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domingo, 7 de janeiro de 2018

Há quem lhe chame progresso!..

FOTO PEDRO CRUZ
Esta foto mostra o que a avidez humana pode fazer...
O meu Amigo Manuel Luís Pata, fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 15 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".


Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.
Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

quarta-feira, 10 de março de 2021

Esta nossa barra: vamos continuar a correr atrás do prejuízo...

Tal com este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu. A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...), o porto da Figueira da Foz está a passar por graves dificuldades devido à falta de condições de navegabilidade. O assoreamento da barra quase paralisou a pesca porque os barcos não conseguem sair. O porto comercial também regista uma quebra de actividade.
A resposta imediata (que não a medida de fundo), passa pela realização de dragagens. Os operadores garantem que este ano não foram feitas a tempo, em particular as dragagens preventivas que deveriam ter acontecido no fim do verão.
A Figueira da Foz tem, neste momento, três dragas a retirar areia, mas os operadores dizem que agora apenas se está a remediar o erro cometido no fim do verão.
Os cálculos da administração portuária apontam para que, desde novembro, tenha duplicado a quantidade de sendimentos que é preciso retirar para garantir as condições de acesso ao porto.
Ontem, o presidente da organização de produtores de peixe Centro Litoral, António Miguel Lé, e o empresário do sector portuário Paulo Mariano reuniram-se nas instalações da Docapesca da Figueira da Foz, com a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho. 
O estado da barra, que tem afeactado as actividades ligadas à pesca e ao porto comercial fez parte da agenda.  Os responsável públicos, segundo o que se pode ler na edição de hoje do Diário as Beiras,  "garantiram aos interlocutores que estão empenhados em repor a segurança marítima."
Nesta reunião, participaram também a presidente da Administração do Porto da Figueira da Foz, Fátima Alves, elementos do gabinete do ministro do Mar (Ricardo Serrão Santos), o director geral da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, José Simão, e altos responsáveis da administração da Docapesca.
No final do encontro, António Miguel Lé afirmou aos jornalistas, "que as três dragas que estão a operar junto à barra da Figueira da Foz só darão o seu trabalho por concluído quando estiverem repostas as quotas que permitam navegar em segurança."
Ficou igualmente definido que as partes voltarão a reunir-se no próximo dia 30, “para se fazer o ponto de situação”.
Questionado acerca do actual estado da barra para as embarcações de pesca, o armador e dirigente figueirense disse que “a situação é muito má”. E explicou porquê: "Temos um porto  com falta de água [devido ao assoreamento]”. 
O canal de acesso aos portos de pesca e comercial soma uma quantidade anormal de dias em que está condicionado ou fechado, devido, sobretudo, ao excesso de areia e, também, à agitação marítima"

De harmonia com o Diário as Beiras, António Miguel Lé,  saiu “relativamente satisfeito” da reunião, acrescentando: “É ver para crer”. Não obstante, ressalvou: “Em relação ao meu ministério [das Pescas], estou totalmente satisfeito, porque são pessoas empenhadas e interessadas”
“Saio desta reunião satisfeito, porque, pela parte da secretária de Estado (Teresa Coelho), há um empenhamento fortíssimo para se solucionar, de vez, este problema”, disse, por seu lado, Paulo Mariano.
“Penso que conseguimos demonstrar a grandeza do porto à administração portuária. Esperemos que o Ministério do Ambiente também se conjugue, para que todos os interesses se transformem no interesse supremo do Porto da Figueira da Foz, para evitar constrangimentos futuros”.
Apesar das tentativas, até à hora do fecho da edição de ontem, o Diário as Beiras, não conseguiu "recolher declarações de Fátima Alves, nem dos restantes participante na reunião." 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Barra da Figueira: de erro em erro, estamos em 2022...

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) realiza hoje, pelas 18H00, no Auditório Municipal, uma sessão pública de esclarecimento sobre as medidas que visam mitigar a erosão costeira na Figueira da Foz. 
Há muito que a erosão costeira, a sul do estuário do Mondego, e o crescimento do areal, a norte, é uma fonte de problemas e preocupações a nível local.
Neste momento, os figueirenses anseiam por saber quando será feita a transposição de areia, de norte para sul da barra. 
Vamos ver se com esta sessão se fica a saber, pelo menos, o prioritário: para lá da já prevista transposição de areia, que outras iniciativas estão previstas, visando a protecção da orla costeira e das populações.

