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quarta-feira, 22 de maio de 2019

A propósito do agradecimento do Dr. Miguel Mattos Chaves

O Dr. Miguel Mattos Chaves fez um agradecimento público aos participantes na  “TERTÚLIA FIGUEIRENSE”, realizada no passado dia 15 de Maio, em que "estiveram 46 pessoas pessoas, de todas as tendências políticas." Registo o facto do Dr. Miguel Mattos Chaves ter acentuado o seguinte:  "ainda há Figueirenses que se interessam pelas sua Cidade e que não se limitam a dizer mal de tudo e de todos. Pessoas que, independentemente das suas legitimas Tendências Políticas, procuram Soluções para os problemas e questões que afectam o Concelho."
Como é óbvio, agradeço o convite e a oportunidade de falar publicamente de problemas reais do território do nosso concelho. Gostei deste e de todos os debates livres, de preferência com vozes dissonantes. É a falar que a gente se entende. Aceitei porque sou do tempo em que os debates eram proibidos na Figueira. Haja debates e, já agora, que deles saiam algumas ideias.

O areal da praia da Figueira é um problema que remonta à definição da barra da Figueira, tal como ela é hoje, com a construção dos molhes, o que ocorreu no final da década de 50, princípio dos anos 60 do século passado.
Li um dia que "que os homens não aprendem muito com as lições da História. E esta, acaba por ser a mais importante de todas as lições que a História tem para nos ensinar"…
O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado e feito, apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, a que a realidade infelizmente deu razão: a "Barra da Figueira da Foz  é  uma Armadilha Mortal para os Pescadores",  nos últimos anos morreram 11 pessoas. Cerca de 9 anos depois de concluída a obra, a barra  da Figueira, para os barcos de pesca que a demandam, está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada. Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que o mar continua a “engolir” sistema dunar em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa – e por aí adiante até à Nazaré. A meu ver, há uma ideia simples que é preciso ter em conta. Não é a Figueira que se tem de aproximar do mar. É o contrário: é o mar que se tem de aproximar da Figueira. Para isso é preciso retirar a areia a mais que existe na Figueira e distribui-la por onde é necessária: as praias a sul do estuário do Mondego. E tão necessária ela é até à Nazaré. Isto, embora sendo uma ideia simples, não está ainda entendida por quem manda.
O poder autárquico figueirense, com a execução das chamadas obras de requalificação do areal de 2015, demonstrou bem o seu posicionamente nesta questão do que fazer com o areal da praia da Figuiera da Foz... 
E tão avisados que foram...  Manuel Luís Pata, o meu saudoso Amigo, em devido tempo, fartou-se de avisar. Porém, ninguém o ouviu. Temos as consequências...
A Praia da Figueira não é um problema dos que habitam na cidade. É um problema territorial de todo o concelho e mais além.
É positivo o contributo dado aos figueirenses pelos promotores destas Tertúlias: estamos num momento em que é importante "discutir pública e livremente, com todos, os assuntos da Figueira."

terça-feira, 17 de abril de 2018

Lembram-se da situação a sul do quinto molhe?..

Foto António Agostinho
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Hoje, dia 17, cerca das 16 horas fiz os filmes que podem ser vistos clicando aqui, aqui e aqui.
Está uma tarde de sol, não faz vento. Mais a norte, lá pelo Cabedelo, até há quem esteja a inaugurar a época balnear.
A sul do quinto é isto: pouco (muito pouco mesmo...) resta da duna e o mar continua a aproximar-se das casas.

sábado, 15 de abril de 2017

A Figueira vai notar a ausência de Manuel Luís Pata

O Senhor Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, em finais de outubro de 2013, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontrávamos, de uma  empolgante  conversa sobre  o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Gala.
Com o falecimento de Manuel Luís Pata, "o responsável pelos livros que nesta cidade da Foz do Mondego, até hoje, foram publicados sobre a pesca longínqua do bacalhau e sobre os estaleiros da construção naval figueirense", a Figueira ficou mais pobre.

Foi um Homem que nunca abdicou de lutar.
Para além da luta que teve na década de 80 do século passado contra a construção da variante da Gala, do modo como implantada, liderou ou participou em muitas outras batalhas. Quase todas, se não mesmo todas, perdidas.

