quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O perigo das maiorias absolutas

É mais do que evidente, neste momento, o desejo dos dirigentes máximos do PS de se desembaraçarem dos partidos de esquerda que têm dado suporte ao actual governo. 
A fórmula da “geringonça” era, evidentemente, para ser transitória, obedecendo a imperativos de táctica na conjuntura em que surgiu. Porém, apesar de tudo, foi um dos melhores governos que tivemos em Portugal. 
É incómodo partilhar o poder e ter de negociar com outros partidos? 
É. Todavia, a verdadeira democracia exige esse esforço permanente. 
O PS, com maioria absoluta,  ganha em arrogância o que perde em capacidade democrática. As maiorias absolutas têm sempre um défice de democracia.
Recuemos a 2009 e vejamos o que aconteceu na Figueira.
Depois de 2013 tudo mudou com a maioria absoluta...
No dia 4 de Novembro de 2013, realizou-se a primeira reunião camarária fechada da história da democracia figueirense pós 25 de Abril de 1974.

Isto não é um debate sobre futebol, mas convém ouvir com atenção...

Há alguns jornalistas na Figueira. Há é muito pouco jornalismo...

Em 2019, regra geral, as empresas de media são geridas por empresários que não conhecem ou, sequer, gostam dos media. Constituem um meio de promoção social ou puro negócio. A ideia de serviço público morreu nos anos 70 e não ressuscitou, nem mesmo com a tendência da responsabilidade social.
Os empresários estão entre dois mundos: o da banca e outros financiadores, a quem têm de devolver o retorno anual dos seus investimentos; e o público.
Ninguém gosta de pagar a um empregado para ele lhe dar tiros no pé. 
E o que o público não descortina, não precisa de saber.
No final dos anos 70 do século passado, grosso modo, o modelo do jornalismo era simples: as empresas pagavam (a jornalistas, comerciais, administrativos, a impressão, o papel, a distribuição, por brindes) e recebiam (da venda de exemplares, da publicidade e de produtos associados).
O online veio baralhar as coisas. 
Quem se safou? Como na guerra, quem vendeu o armamento. Empresas de tecnologia, de telecomunicações, de consultoria, todas tiveram anos excelentes.


DB-Jot’Alves
Neste momento, se ainda escrevesse em jornais, já teria colocado a questão, a meu ver, mais pertinente da Figueira.
Que é simples e visível: por onde anda o executivo camarário? 
Ele está, ele existe, é o maior de sempre, mas não se nota. 
Porém, é como se não estivesse. É como se não existisse.
Damos pela sua presença, mas não pela sua missão: governar, cuidar e tratar da pólis. Decidir. Planear. Planificar. 
A cidade e o concelho.
Apontar metas. Dizer por onde vamos. Alguém consegue dizer que é isso que está a acontecer?
Ontem, o presidente da câmara da Figueira da Foz deslocou-se ao Rovisco Pais, para assinar um protocolo para a constituição de uma equipa de andebol em cadeira de rodas, levou uma comitiva num autocarro e a imprensa foi e fez a notícia e tirou a foto de família... 
Em 2019, na Figueira, jornalismo é isto.  O que o público não descortina, não precisa de saber.

Foto de família, no supremo interesse do desporto adaptado e mobilidade condicionada...

Imagem via Diário as Beiras

António Costa:

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O cabo eléctrico da Praça Nova

Este cabo eléctrico, em 2016, já estava assim há uns 2 anos! 
Entretanto, passaram mais 3, o que perfaz pelo menos 7, estamos em 2019, com uma requalificação no espaço pelo meio, e nada aconteceu: continua tudo na mesma!..

Tá quietinho e caladinho pá...


