quinta-feira, 7 de março de 2024

Figpesca promoveu protesto: acção juntou cerca de 30 embarcações e várias dezenas de pescadores e armadores

 Via Diário as Beiras

Em Portugal, o debate político pré-eleitoral nunca tinha sido assim...

"«Quantos há?, quem ganhou?, quem perdeu?» Em Portugal, o debate político pré-eleitoral nunca tinha sido assim. Confrontos duelizados e curtos, moderados por jornalistas que deixaram correr toda a imoderação, atropelos e insultos, com perguntas a suportar narrativas pré-existentes em vez de servirem o debate esclarecedor, sempre em busca do espectáculo sensacionalista. Cultura de derby, com intermináveis antevisões de cada «jogo», com flash interviews mal este terminava e a que se seguiam espaços de comentário infindáveis, nos estúdios de todos os canais, todos eles disciplinadores da opinião. Comentadores, jornalistas, editores e directores de media comprazeram-se em dar notas a quem perdeu e quem ganhou, usando de uma linguagem, de um tom e até de uma gestualidade que até há pouco tempo eram próprios das conversas privadas entre amigos. A indistinção entre o pessoal e o público chegou, em Portugal, ao comentário político mediático.

O esvaziamento da política e a sua substituição por debates decalcados dos formatos e lógicas do comentário futebolístico não foi imposto, no período que antecedeu as eleições legislativas de 10 de Março, por um partido da extrema-direita às televisões portuguesas, como alguns gostam de dizer (lembrando as origens da visibilidade pública do seu protagonista). Não foi sequer imposto pelas «redes sociais», tantas vezes criticadas pelos jornalistas como o lugar onde se desenvolvem as lógicas que o jornalismo se orgulharia de recusar. Foi imposto pelas televisões portuguesas, serviço público incluído, a todos cidadãos que nelas procuraram informar-se. Isto é particularmente grave porque é nas televisões que a maioria dos portugueses continua a informar-se, como as audiências destes debates voltaram a mostrar. Enquanto não são ainda visíveis todos os estragos que o sistema mediático está a causar à democracia, importa compreender porque ocorre esta mudança profunda e quem beneficia com ela.

Em contexto de pré-campanha eleitoral, as televisões mantiveram uma das características mais antidemocráticas que há muito caracteriza a sua informação, agora não tanto (por alguns dias) através da exclusão pura e simples de parte do espectro político do espaço televisivo, mas através da sua presença na programação em condições desiguais de visibilidade e através da sua submersão num mar de comentário estreitado, acantonado à direita («se nos debates foi sensível a argumentos de esquerda, os «comentadores» já lhe explicam como estão errados», parecia ser o lema dos espaços de comentário). Essa característica, todos o sabem, é a falta de pluralismo, de um pluralismo que deve ser entendido, como lembrava o jornalista e professor Fernando Correia neste jornal já em 1999, «como uma abordagem isenta e equilibrada dos partidos políticos, mas também das correntes ideológicas, das camadas sociais, das diferentes regiões, etc.» (1).

A falta de pluralismo já existia no tempo em que o negócio dos media assentava na publicidade, sendo mesmo uma peça fundamental do «consenso sedativo» que facilitou a imposição do pensamento único neoliberal numa democracia jovem, que ainda estava a consolidar peças-chave do seu projecto de justiça social (leis laborais, mínimos salariais, Segurança Social, Serviço Nacional de Saúde (SNS), escola pública…). Hoje, a falta de pluralismo persiste, mas com um novo rosto: adaptou-se a um modelo de negócios dos media que, não podendo já contar com as receitas publicitárias para se sustentar, enveredou por um «jornalismo» cada vez mais reduzido a informação-espectáculo, «conteúdos» fragmentários, imediatos, superficiais, emocionais; E nada plurais. O seu objectivo é agora o «dissenso lucrativo» (2), sem sequer reflectir, e muito menos assumir as suas responsabilidades, sobre os danos que esta viragem causa ao Estado de direito democrático e social.

