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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

QUATRO PESCADORES, NA FOZ DO RIO MONDEGO...

foto daqui
No passado dia 26 de Outubro de 2013, demasiada gente, e alguma do jornalismo, nos contactou, ou tentou contactar, durante o dia, pedindo-nos uma tomada de posição ou uma declaração (do autor destas linhas, e/ou do CEMAR) acerca do novo caso agora acontecido: mais quatro pescadores vítimas de naufrágio fatal na barra da foz do rio Mondego, no mesmo local, na saída do porto da Figueira da Foz.
Nada dissemos, e nada teremos a dizer. A única declaração que alguma vez poderíamos fazer, em resposta a uma nova situação como esta, em Outubro de 2013, tal como já havia acontecido há alguns poucos meses atrás, quando da situação anterior, em Abril deste mesmo ano corrente (quando na Foz do Mondego morreu não somente um velejador alemão mas também um agente português da Polícia Marítima, da capitania da Figueira, que estava a tentar salvá-lo), ou tal como vai acontecer em qualquer uma das próximas situações possíveis futuras, é simplesmente repetirmos que nada mais teremos nunca a acrescentar em relação ao que, sobre isso, já havíamos antes dito, e escrito, e assinado, na altura própria, há muito tempo atrás, em 01.03.2006, em 01.12.2007, e em 01.10.2008 (e que, por isso, depois, o jornal A Voz da Figueira noticiou em 26.11.2008). O que havíamos dito, escrito, e assinado, quando, sobre isso, ninguém mais disse, nem escreveu, nem assinou, o que havia para ser dito, escrito, e assinado.
Agora, só poderemos manifestar o nosso luto, e juntar os nossos sentimentos às orações daqueles que forem religiosos, e juntar o nosso profundo lamento ao lamento daqueles que não o forem mas, em todo o caso, como nós, sentirem o mesmo tipo de respeito e de admiração que nós sentimos por estes homens simples e corajosos – corajosos por profissão… –, que são os Pescadores Portugueses. Estes homens que, neste caso, em Outubro de 2013, até eram pescadores da Póvoa, e portanto descendentes dos célebres "Poveiros" do século XIX e do tempo do “Cego do Maio”, etc. (os quais tinham, desde sempre, secularmente, íntimas ligações à comunidade dos pescadores "Buarqueiros", da Foz do Mondego), os "Poveiros" que o poeta António Nobre evocou no “Só” e que, juntamente com os seus parentes de Buarcos (Foz do Mondego), eram os melhores e mais corajosos pescadores do alto mar, em Portugal inteiro.
Lamentamos mais esta tragédia na Foz do Mondego, tal como lamentámos a anterior, e tal como iremos lamentar a próxima. E a razão porque, desde 2006-2008, a previmos, é simples.
Nada de muito especial, em termos práticos, e de experiência pessoal, sabemos sequer de mar. Para além das leituras teóricas e históricas, o pouco que conseguimos saber de prático, para podermos compreender, e prever o óbvio, aprendemo-lo com o que ouvimos da boca de quem sempre soube mesmo muito de mar, a sério, pessoal e familiarmente (muito... de muitas vidas inteiras, e de muitas gerações): pessoas como os nossos caros Amigos Capitão João Pereira Mano, e Senhor Manuel Luís Pata, a quem sempre ouvimos prever que este tipo de coisas iria acontecer, e sempre ouvimos dizer, alto e bom som “O mar não gosta de quem lhe vira a cara. O mar enfrenta-se de frente. O mar não gosta de cobardes. O mar não se encara de lado, e de viés. O mar não se enfrenta de través, para não se ficar atravessado nele”. Sabedoria antiga, e essencial, de Pescadores da “Arte” (aprendida, em alguns séculos, nos simples “Barcos-da-Arte”, da Cova, e de Lavos, iguais aos do Furadouro, da Torreira ou de Mira)…
É mais difícil enfrentar o mar quando existem molhes de protecção de portos orientados obliquamente em relação à direcção dominante das vagas: molhes que, forçosamente, obrigam os homens das embarcações pequenas — os pobres pescadores, que andam a ganhar a sua vida com tanta dificuldade ­— a terem mesmo que enfrentar a rebentação de través (!), e por isso não conseguirem vará-la… e ficarem atravessados, e assim naufragarem à saída do seu próprio porto.
O mar enfrenta-se com formação profissional e técnica dada e exigida aos Pescadores (que são quem tem que lá andar), e com meios materiais e equipamentos suficientes dados à Marinha de Guerra (que é quem tem que ir lá salvá-los quando é preciso), e com planeamentos ambientais e urbanísticos (ordenamentos da orla costeira) sustentáveis e inteligentes, que não criem mais problemas do que aqueles que possam resolver.

Alfredo Pinheiro Marques
Centro de Estudos do Mar - CEMAR
(Figueira da Foz - Praia de Mira)

segunda-feira, 26 de março de 2018

Quando a entrevista custa a arrancar, a malta do Entre os Ventos e as Marés, até canta!..

Ontem, foi dia de gravação de mais um programa Entre Os Ventos e as Marés.
Cova Gala é uma Terra com gente, com história e com memória, como deixou registado, para todo o sempre, o único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano.
Tempos houve, por volta de 1750/1770, em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência. 
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova. 
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, na margem do braço sul do rio Mondego, para recolha de redes e apetrechos de pesca. 
Apesar do passado de cerca de 260 anos destas duas povoações, a Freguesia de S. Pedro é recente, foi criada em 4 de outubro de 1985. 
Adelaide Sofia, nossa entrevistada da emissão que vai para o ar na próxima quinta-feira, pelas 22 horas, nasceu a  11 de fevereiro 1985, no HDFF, na Gala, então Freguesia de Lavos. 
Portanto, tem mais 8 meses de idade do que a freguesia de S. Pedro. 
É uma mulher linda e uma bela “artista”, “fadista” e “cantadeira”.
É, também, política: faz parte da bancada do PS na Assembleia Municipal da Figueira da Foz.
O Olímpio fez gazeta (a idade não perdoa...) e a despesa da emissão ficou a meu cargo e do To Zé Carraco... Talvez, por isso, a coisa não estava fácil... Faltava o charme do "zé barbeiro"!..
Para descontrair e aquecer as vozes, aconteceu a brincadeira. O resultado pode ser visto clicando aqui.
Depois, a entrevista arrancou e fluiu. O resultado vai para o ar na próxima quinta-feira, na antena da Foz do Mondego Rádio.
Não percam...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MANUEL LUÍS PATA