Em 1998-1999, tentou, sem êxito, salvar da destruição o último dos grandes navios de ferro bacalhoeiros da Figueira da Foz. Juntamente com os capitães locais, Álvaro Abreu da Silva e António Marques Guerra, foi um dos principais dinamizadores do movimento cívico que na Figueira da Foz defendeu o projecto, que foi torpedeado pela administração pública municipal (e, por isso, ingloriamente malogrado), de salvar da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros figueirenses (o antigo "Sotto-Maior", depois chamado "José Cação"), para o transformar numa instalação museológica e assim dar um contributo para a criação do Museu do Mar local. Esse movimento foi lançado e apoiado também com a participação do Centro de Estudos do Mar (CEMAR), mas não conseguiu vencer as resistências que lhe foram movidas.

Conforme recordou Alfredo Pinheiro Marques, "no ano anterior, em 1997, prontificou-se  para ser o primeiro a testemunhar (se fosse necessário) acerca da destruição dos seis  barcos de madeira antigos de pesca, adquiridos pelo erário público para fins museológicos (e estudados pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras) mas que foram destruídos durante uma década no interior do Museu Municipal da Figueira da Foz." 

O projecto de criação do Museu do Mar da Foz do Mondego (o museu, desde sempre, desejado por tantos...) passou a fazer parte do essencial da estratégia do Centro de Estudos do Mar (CEMAR) desde a sua fundação na Figueira da Foz, em Janeiro de 1995: primeiro, apontando-se tal Museu para as antigas instalações da Fábrica de Conservas Cofisa em Buarcos  e, depois, em outros locais na cidade da Foz do Mondego e na sua margem sul (nomeadamente, com a inclusão desse navio, se ele tivesse sido salvo e musealizado, o que não veio a acontecer).
Tal projecto, pelo qual Manuel Luís Pata, no âmbito do CEMAR, lutou até ao fim, foi sempre inviabilizado. Quando um dia existir, se vier a exisitir, a memória e a contribuição de Manuel Luís Pata, terão de ser tidas em conta e ficarem devidamente registadas para memória futura.

Manuel Luís Pata, no decorrer de toda a sua vida, nunca deixou esquecer o antigo e meritório projecto, infelizmente fracassado, do porto oceânico de águas profundas no Cabo Mondego (Buarcos), do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva (1913). Esse projecto, se tivesse sido concretizado, teria dado à região da Figueira da Foz e de Coimbra o futuro que tal região não veio a ter. 
É sobejamente conhecida a sua luta contra o aumento do grande molhe norte do actual pequeno porto fluvial da Figueira da Foz (2006-2008), denunciando o que considerou ser mais um erro histórico que iria avolumar as situações de calamidade visíveis desde há décadas na região da Foz do Mondego, o que, infelizmente, veio a acontecer.
Os mortos na barra da Figueira e a erosão costeira a sul do estuário do Mondego são disso, infelizmente, a prova.

Em 2007, publicou no jornal "A Voz da Figueira" (25.10.2007), um artigo onde denunciava (e se declarou contra) a intenção abstrusa, daqueles que foram responsáveis pelo aumento do molhe norte do porto da Figueira, de colocar lá um "monumento aos figueirenses da epopeia do bacalhau" ("proibo que o meu nome e dos meus familiares falecidos sejam colocados em tal local aberrante" [sic])."
Manuel Luís Pata estava também frontalmente contra as obras na Praia da Figueira, outrora da Claridade, agora  da Calamidade.

Em Setembro de 2016, por ocasião da publicação do seu último livro, foi-lhe atribuída pela Câmara Municipal da sua terra natal, em vida, meritoriamente, a Medalha de Mérito do Município da Figueira da Foz (13.09.2016).
Lamentavelmente, já não viveu o tempo suficiente para a receber.
A Medalha de Mérito Municipal da Figueira da Foz, que lhe foi atribuída pela Câmara Municipal, irá ser entregue à Família do Senhor Manuel Luís Pata no próximo Dia da Cidade da Figueira da Foz, em 24 de Junho de 2017.