Empurrar todas as dimensões da informação para as lógicas dos duelos de morte, em busca da mobilização de públicos muito polarizados para o «jogo-espectáculo» em que o debate político é transformado, não tem apenas como consequência o esvaziamento da política. Dito de outro modo, este esvaziamento não significa um vazio de escolhas políticas – apesar de favorecer o aparecimento de uma grande quantidade de «indecisos», no pólo oposto dos «mobilizados». Significa antes que a formação e expressão das escolhas políticas é constrangida e redireccionada.

Com efeito, o jogo de «dar notas» aos representantes dos partidos após cada debate permite reforçar uma narrativa, pré-estabelecida, sobre quem deve ou não governar, quem é ou não «realista» e «credível», quem «quer resolver os problemas» e quem «não os resolve apenas por ideologia», quem «quer mais mercado» e quem «quer mais Estado». Não é ainda o jornalismo de «guerras culturais» a que estes processos têm conduzido noutros países, mas é já um compromisso claro com todas as características do neoliberalismo que está disponível para o ultraliberalismo, seja ele mais ou menos autoritário e conservador. Já é uma negação do confronto democrático entre diferentes projectos de sociedade. Como? Começa-se por invisibilizar e ilegitimizar as propostas das esquerdas que contestam esses projectos; a seguir apresenta-se as propostas neoliberais como ideologicamente neutras, sem se ser questionado sobre as escolhas que encerram; e acaba-se a obscurecer o mais possível a verdadeira natureza do projecto neoliberal com uma suposta luta do «mercado» pela «libertação do Estado», quando na verdade o que nele está em causa é que o Estado reconfigure as políticas públicas no sentido de canalizar cada vez mais receita e recursos das missões sociais (serviços públicos, empresas estratégicas…) para interesses privados (estes sim, subsidiodependentes e protegidos do risco).

Esvaziar a política é também nunca questionar as consequências das tais propostas que apresentam como «realistas» e capazes de «solucionar os problemas» – desde os «cheques-cirurgia» e as parcerias público-privadas na saúde até às reduções fiscais e incentivos a proprietários, empregadores e grandes fortunas. «Meter um golo ao socialismo», como afirmam uns, ou «limpar Portugal», como acrescentam outros, implica sempre, nestes projectos (sejam eles mais ou menos autoritários e retrógrados), aprofundar as políticas que acabam nos cortes austeritários, no disparar do desemprego e da emigração (em particular dos jovens), em crises económicas, em transferências acrescidas de rendimentos do trabalho para o capital e dos poderes públicos para os negócios privados. Implica sempre afastar mais as classes populares, e até as classes médias, das suas expectativas de uma vida melhor, de recuperação de poder de compra, de contratos mais estáveis, de serviços públicos mais robustos, de habitação que possa pagar, de transportes públicos e de cultura acessíveis, de uma transição energética e climática justa.

Mas a narrativa repetida por jornalistas e comentadores nos media é que este caminho, destrutivo para a maioria da população, seria afinal «sensato», «realista» – o «único», até. Tudo o mais são esses «indecisos» para os quais «já não há paciência!; precisam mais do quê, de beijinhos?», ouvimo-los dizer. Tudo o mais são essas classes populares que, em vez do sofrimento social que sentem, em vez de olharem para os projectos políticos que os media silenciam, deviam era votar nos liberais-ligeiramente-menos-extremistas e deixar-se de votos «irracionais» ou, noutra versão, «estúpidos». Sem surpresa, transformar o debate político em jogo e espectáculo não conseguiu manter, ao menos, o que de melhor tem, tantas vezes, «a festa do jogo»: ser uma celebração das classes populares, esse território social tão ausente da representação mediática. Não sobrou sequer a compreensão das suas escolhas, das suas incertezas, expectativas e angústias, mas apenas a irritação e o insulto, os intuitos disciplinadores. Para que nada mude para estas classes, a não ser que seja para pior?"