Manuel Luís Pata, em Fevereiro de 2013, no ABCD - Arquivo Biblioteca e Centro de Documentação do CEMAR na Figueira da Foz (Buarcos), junto da sua célebre fotografia, aos dezanove anos de idade, acompanhado de João Pereira Mano (então com vinte e nove anos de idade, e imediato do navio), ambos posando para a posteridade, junto de alguns bacalhaus de grandes dimensões, a bordo do navio "Ana I", nos mares da Terra Nova (Foto de Luís Monteiro / Jornal Aurinegra, 2013).

sábado, 27 de junho de 2015

DISTINÇÕES HONORÍFICAS E HOMENAGENS PARA NOVENTA E OITO [98] ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E PESSOAS NA FIGUEIRA DA FOZ…

foto de Pedro Agostinho Cruz, que me
 convidou para o acompanhar na entrega,
 que fez no passado dia 9 a este velho e
 incansável lutador
 
pelo progresso
da nossa Figueira, de
 um exemplar
do ALERTA COSTEIRO 14/15
Nos últimos dias, através dos jornais e outros órgãos de informação, tomámos conhecimento de que, comemorando-se em 24.06.2015 o dia anual do Município da Figueira da Foz (Portugal), para além dos habituais festejos e folias de praia, localmente tradicionais — e também uma "Procissão e tradicional Benção do Mar" [sic]... (que, de facto, não tem nada de verdadeiro, pois é uma mentira que foi inventada, para ser "tradicional", por volta do ano de 1998 [!], ao mesmo tempo da preparação da Expo de Lisboa…) —, foi também agora celebrada, nesse mesmo dia 24.06.2015 (numa cerimónia solenizada à maneira local, numa instalação que parece que se chama "Centro de Artes e Espectáculos Pedro Santana Lopes"...), uma atribuição de distinções honoríficas, e homenagens, conferidas a noventa e oito (98) entidades, instituições e pessoas individuais desta cidade (segundo o jornal, tratou-se de "...98 entidades repartidas entre funcionários do Município, entidades e personalidades figueirenses, PMEs", etc.).

O Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR) — a pequena associação científica privada que, neste ano de 2015 (desde 27 de Janeiro), por acaso, está a celebrar os vinte (20) anos da sua fundação (pois foi criada, por escritura pública assinada no salão nobre da Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 27.01.1995, e tendo como primeira sede o Forte de Santa Catarina, na Foz do Mondego) —, congratula-se portanto com o facto de que, ao que parece, nesta cidade, são consideradas como existentes e como homenageáveis (e em números tão significativos) tantas entidades, instituições e pessoas que tão publicamente se prestigiam localmente como merecedoras de tais distinções e homenagens municipais. Mas não pode, nem deve, deixar de lamentar que não tenha sido tida em conta a sugestão, que atempada e discretamente havíamos formulado (perante quem havíamos julgado que dirigia e representava a cidade), de que fosse homenageado, em vida, neste ano de 2015, um homem como o nosso Exº. Amigo (e Associado Honorário do CEMAR) Senhor Manuel Luís Pata, o homem a quem a Figueira da Foz deve um capítulo tão importante da sua História Marítima como é a publicação dos três volumes sobre a Pesca do Bacalhau pelos Navios Figueirenses (uma actividade que, no passado, foi tão central, tão importante e tão emblemática para a economia, a sociedade e a identidade local figueirense); e a quem a Figueira da Foz deve o esforço para a organização do movimento cívico que, ingloriamente, tentou salvar da destruição o último navio bacalhoeiro figueirense (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor", que acabou por ser entregue para a sucata); e a quem a Figueira da Foz deve (em parceria com o seu conterrâneo Capitão João Pereira Mano) o esclarecimento do equívoco e do erro científico (que, nas últimas décadas do século XX, estava cada vez mais disseminado, avolumado, e generalizado… por estar a ser doutoralmente repetido a partir dos "milieus" da "comunidade científica"…) de se andar a chamar "Xávega" [sic] e "Barco da Xávega" [sic] à "Arte" e ao "Barco da Arte" ("Barco do Mar") da Beira Litoral; etc..

Enfim, o Senhor Manuel Luís Pata, neto, bisneto e trineto de pescadores, a quem a Figueira da Foz deve tudo isso, e muito mais do que isso, pela sua voluntariosa e inglória tentativa de defesa do Património Local, ao longo de muitas décadas.
A quem a Figueira da Foz deve e, infelizmente, vai continuar a dever.

De facto, o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, um homem corajoso, e de opiniões desassombradas — e que, por isso, na Figueira da Foz, é alguém que sempre muito admirámos, e continuamos a admirar —, é o homem que em 1997, 2000, 2002, 2003, havia coligido, publicado, e re-publicado (com a nossa colaboração, do CEMAR, que nos orgulhamos de então ter prestado) os livros, que vão ficar para sempre, sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau. E é o homem que, em 1998-1999, tentou em vão salvar da destruição o último navio figueirense (e com uma denúncia cívica que, em 07.09.1998, chegou a ter que ser feita em conferência de imprensa realizada na rua, na via pública, à porta do Museu e Auditório Municipal…! [em mesas, e cadeiras, fornecidas, à última hora, pelo Centro de Estudos do Mar...], devido à proibição de utilização desse Auditório Municipal...). E é o homem que, além disso — para além dessa sua defesa do Património Cultural e Histórico —, teve sempre também a coragem de se manifestar em defesa do Património Natural e Ambiental… apontando a catástrofe da acumulação das areias represadas pelo molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz (as areias que, ao longo das últimas décadas, cada vez mais, afastaram a cidade do mar, destruíram o turismo urbano, e fizeram falta, dramaticamente, nas outras praias, escavadas e ameaçadas, do sul da Foz do Mondego).

E é o homem que, já antes disso, em 17.10.1997, se havia prontificado a testemunhar, corajosamente, a destruição dos seis (6) exemplares antigos de arquitectura naval — barcos tradicionais, seleccionados, obtidos, e estudados, para fins museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras (a maior autoridade científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional em madeira…) —… os seis (6) exemplares únicos e insubstituíveis (incluindo um "Meio Batel-do-Sal", verdadeiro… e um "Barco-da-Arte", grande, da Leirosa…) que foram destruídos no pátio interior do Museu Municipal da Figueira da Foz.

Não somente pela publicação dos seus três volumes, mas também por todas estas outras razões, acima citadas — pela denúncia da destruição do património de Arquitectura Naval local, e pela denúncia da destruição do património ambiental marítimo (aquilo que, nas suas próprias palavras, veio a ser, em frente à Figueira da Foz, "a Praia da Calamidade"… —, Manuel Luís Pata, descendente de uma das primeiras (se não a primeira) família de patriarcas pescadores ilhavenses que no século XVIII criaram as povoações a sul da Foz do Mondego (Cova, Gala, etc.), é credor de um reconhecimento, na sua cidade, que ainda não lhe foi prestado.