No nosso concelho, a erosão costeira está a afectar as praias de São Pedro, Costa de Lavos e Leirosa. A areia que tanta falta faz a sul, sobra no areal urbano: neste momento, a distância entre a marginal oceânica da cidade e o mar deve ultrapassar os 800 metros.
Contudo, existem outros problemas. A Barra da Figueira da Foz, por vontade dos homens, tornou-se numa armadilha mortal para os pescadores.
O aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
Em devido tempo, foram feitos avisos a que ninguém, com responsabilidades, ligou. Apesar de algumas  vozes discordantes – principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira – foi concluído o prolongamento do molhe norte.
"A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi exigida, anunciada, e aprovada, em 2006, 2007 e 2008; teve início neste último ano; realizou-se ao longo de 2009; e ficou pronta em 2010 — e, por isso, logo a partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar, e com o tempo acumulou as areias, ao longo dos anos (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento das areias levou, concomitantemente, ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar."
Tal com este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu), depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores e a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade.
Agora, que já aconteceu o que era facilmente previsível de prever - o norte da foz, onde em tempos existiu a “Rainha das Praias de Portugal”, transformou-se numa imensidão de areia; na Cova-Gala, na Costa de Lavos e na Leirosa, a falta de areia tornou esta uma ZONA DE RISCO ELEVADO - resta tentar remediar o que ainda for possível.
Na Figueira é assim: andamos sempre a correr a tentar emendar o erro. Fez-se um erro, tenta-se remendar com outro erro. E assim tem sido sucessivamente.
Toda a gente sabe porque se acrescentaram  aqueles 400 metros no molhe norte.

domingo, 21 de janeiro de 2024

Uma reportagem RTP, quase com 50 anos, que nos faz recordar que o problema da erosão costeira na Aldeia já vem de longe...

A reportagem RTP, sobre erosão costeira nas povoações de Cova e Costa de Lavos,  que podem ver clicando aqui, foca um tema que me tem acompanhado ao longo da vida.

Datada de 1 de Junho de 1974, tem uma duração de 14 minutos e 54 segundos.
Na altura, já lá vão quase 50 anos, a Cova estava ameaçada, muito devido à construção dos molhes que definiram a barra da Figueira tal como a conhecemos hoje.