Sandra Monteiro, Neoliberais e media contra AbrilLe Monde diplomatique - edição portuguesa, março de 2023

(1) Fernando Correia, «Concentração “à portuguesa”», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Novembro de 1999.  

(2) A expressão «do consenso sedativo ao dissenso lucrativo» é de Serge Halimi e Pierre Rimbert, em «Um jornalismo de guerras culturais», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Novembro de 2021.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Duvidas havia?...

"Os comentadores políticos nas televisões aumentaram 47% nos últimos oito anos, de 53 para 78, a maioria é de direita e apenas um quarto são mulheres, revela um estudo do MediaLab do ISCTE que será divulgado na quinta-feira. 
Em oito anos, registou-se "um maior predomínio de número de comentadores com posicionamento político à direita" nas televisões, passando de 22 em 2016 para 37 em 2023, concluiu o MediaLab, centro de investigação do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE-IUL) focado na comunicação em espaço público."

 Via Diário de Notícias

Ventura revelou as "forças vivas do PSD"

Videio sacado daqui

Foi fundado a 6 de Março de 1921...

Partido Comunista Português.
"Não há força política em Portugal com maior património de luta contra as direitas, tenham elas a forma que tiverem. São 103 anos a construir futuro".

O voto útil na AD será útil a Ventura

 Carmo Afonso via Jornal Público

«Numa entrevista ao jornalista Hugo Gilberto, na RTP, André Ventura revelou finalmente quais "as forças vivas" do PSD que lhe tinham garantido que haveria acordo com o Chega, depois das eleições, se houver uma maioria à direita.

Nomeou Passos Coelho, Ângelo Correia, Rui Gomes da Silva e Miguel Relvas. Há aqui uma novidade. Na reta final da campanha Ventura decide indicar os nomes  de quem tem vindo a falar sem concretizar. Porquê?

Certamente porque a última semana não lhe correu de feição. Os números das sondagens começaram a descer. O líder do Chega precisa de dizer aos eleitores que o voto no partido vai servir para formar governo e não será um voto perdido.

Reparem que, a partir do momento em que indica nomes, seria muito mais fácil que qualquer um deles o defendesse. Mas todos têm vindo a defender um entendimento com o Chega e Passos Coelho chegou a afirmar que Luís Montenegro fará o que for preciso para formar governo. Não há desmentidos na calha.

A AD prepara assim o melhor de dois mundos.

Por um lado, tem Luís Montenegro na liderança a garantir que não fará acordos com a extrema-direita e que só será primeiro-ministro se ganhar as eleições. Com esta garantia de Montenegro a AD consegue captar os votos daqueles que não querem Ventura no governo. Isto significa que, neste momento, há pessoas que tencionam votar na AD com esse propósito. Há alguma habilidade dos responsáveis de campanha da AD nesta situação, deve ser reconhecido. Aquilo que o PS conseguiu nas últimas eleições, e refiro-me a canalizar os votos d quem não aceita o Chega no arco da governação, pode agora ser conseguido pela AD.

Ma o que acontecerá se Luís Montenegro não ganhar as eleições? Bom, nesse caso tudo é possível e refiro-me à própria saída de cena de Luís Montenegro. Pasos Coelho disse acreditar que, nesse cenário, "Luís" não deixará de formar governo. Mas parece mais provável que seja o próprio Passo Coelho a assumir as rédeas e a fazer as honras da casa.

O que é que isto significa?

Que - quer com uma vitória de Luís Montenegro, quer com a sua derrota - a AD pretende formar governo. Significa também que está a fazer tudo para ganhar as eleições e neste "tudo" incluo a captação dos votos de quem não quer o Chega. Mas esses votos servirão precisamente para fazer acordo com o partido, se os resultados das eleições assim o determinarem. Nessa altura Ventura dirá que nunca escondeu nada e o mesmo dirão todas as vozes  do PSD que já manifestaram abertura para o acordo.