Pela nossa parte — pela parte do Centro de Estudos do Mar - CEMAR (em que, desde há muitos anos, já nos orgulhávamos de o ter como associado) —, fizemos o que nos competia: neste mesmo ano de 2015, em 29.03.2015 (por ocasião do vigésimo [20º] aniversário do próprio Centro de Estudos do Mar, que, neste mesmo ano de 2015, estamos a celebrar), atribuímos ao Senhor Manuel Luís Pata o título de "Associado Honorário" do CEMAR, pelo seu Mérito Cultural e Histórico (mérito, acrescido, de alguém que é um autodidacta).

Não é demais repetir que, para além dessas matérias culturais, também nas outras matérias, as do Património Natural e Ambiental (dinâmica sedimentar das areias, porto comercial errado, erosão costeira), foi Manuel Luís Pata quem chamou as coisas pelos seus nomes — chamou bois aos bois... —, pronunciando-se sobre o maior e o mais grave de todos os problemas da Figueira da Foz, o problema que levou à decadência e ao desaparecimento, no todo nacional, desta região e desta Cidade de Mar.

O problema que, ainda hoje (e, agora, mais do que nunca), continua a ser decisivo, momentoso, e grave, para o Presente e o Futuro da Figueira da Foz e da sua praia… Mas perante o qual, em vez de se procurarem e se encontrarem quaisquer soluções verdadeiras e efectivas, só se têm aumentado, acrescentado, e avolumado, os maiores erros vindos do Passado… Assim se agudizando as contradições, eternizando os impasses, e se originando as situações insustentáveis, absolutamente previsíveis, e de extraordinária gravidade (que nenhuma hipocrisia pseudo-"ambientalista" vai poder disfarçar), que cada vez mais se aproximam, nos desenlaces do futuro próximo dessa "Praia da Calamidade" que é, infelizmente, a da Figueira da Foz.

Em suma, para além da dramática gravidade da catástrofe cultural que é o estado de destruição, abandono, e desprezo, do Património Cultural e Histórico Marítimo da Figueira da Foz (uma área em que este homem, só, absolutamente autodidacta, e descendente de Pescadores, fez o que pôde, e fez muito, somente com os seus próprios meios, enfrentando todas as contrariedades que lhe foram movidas nos círculos que eram supostos defender e preservar esse Património Cultural), também acerca da calamidade ambiental irresolúvel em que a Figueira da Foz desde há décadas se encontra sepultada (com toda a gente a fingir que não vê, quando a areia, tanta, está à frente dos olhos…) foi Manuel Luís Pata quem tomou sempre posição pública, voluntariosamente, corajosamente, à sua maneira.
Foi ele quem disse o essencial: "a Figueira da Foz virou costas ao Mar…!".

É essa coragem que distingue a verdadeira intervenção e serviço de utilidade pública (e da parte de quem nem sequer recebe, para fazer tal intervenção cultural ou ambiental, quaisquer remunerações, reformas, etc., pagas com dinheiro público…!). É a coragem de quem tenta voluntariosamente ser útil à sua terra, metendo ombros a tarefas e a obras que são trabalhosas e meritórias (em vez de viver simplesmente em agrados e ambições de carreirismo pessoal, em intrigas políticas fáceis, nos bastidores, acotovelando à esquerda e à direita, à sombra do poder do momento). É a coragem de quem é capaz de se pronunciar, não menos voluntariosamente, sobre tudo o que é verdadeiramente importante, não receando, para isso, tocar nas feridas dos assuntos verdadeiramente graves e polémicos (em vez de mostrar a cara em artigos de jornal para escrever sobre insignificâncias pessoais e diletantismos, "culturais", pseudo-"progressistas").
É a coragem — típica de Pescador…? (mesmo quando um pouco brusca…?) — de quem é capaz de tentar mesmo fazer alguma coisa, a sério (mesmo que não consiga…)… e, para isso, é capaz de tentar enfrentar, de frente, qualquer vaga, seja de que tipo for. Em vez de viver no (e do) manhoso tacticismo, no (e do) elogio mútuo, no (e do) tráfico de influências, nos bastidores do poder que anseia e rodeia, e ao qual espera chegar rodeando.
Enquanto todos os verdadeiros problemas, os do Presente e do Futuro, culturais ou ambientais, ficam por resolver (e, por isso, se agravam)… e todos os verdadeiros patrimónios, os do Passado, culturais ou ambientais, se vão perdendo com o tempo ("como neve diante do sol")... Enquanto as nuvens negras das catástrofes, quer culturais e sociais, quer ambientais e ecológicas, se avolumam, em dias de sol, no horizonte próximo.

A Cultura e a Natureza estão, talvez, estranha e paradoxalmente ligadas de uma forma muito íntima, de maneira muito simbólica: quem sabe se, um dia, na luxuosa pobreza extrema, e na merecida desgraça última, quando se enfrentar as vagas assassinas de um tsunami que venha a devastar uma área de ocupação humana ao nível do mar — mas… será possível que haja alguém que, em pleno século XXI, esteja a querer legitimar ("ecologicamente"…!!!), e a, assim, adensar e avolumar (!) uma ocupação humana (dita "turística", e "cultural"… e, até, "ambiental"…! [e, na verdade, pré-imobiliária…?!]) ao nível do mar…?! —, irá ser lembrada, e recordada, com saudade, a geometria fina e a silhueta esguia, cortante, dos antigos "Barcos-da-Arte" ("Barcos-do-Mar"), em "meia-lua"… Que, nesse dia, já não existirão… nem existirá ninguém que os saiba construir...! (embora, provavelmente, vá continuar a existir gente funcionária e política, paga com dinheiro público, que estará pronta para tentar continuar a viver à custa dessas tais matérias, "culturais", e "ambientais", dos barcos antigos, e das praias ecológicas…).

Com o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, aprendemos, há muito tempo, o lema que ele sempre proclama (e que nós sempre repetimos): "O Mar não gosta de cobardes… não gosta de quem lhe vira as costas…".

Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR)

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A alegria de viver, sabendo o porquê...

Cova Gala, a raíz, uma postagem de 7 de dezembro de 2009.
"A Cova-Gala, tem origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770.
De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova.
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca.
Apesar do passado de cerca de 250 anos destas duas povoações, a Freguesia de S. Pedro é recente, foi criada em 1985.
A Vila de São Pedro, criada em 5 de Junho de 2009, é a “a povoação de São Pedro ( uma coisa que não existe!..), no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, elevada à categoria de Vila”.
Se duvidam disto, leiam o Diário da República nº. 150, 1ª. Série, Lei nº. 58/2009.
Um Povo que não preserve o seu passado e as suas raízes não tem futuro. E a Cova e a Gala têm um passado de que todos nos devemos orgulhar.
E, temos de saber preservar, com rigor e com verdade, e não ao sabor conjuntural dos interesses politiqueiros, seja de quem for."

