sábado, 24 de fevereiro de 2024

Investimento de 25 milhões de euros vai criar 80 postos de trabalho

Via Diário as Beiras

«O Grupo DST, com sede em Braga, vai investir 25 milhões de euros numa fábrica de construção modular em betão na Zona Industrial da Figueira da Foz, numa área de 20 mil metros quadrados. O contrato-promessa de compra e venda de 21 lotes, que custam 1,2 milhões de euros, entre a empresa nortenha e o Município da Figueira da Foz foi assinado ontem, na Casa do Paço. A escolha da Figueira da Foz para este investimento teve em conta a sua localização e as acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e, sobretudo, portuárias e o facto de ter lotes industriais disponíveis. A construção da fábrica, segundo adiantou o presidente do conselho de administração do grupo empresarial, José Gonçalves Teixeira, deverá arrancar até ao final do ano, tendo um prazo de execução de seis meses. O empresário adiantou ainda que a fábrica vai ser equipada com uma impressora 3D e Inteligência Artificial (IA). Ora, isso significa que será uma unidade industrial robotizada, o que equivale a ter um quadro de pessoal mais reduzido do que uma unidade industrial “analógica”. Mas serão trabalhadores altamente especializados, num total de 80. José Gonçalves Teixeira afiançou que, através da IA, a Agenda Mobilizadora do Plano de Recuperação e Resiliência para a construção modular, com que o grupo foi contemplado, “vai criar novas profissões”. A IA, sustentou o gestor, “não vai acabar com o trabalho, vai fazer nascer outras profissões”

A frase da noite no debate com todos: Raimundo para Ventura - “Eu sei que é falso, é sempre falso!”

 Helena Pereira no Público

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

É um trabalho chato, mas tem de ser feito

«A mim, enquanto português, não me é indiferente saber se José Sócrates é culpado ou inocente. E quando digo saber, é mesmo isso: não me basta ter uma ideia, uma percepção, uma presunção, uma preferência. Eu quero saber qual das duas coisas é verdade: se tivemos um primeiro-ministro que, como sustenta a acusação pública, foi corrupto até à medula ou se, pelo contrário, foi e continua a ser alvo de um procedimento judicial fundado justamente em presunções e não em factos. A menos que estivesse disposto a aceitar, desde já, a conclusão tirada pelo director do “Público”, David Pontes, quando escreveu que “a presunção de inocência continua a valer, mesmo que as fracas justificações de José Sócrates há muito tenham levado a maioria dos portugueses a tirar as devidas conclusões sobre a sua conduta”. Há muito e as devidas conclusões? Desde quando e com base em quê? Acaso a “maioria dos portugueses” e o próprio David Pontes se deram ao trabalho de ler com atenção e espírito isento as 4083 páginas da acusação do Ministério Público (MP), as 6728 páginas da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa e agora as 683 páginas do acórdão da Relação sobre o recurso do MP dessa decisão? É um trabalho muito chato, eu sei, mas acham que é possível tirar “as devidas conclusões” sem o fazer? Se sim, então para que será necessário também um julgamento? Bom, eu dei-me a esse trabalho (saltando os longos e repetidos copy paste), porque, como disse, a conclusão não me é indiferente enquanto cidadão e só será séria se informada. De tudo o que li e ouvi ao longo destes 10 anos tirei algumas conclusões que me parecem pacíficas:

— Durante três anos, de 2011 a 2014, José Sócrates (J.S.) viveu, e largamente, à conta de um amigo, Carlos Santos Silva (C.S.S.), que lhe pagou todas as despesas pessoais, incluindo aquelas de outras quatro ou cinco pessoas a quem ele, por sua vez, ajudava a sustentar;

— Mas se viver por conta, especialmente um ex-PM, não será propriamente glorioso, também não é crime. E tanto J.S. como C.S.S. admitiram que o primeiro vivia dos empréstimos do segundo, que, pelas contas deles, terão somado entre meio milhão e 1,1 milhões de euros — ou 4.733.691,30 euros, segundo a acusação;

— Porém, diz o MP, isto só foi possível porque o dinheiro, que provinha de contas de C.S.S. na Suíça, não era dele, mas sim de J.S., e adquirido devido a corrupção;

— Disto — de uma e outra coisa — não existe qualquer prova directa no processo, sustentando o MP, e agora também o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), que tal não é necessário, bastando a prova por deduções, suposições ou presunções, pois que, como foi escrito a certa altura, “quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem”. Salvo melhor opinião, tal não me parece nem suficiente nem recomendável como prática de incriminação criminal: se eu for apanhado a comer caviar no Gambrinus, isso não significa que tenha acabado de assaltar um banco. Sócrates começou a ser investigado muito antes de ser preso; esteve detido preventivamente 10 meses; o inquérito demorou cinco anos e foram interrogadas dezenas de pessoas, feitas inúmeras buscas, centenas de apreensões, horas incontáveis de escutas telefónicas e inumeráveis outras diligências envolvendo uma quantidade imensa de procuradores e inspectores: é difícil convencer um tribunal sem pré-juízos de que, face à magnitude de meios da investigação envolvidos e à gravidade da acusação — Sócrates corrompido pelo Grupo Lena, por Vale do Lobo e pelo GES —, não haja para apresentar como prova do que se imputa um só testemunho, uma escuta, um e-mail, um documento, um papel, uma fotografia, uma transferência bancária, o relato de um encontro, uma conversa. Nada.»

