Via Diário as Beiras
sábado, 28 de dezembro de 2024
Há textos mais difíceis de escrever do que outros...
"...considero que a redação do Expresso cometeu um erro. Não por ter eleito Ruben Amorim, mas por não ter eleito Luís Montenegro."
«Há um ano
poucos acreditavam na sua capacidade
para ganhar as legislativas. E ainda menos acreditavam que conseguisse governar com aparente estabilidade. Passou
um ano e esses receios foram afastados.
O Governo está longe de ser perfeito
(que Governo alguma vez o foi?), mas
sob a liderança de Montenegro travou a
contestação dos polícias, médicos e professores, decidiu o aeroporto, aprovou
o Orçamento e garantiu estabilidade
para mais algum tempo. No plano político não só acantonou o Chega como
travou a sua capacidade de contestação. E, simultaneamente, lançou sobre
o Partido Socialista a sombra de uma
possível crise de liderança. Razões mais
do que suficientes para ser considerado a figura nacio nal do ano. E nem se
trata neste caso de recusar o nome de
Montenegro, já que podiam ter escolhido
António Costa, uma escolha no mínimo
acertada. Contudo, ser contratado para
liderar uma equipa inglesa de futebol
acabou por ser mais importante do que,
por exemplo, ser eleito para liderar o
Conselho Europeu.
Fica aqui a correção possível ao que
considero um lamentável lapso.
Por isso e de forma a reduzir os riscos de
tal voltar a acontecer, lançámos já internamente um processo de discussão para
alteração das regras de eleição das figuras
e acontecimentos do ano. Não porque
Montenegro ou Costa não ganharam,
mas porque num processo semelhante e
também incompreensível, Donald Trump
não foi escolhido como figura internacional do ano. Sabemos que a democracia
direta por vezes não elege os que merecem ganhar. E se não devemos alterar o
resultado, podemos melhorar o processo
para diminuir as hipóteses que o efémero
ganhe ao estrutural.»
Morreu Raul Almeida, presidente do Turismo Centro de Portugal, aos 53 anos
Raul Almeida, passou o Natal em Mira e deslocou-se para uma clínica em Espanha, onde já tinha sido submetido a tratamento este mês e onde tinha esta sexta-feira outro tratamento agendado.
O presidente do Turismo Centro de Portugal tinha 53 anos.
Em declarações à agência Lusa, Artur Fresco, o seu sucessor na Câmara de Mira, afirmou que a morte de
Raul Almeida “foi súbita
e inesperada”, apesar da
doença de que padecia,
razão pela qual se tinha
deslocado a Espanha para
prosseguir um tratamento, agendado para ontem
e que já não foi realizado.
Nascido em Moçambique, em março de 1971,
e residente na freguesia
da Praia de Mira, Raul
Almeida foi eleito presidente da Câmara de
Mira, pelo PSD, em 2013
e reeleito em 2017 e
2021, exercendo funções
até tomar posse como
presidente da Turismo
Centro de Portugal em
2023.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
A vingança justa
Miguel Esteves Cardoso«É
uma espécie de anedota. Os
portugueses descobriram o
mundo, mas levaram muito
tempo, porque os transportes,
não obstante a relativa rapidez
das caravelas, eram muito lentos.
Mal se inventaram os aviões, esses povos
outrora descobertos quiseram vir descobrir o
povo que os descobriu. E eis as nossas ruas
cheias de turistas e imigrantes, vindos das
Áfricas, Américas, Índias e Chinas, mais ou
menos pelos mesmos caminhos que
descobrimos, só que agora por via aérea, sem
perigo e — uma grande vantagem — sem
vontade de nos colonizar, a não ser pelo
turismo.
Acho um piadão ouvir portugueses a
queixarem-se de o cabo da Roca estar cheio
de chineses ou de Cascais estar cheio de
brasileiros, ou de Lisboa estar cheio de
indianos.