A entrevista do Dr. Jorge Mendes...
A entrevista, que aconselho a ver e a ouvir na íntegra, está aqui.
Quem não tiver interesse ou paciência para visionar tudo, cito o que pode ser visto por volta do minuto 29.
A pergunta, digamos assim, manhosa:
- "em 2009, esta terra foi elevada a vila de S. Pedro. Não há nada a fazer..."
A resposta clara do Dr. Jorge Mendes:  
"a minha resposta está no livro. O livro é A Cova Gala como notável exemplo de Solidariedade. Não é a vila de S. Pedro, não é S. Pedro, é a Cova Gala. A Cova Gala é que tem história. Não é preciso mudar os nomes que estão certos. A Cova nós sabemos, o que é.... A Gala, nós sabemos o que é... Não há qualquer justificação para que isso tivesse sido alterado. A política tem destas coisas. Se eu fosse decisor nessa altura, seria vila ou freguesia da Cova Gala."

E, agora, a entrevista com o Doutor Luís Alberto Curado (se não tiverem interesse na entrevista toda, vejam a partir do minuto 19 do vídeo...)


Chegados aqui, apetece-me citar Fernando Pessoa, no poema Liberdade.
"O rio corre, bem ou mal, 
Sem edição original. 
E a brisa, essa, 
De tão naturalmente matinal, 
Como o tempo não tem pressa..."

Viva o descanso...  Viva a despreocupação... Viva o ócio... Viva o dolce far niente! 
Viva tudo que nos ponha de bem connosco. 
Viva a alegria de viver... Um dia de cada vez, devagarinho! 
Viva o amadurecer de espírito que nos permite distinguir e escolher! 
Nada é igual a viver de acordo com aquilo em que se acredita.
As (nossas) cicatrizes servem para demonstrar, que o nosso passado é real.
Nada é igual a viver de acordo com os nossos  laços e memórias. As (nossas) recordações fazem de nós o que somos. 
Nunca quis, aliás, nem conseguia, viver uma vida autista. E a vida tem-me dado razão.
Viver é sorrir, sabendo o porquê do sorriso. Viver é chorar, sabendo o porquê do choro. Viver é ser feliz ou infeliz, sabendo o porquê da maravilha da felicidade, ou o porquê da infelicidade.
É tão bom viver, simplesmente...
Tenham um bom dia.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

É por estas e por outras que não tenho paciência para os «donos da verdade». Considero-os uns parvalhões monolíticos...


O tempo, é o conceito mais abstracto e mais estúpido da nossa sociedade. 
Uns têm falta dele. Outros gostam de o fazer. Outros ainda ocupam-no para o gastar. Há quem peça tempo; há quem tenha tempo; há quem dê tempo; há quem perca tempo; há quem o ganhe e o desperdice. 
Por ele (tempo) e nele corremos, por causa dele nos enervamos e perdemos a paciência, e sem ele ficamos perdidos.
A todos aqueles que vieram aqui com ou sem tempo, na esperança de gastar tempo ou de passar um tempo agradável, digo-vos apenas que  houve tempo de pensar com tempo na postagem de hoje. 
Dêem-me, apenas, mais um tempo.

Embora queiram apagar a Cova e Gala - a nossa raiz - como demonstrei em 7 de Dezembro de 2009, o que não existe é a Vila de S. Pedro.
A Vila de São Pedro, criada em 5 de Junho de 2009, é a “a povoação de São Pedro (essa sim, uma coisa que não existe!..), no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, elevada à categoria de Vila”
Se duvidam disto, leiam o Diário da República nº. 150, 1ª. Série, Lei nº. 58/2009.

Cova Gala é uma Terra com história e memória. Não nasceu em 1993.
A Cova e a Gala, têm origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770. De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência. Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova. A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca. Apesar do passado de cerca de 250 anos destas duas povoações, a Freguesia de S. Pedro é recente, foi criada em 1985.
A Aldeia, não pode ser uma Terra onde não se saiba de nada, a não ser o que é filtrado pelo poder.
Os covagalenses têm o direito a saber mais do que o que mais convém aos políticos.
Nem tudo pode ser eliminado. É também para isso que mantemos este espaço há quase 10 anos, onde a luta pela reposição da verdade histórica vai, naturalmente, continuar.

Cova e Gala vão continuar a ter corpo e alma.
Um Povo que não consiga preservar o seu passado e as suas raízes não tem futuro. E a Cova e a Gala são detentoras de um passado de que todos nos devemos orgulhar e que temos de saber preservar, com rigor e com verdade, e não ao sabor conjuntural dos interesses politiqueiros, seja de quem for.
A Cova e Gala de hoje está diferente - e nem tudo foi para melhor. Lembrar o passado sem nostalgias é a melhor forma de preservar as raízes.
A preservação da memória da Cova Gala está em risco.
A incultura, sempre que potenciada pela arrogância, leva a resultados desastrosos. Os danos já estão à vista.
A história mostra que políticos sem ideias constituem um verdadeiro perigo...
Que mal é que a Cova e Gala fizeram aos políticos?..

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Quem se lembra do papel do "Senhor dos Aflitos" na vida Aldeia?

Era neste edificio que funcionava o "Senhor dos Aflitos".
A entrada era por uma porta lateral, do lado da Alfândega.

A Cova e a Gala, têm origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770.
De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova.
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca.

Na minha infância - finais dos anos 50 do século passado - a Aldeia  teria cerca de de 2.000 habitantes. 
Vivia-se mal: não havia esgotos, a corrente eléctrica, nas casas humildes e pobres, era considerada uma excepção, a miséria material, as condições de trabalho desumanas, a deterioração das células familiares, a má nutrição era a situação de toda uma região economicamente desfavorecida.
Especialmente a  “Cova era como um novelo de lã em que não se sabia  onde estava a ponta por onde se devia puxar”.

Os tempos que correm estão difíceis. Cada vez mais difíeis. 
Não quero ser pessimista, mas já estamos a lembrar os tempos da caridadezinha hipócrita da consciência tranquila, que quem viveu antes do 25 de Abril de 1974 em terras onde a miséria campeava, bem se recorda.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os poderes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetua a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.
A Aldeia faz parte de um País que sempre foi pobre e periférico. 