Miguel Sousa Tavares

“Mar Maior”, documentário da RTP1, mais uma vez no CAE

“Mar Maior”, documentário da da RTP1, tem apresentação agendada para o dia 2 março, pelas 16H00, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. A entrada é grátis, sujeita ao levantamento prévio na bilheteira do equipamento municipal.
«Mar Maior», um documentário de Rui Bela & Senos da Fonseca, é uma jornada cinematográfica emocionante, que mergulha na história e na cultura da pesca à linha do bacalhau, destacando a dedicação e a coragem dos pescadores portugueses que enfrentavam os desafios de uma actividade extremamente dura e perigosa. Mergulha nas profundezas dos mares da Terra Nova e da Gronelândia retratando a fascinante tradição da pesca à linha do bacalhau, mantida pelos pescadores portugueses ao longo de cinco séculos de história, bem como as relações entre portugueses e canadianos e ainda a construção naval em madeira. São revelados alguns dos segredos da pesca, plasmando a luta quotidiana dos pescadores enquanto embarcavam nos seus frágeis dóris, nas suas jornadas extremamente perigosas, em busca do cobiçado bacalhau, e a imponência dos famosos lugres bacalhoeiros concebidos por afamados mestres construtores navais portugueses.
Esta obra pretende ser um tributo não apenas à pesca à linha do bacalhau, mas também ao espírito de perseverança e resiliência dos pescadores portugueses, que enfrentavam tempestades e condições adversas, mantendo viva uma tradição secular. Tem testemunhos do pescador figueirense Adelino Agostinho, gravados no Núcleo Museológico do Mar.

"HOMEM DO FUTEBOL E DE OUTRAS COISAS BONITAS"

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

PSP diz que tiros denunciados por Chega em Famalicão eram rateres de mota!..

"O presidente do Chega denunciou esta quarta-feira que a caravana do partido foi recebida por tiros em Vila Nova de Famalicão (Braga), mas a PSP esclareceu que os sons eram 'rateres' produzidos por um motociclo" integrado na comitiva"
!..
Pelos vistos, o Chega é uma comédia... 
Qual seráo screech que se segue?
A vitimização do Ventura já começa a ser pueril e ridículca: por tudo e por mais alguma coisa, são os ciganos,
são os imigrantes, são os jornalistas, é vitimai de ameaças e até o interrompem nos debates em que participa...

Unidade industrial de prefabricados em betão armado adquiriu 21 lotes, por cerca de 1,2 milhões de euros

 Via Diário as Beiras

Junta de Buarcos e São Julião decidiu mudar o tema da Feira Medieval Infante D. Pedro, que se realizava junto ao Forte de Santa Catarina, passando a ser um evento dedicado às invasões francesas

Via Diário as Beiras

"A Junta de Buarcos e São Julião decidiu mudar o tema da Feira Medieval Infante D. Pedro, que se realizava junto ao Forte de Santa Catarina, passando a ser um evento dedicado às invasões francesas. Por outro lado, o evento muda-se, já nesta edição, de 28 a 31 de março, para a praça João Ataíde, mantendo-se na zona de influência urbanística do antigo forte militar.

O Festival Pirata, que até agora se realizava no topo Sul das muralhas de Buarcos, por sua vez, muda-se para o topo Norte, na Tamargueira."

Tenham calma que o Gonçalo da Câmara Pereira ainda vai entrar na campanha

Gonçalo da Câmara Pereira anuncia que vai entrar na campanha da AD. 

Embora seja líder do PPM, um dos três partidos que compõem a Aliança Democrática, tem andado ausente da pré-campanha eleitoral. Ontem, porém, o líder do  PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, reapareceu na CNN e assumiu não ter gostado do lugar de pouco destaque que lhe calhou nas listas de candidatos a deputados. E recusou que seja preciso “andar de mão dada” com Luís Montenegro. "Andar de mão dada ando com a minha mulher" disse o líder do PPM. "Chamam-me machista porque sou bom ator. Também me chamaram rei Eduardo IV por causa de uma peça de Shakespeare"Sobre o caso de suspeitas de corrupção na Madeira, afirma assim: "Sobre corrupção não me meto nisso porque acho que coiso".

Quando é que se começa a prever aquilo que era previsívil há muito?

