décadas à música.
O evento teve lugar no Parque das Abadias. Colaboraram oito bandas filarmónicas do concelho da Figueira da Foz. A saber: Maiorca, Lares, Santana, Paião, Alqueidão, Alhadas, Quiaios e Carvalhais de Lavos, que constituíram como disse na oportunidade o Vereador António Tavares a “maior Orquestra de Portugal”.
Cerca de 350 Músicos interpretaram seis peças musicais de diversos autores com arranjos musicais do Maestro Vitorino d`Almeida.
Estive nas Abadias e gostei.
Gostei especialmente da lição de humildade dada pelo Maestro Vitorino d` Almeida, ao reger com alegria, entusiasmo, entrega, energia e competência a “maior Orquestra de Portugal” constituída por músicos das Bandas Filarmónicas, uma espécie de parente pobre da música erudita em Portugal.
O público, em número razoável para uma cidade sem hábitos culturais, participou com gosto no espectáculo.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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