A foto é de 1943. Mostra a realidade da Cova e Gala desse tempo. Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra. Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado, imperava o desemprego, o medo, o racionamento, a miséria e a fome. Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade. Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão.
Eram os tempos dos invernos da fome - duros e prolongados. 
Os homens iam para a pesca do bacalhau e as mulheres ficavam a governar a casa.
O dinheiro faltava. Recorrria-se ao "livro" nas mercerias da Aldeia.
Mas, havia invernos ainda mais duros e mais prolongados e com mais fome.

E, aí, restava o último recurso: o "Senhor dos Aflitos"
"Senhor dos Aflitos", para quem não sabe, era a "casa dos penhores" que funcionava na Caixa Geral de Depósitos. 
As mulheres entravam por uma porta lateral (do lado da Alfândega) e subiam umas escadas onde eram atendidas pelo funcionário (se bem me lembro, o senhor Branco...) da Casa de Crédito Popular, criada em 1922 por intermédio da Caixa Geral de Depósitos com o objectivo de regularizar, fiscalizar e moderar a actividade prestamista.
As mulheres deixavam o ouro que tinham em casa (ou emprestado por vizinhos) e traziam os escudos necessários a matar a fome ou para acudir a alguma aflição urgente. 
Mais tarde, quando os homens chegavam do bacalhau levantavam o ouro e entregavam os escudos do empréstimo e dos juros. Quando, no prazo estabelecido, não havia escudos suficientes para trazer o ouro para casa, iam-se pagando juros. 
Em última análise, perdia-se o ouro que era leiloado pelo prestamista.

Nas atribuições da Caixa Geral de Depósitos, de 14 de Julho de 1918, decreto nº 4 670, existem já alusões a operações relacionadas com empréstimos a curto prazo, sobre penhor de títulos, ouro, prata, pedras preciosas e outros objectos.
Nesta altura, o Conselho de Administração estabeleceu as condições gerais em que se poderiam fazer esse tipo de empréstimos, sobre penhores, a particulares, definindo a percentagem sobre as cotações e decididindo sobre o reforço dos mesmos penhores quando se tornasse necessário, assim como as quantias a aplicar a estas operações.
Para regularizar a actividade, surge então a necessidade de formar um organismo. É criada a Casa de Crédito Popular, por intermédio da Caixa Geral de Depósitos, com o objetivo de moderar esta actividade, de modo a conter os abusos, regular e moderar os lucros daqui provenientes, ao mesmo tempo, proporcionar às classes menos favorecidas, alguma assistência económica.
No Regulamento de 29 de Maio de 1922, estabelecem-se as normas, pelas quais, a Casa de Crédito Popular, se irá reger. As operações de crédito passavam a ser efetuadas na sede, assim como, nas diversas agências, que a administração entendeu criar, sobretudo, em localidades bastante populosas. Ao mesmo tempo, definia também, o limite das quantias cedidas de acordo com o valor dos penhores.

Comparem o que se passava então, com o que acontece hoje.
Portugal vive como quase sempre viveu: em crise  económica. 
Temos de novo "o regresso da sopa dos pobres como modelo social", outros, reconhecerão o mesmo olhar e a mesma resignação em largos milhares de nós. 
Contudo, o mercado do ouro continua pujante.
Mas como é que funciona agora o negócio do ouro?
Completamente desregulado. 
Quando alguém quer vender ouro, dirige-se a uma loja das muitas que para aí existem.
Primeiro, a peça começa por ser avaliada, com a loja a estabelecer um preço para a peça, conforme a cotação diária do ouro e com uma margem comercial que pode atingir os 20%.

Portugal padece de uma genética incapacidade nacional: a de conseguir construir uma sociedade evoluída seja a que nível for - cientifico, técnico, cultural, social ou económico.
Por sua vez, os políticos sempre tiveram como meta preservar esta situação: a sociedade de governantes e de governados, mantendo estes com rédea curta por via de favores e esmolas.
Construiu-se - e mantém-se, assim, uma sociedade favorecida, dentro de uma outra, de desfavorecidos. A dos empregos pelo partido e não pela competência, dos negócios pelos interesses e não pela qualidade orçamental, da governação pelos favores e não pela liberdade do voto em consciência.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os governantes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetua a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A propósito da Festa de S. Pedro de 1968, fica uma recordação de um grande covagalense: António Fernandes Camarão Júnior

Segundo João Pereira Mano, a Festa de S. Pedro da Cova e Gala, foi trazida de Ílhavo pelos habitantes que fundaram a Cova e, mais ou menos 40 depois, a Gala.
Os habitantes da Cova e da Gala, em 1968, dedicavam-se ainda em grande número à faina da pesca longínqua ao bacalhau nos bancos da Terra Nova e Gronelândia.
Daí, como se pode ver no cartaz que obtive via o meu Amigo Zé Lima, nesse ano de 68, a Festa ter-se realizado nos dias 13, 14 e 15 de Janeiro, em vez de, como agora, realizar-se em finais de Junho – o dia do Santo Padroeiro da Cova e Gala, como todos sabemos, acontece a 29 do mês 6 do ano.
Como, nos dias de hoje, a pesca do bacalhau deixou de ser uma actividade relevante para os pescadores covagalenses, a Festa realiza-se em Junho no dia do Santo Padreiro (a 29. Não sendo domingo, a procissão tem lugar no domingo próximo).
Se a memória não me atraiçoa, nesta Festa de 1968, o Mordomo foi o Senhor António Camarão
Então com 16 anos de idade, fui um dos ajudantes do Senhor António Camarão, em representação do meu Pai, que não pode prestar a sua colaboração por estar numa viagem ao Cabo Branco a bordo do Praia de Cascais, cujo capitão era o covagalense Luís Viana.
Lembro-me do esforço que teve de ser feito pela Comissão de Festas desse ano, que para arranjar o dinheiro necessário para o programa apresentado, teve de calcorrear várias Terras do nosso concelho (Buarcos, Vila Verde, Lares, Lavos, Alqueidão, Costa de Lavos, Leirosa).
De todos os que, nesse ano, constituíam a  equipa que muito teve de trabalhar para realizar a Festa, lembro esse Homem extraordinário e líder nato que se chamava António Camarão, e de quem recolhi vários ensinamentos que me foram úteis ao longo da minha vida.
Para o Senhor António Fernandes Camarão Júnior, uma personalidade rara na defesa da honestidade de processos e rigor com que se deve utilizar o dinheiro do Povo, com quem me cruzei ao longo da vida, fica uma palavra de saudade, o meu reconhecimento e a minha homenagem.
Dele, ficou na minha memória uma imagem que me acompanhou ao longo da vida, uma pessoa fraterna, exigente e honesta, um companheiro de estrada e de viagem cujo exemplo nunca esqueci. 
Honra à sua memória.