Manuel LuísPata vai fazer falta à Figueira.
Depois de tantos milhões gastos, para chegarmos aqui: "Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar"!..
Ouçam mas é quem sabe, por saber de experiência feita:
"... na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, aparece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.
Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - que esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas."

Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

Com as conversas que tive com este Senhor, aprendi muita coisa, nomeadamente que "o mar não gosta de cobardes".  E que "ao mar nunca se vira as costas".
O cuidado, o carinho, a dedicação,a perseverança e o bom gosto com que sempre defendeu a Aldeia, ao recordar a figura de Manuel Luís Pata, enche-me de um sentimento de gratidão para com este enorme covagalense e grande figueirense.
Como ele próprio me disse um dia, já lá vão quase dezasseis anos, “é pena que nem toda a gente entenda que na construção do futuro é necessário guardar a memória”.

Por me ter sido permitido viver esta dádiva, obrigado por tudo Senhor Manuel Luís Pata. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Passear pela praia fora de época é ter a ocasião de reparar em coisas surpreendentes...

Quando me disponho a ter o tempo para mim, detenho-me a olhar o outro lado.
Ver o outro lado,  é ver duas realidades diferentes. É procurar ver e entender o outro lado. Sim, porque há sempre um outro lado...
Imagem retirada da edição de hoje do Diário de Coimbra.
Para ver melhor, basta clicar na em cima da imagem.
Ontem, ao fim da tarde, dei comigo a contemplar, a partir do lado de Buarcos,  a “milagrosa” obra onde se estão gastar (estragar...) mais de 2,1 milhões de euros.
Tirei a foto publicada nesta postagem mais acima.
Ao reparar no computador, fiquei perplexo!..
Vista desta perspectiva, fiquei ainda mais convencido da verdade, na resposta que temos de dar à questão: deve-se aproximar a CIDADE DO MAR, ou o MAR DA CIDADE?
Insisto: a meu ver, devemos procurar a todo o custo aproximar o MAR DA CIDADE, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Quem tomou esta a iniciativa de tentar aproximar a FIGUEIRA DO MAR desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não é esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Olhar, ver e reparar para esta Praia (outrora da Claridade e agora transformada numa calamidade paisagística e ambiental) são conceitos diferentes
Há os que se limitam a olhar sem estar a ver. 
Há outros que chegam a ver sem estar a olhar.
Mas, reparar é outra coisa:  necessita de uma atitude completamente diferente. 
Há um ecletismo de conhecimento que se pode adquirir no reparar, que ultrapassa em muito a visão daqueles que se limitam a olhar e a ver.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar: mais 2,1 milhões gastos em mais um remendo!..

Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!

Manuel Luís Pata

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Temos de respeitar o direito de alguns a serem burros. O problema é que, na Figueira, alguns abusam...

Tantos milhões gastos, para chegarmos aqui: "Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar"!..

Ouçam mas é quem sabe, por saber de experiência feita:

"... na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.
Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas."
Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

terça-feira, 14 de junho de 2016

É só para registar esta vocação para bombeiro, numa cidade de aselhas na condução...

ACIFF pede tolerância aos comerciantes!..
"Neste momento, decorrem obras no areal urbano, na entrada da cidade (EN111) e na Serra da Boa Viagem. Todas elas são aplaudidas pelos figueirenses. Todavia, os comerciantes começam a manifestar ansiedade, receando que a época balnear seja afectada.
Depois de um longo e chuvoso inverno, que também marcou o ritmo das empreitadas, os dias de calor já levam pessoas à praia, mas os concessionários da zona em obras queixam-se da falta de banhistas. Para eles, enquanto os trabalhos decorrerem, a solução que a Câmara da Figueira da Foz encontrou para tentar “aproximar” a cidade do mar está a revelar-se um problema.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

FIGUEIRA DE SEMPRE: "A BATOTA AMENA"