O "Não é não" de Luís Montenegro pode transformar-se num sim. Os eleitores que votam AD não sabem para que servirá o seu voto e têm boas razões para admitir que servirá para fazer uma coligação com o Chega. isto é algo nunca visto. Conquistar o voto dos eleitores garantindo que tem a utilidade de de afastar a extrema-direita da governação e, ao emsmo tempo, ter tudo a postos para se coligarem com a extrema-direita, caso da primeira estratégia não resulte a vitória.

Depois das últimas eleições escrevi sobre o voto útil e os danos que provoca no sistema democrático. Aquela maioria absoluta resultou em grande parte do medo que os portugueses tinham de que Rui Rio se entendesse com o Chega. O PS soube tirar partido da indefinição de Rui Rio. Muitos eleitores que votaram PS não o teriam feito, se tivessem antevisto que estava em causa a obtenção de uma maioria absoluta. Desta vez pode estar em causa uma verdadeira traiçaõ. O voto útil na AD poderá vir a ser útil ao próprio Ventura.

Os barões do PSD e pesos pesados da AD estão muito à vontade. Se a coisa não for lá de uma maneira, acreditam que irá de outra. Fazem declarações inconvenientes e até bizarras.  É o país que é inseguro por causa da imigração, é o amor ao brasão das armas que serve para aferir quem são os verdadeiros portugueses e é o aborto que pode voltar a ser tema. Montenegro relativiza, por um lado e, por outro, diz que não tem importância. Chegou mesmo a afirmar que quem decide as propostas da AD é ele. A verdade é que não tem mão em nada disto. Porque haveria de ter a seguir à eleições?

Sobre propostas não se fala muito. Para mais, os resultados da governação socialista têm-se feito notar: Portugal bem posicionado nas agências de rating, escedente orçamental e crescimento económico acima da média europeia. Estes resulatdos drenam a argumentação habitual ad direita. Sobra é fé no desejo de mudança. E vai valer mesmo tudo para chegar a poder.»

Escassez de lampreia é uma realidade que tem de ser estudada pois está em causa a preservação da espécie

No rio Mondego, onde a pesca de lampreia é uma tradição ancestral, este poderá ser o pior ano de sempre. Penacova cancelou o seu famoso e importante festival para a região por falta de lampreia
Especialista defende proibição da pesca da lampreia devido à escassez. “Deveríamos fechar a pesca. A qualquer animal deve ser dada a oportunidade para se reproduzir.” "A situação piorou. Tem sido uma sucessão de anos maus. 2017, 2019, 2022 e 2023 foram anos maus, motivados pela seca e por outras situações que ainda não se conseguem explicar, visto que há um desconhecimento do que acontece com a espécie no mar, em que pode haver mais mortalidade", disse Pedro Raposo, director do Mare e especialista em peixes anádromos (espécies que, como a lampreia, se reproduzem em água doce, mas que se desenvolvem até à forma adulta no mar).
Por todo o País os festivais de lampreia têm vindo a ser cancelados por falta de matéria prima. Entretanto, segundo uma notícia hoje publicada pelo jornal Diário as Beiras, «a associação Figpesca convocou para esta manhã, com início às 10H00, uma concentração de embarcações no canal principal da zona portuária, junto ao topo Sul da Marina da Figueira da Foz, e de familiares dos pescadores na praça da Europa Aguiar de Carvalho (em frente aos paços do concelho). Esta iniciativa tem por finalidade protestar contra o “regulamento com 34 anos que define regras totalmente desatualizadas”, vinca a associação em nota de imprensa.
O alegado anacronismo do regulamento, frisa a Figpesca, tem originado “uma fiscalização abusiva por parte da Unidade de Controlo Costeiro da GNR”, que “leva ao desagrado e à revolta dos pescadores”. “A direcção da associação Figpesca e os seus associados que desenvolvem a faina no Rio Mondego há muito que vêm alertando a administração e os vários intervenientes que tutelam a pesca no Rio Mondego para as dificuldades socioeconómicas, que aumentam de ano para ano”, sublinha ainda a nota. Este alerta, afiança, repete-se nos últimos 15 meses, em sucessivas reuniões com entidades públicas. Esta estrutura associativa representa armadores e pescadores de pesca artesanal. O tipo de redes utilizado ao abrigo do regulamento para a captura de sável e de lampreia, segundo a Figpesca, está desatualizado, tendo em conta as alterações que entretanto aconteceram no caudal do estuário do Rio Mondego. Em declarações recentes ao Diário as Beiras, o presidente da direcção da Figpesca, Igor Branco, sustenta que a cada vez menor quantidade de lampreias capturadas no estuário do Rio Mondego também se deve ao tamanho das redes que os pescadores são obrigados a utilizar ao abrigo do respectivo regulamento. Por isso, a associação reclama a actualização das normas em vigor há 34 anos, porque, entretanto, o caudal alterou-se.»

