António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 7 de dezembro de 2014
Pior é sempre possível em Portugal...
Pior do que ter um ex-Primeiro-Ministro preso, é ter o actual à solta!..
Em 2015 vai ser linda a festa, pá!...
As
tolerâncias de ponto, dos
despesistas socialistas, lembram-se, estão recuperadas...
Por
enquanto, parece que ainda não há é dinheiro para futebol
na RTP...
Mas,
calma, já há para o ténis
e, ao que parece, para ralies... É
só um pormenor, pois o respeitinho é muito lindo: as elites
primeiro...
2015, como o povo gosta, vai ser uma festa.
Falta pouco: é já a seguir...
O (NOSSO) MAR
O poema é do Te João Pachita, como era conhecido na sua terra natal - a Cova - de quem me lembro muito bem, um simples homem do mar, que mal sabia ler e não sabia escrever, mas tinha alma de poeta.
Com a devida vénia, fica a publicação do texto do Te João Pachita e, ao mesmo tempo, o reconhecimento de algo que sempre uniu várias gerações de covagalenses: a paixão pelo nosso Mar.
A foto do mar da Cova-Gala é do Pedro Agostinho Cruz.
sábado, 6 de dezembro de 2014
Toca a todos - "E você, já deu a esmolinha hoje?" *
"Para quem gosta de ter uma visão radiosa do país (ainda há gente boa em Portugal) informa-se que o evento de caridade “Toca a Todos” protagonizado pela televisão pública e a Antena 3 já atraiu inúmeras chamadas de valor acrescentado para acabar com a “pobreza infantil”. Ponho a expressão entre aspas para que não a confundamos com o fenómeno do atraso social que assola vastas franjas do PSD e da blogosfera de direita lusitana.
Assim, inúmeros meninos cujos pais perderam os empregos, o rendimento mínimo, ou viram esfumar o abono de família e outras transferências sociais poderão agora alimentar-se vários dias sem recorrer aos préstimos da doutora Jonet. Logo aí começa o alívio.
E se passarem pelo Terreiro do Paço, como eu passei há pouco incautamente, encontrarão um palco enorme repleto de artistas em pranto e de apresentadoras a bramar. Porque nem só com hidratos de carbono se constrói o futuro de uma criança desvalida".
Cova-Gala, minha linda...
foto António Agostinho |
Hoje, fica esta bonita paisagem obtida esta manhã a partir de um local que foi aberto ao público no verão passado: a esplanada do Parque de Campismo da Foz do Mondego.
Aos leitores, de perto ou de longe, fica uma imagem, que é também um testemunho, da evolução positiva da Aldeia.
Figueira, em 2014, a cidade do pimbra - do carnaval à passagem do ano...
foto sacada daqui |
“A animação é para todas as idades e gostos”, realçou o presidente, dr. João Ataíde, na apresentação do evento.
É assim, entre outras coisas, que se define o perfil de muitos dos autarcas que nos tem governado. Pessoas que têm dificuldade em distinguir o acessório do essencial, embarcando no populismo fácil que os levará à próxima eleição.
A iluminação das artérias comerciais da cidade foi ligada, ontem. Hoje deverá fazer-se luz, também, em Buarcos e Tavarede.
Entretanto, devido à crise, a iluminação pública continua com restrições um pouco por todo o território concelhio da Figueira da Foz...
Infelizmente, o caso da Figueira não é único.
Para mim, apesar de significativos numa autarquia endividada como a nossa, nem são sequer os montantes do gasto o principal – pelo menos, 100 mil euros no carnaval e 50 mil na passagem do ano...
O que está verdadeiramente em causa continua a ser o seguinte:
1. A ligeireza (para não dizer outra coisa) com que se disponibilizam dinheiros públicos para queimar em festas e foguetórios.
2. A forma como tais decisões são justificadas ao Zé: interesse turístico, económico e cultural!
Entretanto não esqueça: dia 3, na Praceta Ledesma Criado, pelas 22 horas, a fechar os festejos, temos mais do mesmo: actua Emanuel.
Na Figueira, em 2014, mesmo na Quaresma, foi um ano de carnaval...
Ninguém leva a mal?...
Boas festas...
O concelho, finalmente, uniu-se.
Para nada de especial – simplesmente, para ter iluminações de Natal e programa de fim-de-ano.