Há tantas respostas para isso que um livro não bastaria, mas o título do livro de Ian Sanjay Patel, cujo subtítulo é A imigração e o fim do império, apanha a frase que mais merece ser desdobrada: “We’re here because you were there”, ou “Nós estamos em vossa casa porque vocês estiveram na nossa”. Os caminhos que os portugueses e outros descobriram funcionam para os dois lados. E não só: ir pela primeira vez é que é difícil. Voltar pela primeira vez ainda é difícil, mas é um bocadinho mais fácil. A partir daí, o nosso voltar vai-se tornando cada vez mais fácil, até voltarmos das nossas colónias e esse voltar se tornar no ir de quem colonizámos. Os turistas brasileiros não têm só direito de vir ver como é que gastámos o ouro que lhes roubámos. Nós é que temos de os receber bem, agradecendo o facto de nos terem perdoado. Ninguém gosta de ouvir isto. Ninguém gosta de dívidas. Ninguém gosta que chegue a hora de pagar. Há mais uma coisa em que temos de honrar a memória dos nossos navegantes: na coragem de não sabermos o que nos espera. Pode ser maravilhoso. Pode ser maravilhoso mais uma vez. Pode ser outro descobrimento. Pode ser outra reunião. Mas, desta vez, uma reunião de livre vontade, um descobrimento de amizade.»
Há tantas respostas para isso que um livro não bastaria, mas o título do livro de Ian Sanjay Patel, cujo subtítulo é A imigração e o fim do império, apanha a frase que mais merece ser desdobrada: “We’re here because you were there”, ou “Nós estamos em vossa casa porque vocês estiveram na nossa”. Os caminhos que os portugueses e outros descobriram funcionam para os dois lados. E não só: ir pela primeira vez é que é difícil. Voltar pela primeira vez ainda é difícil, mas é um bocadinho mais fácil. A partir daí, o nosso voltar vai-se tornando cada vez mais fácil, até voltarmos das nossas colónias e esse voltar se tornar no ir de quem colonizámos. Os turistas brasileiros não têm só direito de vir ver como é que gastámos o ouro que lhes roubámos. Nós é que temos de os receber bem, agradecendo o facto de nos terem perdoado. Ninguém gosta de ouvir isto. Ninguém gosta de dívidas. Ninguém gosta que chegue a hora de pagar. Há mais uma coisa em que temos de honrar a memória dos nossos navegantes: na coragem de não sabermos o que nos espera. Pode ser maravilhoso. Pode ser maravilhoso mais uma vez. Pode ser outro descobrimento. Pode ser outra reunião. Mas, desta vez, uma reunião de livre vontade, um descobrimento de amizade.»
Alguma vez houve democracia na Marinha?..
"Almirante Gouveia e Melo liderava com base no medo", acusa Associação Nacional de Sargentos...
Fim de ano na Figueira
Quatro dias de festa e concertos.
Hotelaria prepara-se para taxa total de ocupação.
Nota de rodapé.
Valha-nos São Nicolau da Coca-Cola!
Con tanta luz este ano na Figueira, até o menino Jesus se deve ter sentido incomodado por estar em tão modestas palhas deitado...
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
O sistema funciona?..
Resumo da política figueirense em 26 de Dezembro de 2024.
No PSD: são como os percebes na rocha- todos a procurar agarrar-se, mas os graúdos destacam-se.
No PSD: são como os percebes na rocha- todos a procurar agarrar-se, mas os graúdos destacam-se.
Os pequenos procuram mostrar que existem, mas ninguém lhes liga.
No PS: estão todos, graúdos e pequenos..., embaraçados, aflitos e manietados por uma camisa de 11 varas.
2025 está mesmo a bater à porta. Apesar de haver eleições autárquicas em Setembro, alguém acredita que vá mudar alguma coisa na Figueira?
Na Figueira, tal como no País, gere-se o poder autárquico com o objectivo de ganhar eleições. É o poder pelo poder, sem substância ou projecto. Sempre assim foi nos últimos 50 anos. Já não é em vida que vou assistir à alternativa.