No final dos anos 50, as muito pequenas profundidades do canal externo da foz do Mondego dificultavam a utilização do porto. Vários navios começaram a evitá-lo (Abecasis et al, 1962). Por forma a solucionar este problema, teve início em 1959 a construção das infra-estruturas actuais, com projecto de Carlos Krus Abecasis.
Estas consistiram em dois molhes convergentes, um a norte e outro a sul, com comprimentos respectivamente de 900m e 950m. A distância entre os centros das cabeças dos molhes fixou a largura da embocadura em 325m, ou seja, mais 25m do que fora fixado em 1929. A cabeça dos molhes ficava a cerca de 8m de profundidade abaixo da maré baixa. O molhe norte ficou concluído em 1965 (Abecasis et al, 1970).
Como consequência da implantação destas estruturas, inicia-se, a partir de 1960, um período de acentuado avanço da linha de costa, a norte da embocadura (Figura. 10.26 e 10.29 a 10.31). Este avanço resultou da acumulação de sedimentos, transportados longilitoralmente, de encontro ao molhe norte do porto da Figueira da Foz. Tais sedimentos são sobretudo provenientes da zona costeira a norte do cabo Mondego. Abecasis et al. (1992) apresentam resultados de estudos que, recorrendo à marcação de areias através de radioisótopos, permitiram verificar a existência de transporte sedimentar ao longo do Cabo Mondego.
Em contrapartida, meia dúzia de anos depois,  a sul da foz do Mondego começaram a sentir-se os primeiros efeitos da erosão, logo após a edificação dos molhes. Junto a Cova, registou-se um Estudo Sintético de Diagnóstico da Geomorfologia e da Dinâmica Sedimentar dos Troços Costeiros entre Espinho e Nazaré, registando-se um agravamento acentuado do recuo da linha de costa (Figura. 10.32), sendo inclusive apontados valores extremos de erosão da ordem dos 30m/ano em 1976 (Duarte & Reis,1992).
Os molhes, embora essenciais para recuperar o porto da Figueira, não foram suficientes, só por si, para lhe dar a operacionalidade necessária. Sempre foi necessário proceder a dragagens regulares na zona da barra, no anteporto e no canal anterior desde a povoação da Gala (no braço sul) até montante da ponte rodoviária.
Posteriormente, foram construídos dois paredões, em 1975 (Duarte & Reis, 1992) e vários molhes perpendiculares à costa, em 1977, tentando fechar o mais possível a embocadura à entrada de sedimentos provenientes da deriva litoral.
Nos anos 70 realizaram-se várias obras na bacia do Mondego, com o objectivo de reter e regularizar os caudais sólidos e líquidos, no âmbito de um vasto projecto para defesa e irrigação dos férteis terrenos desta planície aluvial, para o que era necessário, tanto quanto possível, minimizar as cheias do rio (Hidroprojecto, 1983). Estas obras tiveram como consequência uma ainda maior diminuição dos caudais do rio, deixando este de apresentar força de corrente para se opor à entrada da maré. Assim, a circulação interna do estuário tornou-se ainda mais dependente do regime mareal. Desde essa altura, até à actualidade, continuaram as múltiplas intervenções quer na bacia do Mondego, quer no estuário, as quais prosseguem nos dias de hoje.
O avanço da linha de costa a barlamar do molhe norte continuou na década de 70, ainda que em meados dessa década já só se registasse uma acreção de cerca de 2m/ano junto ao Forte de Santa Catarina, enquanto que, em Buarcos, o avanço se situava em cerca de 20m/ano (Duarte &Reis, 1992). Segundo Vicente (1990), desde 1962 até 1980, a largura da praia aumentou cerca de 440m (24,4m/ano) junto ao molhe da Figueira da Foz e cerca de 180m (10m/ano) na zona de Buarcos, tendo a área total emersa aumentado, em maré alta viva, cerca de 60ha. A partir de 1980 a posição da linha de costa tende a estabilizar, sendo inclusive registados, no final dos anos oitenta, taxas de recuo da ordem dos 3m/ano a 5m/ano (Duarte & Reis, 1992). Esta inflexão no comportamento do litoral adjacente, por barlamar, aos molhes do porto da Figueira está seguramente relacionada, pelos menos parcialmente, com as explorações de areias que Santana Lopes pôs termo na sua primeira passagem como presidente de câmara da Figueira da Foz.
Na zona a sotamar dos molhes de entrada do porto registou-se, desde o início dos anos 60, erosão costeira acelerada, nomeadamente na zona a sul do molhe sul, onde se verificou profundo corte na duna primária, a qual, segundo Castanho & Simões (1978), foi mais tarde refeita artificialmente.

Esta situação chegou a ser muito grave nos anos 70. Com efeito, nos anos a seguir à construção dos molhes (1960/65) verificou-se intensa erosão costeira, "no lanço imediatamente a sul da embocadura do rio Mondego e em outros localizados mais a sul, especialmente no lanço fronteiro à povoação de Leirosa.
Quando esta reportagem foi feita tinha eu 20 anos. Lembro-me bem, pois a seguir ao 25 de Abril de 1974 foi eleita uma Comissão de Moradores e fui um dos membros.
Não foi possível salvar a casa da Guarda Fiscal. Todavia, a outra casa que aparece na reportacem foi salva graças à engenharia militar, que fez deslocar de Espinho uma brigada que teve um actação rápida e eficaz. A tal pornto que a casa ainda lá está.
Foi com os homens que apareceram na repostagem que eu aprendi a dar a atenção que os problemas da erosão costeira deveriam merecer dos figueirenses e do poder político.
A partir de 2010 mais um erro. Apesar de todos os avisos que, devido tempo, foram feitos, a que ninguém com responsabilidades, ligou. Apesar de algumas  vozes discordantes – principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira – foi concluído o prolongamento do molhe norte.
"A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi exigida, anunciada, e aprovada, em 2006, 2007 e 2008; teve início neste último ano; realizou-se ao longo de 2009; e ficou pronta em 2010 — e, por isso, logo a partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar, e com o tempo acumulou as areias, ao longo dos anos (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento das areias levou, concomitantemente, ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar."
Tal como este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu), depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores e a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade.

Mas essa história ja foi amplmente contada ao longo de quase 18 anos neste blogue. Quem a quiser conhecer não tem a mínima dificuldade: basta clicar aqui.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Os figueirenses há muito que procuram políticos que lutem pelos seus interesses. Contudo, só acharam políticos que lutam pelos seus interesses...