Ventura teve mesmo "um amigalhaço" na Câmara da Figueira...

Em comentário deixado numa publicação da minha página do facebook, em que escrevi que "Ventura descaiu-se e deu o nome de alguns históricos do PSD que querem Governo com Chega se PS vencer eleições", Pedro Biscaia deixou este comentario: "Acho que tem outro amigalhaço ali para os lados da foz do Mondego..."

Como sabemos, nesta eleições de Março de 2024, o PSD está a ter o desafio à direita que o PS teve durante os primeiros 25 anos de democracia à sua esquerda...
Parte da explicação para a maioria absoluta que o PS teve em 2022, tem a ver com “o descontentamento com o eleitorado que «deu cabo da geringonça» e com a ameaça do Chega, que assustou o eleitorado de centro”. 
Em 2024, “o PS utilizou esse tema para estigmatizar PSD, exigindo demarcações sucessivas”
O eleitorado português é pouco ancorado politicamente e o PS conseguiu ganhar votos à esquerda e ao centro. Colocar o PSD mais à direita, foi, e é do interesse do PS, tal como já aconteceu ao contrário.
Em Março de 2024, o debate político à direita está sobretudo marcado pelo desafio de dois partidos à hegemonia do PSD. Agora a disputa está à direita, com o Chega e Iniciativa Liberal a morderam os calcacanhares à AD. 
Portanto, constatar que a situação interressava ao PS tem algum fundo de verdade.
Contudo, quem ganhou, pelos vistos, foi o Chega.

Imagem via Diário as Beiras
Mas, voltando à Figueita, recuemos a 15 de Maio de 2020 para lembrar o negócio de conveniência que foi a passagem de André Ventura pela câmara da Figueira, era presidente da autarquia Carlos Monteiro. O que terá levado André Ventura, a vir à Figueira encontrar-se com um obscuro e nada mediático autarca do Partido Socialista?
Como escrevemos na altura, "Carlos Monteiro e André Ventura têm uma coisa em comum: ambos, são populistas. 
O populismo ignorante da narrativa do Chega tem um desiderato: captar o voto de leigos, instrumentalizando questões de forte carga emocional – como o tema «ciganos», por exemplo –, enquanto o seu verdadeiro programa ia sendo semeado: ir preparando a privatização dos sectores que mais falta fazem, no dia a dia, ao cidadão português
Por sua vez, Carlos Monteiro queria manter-se como presidente de câmara, depois de lá ter chegado por sucessão."