Viajar, é do que conheço de mais gratificante. 
E quando se fala em viagem, podemos simplesmente viajar no tempo, recuar a uma cidade que existiu lá atrás, no tempo, mas que, bem vistas as coisas, continua a Figueira de sempre.
Obviamente, que não vivi o tempo em que foi escrito o texto que publico a seguir, mas sinto que há qualquer coisa da nossa cidade que sempre ficou e permanece, vinda do passado.
Por isso, é da mais elementar justiça, recolher essa parte de nós, lá deixada, e divulgá-la.
Até porque, fisicamente, a Figueira, cidade, tem vindo a perder muito do seu encanto, a que acrescento, qualidade de vida. 
A Figueira é uma construção que os políticos consentiram - e, também, contribuíram ao longo dos anos -  que se viesse a transformar numa catástrofe onde a impiedade, a assimetria e a desconformidade estão a ser levadas ao limite. 
Neste momento, exemplo disso, são os 2 milhões para aproximar a Figueira do Mar e da Praiaquando o que deveria ser feito era  procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Quem tomou esta iniciativa, desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
E o problema da erosão costeira continua a crescer e a agravar-se a sul da barra do Mondego... 

"Mesmo cá de longe eu estou perto; estou a ver o desvairamento com que aí na Figueira se joga a batota, sob as vistas complacentes da autoridade que neste ponto não cumpre a lei nem as determinações superiores. Estou a ver o suspiro de alívio de mesiurs, os batoteiros, donos da nossa encantadora praia, onipotentes senhores, que teem a mão na policia e o administrador do concelho e falam de papo, entricheirados nas casas de vício e de exploração que são os chamados Casino Peninsular e cafés Europa e Hespanhol; suspiro de alívio por julgarem ter-se visto livres de quem lhes põe a calva á mostra, interpretando o sentir de toda a gente honesta e trabalhadora, que vê no jogo um prejuízo para os seus legítimos interesses.
Mas enganam-se os cavalheiros da indústria do jogo. Eu cá estou. (…)
Tivessem as autoridades a noção simples do dever que são obrigadas a cumprir, e há muito que a nossa praia estaria limpa d`esses senhores, que vassouram para a burra dos patrões avaros e rapaces o que a ingenuidade e o vício atiram para cima do tentador pano verde. E limpa também d`esses mesmos patrões que mal sabem ler e escrever, cuja origem e procedência é quasi sempre incerta, mas que passeiam a sua sobranceria, acotovelando com desprezo as pessoas que ganham honradamente a sua vida.
(…)
Fechem-se as batotas! Cumpra-se a lei…"

António Amargo, O Figueirense, 10 de Setembro de 1922, via ÁLBUM FIGUEIRENSE.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Tudo foi dito ao longo dos anos...

Requalificação do areal arranca sem pista de atletismo

Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.
Continuam as obras de merda, enquanto a areia continua a fazer falta a sul...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar

Ao deparar na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.

Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!

Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Também por artigos que pude ler, há quem tenha apreensão em relação à permanência da areia ao longo do tempo. A meu ver com razão.
Este pensamento faz todo o sentido! Mais ano menos ano, mais década menos década a areia vai ter de ser utilizada.
Portanto, a solução para voltarmos a ter um bem indispensável à nossa terra, esse sim que pertence à Figueira, é pegar no projecto do saudoso Eng. Baldaque da Silva e construir o indispensável “Paredão a partir do Cabo Mondego” e dar início à bombagem das areias depositadas na ex-Praia da Claridade, para o molhe sul do Cabedelo, que o mar (sendo soberano) se encarregará de as distribuir para onde entender, porque lhe pertencem!
Parte desta areia, que seria simplesmente uma pequena parte, digamos, poderia e deveria ser utilizada, ou melhor, reposta na praia de Buarcos.

A importância gasta nesta operação (que há muito deveria ter sido feita) não aumentaria a despesa ao Estado, porque essas areias iriam evitar a erosão em várias zonas da orla costeira.
MANUEL LUÍS PATA, o autor deste texto
Na recente intervenção para prevenção da erosão nas dunas, na Figueira, na parte sul da praia da Freguesia de S. Pedro, assim como na Costa de Lavos e Leirosa, andaram envolvidas várias máquinas a transportar milhares de m3 de areia da própria praia, para substituir o que o mar levou!
Isto não é uma solução, mas sim um remendo...
(Que não resulta. Esta areia depositada por meios mecânicos não tem a resistência da areia que lá se encontrava depositada hidraulicamente ao longo de milhares de anos.)