terça-feira, 5 de julho de 2022

"Os festeiros" Santana Lopes e Jorge Aniceto não deixaram morrer a Festa em honra de São Pedro na Cova e Gala

No passado domingo, aconteceu algo inédito no concelho da Figueira da Foz. Para evitar a recolha da Bandeira ao interior da Capela, por não haver quem protagonizasse a continuidade e a realização da festa em honra do padroeiro na Cova e Gala, em 2023, Santana Lopes, presidente da Câmara da Figueira da Foz, e Jorge Aniceto, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, "chegaram-se à frente e assumiram o papel de festeiros". Desta maneira, evitaram que, em 2023, houvesse uma interrupção numa Festa centenária, pois segundo João Pereira Mano, a Festa de S. Pedro da Cova e Gala, foi trazida de Ílhavo, em meados do século XVII, pelos habitantes que fundaram a Cova e, mais ou menos 40 depois, a Gala.
Imagem via Diário as Beiras

O caso é curioso. O que aconteceu, observado sobre o ponto de vista político e religioso, é interessante e merece reflexão.
Santana Lopes e Jorge Aniceto, assumiram o seu papel de "festeiros", enquanto pessoas ou enquanto políticos?
A sua Liberdade religiosa, enquanto pessoas, é total e absoluta e ninguém pode questionar ou colocar em causa. Porém, a sua liberdade de manifestação religiosa, enquanto políticos que representam um universo de pessoas que têm toda a Liberdade de outras opções religiosas, pois vivemos num estado laico, não é bem a mesma coisa. 
Há momentos em que determinadas manifestações religiosas podem colidir com a Liberdade religiosa de outras pessoas que os políticos representam.
 
Contudo, não faço disto uma questão decisiva e acredito que, mais do que a legislação, é o bom senso que deve prevalecer, equilibrando sem dramas as regras decorrentes do estatuto de estarmos num Estado não confessional, por um lado, e a preservação da história, dos  costumes e das tradições, por outro. 
A meu ver, a Liberdade, incluindo a religiosa, nunca pode ter um conteúdo negativo. Sou sempre pela possibilidade de expressão, de associação, de ensino, de visibilidade, de diálogo e reconhecimento público e institucional. 
Estas sim, de facto são questões decisivas, não negociáveis, da Liberdade, incluindo a  religiosa. A Liberdade de uns, nunca se pode fazer à custa da liberdade dos outros. 
A história da humanidade já nos ensinou as consequências trágicas dessa visão. No limite, pode conduzir a contornos revanchistas e totalitários.

A laicidade, ou melhor, a laicização - palavra que traduz melhor a ideia de um processo em movimento -, é uma marca comum a todas as sociedades democráticas: significa a autonomização da sociedade em relação à religião, processo através do qual a religião deixa de estruturar a organização social e legal. As diferentes instituições religiosas podem fazer campanha em defesa dos seus valores e ideias, mas não podem ter força legal para os impor. 
A Igreja Católica pode combater contra a Lei do Aborto, ou ser contra os casamentos homossexuais, mas não tem força legal para evitar isso se a maioria do povo, em eleições, assim o decidir.

Nos países predominantemente católicos, como é caso de Portugal, marcados pelo conflito entre o Estado e a Igreja, a laicização foi normalmente imposta por cima, a partir do Estado. Nos países protestantes, onde as igrejas conheceram uma mutação interna profunda, a autonomização da sociedade em relação à religião partiu de baixo, da própria sociedade civil.
A laicização tomou formas diferentes em cada país, em função da sua história, das suas tradições e da sua cultura. Em Portugal, temos um estatuto de separação com cooperação com as diferentes confissões. 
Devia imperar a diversidade e a liberdade religiosa. 
Há países em quem não é assim. Nos EUA, onde moram muitos habitantes da Cova e Gala que para lá emigraram em busca de melhores condições de vida, embora o  sistema seja de clara separação entre o Estado e a Igreja, a religião tem uma forte presença não só na sociedade, mas nos próprios actos públicos. 
Em Portugal, isso seria considerado uma ofensa à laicidade e uma "beatice". Podemos entender esta perspectiva do ponto de vista histórico. Contudo, em minha opinião, isto revela uma visão errada da laicidade, entendida não como a condição de liberdade religiosa, mas como a condição da erradicação da religião. É que, apesar do que se diz em contrário, em certos sectores políticos, a religião continua a ser encarada como "o ópio do povo".
A meu ver, a tomada de posição de Santana Lopes e Jorge Aniceto, não encerra polémica nenhuma, pois são "festeiros" e vão realizar a Festa de São Pedro,  em 2023, enquanto pessoas crentes e devotas e não enquanto políticos.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

A antiga doca da Gala

Hoje, é um espaço de lazer.
A construção da variante, aliada à falta de energia na sua defesa e conservação, ditaram o fim de um dos “ex-libris” da nossa Terra.É certo que nos anos setenta, do século passado, já estava bastante assoreada.Em tempos já distantes, porém, tinha sido um abrigo seguro e profundo, para amarração das grandes lanchas da pesca da sardinha e outras embarcações de menor porte.Ao fundo, está bem visível “a velha casa azul, que se presume ter sido a primeira casa construída com argamassa em toda a zona que actualmente compreende a freguesia de São Pedro”(citação do Livro “Terras do Mar Salgado” do Cap, João Pereira Mano).

terça-feira, 16 de maio de 2006

Mais que demolir e construir, restaurar é estudar e ponderar...