Possivelmente, nenhum destes factos foi relevante para o eleitor inveterado e clubístico do André Ventura ou de Carlos Monteiro. Contudo, ficou o alerta para os outros: podemos não gostar do estado do país ou do concelho em que vivemos, mas acreditem, tanto o país como o concelho, podem ficar bem pior.
Em Maio de 2020, a audiência de Carlos Monteiro a André Ventura, a meu ver, do ponto de vista político, serviu a ambos. A André Ventura deu jeito e credibilidade ser recebido por um autarca do Partido Socialista. A direita do PS figueirense, deu um contributo para a divisão dos votos à direita da direita do PS... O que não era desfavorável à direita do PS local... E o que também não era muito difícil: a direita da direita do PS, na Figueira, não estava dividida, estava esfrangalhada e pulverizada...
O que, politcamente, pensava Monteiro, lhe daria um enorme jeito para as suas aspirações políticas...
Foi o que se viu em Setembro de 2021.

No tempo em que a nível oficial ninguém lhe passava cartuxo, Ventura teve mesmo "um amigalhaço" na Câmara da Figueira...
Quanto ao crescimento eleitoral de André Ventura: "muito fez pelo Chega o atraso no julgamento de José Sócrates"...

terça-feira, 5 de março de 2024

Se houver lampreia

 

Via Diário as Beiras

Centenário de Mário Soares continua a ser evocado na Figueira

Via Diário as Beiras

Figueira Champions Casino Figueira regressa em 2025 com uma novidade: um contra-relógio nocturno

«Rui Ramos Lopes, o director de prova de ciclismo Figueira Champions Casino Figueira, salientou na BTL (que hoje termina em Lisboa), que “tivemos dos comissários uma avaliação altamente positiva” e que “está garantida a edição de 2025”.

A prova profissional - world tour - será dia 9 de fevereiro, sendo a vertente amadora realizada um dia antes.
Para 2025 há já uma novidade, segundo revela Rui Ramos Lopes: “dia 8 vamos ter um conta-relógio nocturno, na marginal. É uma novidade a nível mundial, só na Figueira se pode ter um contra-relógio com esta beleza da praia”.
A Figueira Champions Casino Figueira é organizada pelo Município da Figueira da Foz e pelo clube desportivo Fullracing, com a chancela da UCI (Union Cycliste Internationale) e Federação Portuguesa de Ciclismo.»

Para ver e ouvir as declarações de Rui Ramos Lopes clicar aqui.

Vespa velutina uma ameaça que tem de ser de ser combatida

 Via Diário as Beiras

Sapadores da Figuiera da Foz reforça recursos humanos

 Via Diário as Beiras

Deem-lhe força deem e depois digam que "o toucinho tem bicho"...

Ventura descaiu-se e deu o nome de alguns históricos do PSD que querem Governo com Chega se PS vencer eleições.

Ontem "André Ventura insistiu que, mesmo que o Partido Socialista vença as eleições, o Chega e a Aliança Democrática vão coligar-se para governar Portugal. Em entrevista à RTP revela, pela primeira vez, quem são as forças vivas do Partido Social Democrata que garantem esse entendimento. Fala em Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas e Ângelo Correia"...

O Passos Coelho, das "gorduras do Estado", da "subsidiodependência" e da "peste grisalha".  E o Ângelo Correia que em 24 de Outubro de 2011 aceitava o «"corte de 14% nas subvenções vitalícias de ex-políticos que trabalhem no sector privado" mas não a eliminação da sua sbvenção vitalícia, por se tratar de um "direito adquirido"

«É o que vos espera, todos os direitos são adquiridos mas há mais direitos adquiridos que direitos adquiridos na "limpeza de Portugal"

PCP, o partido do Trabant ou das formigas?

Uma crónica de Adriano Miranda, no jornal Público.