O espectáculo continua a ser uma arma...
Via Diário as Beiras: «Este ano, o município oferece quatro noites de festa de Fim de Ano, na avenida 25 de Abril, com entrada livre. No dia 28, actuam Rui Veloso e os Hangover Band. No dia 29, actua Iolanda. No dia 30, sobem ao palco os HMB. No dia 31, Slow J e o dj Drenchill fazem a festa numa noite longa, com fogo de artifício.»
quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Pai Natal, um vendedor que nunca mais se reforma...
O Pai Natal apareceu pela primeira vez num anúncio da Coca‑Cola em 1920, numa ilustração publicada no The Saturday Evening Post. Com uma aparência séria, o primeiro Pai Natal foi criado pelo ilustrador Thomas Nast. Durante alguns anos a Coca‑Cola utilizou, para as suas diferentes publicidades, desenhos dessa personagem desenvolvidos por outros ilustradores.
Porém, o Pai Natal tal como o conhecemos surgiu em 1931 pela mão do cartoonista Haddon Sundblom, a pedido da D’Arcy, agência de publicidade da Coca‑Cola. O objetivo era criar uma personagem entre o simbólico e o real, a personificação do espírito natalício e a felicidade da Coca‑Cola. Para isso, o ilustrador inspirou-se no poema “A Visit From St. Nicholas”, de Clement Clark Moore.
Baseando-se em São Nicolau, Sundblom criou uma personagem cativante, calorosa e amigável que rapidamente marcou o público e contribuiu para determinar a imagem definitiva do Pai Natal. Sundblom desenhou o Pai Natal para a Coca‑Cola todos os anos até 1964, embora se tenham criado mais peças posteriormente com base no seu trabalho.
Imagem via Jornal de Notícias. Para ver melhor, clicar na imagem.
O valentão
«...o nosso primeiro-ministro, um dom-quixote de espada em riste contra (?) as perceções, que já anda de cara vermelha de tanto fazer músculo. Não vá alguém pensar que é para esconder algum complexo de inferioridade política, ou para compensar o que sabe ser de pouca substância. Fez voz grossa quando prometeu caçar impiedosamente os pirómanos na altura dos incêndios, franziu o sobrolho de xerife em horário nobre para galvanizar o combate contra a sensação de insegurança das pessoas que passam o dia a ver a CMTV e, agora, tem um Governo que está em estágio para porta-voz da PSP.
Neste momento, ainda só instrumentaliza operações pidescas contra imigrantes no Martim Moniz ou missões antivandalismo em bairros periféricos, mas já faltou mais para tirar fotos ao lado de mesas cheias de haxixe, armas brancas e malas de contrafação, mesmo como se fosse o agente Montenegro.
Teria muita piada, não fosse isto uma escalada de propaganda afinada pelo diapasão da extrema-direita, como quem mede “forças” com uma régua. Teria mesmo muita piada, não fosse isto uma forma de agravar as tais perceções, em vez de as desconstruir, legitimando as narrativas xenófobas, sempre com o alvo nas minorias mais desprotegidas. Teria mesmo muita, muita piada, não fosse isto uma forma de reforçar a concorrência que pretendiam vencer, até porque se é possível escolher o original, quem é que quer a mala de contrafação?»
Para ler na totalidade clicar aqui.
Para ler na totalidade clicar aqui.
Bom Dia de Natal
Jorge Moreira da Silva, que não é um esquerdista, escreveu na rede social X que “os Direitos Humanos têm de ser defendidos em todo o lado. Não só nos conflitos distantes mas também na nossa rua”.