Tinha 20 anos quando aconteceu o 25 de Abril. 
Vivi 20 anos numa ditadura. 
Hoje, em Portugal,  vive-se em várias, das quais a que chateia é a ditadura do politicamente correcto.
Não é politicamente correcto ser honesto. Repare-se hipocrisia e na ganância para conquistar votos. 
Neste momento, as mentiras dos partidos políticos enojam.  
Perante a passividade e a inércia dos políticos, temos um nível de corrupção assustador, uma justiça que é célere com quem rouba um pacote de arroz, mas deixa prescrever quando se cometem os grandes roubos, uma educação onde os professores deixaram de ser professores para serem burocratas e a quem dão um tempinho para dar umas aulas, uma saúde onde faltam médicos e enfermeiros e os que há estão profundamente desmotivados e uma comunicação social que, no intervalo em faz fretes ao poder, levanta umas “ondas” mas deixa que o tempo as esqueça. 
A única classe política satisfeita é a dos políticos. 
Em 2019, não é este o Portugal que, em 1974, esperava.
Quem diz Portugal, diz Figueira... 

O regime na primeira página

Capa do jornal Diário as Beiras de 28 de Agosto de 2019.

Sabe-se que há quem não goste, mas a realidade é a realidade...

Lucidez...

"Há 27 anos, o líder cubano Fidel Castro pronunciou o seu discurso na conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento que acolheu o rio de Janeiro (Brasil). As suas palavras provocam calafrios se se tiver em conta a destruição da Amazónia hoje em dia."

Rui, muito à frente!..

«Rio quer um “murro na mesa” para reformar sistema político e propõe menos deputados».

Rui: porquê e para quê a reforma eleitoral?
Rio, nas próximas eleições, mesmo sem a reforma do sistema eleitoral, vai atingir o objectivo: alcançar menos deputados!

Até no futebo!..

Resíduos provenientes da limpeza e manutenção dos jardins das habitações unifamiliares e plurifamiliares, nomeadamente aparas, troncos, ramos, relva e ervas têm recolha assegurada......

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Lição do dia de hoje

A saudade não dói. A saudade aumenta-nos.

António Costa passou por Góis...

imagem sacada daqui

Assim se vê a força do ex-PSD...

"O patriarca da Liberdade, Manuel Fernandes Tomás, voltou a ser homenageado na sua terra natal, a Figueira da Foz."

Imagem via Município da Figueira da Foz 

Nem uma imagem do público!.. Será que não havia público?

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL...

PARA QUÊ E PORQUÊ?

O poeta (não o político) que escreve contra todos...

No que diz respeito à Política, Futebol,  Literatura, Pintura, Cinema, Teatro, Ópera, Culinária  Música e Poesia, reconheço e assumo a minha  ignorância.
Quem não o reconhece é, verdadeiramente, ignorante.

Já me chamaram poeta. 
Não sou. 
Todavia, se o fosse, seria o  poeta que escreve contra todos. 

É que há outros poetas.
Há o poeta que escreve só para alguns. Há o poeta que escreve mas escreve para a gaveta. Há o poeta que escreve e agrada a todos. Há o poeta que escreve e não agrada a ninguém. E há, também, o poeta que escreve para agradar a todos, seja de que forma for, ora mais telúrico ora mais onírico ora mais realista ora mais como o freguês quiser. Este tipo de poeta é o poeta que salta do jogo floral para o festival, do festival para o encontro, do encontro para a bienal, da bienal para a mesa redonda, da mesa redonda para a mesa do salão de chá, da mesa do salão de chá para o balcão da tasca, do balcão da tasca para o anfiteatro, do anfiteatro para o mercado municipal e assim sucessivamente até conseguir ser publicado por alguém. 
É um poeta sem bandeira. 
Ou melhor: é um poeta com várias bandeiras no bolso, que vai hasteando à medida das suas necessidades, mas, principalmente, à medida das necessidades dos outros que passam a ser suas também. 
É o poeta molusco, sem espinha ou outro tipo de estrutura que o faça andar na vertical. 
A horizontalidade rente ao chão é a sua real natureza.

De um crítico poeta que escreve contra todos, espera-se que malhe com propriedade na poesia de outro poeta e não que malhe no poeta.