Nos anos de 2000 e 2001, foram realizadas importantes obras na Capela de S. Pedro, para reabilitar o monumento.
O restauro era inadiável e a necessidade de aumentar o espaço para receber todos aqueles que participam activamente na vida cristã era também uma necessidade.
As obras consistiram, basicamente, em deitar abaixo a nave da antiga capela. Aí, foi construída uma nova nave, crescendo esta para os lados e para trás.
Mas...
A Capela de S. Pedro é o monumento mais valioso e emblemático da Cova e Gala e é património colectivo das populações das duas povoações, pois, segundo documentos que o investigador Cova-Galense João Pereira Mano estudou, a Capela de S. Pedro original tinha sido edificada em 1820.
A Cova, em 1820, tinha já cerca de 30 anos de vida. A Gala, como povoado, ainda nem sequer existia, isso só aconteceu 30 anos mais tarde, por volta de 1850.
Claro que a remodelação está concluída há quase 5 anos e a Capela de S. Pedro tem, neste momento, o aspecto que a fotografia mostra.
Para quê, então, falar do tema?
Se hoje trazemos à colação este assunto é, apenas, para lembrar uma coisa que nem sempre é clara: mais que demolir e reconstruir, restaurar deve também ser estudar e ponderar.
Restaurar deve ser valorizar e não, somente, ampliar e modernizar.
Numa Terra jovem como a nossa, onde o Património artístico e monumental é praticamente inexistente, terá de cuidar-se da preservação dos raros vestígios do passado.
Estou a referir-me concretamente às Alminhas, uma pequena edificação de 1917.
Não pretendemos ser a voz dos “velhos do restelo”, saudosistas e caducos.
Todavia, a modernização a todo o custo, obedecendo apenas à lei do camartelo, não nos convence.
A Cova e a Gala têm Alma. Têm Pessoas.
Progresso urbanístico não é, do meu ponto de vista, dotar a Cova e a Gala de caixotes de betão, aqui e ali rasgados por janelas, iguais a tantos por esse País fora.
Progresso urbanístico é, do meu ponto de vista, a procura da harmonia arquitetónica e do bem estar da população e a adaptação das novas estruturas à calma e ao equilíbrio do passado.
Como, por exemplo, aconteceu no final dos anos 80 do século passado, com a construção do edifício sede da Junta de Freguesia de S. Pedro.

domingo, 21 de junho de 2009

Cova-Gala já tem direcção

Realizou-se ontem, pelas 15horas e 30 minutos, na sede do Grupo Desportivo Cova-Gala, na presença de 21 sócios, a Assembleia-Geral Extraordinária convocada pela Comissão Directiva, tendo a seguinte ordem de trabalhos:


1.Eleição de Novos Corpos Gerentes para o biénio 2009/2011.
2. Tratar de Quaisquer Outros Assuntos de Interesse para a Colectividade.


Depois de lida a última acta (nº63) abstiveram-se duas pessoas, Carlos Simão e Nelson Gafanhão alegando a sua abstenção devido ao facto de não estarem presentes no dia 13 de Junho, data da última Assembleia.
Relativamente á eleição dos novos corpos gerentes Fábio Silva recandidatou-se. Tó Samuel destacou a determinação e empenho do presidente do Grupo Desportivo Cova-Gala “ O Fábio andou a semana toda a trabalhar para a nova direcção só assim é possível hoje apresentar esta lista.”
Fábio Silva deixou claro que foi difícil constituir esta nova direcção, contudo, está satisfeito com o resultado “ foi bastante difícil encontrar esta nova direcção, mas arranjou-se pessoas de trabalho e responsáveis, é o que se quer. Só nomes não interessa…”.
Fábio Silva não deixou de parte a possibilidade de ainda surgir algumas alterações na direcção “ ainda pode haver algumas alterações, ou seja, contactei algumas pessoas e pediram-me algum tempo para pensar.”
A nova direcção é constituída por: Presidente - Fábio Silva, Vice-presidente - António Samuel, 1º secretário – Paula Lima, 2º secretário – Rossana Gomes, Tesoureiro - Lurdes Pereira e os vogais, João São Marcos, José Pereira, Nelson Gafanhão, Luís Mano, Milton Gomes, José Pimentel, José Conceição, João Gil e Marina Almeida. A Assembleia Geral é constituída por: Presidente – Luís Pedro, Vice-presidente – João Gomes, secretário - Rute Silva, Vogal – Bruna Espada e Fábio Reis. O conselho Fiscal é presidido por João Camarão, o vice-presidente é o Rui Camarão, e o relator a Daniela Soares.
Outros elementos que irão ajudar o Grupo Desportivo Cova-Gala são o Sr. Pedro Menezes e o José Vidal “ O Sr. Pedro não quis fazer parte da direcção, no entanto, mostrou-se disponível para ajudar esta colectividade, tal como o Vidal.”
Fábio Silva, promete trabalho “ a promessa que faço é que iremos trabalhar, isto é, fazer melhor do que foi feito nestes dois últimos anos, e claro tenho a certeza que vamos ganhar…”
A direcção foi aprovada por unanimidade.
O presidente da Junta de Freguesia Carlos Simão proferiu algumas palavras de apoio e incentivo á nova direcção “ O Cova-Gala tem tido grandes sucessos ao longo do tempo, sendo a sua maior vitória o trabalho contínuo que tem vindo a fazer. O Fábio surpreendeu-me pela positiva, é preciso coragem para assumir as coisas, e ele tem. Os manos Camarão são mais um excelente exemplo de pessoas que se dedicam ao clube. Ao contrário das outras colectividades aqui faz-se algo bom. Aqui é diferente, ou seja, requer-se esforço, dedicação, amor e carinho”
Carlos Simão mostrou-se disponível para dar “uma nova imagem” ao Grupo Desportivo Cova-Gala “ Era muito mau se o Cova-Gala acabasse, a autarquia está ao dispor da colectividade. A nossa função não é estar dentro das colectividades, mas sim apoiá-la. A Junta quer que o Cova-Gala tenha melhores condições, ou seja, uma nova imagem. Contudo planos de fundo é complicado, e não competem só de nós. A questão do campo de relva sintética é um assunto que esta em cima da mesa.”
Rui Camarão, técnico da equipa sénior felicitou a nova direcção. No entanto, mostrou-se consciente das condições que o Cova-Gala tem na prática para elaborar o seu trabalho “ Quero felicitar a nova direcção. A qualidade do trabalho da direcção tem reflexo nos resultados desportivos. O trabalho desta colectividade é incomparável com qualquer outra desta terra. Não aceito, e revolta-me que o Cova-Gala tenha piores condições do que outros clubes, se evoluímos temos de acompanhar essa evolução a todos os níveis. Com estas condições de trabalho julgo ser inédito um clube fazer o que o Cova-Gala faz…”

sábado, 25 de novembro de 2006

Formação do Cova-Gala



Escolas: Cova-Gala 0 Naval“B” 5

Complexo Desportivo do Cabedelo
Árbitro: Pereira


Rui Pedro; Carlos Rafael; João Morgado; Mauro; Carino; Ruben (cap.); Dário; Diogo; Tiago; Afonso e Léo

Treinador: João Cravo e Pedro Nunes


Pedro Mano; Gata; Marcelo; Fábio(cap.); Pedro; Rui; Pedro André; Gonçalo; Raul; Daniel e João

Trinador: Pedro Simões

Resultado ao intervalo: 0 – 3
Resultado final: 0 – 5


Golos: Daniel (8 e 31m), Gonçalo (13m), Fábio (15m) e João (28m)

Infantis:
Quanto aos “Infantis”, jogaram na Figueira da Foz frente à Naval “B”, tendo vencido por 0 – 7.