Nota de rodapé: ... o actual PSD de Montenegro no governo, nada tem a ver com o PPD/PSD fundado por Sá Carneiro e seguidores da sua prática política que, em teoria, se queria tornar o partido dos que pretendiam transformar a sociedade portuguesa numa sociedade mais livre - politica, economica e socialmente. Dos que recusavam o imobilismo a que o sectarismo ideológico sempre conduz. Dos que compreendiam que o desenvolvimento só é económico para vir a ser social, mas que este sem aquele é uma receita certa para o empobrecimento de todos.terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Uma coligação formal PSD-Chega seria menos grave do que isto
VIA PÚBLIC0. PARA LER MELHOR CLICAR NA IMAGEM
... o actual PSD de Montenegro no governo, nada tem a ver com o PPD/PSD fundado por Sá Carneiro e seguidores da sua prática política que, em teoria, se queria tornar o partido dos que pretendiam transformar a sociedade portuguesa numa sociedade mais livre - politica, economica e socialmente. Dos que recusavam o imobilismo a que o sectarismo ideológico sempre conduz. Dos que compreendiam que o desenvolvimento só é económico para vir a ser social, mas que este sem aquele é uma receita certa para o empobrecimento de todos.
Dívidas de 323 milhões de ex-presidente da Naval estão a seis meses de ser perdoadas
Via Público
"O perdão está em risco devido a suspeitas de que Aprígio Santos escondeu património, o que viola as condições do acordo.
Aprígio Santos, antigo presidente do Clube Naval Primeiro de Maio, da Figueira da Foz, enfrenta suspeitas que podem comprometer o perdão de cerca de 323,7 milhões de euros em dívidas.
A administradora de insolvência investiga a possível ocultação de participações numa empresa em Cabo Verde, a Profitsquare S.A., que detém 74% da sociedade portuguesa Pré-Bloco Anestor Comercial Lda, proprietária de terrenos no Porto avaliados em 12 milhões de euros.
A insolvência de Aprígio Santos foi declarada fortuita em 2022, permitindo-lhe um período de três anos para liquidar obrigações específicas, com vista à exoneração do passivo. No entanto, o empresário é acusado de não ter declarado a sua relação com a Profitsquare, o que pode ser considerado uma violação das condições impostas.
A insolvência de Aprígio Santos foi declarada fortuita em 2022, permitindo-lhe um período de três anos para liquidar obrigações específicas, com vista à exoneração do passivo. No entanto, o empresário é acusado de não ter declarado a sua relação com a Profitsquare, o que pode ser considerado uma violação das condições impostas.
A administradora de insolvência, Ana Maria de Oliveira Silva, procura esclarecer as movimentações financeiras e patrimoniais da empresa cabo-verdiana e os seus acionistas.
Entre os credores de Aprígio Santos estão entidades como a Parvalorem, que reclama 144,5 milhões de euros, o Banco Comercial Português (43,8 milhões) e a Caixa Económica Montepio Geral (40,1 milhões).
Apesar disso, o empresário já garantiu, por meio do seu advogado, Gonçalo Melo Ribeiro, que está a cumprir as obrigações e nega qualquer participação ativa na Profitsquare além do cargo de gerente, relata o Público.
A situação é agravada por disputas judiciais com a ex-mulher de Aprígio Santos, Dolores Sebastião, que alega que o empresário utilizou um “testa de ferro” para transferir quotas da Pré-Bloco de forma irregular, visando evitar a partilha de bens no divórcio. Segundo Dolores, a venda das quotas ocorreu sem o seu conhecimento e sem compensação financeira, envolvendo procurações alegadamente mal utilizadas.
Os terrenos em questão, adquiridos pela Pré-Bloco em 2016 por pouco mais de dois milhões de euros, estão sob disputa judicial há quase sete anos. A decisão sobre a titularidade dos bens poderá impactar a insolvência, uma vez que, caso sejam reconhecidos como ocultados, podem ser apreendidos para liquidação das dívidas.
Com apenas seis meses restantes para o término do período de cessão, qualquer irregularidade pode inviabilizar o perdão das dívidas, forçando Aprígio Santos a responder judicialmente pela ocultação de bens e prolongar o processo de insolvência."
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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