“Ao todo, a autarquia prevê gastar cerca de 50.000 euros no programa de fim-de-ano, verba que já inclui a comparticipação na iluminação pública (7.000 euros), assegurada também pela ACIFF (9.500 euros) e juntas de freguesia de Buarcos (1850 euros) e Tavarede (615 euros).”
Se querem saber o programa é só clicar aqui.
Para nada de especial – simplesmente, para ter iluminações de Natal e programa de fim-de-ano.
“Ao todo, a autarquia prevê gastar cerca de 50.000 euros no programa de fim-de-ano, verba que já inclui a comparticipação na iluminação pública (7.000 euros), assegurada também pela ACIFF (9.500 euros) e juntas de freguesia de Buarcos (1850 euros) e Tavarede (615 euros).”
Se querem saber o programa é só clicar aqui.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Erosão costeira
foto António Agostinho |
Via jornal i
A paciência de Guterres...
Os meus Amigos – os autênticos e verdadeiros – contam-se pelos dedos de uma só mão.
Conhecidos, tenho muitos.
Mesmo assim, a nível de amizades, já tive contratempos...
Porém, se um Amigo meu estivesse num hospital ou numa prisão e alguém me perguntasse o motivo da minha visita mandava-o dar uma volta ao bilhar grande – Amizade é Amizade, ponto final.
Conhecidos, tenho muitos.
Mesmo assim, a nível de amizades, já tive contratempos...
Porém, se um Amigo meu estivesse num hospital ou numa prisão e alguém me perguntasse o motivo da minha visita mandava-o dar uma volta ao bilhar grande – Amizade é Amizade, ponto final.
FMR – 29 anos
Hoje, o agora Foz do Mondego Rádio perfaz 29 anos de vida.
Durante anos andei por lá...
Entretanto, perdi amigos e fiz amigos.
Por lá, conheci gente que revelou lisura de processos e gente que se revelou reles. Desiludiram-me, desiludi e desiludi-me.
Entretanto, muito mudou a Figueira, a rádio local e a minha vida.
Todavia, na Figueira e na rádio - e se calhar eu também - no essencial, nada mudou. Todos mantemos as mesmas qualidades e os mesmos defeitos.
Comigo, continua a não haver meias tintas. Há quem goste de mim e há quem me deteste. Vivo bem com isso.
Passados 29 anos, a FMR não se transformou numa TSF, numa Antena 1, mas também não se transformou numa Rádio Popular de Soure.
Como habitualmente, quando se aproximam ciclos eleitorais, a rádio local do nosso concelho tem direito a mais um sopro de vida. Quem paga, tem o o direito a ser servido como rei...
Parabéns e saúde - ponto final.
Durante anos andei por lá...
Entretanto, perdi amigos e fiz amigos.
Por lá, conheci gente que revelou lisura de processos e gente que se revelou reles. Desiludiram-me, desiludi e desiludi-me.
Entretanto, muito mudou a Figueira, a rádio local e a minha vida.
Todavia, na Figueira e na rádio - e se calhar eu também - no essencial, nada mudou. Todos mantemos as mesmas qualidades e os mesmos defeitos.
Comigo, continua a não haver meias tintas. Há quem goste de mim e há quem me deteste. Vivo bem com isso.
Passados 29 anos, a FMR não se transformou numa TSF, numa Antena 1, mas também não se transformou numa Rádio Popular de Soure.
Como habitualmente, quando se aproximam ciclos eleitorais, a rádio local do nosso concelho tem direito a mais um sopro de vida. Quem paga, tem o o direito a ser servido como rei...
Parabéns e saúde - ponto final.
Não tenho garantias nenhumas, é apenas uma ideia...
Portugal, talvez fosse um país diferente - para melhor - se houvesse mais portugueses como Paulo Morais...
É isto que me apraz escrever depois de o ter acabado de escutar em Buarcos, na sala dos Lavadouros.
Demonstra coragem, persistência e clareza na maneira como aborda e fala de um tema tão presente na vida portuguesa: a corrupção.
Um tema que tem tanto para conversar...
Paulo Morais, ainda que de forma acidental, segundo o que afirmou, foi da JSD, militante do PSD, vereador de Rui Rio no decorrer de um mandato, mas depois afastou-se da política.
Fiquei com a sensação de que vai voltar.
Neste momento reflecte sobre várias formas de intervenção.
Palpita-me que poderá formar um partido para concorrer às legislativas de 2015, ou poderá candidatar-se às presidenciais de 2016.