Marcaram os golos: Paulito (3);Carlos Daniel (2); Zé Pedro (1) e Hugo (1)

(Trabalho de Pedro Cruz)

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Para a história do GRUPO DESPORTIVO COVA-GALA, que hoje completa 40 anos de existência

Fundado a 5 de Outubro de 1977, foi legalizado em 19 de Maio de 1978, tendo  sido gerido por uma Comissão Directiva até 9 de Junho desse mesmo ano.
Nessa noite, em casa emprestada, na sede do Centro Social da Cova e Gala, realizou a sua primeira Assembleia Geral , com a seguinte ordem de trabalhos :
1º - Apresentação de contas ; 2º - Informações ; 3º - Apresentação e aprovação dos Estatutos ; 4º- Eleição dos corpos gerentes .
A única lista apersentada a sufrágio, foi eleita por maioria.
Assembleia Geral: 
Presidente, Carlos Alberto Jesus Lima ; 1º Secretário, António Catulo ; 2º Secretário, Carlos Mano .
Direcção: 
Presidente , José Assunção Afonso Lima ; Vice-Presidente, António Lebre; Secretários , Domingos Casqueira e António Samuel Samuel ; Vogais Alexandre, João Cura e Gafanhão, Suplentes Armando, José Luís Ramos e José Xico.
Conselho Fiscal: 
Presidente, Nelson ; Secretário, Domingos Roda ; Relator, Luís Pereira Mano.

Na foto, de frente, está José Assunção Afonso Lima, 40 anos depois.
Parabéns a todos os que contribuiram, ao longo dos tempos, para a realidade que o GRUPO DESPORTIVO COVA-GALA é hoje.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

JOSÉ ASSUNÇÃO AFONSO LIMA, O ADEPTO DO ANO DO GINÁSIO FIGUEIRENSE

Foto Manuel Correia
Na segunda atribuição deste prémio, criado e regulamentado em 2015, foi escolhido o antigo e valoroso guarda redes de futebol do Ginásio, residente em New Bedford (USA), para onde emigrou na década de oitenta do século passado.
Parabéns ao Zé, meu conterrâneo e um Amigo de sempre.

Nota de rodapé.
O Zé Lima, foi um dos fundadores, e primeiro presidente da Direcção do Grupo Desportivo Cova-Gala.

Legalizado em 19 de Maio passado, tem sido gerido por uma Comissão Directiva.
Realizou em 9 de Junho de 1978, em casa emprestada, na sede do Centro Social da Cova e Gala, a sua primeira Assembleia Geral , com a seguinte ordem de trabalhos :
1º - Apresentação de contas ;
2º - Informações ;
3º - Apresentação e A provação dos Estatutos ;
4º- Eleição dos corpos gerentes .
As contas, foram aprovadas por unanimidade .
Seguiram-se varias informações a perguntas formuladas por diversos sócios .
Os estatutos , depois de discutidos, foram aprovados também por unanimidade .
Logo após, procedeu-se á eleição dos novos Corpos Gerentes, ficando eleita por maioria a única lista apresentada, assim constituída :
Assembleia Geral : Presidente, Carlos Alberto Jesus Lima ; 1º Secretário, António Catulo ; 2º Secretário, Carlos Mano .
Direcção: Presidente, José Lima ; Vice-Presidente, António Lebre; Secretários , Domingos Casqueira e Tó Samuel ; Vogais Alexandre, João Cura e Gafanhão, Suplentes Armando, José Luís Ramos e José Xico.
Conselho Fiscal: Presidente, Nelson ; Secretário, Domingos Roda ; Relator, Luís Pereira Mano.
P.S. -
(Esta postagem foi actualizada às 16 horas).

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Revisitando 2009

Internacional
Cimeira de Copenhaga: o Mundo ficou a saber que, nem mesmo a boa vontade de Barack Obama (Nobel da Paz!..), chega para conseguir gerar os necessários consensos, para que seja real a elaboração de um documento que obrigue todos os países a reduzirem as suas emissões de CO2.
Os perigos do aquecimento global são bem reais. Todavia, a estratégia de alguns países, foi optar por desacreditar os cientistas e credibilizar o palavreado de meia dúzia de criminosos preocupados com a recuperação económica dos seus países, mesmo que isso comprometa a vida das futuras gerações no nosso planeta.
Ficou bem patente na Cimeira de Copenhaga, o poder que as chamadas economias emergentes, sobretudo Índia e China, já detém. Ao invés, ficou também claro, o cada vez menor poder de decisão dos países da UE.

Portugal
A falta de eficácia do Sistema Judicial: Portugal, é um país onde os julgamentos são feitos em praça pública. Em tribunal, porém, são escassos, para não dizer quase inexistentes, os exemplos de "tubarões" julgados e condenados.
A violação constante do segredo de Justiça contribui em muito para o actual descrédito do sistema. Depois, temos o problema da relação próxima entre Justiça, agentes económicos, futebol e classe política, para além, claro, do problema dos advogados que legislam na Assembleia da República, beneficiando os seus escritórios…
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Figueira
A mudança de presidente da câmara: goste-se ou não, a verdade é que, João Ataíde das Neves, não pelo que já fez enquanto Presidente da Câmara (ainda não fez nada de especial), mas, sim, porque contribuiu para apear da autarquia o apodrecido PSD figueirense, o que gerou expectativas de mudança de rumo na politica local, foi a novidade do ano que acabou de findar.
2010, será um ano muito difícil para o juiz e para o seu executivo minoritário. A situação financeira da autarquia figueirense é caótica – mas, isso, todos já o sabíamos.
Nos próximos três anos vamos ver o que João Ataíde das Neves vai conseguir fazer pela Figueira. Mas, 2010, vai ser já muito importante.

Cova-Gala
O nome da nova vila: citando o Livro "Terras do Mar Sagado" do Capitão João Mano - “a 15 de Julho de 1793, o padre cura, Pedro Tomé da Costa regista o baptismo de Luís, filho de Manuel Pereira e Maria dos Santos como nascido na Cova e, assim, oficializa a existência do povoado.”
Agora, fazendo tábua rasa do património natural e histórico dos descendentes dos ilhavenses – os verdadeiros fundadores da Cova, primeiro, e, cerca de 40 depois, da Gala - uma elite político-administrativa quer impor a "verdade absoluta Vila de São Pedro", uma criação oportunista de políticos, de fora e de dentro da Cova-Gala.
Cova-Gala, pelos vistos, para quem, ultrapassando tudo – mesmo os fundamentos que podem elevar uma aldeia ou um povoado a vila, jamais uma freguesia - é um nome largo demais e não fica bem.
Também nesta matéria, 2010 vai ser um ano importante.