A Figueira anda há mais de 100 anos à procura de uma solução para a barra.
Existe um estudo sobre como melhorar o Porto da Figueira. Quem estiver interessado pode consultá-lo na Biblioteca Municipal, num dos jornais locais de 1914.
Esse precioso e importante trabalho, refere a construção de um "paredão a partir do Cabo Mondego em direcção ao quadrante sul"

Esse projecto, da autoria do Eng. Baldaque da Silva,  para a construção da obra de um "Porto Oceânico", foi aprovado na Assembleia de Deputados para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu, pois foi colocado numa gaveta. 
Neste momento, como as coisas estão na enseada de Buarcos, já não deverá ser possível colocar ali o "Porto Oceânico", uma vez que as construções ocuparam os terrenos necessários ao acesso àquilo que seria um porto daquela envergadura.
Porém, o estudo do Eng. Baldaque da Silva poderia servir de base para a construção de um paredão com cerca de 1 800 metros, que serviria para obstruir o acesso das areias à enseada de Buarcos, traria benefícios consideráveis: acabaria o depósito de areias na enseada, barra, rio e praia; ficaria protegida a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando a erosão das praias da zona e os constantes prejuízos na ida Marginal; serviria de abrigo à própria barra, quando a ondulação predominasse de Oeste ou O/N.

In a Voz da Figueira de 30 abril 1959:

"Discursando na inauguração das obras exteriores do porto de Portimão, o Venerando Chefe de Estado, Sr. Contra-Almirante Américo Tomaz, pronunciou mais um dos seus saborosos discursos, e referiu-se, na seguinte passagem, às obras do nosso Porto: Há muitos anos foi resolvido o caso de Leixões. Hoje é o de Portimão. Há pouco foi o de Aveiro. Em breve será o da Figueira da Foz"...

Ao longo dos anos, foram disparates em cima de disparates que se cometeram na orla marítima figueirense. Recordo este post  de março de 2009.

Tudo começou a 15 de Maio de 1959, com o concurso público para arrematação da empreitada das obras exteriores do porto da Figueira da Foz.


“Entre o progresso e a decapitação da beleza natural, decidiu-se pelo progresso.
Contudo, isto não ficou assim: o molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz cresceu mais 400 metros.
Entretanto, a  Figueira continua com o futuro adiado.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar

Ao deparar na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.

Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!

Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Também por artigos que pude ler, há quem tenha apreensão em relação à permanência da areia ao longo do tempo. A meu ver com razão.
Este pensamento faz todo o sentido! Mais ano menos ano, mais década menos década a areia vai ter de ser utilizada.
Portanto, a solução para voltarmos a ter um bem indispensável à nossa terra, esse sim que pertence à Figueira, é pegar no projecto do saudoso Eng. Baldaque da Silva e construir o indispensável “Paredão a partir do Cabo Mondego” e dar início à bombagem das areias depositadas na ex-Praia da Claridade, para o molhe sul do Cabedelo, que o mar (sendo soberano) se encarregará de as distribuir para onde entender, porque lhe pertencem!
Parte desta areia, que seria simplesmente uma pequena parte, digamos, poderia e deveria ser utilizada, ou melhor, reposta na praia de Buarcos.

A importância gasta nesta operação (que há muito deveria ter sido feita) não aumentaria a despesa ao Estado, porque essas areias iriam evitar a erosão em várias zonas da orla costeira.
MANUEL LUÍS PATA, o autor deste texto
Na recente intervenção para prevenção da erosão nas dunas, na Figueira, na parte sul da praia da Freguesia de S. Pedro, assim como na Costa de Lavos e Leirosa, andaram envolvidas várias máquinas a transportar milhares de m3 de areia da própria praia, para substituir o que o mar levou!
Isto não é uma solução, mas sim um remendo...
(Que não resulta. Esta areia depositada por meios mecânicos não tem a resistência da areia que lá se encontrava depositada hidraulicamente ao longo de milhares de anos.)