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Trabalhar para a imagem

É na próxima quarta-feira  que “a troika nos vai apresentar a conta”!..
Então como é que Passos conseguiu afirmar, já há dois dias, que “não será preciso cortar salários nem despedir”?..
Recorde-se: Passos rejeitou o PEC IV, mas vai aceitar o que a troika receitar a Portugal…
Como é que este político, que quer ser o próximo primeiro-ministro de Portugal, pode prometer, neste momento, que “não haverá despedimentos, nem cortes de salários”?...
Com o aproximar do próximo 5 de Junho, as coisas começam a ter de definir-se. E Passos,   ao  ver a vida a andar para trás, começa a acusar a pressão...
Certamente por isso, tira coelhos destes da cartola!..
Recorde-se: não era Passos, há pouco tempo atrás, que defendia o despedimento sem justa causa?..
Passos, com estes coelhos que vai tirando avulso da cartola, já me conseguiu tranquilizar: este PSD, se fosse governo, o que neste momento duvido, nada iria alterar ao socratismo vigente.
Eu, por mim, estou esclarecido… O sistema não corre qualquer risco…
Passos e Sócrates, Sócrates e Passos, duas faces da mesma moeda: o essencial é trabalhar para a imagem!..
O até há poucas semanas atrás quase moribundo Sócrates, com estas injecções à borla de Passos, está à beira de ganhar um nova e segunda longa vida política!.. 
Até quando vamos aguentar?..
No próximo mês,  vai haver muitos nervos e muita pressão neste cantinho à beira mar plantado.
Contudo, o povo vai continuar  sereno.
A preocupação e a  luta por uma vida melhor, uma melhor justiça, uma  maior justiça social, para já não falar, pela eleição de políticos  honestos,  não interessa para nada.
Ontem à tarde,  passei pelo Jardim Municipal da Figueira onde decoria a comemoração do 1º de Maio...
Ainda havia  menos gente que nos jogos em casa da Naval!..
"Cada um tem o que merece..."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Câmara da Figueira: voltámos a 2007?..

Sem exageros, como já vimos aqui, numa apreciação realista  verificamos que a proposta do actual vereador socialista Carlos Monteiro, em 2011, para a viabilização da construção do necessário Centro Escolar de São Pedro é, pelo que veio a público, a ressurreição de uma proposta de 2007 do executivo municipal liderado pelo eng. Duarte Silva.
Sabemos que os construtores civis são quem continua verdadeiramente a mandar nas câmaras municipais. Na maioria dos concelhos, não há um único negócio com relevância económica que não passe pelas construtoras e suas associadas...
Mas que diabo, será que na Figueira aconteceu  a necessária mudança política no executivo, para que em 20011, apenas dois anos depois, tudo fique mais ou menos na mesma,  ao ponto de nos aproximar tanto de 2007?..
Recordemos, um post do então vereador socialista João Vaz, publicado em 16.4.2008 no seu blogue O Ambiente na Figueira da Foz.


“Segundo explicação do Executivo Camarário (Duarte Silva, Lídio Lopes, Teresa Machado, José Elísio) a crise financeira da autarquia deve-se ao preço do petróleo, à falta de compradores para terrenos da Câmara enfim, ...à "crise" em geral.
Aposta-se tudo na construção. Mais uma alienação de terreno foi aprovada na freguesia de São Pedro, ali junto à duna primária, numa cota (3,5 metros ?) quase ao nível do mar. O campo de futebol vai ser transformado (ver foto acima) em "equipamentos" para os moradores da zona. O terreno adjacente destina-se a construção urbana.
Zona de risco, aviso eu. O Presidente defende a sua decisão, não lhe parece que passe por ali um Tsunami... Pronto, está tudo dito, e viva o betão para viabilizar as finanças camarárias.
Pergunto eu para onde vamos ? Quem vai comprar tantas casas ? Quem as vai manter ? Que planos estratégicos sustentam o avanço da urbanização do território ?..
Poucas respostas....”


Será que o actual executivo PS, três anos depois, tem mais respostas?..