Vamos ver se o seu combate à corrupção vai passar pela política activa.
É isto que me apraz escrever depois de o ter acabado de escutar em Buarcos, na sala dos Lavadouros.
Demonstra coragem, persistência e clareza na maneira como aborda e fala de um tema tão presente na vida portuguesa: a corrupção.
Um tema que tem tanto para conversar...
Paulo Morais, ainda que de forma acidental, segundo o que afirmou, foi da JSD, militante do PSD, vereador de Rui Rio no decorrer de um mandato, mas depois afastou-se da política.
Fiquei com a sensação de que vai voltar.
Neste momento reflecte sobre várias formas de intervenção.
Palpita-me que poderá formar um partido para concorrer às legislativas de 2015, ou poderá candidatar-se às presidenciais de 2016.
Vamos ver se o seu combate à corrupção vai passar pela política activa.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
A luta com o defeito...
A meu ver, ninguém nasce decente ou indecente.
Ao longo da vida, algum de nós, porém, consegue vir a ser decente.
Ser decente, no fundo, para algum de nós, é um objectivo de vida.
Para isso, é necessário traçar um caminho para a vida e, também, também uma enorme resiliência.
Tudo se resume, por conseguinte, a aceitar que não nascemos decentes - no fundo, é saber que somos imperfeitos e passar a vida a lutar contra o defeito.
Ao longo da vida, algum de nós, porém, consegue vir a ser decente.
Ser decente, no fundo, para algum de nós, é um objectivo de vida.
Para isso, é necessário traçar um caminho para a vida e, também, também uma enorme resiliência.
Tudo se resume, por conseguinte, a aceitar que não nascemos decentes - no fundo, é saber que somos imperfeitos e passar a vida a lutar contra o defeito.
Um retrato do país real
Também já fui vítima disto: a criminalidade
empresarial em
todo o seu esplendor.
Por isso, sei quem acaba por ficar lixado...
Neste caso, foi Custódia
Brás e os 331 colegas.
Fica o meu agradecimento a Fernando Alves pela pela humanidade com que
tratou estas 332 pessoas.
Nos tempos que correm não é coisa pouca...
Sobretudo, porque contrasta com a desumanidade e
desprezo com que tantos, ao mais alto nível e não só, falam dos desempregados.
A corda a esticar para o lado da Ponte, ou o Governo a preparar, com todo o requinte, o ano eleitoral que se avizinha?.. (II)
A RTP voltou a ser notícia.
Os melhores gestores - como tinha de ser, escolhidos por este governo - viram o seu plano estratégico chumbado por duas vezes.
Alberto da Ponte dizia há dias que não se demitia e que estava a defender os interesses da empresa.
Entretanto, o Conselho Geral pediu e o ministro Piares Maduro, que substituiu Miguel Relvas na tutela da empresa, já demitiu a administração da RTP.
Segundo o jornal Público, vinte e uma palavras numa única frase, chegaram para o ministro Miguel Poiares Maduro demitir, por comunicado, o Conselho de Administração da RTP, antes mesmo da realização da Assembleia Geral que foi pedida pelo órgão de supervisão do serviço público.
“O Governo enquanto titular da posição accionista do Estado actuará em conformidade com a proposta do CGI em cumprimento da lei”, afirmou o ministro em comunicado, em resposta ao pedido do Conselho Geral Independente.
Se as pagarem, não se esqueçam de divulgar o valor das indemnizações...
Os melhores gestores - como tinha de ser, escolhidos por este governo - viram o seu plano estratégico chumbado por duas vezes.
Alberto da Ponte dizia há dias que não se demitia e que estava a defender os interesses da empresa.
Entretanto, o Conselho Geral pediu e o ministro Piares Maduro, que substituiu Miguel Relvas na tutela da empresa, já demitiu a administração da RTP.
Segundo o jornal Público, vinte e uma palavras numa única frase, chegaram para o ministro Miguel Poiares Maduro demitir, por comunicado, o Conselho de Administração da RTP, antes mesmo da realização da Assembleia Geral que foi pedida pelo órgão de supervisão do serviço público.
“O Governo enquanto titular da posição accionista do Estado actuará em conformidade com a proposta do CGI em cumprimento da lei”, afirmou o ministro em comunicado, em resposta ao pedido do Conselho Geral Independente.
Se as pagarem, não se esqueçam de divulgar o valor das indemnizações...
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