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Candidato do PSD à câmara da Figueira da Foz reclama actuação das entidades competentes (Ministério Público e Capitania) sobre "reconstituição do Cordão Dunar no Cabedelo, a Norte da Praia da Leirosa e a Norte da Praia da Vagueira"

Carlos Tenreiro, candidato à presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz na próximas eleições autárquicas, esteve  hoje na Capitânia do Porto da Figueira da Foz, onde formalizou a entrega duma denúncia referente às obras da chamada empreitada de "Reconstituição do Cordão Dunar no Cabedelo, a Norte da Praia da Leirosa e a Norte da Praia da Vagueira", com intervenção de máquinas na Praia da Leirosa, designadamente uma giratória e um dumper, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), considerando o facto de tratar-se duma zona sinalizada em risco de erosão costeira, em área de jurisdição daquela entidade. 
Recorde-se que o "movimento cívico SOS Cabedelo vai avançar com uma queixa em Bruxelas contra a intervenção em praias da Figueira da Foz, considerando que a obra da Agência Portuguesa do Ambiente agrava o problema de erosão."


Nota: para ler melhor clicar nas imagens.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um mês passa depressa... Já lá vai um mês e dez dias...(Só para avivar a memória ao caríssimo Miguel Almeida...)


"Este verão, apesar do bom clima, ouvi, mais uma vez, alguns amigos com os tradicionais lamentos veranistas. Que a água não tem a temperatura do caribe, que o vento adora dar um ar da sua graça e que a “praia da figueira” é demasiado longa,
 é um facto. Mas o que importa é transformar estas supostas fraquezas em força. 
Se temos uma praia demasiado longa temos que a saber “vender” como a maior praia urbana da Europa e ter um plano de aproveitamento desse longo areal. É verdade, somos a “Maior Praia da Europa” e temos que saber tirar proveito disso enquanto não conseguirem estancar e diminuir o tamanho.
Se o vento é mais forte do que em outras paragens, então que corra a nosso favor. Existem vários desportos que podemos potenciar porque necessitam desse sopro da natureza.
 
O essencial é saber para onde se quer ir e fazer opções. Por mim, prefiro potenciar o que os “Deuses” nos deram, porque modéstia á parte sou Figueirense."

Miguel Almeida, hoje (leia-se 20 de Agosto de 2012) no Diário AS BEIRAS

Em tempo.
Oh Miguel, modéstia à parte, tu que já foste, entre outras coisas, Presidente da Comissão Política Concelhia da JSD da Figueira da Foz e Distrital da JSD de Coimbra, Deputado da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, Vereador na Câmara Municipal da Figueira da Foz, Deputado da República, permite a pergunta: SÓ DESCOBRISTE ISSO AGORA?...

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Miguel Almeida Meu caro Agostinho;

Confesso que por mais interpretações que faça do meu próprio texto, não consigo perceber a pergunta. Até os críticos, poucos é certo, do mandato do Dr. Santana Lopes, reconhecem o trabalho que foi feito na valorização do areal da praia. Sabes que as PASSADEIRAS, os CAMPOS DE FUTEBOL, BASQUETE e TÉNIS são desse tempo !!! O OÁSIS, quer se goste ou não, é uma intervenção no areal que ajudou a quebrar essa ideia de areal extenso e sem vida.
A CICLOVIA ao longo da avenida, o PARQUE DE ESTACIONAMENTO no terrapleno de Buarcos, entre outras obras ali realizadas, também são deste tempo!!!

Por isso, há muito que “descobri” que o melhor era aproveitar e valorizar o que os “Deuses” nos deram. Acabo como iniciei, não percebo a pergunta...
21/8 às 12:23 · Gosto · 1
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Antonio Agostinho Muito obrigado pelo esclarecimento, embora obviamente soubesse tudo isso…
Agora, (e com toda a frontalidade o reafirmo, como dos “poucos críticos do mandato do dr. Santana Lopes”…): se em devido tempo, na tua opinião, foi feito o que teria de ser feito no areal da praia (as PASSADEIRAS, os CAMPOS DE FUTEBOL, BASQUETE e TÉNIS, o OÁSIS…A CICLOVIA ao longo da avenida, o PARQUE DE ESTACIONAMENTO no terrapleno de Buarcos, entre outras obras ali realizadas….) confesso que não percebi a tua resposta, pois a Figueira continuou a ser gerida pelo PSD, em mais dois mandatos, após a ida do dr. Santana Lopes, primeiro para Lisboa, e, depois, para o Governo!..
Se puderes - e quiseres - explica-me então o que falhou a seguir, pois o défice acumulado, após os executivos presididos pelo eng. Duarte Silva é, como todos sabemos, muito preocupante para o futuro dos Figueirenses como tu e eu… Tanto mais, que a Figueira está como sabemos... A começar pela sujidade das ruas... Não há dinheiro para nada e, isso, é, sobretudo, da responsabilidade dos executivos camarários presididos pelo PSD, onde tu tiveste responsabilidades directas e objectivas.
Um abraço
21/8 às 14:20 · Editado · Gosto · 1
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Miguel Almeida Já estamos a falar de coisas diferentes.
Tu perguntaste se só agora EU tinha descoberto o que se devia fazer. Já percebi pela tua resposta que quanto a isso estamos esclarecidos. Penso que ficou claro que EU quando tive responsabilidades autárquicas contribui para que fazer o que agora voltei a defender.
Quanto ao passivo já é outra conversa. Mas também não deixarei de falar disso, mas se não te importas noutro o tempo e noutro fórum. Só para que não digas que estou a fugir “com o rabo” à seringa, só te posso dizer que só falta um mês... 
Um abraço
22/8 às 0:55 · Gosto
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Antonio Agostinho Ok. Entendi. Mais uma vez agradeço os teus esclarecimentos. Um mês passa depressa... Como Figueirense vou aguardar atentamente... Um abraço