«Na terra de José Saramago, na Azinhaga, a noite era de frio. À luz dos candeeiros e sem holofotes mediáticos, na rua de casario térreo e modesto, João Oliveira e Bernardino Soares olhavam os imigrantes nos olhos. Parecia a velha praça da jorna cheia de explorados, ou os romances de luta de Manuel Tiago e Soeiro Pereira Gomes. Bernardino Soares falava em inglês e a plateia sentada em velhas cadeiras de sala ouvia atentamente. As palmas romperam efusivamente quando Bernardino disse a coisa mais simples deste mundo – “todos têm direito a uma vida melhor.” E é nesta simplicidade que o PCP conta. 
 O PCP é em quase tudo um partido diferente de todos os outros. Por isso, é quase sempre tão difícil de compreender. Cada vez mais. Numa época da “política de plástico”, os comunistas portugueses não se conseguem encaixar. São teimosos em afirmar a política pela nobreza da política. Uma arte e uma ciência ao serviço das pessoas. Cortam a direito. Não ficam em cima do muro. Ficam muitas vezes mal na fotografia. São incorruptíveis. Cumprem a palavra dada. Comunicam como se todos os portugueses tivessem lido o Capital de Karl Marx. Fica sempre a sensação de que estão fora de tempo. Não nos interrogamos – não há tempo para isso – se é este realmente o tempo que nós queremos e merecemos enquanto sociedade colectiva. Quem terá razão? Os teimosos comunistas portugueses ou os vendedores de ilusões?»

segunda-feira, 4 de março de 2024

Deem-lhes força que até privatizam o ar que respiramos...

 

Pedro Arroja, no Jornal Público

PSD...

Partido das Surpresas Desagradáveis

"
O cenário macroeconómico da AD revela o ilusionismo que está em causa. Face às incertezas à escala internacional, a coligação de direita não se coíbe de prever, tal como a IL e o Chega, um crescimento da economia irrealista, que mais ninguém perspetiva, à boleia de medidas comprovadamente ineficazes. São, uma vez mais, contas à moda da PAF, apostadas num efeito miraculoso do «choque fiscal» que tudo pagaria, mas que só serve para distribuir recursos para os de cima, agravando as desigualdades e gerando recessão. Para depois, lá está, virem as surpresas desagradáveis."
Ainda não perceberam que "não é por acaso que Montenegro se recusa dizer o que fará a seguir às eleições, nomeadamente num cenário de vitória do PS, sem maioria à esquerda. E não dizendo, porque viabilizar um governo minoritário do PS significaria prescindir da maioria de direita, acaba por dizer: constituir-se-á certamente, com Montenegro ou sem ele, um governo maioritário à direita, com Chega incluído. A surpesa mais desagradável, reservada para quem ainda não percebeu o silêncio de Montenegro, se não houver maioria de esquerda. Mas vai haver maioria da esquerda, felizmente."
Só temos que estar gratos a Paúlo Núncio e a Passos Coellho: "tudo além da troika. O que era cinicamente apresentado como uma imposição externa, ao abrigo da fraude intelectual da bancarrota (para esconder o colapso do sistema financeiro global e a inação do BCE, verdadeiras causas da crise nacional), rapidamente foi assumido como desígnio da governação: «ir além da troika» na saúde, na educação e nas pensões (em que os cortes passariam aliás a ser permanentes, assim o Tribunal Constitucional o tivesse permitido). Tudo à socapa e ao arrepio do prometido, como se fosse uma inevitabilidade. Não era."

Demonstração de força da CDU nas ruas de Lisboa

O desfile da CDU em Lisboa teve este domingo milhares de pessoas na Baixa. 
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PCP detacou a grande mobilização e o crescimento até às eleições legislativas de dia 10.
"Esta é mais uma grande demonstração de força. Começámos a campanha com um grandioso comício no Porto e hoje estão as ruas cheias em Lisboa. Tenho dito que a CDU está a crescer, está a alargar. Dúvidas houvesse, está aqui a demonstração clara disso", afirmou Paulo Raimundo, à frente da arruada com destino ao Rossio, onde decorreu o comício de ontem. 
Marcaram presença os antigos líderes comunistas Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas. 
Paulo Raimundo considerou que o partido está a construir o resultado diariamente. “Hoje, estão aqui estes largos milhares, mas por esse país fora estão outros largos milhares a falar com toda a gente, a esclarecer, a mobilizar. E nós vamos conseguir não só alargar e crescer, como diminuir essa percentagem de indecisos para o nosso lado”.