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A realidade e os políticos...

foto antónio agostinho
Os pescadores das embarcações de pesca artesanal da Figueira da Foz estão há cerca de dois meses sem ir ao mar devido ao mau tempo, mas também por causa das condições da barra, que alegam estar assoreada.
"A situação está a afetar 30 a 40 embarcações e cerca de 100 famílias. A barra tem estado sempre fechada de há uns meses para cá. Desde outubro ou novembro, só fomos 10 dias ao mar ou pouco mais", disse à agência Lusa Alexandre Carvalho, pescador e proprietário de uma embarcação.
Embora admita que no inverno é "comum" a barra estar fechada à navegação de embarcações mais pequenas - um balão negro, "a meio pau", no Forte de Santa Catarina, sinaliza a proibição de navegação a embarcações com menos de 11 metros -, Alexandre Carvalho sustenta que depois de terminadas as obras nos molhes do porto, a draga "deixou de atuar" e a barra "está assoreada", dificultando o acesso aos pequenos barcos de pesca, com cerca de nove metros."

José Nunes André, é um geógrafo e investigador universitário e  tem vindo a monitorizar a acumulação de sedimentos através de três perfis transversais, elaborados numa faixa de dois quilómetros de comprimento no areal entre a Figueira da Foz e Buarcos.
Em 5 de Março de 2012, quase há um ano, li a seguinte notícia:
"Tem dado uma média de 40 metros ao ano de crescimento da praia. E a sul [dos molhes do porto] temos o reverso da medalha, as praias estão a recuar assustadoramente. As praias da Cova Gala e da Leirosa recuaram 15 metros num ano".
De acordo com o investigador, o ritmo de crescimento do areal da Figueira da Foz é, atualmente, superior ao verificado aquando da construção original do molhe norte, nos anos 60 do século passado.
A praia, explicou na altura (conforme dei conta neste blogue), cresceu cerca de 440 metros até à década de 1980 e, a partir daí, nos últimos 30 anos, a acumulação de sedimentos reduziu de intensidade e praticamente estabilizou.
No entanto, com a obra de prolongamento do molhe - concluída no verão de 2010 -, o areal voltou a crescer e, atualmente, apresenta 580 metros de largura máxima entre a marginal e a orla marítima, segundo as medições feitas por José André.
Este geógrafo recordou que, por ocasião da obra, o período estimado de crescimento do areal foi estabelecido em 12 anos. Segundo os dados de que dispõe, e a manterem-se os valores observados, o prolongamento da praia vai ocorrer "apenas em seis, sete anos, até que as areias contornem o molhe".
O crescimento da praia em largura representa ainda, segundo o geógrafo, uma acumulação anual de 290 mil metros cúbicos de areia na faixa estudada, o equivalente a 290 mil toneladas.
Mas, se a norte do Mondego a areia acumula, a erosão cresce nas praias a sul.
Na Leirosa, no extremo do concelho da Figueira da Foz, as autoridades construíram, no final de 2011, uma duna artificial para proteger um bairro habitacional do avanço do mar, com areia retirada a norte de um pequeno esporão ali existente, procedimento que merece críticas do investigador.
"Interrompeu-se a alimentação a sul. Nunca era de tirarem a areia a norte do esporão, porque ela estava já a passar naturalmente para sul, tinham era de se ir buscá-la onde ela se acumula e não faz falta, na praia a norte do rio Mondego".

Ontem, políticos do PS e do PSD,   andaram à pesca para os lados da Leirosa...
Presumo que a pescaria não deve ter sido lá grande coisa, pois este "peixe já está congelado há muito"...
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
E o essencial, neste momento, para quem vive e trabalha no concelho da Figueira é  a erosão costeira a sul do estuário do Mondego e o assoreamento da barra da Figueira. 
Para já, porém, ao que parece, existem outras preocupações prioritárias: a pré-campanha eleitoral… 
É do conhecimento geral a forma como as máquinas partidárias se  desligaram das vidas reais das pessoas: mas isso é culpa das pessoas reais -  as máquinas não pensam... 
Enfim, estamos a viver um momento em que quase apetece arrumar as botas, que a razão já tem pouco a ver com o que se passa e vai continuar a passar nesta bela cidade da Figueira da Foz, em particular, e no país, em geral.
Mas, tenhamos um restinho de esperança: um dia ainda hão-de ser de forma genuína as pessoas a contar.

Nota de rodapé.

Para poupar tempo e trabalho, destacamos apenas algumas postagens que temos feito ao longo dos anos de existência deste espaço, sobre o tema da erosão costeira na Figueira, para tentar alertar os diversos  "quens" de direito.
Por exemplo, estaestaestaesta, estaesta.
Mas há mais. Basta escrever no canto superior esquerdo a palavra erosão e clicar.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Erosão Costeira: Relatório Ministerial vai ser apresentado segunda-feira

Sala cheia na sessão pública organizada pelo Bloco de Esquerda Figueira da Foz, com a participação de Helena Pinto (deputada do BE), dr. Filipe Duarte Santos (Grupo de Trabalho da Orla Costeira) e Rui Silva (Investigador).
O tema é preocupante, pois cerca de 25% da zona costeira continental é afectada por intensos fenómenos de erosão costeira que têm como consequência mais grave o recuo acentuado da linha de costa. As obras de protecção costeira realizadas nos últimos 20 anos custaram 196 milhões de euros, mas houve “picos”: só em três meses (entre janeiro e março de 2014) foram gastos 23 milhões (11,7 % do valor total) na reparação de estragos dos temporais.
Sobre o financiamento da adaptação futura da zona costeira portuguesa (protecção, recuo planeado e acomodação de infraestruturas), o dr. Filipe Duarte Santos recomenda a realização de estudos "com base em análises comparativas das soluções encontradas em outros países e considerando a possibilidade da partilha de responsabilidades de financiamento entre a administração central, local e entidades privadas".
Por outro lado, defende a gestão integrada e sustentável da zona costeira, consubstanciada em políticas públicas que resultem da participação e adesão à problemática da defesa da costa por parte da administração central, regional e local, populações, empresas e outros organismos.
Curiosamente, porém, a Câmara da Figueira ainda recentemente lançou um Concurso Público de Concepção (ideias)/Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos onde gastou largos milhares de euros, praia da Figueira essa, cujas areias são necessárias para repor as praias do sul!.. 
Isto é gestão integrada e sustentável da zona costeira entre as diversas entidades públicas?
Por outro lado, que ideia peregrina é essa da municipalização do areal da praia que está na mente dos responsáveis pela autarquia figueirense?
A assistência, que lotou a sala de sessões da Junta de Freguesia de S. Pedro, depois de ouvir os oradores colocou algumas questões (e preocupações) pertinentes sobre o tema em debate.
O dr. Filipe Duarte Santos considerou que a melhor solução para a defesa da orla costeira é repor a praia. No caso da nossa freguesia passa por “transportar” a areia da praia da Figueira, retida pelo molhe norte – problema que os 400 metros construídos na última intervenção agravaram – para as praias de S. Pedro.
Por sua vez a deputada do BE Helena Pinto, defendeu soluções políticas para atenuar o problema. Por exemplo, considerou que “já chega de barragens”.
Contudo, a grande notícia da noite foi dada pelo dr. Filipe Duarte Santos: segundo este reputado técnico do Grupo de Trabalho da Orla Costeira, na próxima segunda feira vai ser tornado público, em conferência de imprensa, o Relatório Ministerial sobre o tema “EROSÃO COSTEIRA”.