Falta de lampreia obriga Câmara de Penacova a cancelar festival


A Câmara de Penacova decidiu cancelar o Festival da Lampreiaevento que normalmente decorria em fevereiro, face à escassez daquele peixe. O presidente do município, disse que vai organizar um colóquio para debater o declínio da espécie em Portugal. 
O Festival da Lampreia, que normalmente decorria no final do mês, foi cancelado devido à falta de lampreia, disse aos jornais Álvaro Coimbra, referindo que o período para a lampreia vai até abril, mas não se prevê que haja uma grande alteração face ao cenário atual. 
Em 2022, o município foi obrigado a suspender o festival também face à escassez daquela espécie que se reproduz no rio Mondego, tendo depois realizado o certame em abril. “Um evento gastronómico pressupõe abundância e, neste momento, a lampreia é pouca e muito cara”, aclarou o autarca. 
Por aquele concelho ser conhecido como uma referência na confeção da lampreia, Álvaro Coimbra decidiu avançar com um colóquio para abordar o declínio da espécie no território português, num evento que terá também como intenção exigir medidas para que o atual cenário seja revertido. Organizado pela Câmara de Penacova e pela Confraria da Lampreia de Penacova, em colaboração com o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, o colóquio irá decorrer no sábado, no auditório municipal. “Tendo em conta que somos conhecidos como a capital da lampreia, tínhamos de fazer alguma coisa e convidar a comunidade científica para debater esta questão”, referiu Álvaro Coimbra. Segundo o presidente da Câmara de Penacova, serão também convidadas “uma série de entidades públicas ligadas ao setor”, a quem serão apresentadas propostas de medidas para assegurar a preservação da espécie nos rios portugueses. 
Álvaro Coimbra admitiu a possibilidade de se proibir a pesca da lampreia, salientando que, para o município, “em primeiro lugar, está a preservação da espécie”O director do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare) defende a proibição da pesca da lampreia, para garantir a recuperação de uma espécie que escasseia cada vez mais nos rios portugueses. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Obras de remodelação do antigo hotel Mercure estão embargadas

Via Diário as Beiras: "A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) mandou embargar as obras de remodelação do antigo hotel Mercure, entretanto rebatizado com o nome Hotel Vila Galé Collection Figueira da Foz. O Município da Figueira da Foz, na semana passada, dando provimento legal ao pedido, embargou os trabalhos. A unidade hoteleira está classificada como imóvel de interesse público desde 2002."


“Sensação de sequestro” e ameaças na manifestação de polícias no Capitólio

«A forma como a manifestação se deslocou para um local que não tinha sido previamente comunicado à PSP e à Câmara de Lisboa, levou o diretor nacional da PSP a decretar a abertura de um inquérito interno e a enviar um auto de notícia ao Ministério Público, “tendo em conta o eventual envolvimento de polícias da PSP nesta ação não comunicada” – como explica uma nota enviada às redações.

Na edição de hoje do Diário de Notícias pode ler-se na primeira página: jornalistas, políticos e comentadores contam como foram insultados e ameaçados por elementos das forças de segurança que protestavam à porta do Teatro Capitólio, momentos antes de começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.

Dois exemplos: «Quando Pedro Marques Lopes saiu do Capitólio, a manifestação de polícias já tinha tomado conta do espaço em torno do teatro onde ia começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro. O comentador da SIC teve de atravessar a multidão de manifestantes, enquanto ouvia insultos. “És uma vergonha, filho da puta”. A certa altura, alguém encostou uma vuvuzela ao seu ouvido. O som deixou-o atordoado. “Toda a cena foi absolutamente inqualificável”, diz ao DN.

“Filha da puta, hás-de pousar, cabrão”. Foi este tipo de insultos que José Eduardo Martins, outro comentador SIC, ouviu “entredentes” enquanto avançava pela multidão. “A sensação era a de que estava no meio de uma manifestação de motards, de Hell’s Angels. Se não me tivessem dito que eram polícias, eu confesso que não adivinhava”, comenta ao DN, explicando que não sentiu medo, mas a situação “foi desconfortável”.
 
Os relatos de Marques Lopes e José Eduardo Martins são idênticos a vários outros ouvidos pelo DN, nos quais outros jornalistas e comentadores, que não quiseram ser identificados, contam como foram alvo de insultos, provocações e tentativas de intimidação, enquanto tentavam sair do Parque Mayer, onde tinham estado nas emissões especiais que antecederam o debate televisivo entre os líderes da AD e do PS.»


Na mesma edição João Pedro Hnriques, numa crónica a que deu o título de "Esta polícia não é a minha. Um certo cheiro a golpismo no ar", escreve a determinado ponto.
"O extraordinário nisto tudo é o comportamento da direita e da extrema-direita. Comecemos por esta: gostava de saber o que pensam os ideólogos do Chega - como Jaime Nogueira Pinto ou Diogo Pacheco de Amorim  - quando veem André Ventura a colar-se ao PCP e defender o direito à greve dos polícias.

É natural que o Chega queira ter os polícias todos do seu lado: é sempre melhor sermos apoiados porque quem tem uma pistola do que por quem não tem. Mas que agora vá ao ponto de pôr em causa o respeito da direita por princípios sacrossantos como autoridade do Estado ou Lei ou Ordem - aí já se torna deveras estranho.  Se há ideia agradável para a bandidagem é esta: a dos polícias poderem fazer greve. Agradeçam ao líder do Chega.

Mas tão estranho como isto é o comportamento de Luís Montenegro. No tempo de Cavaco, seria absolutamente impensável que uma manifestação ilegal de polícias não fosse objeto de, pelo menos, dura censura, ou até mesmo repressão à bruta, como se viu em 1989, no episódio dos “secos & molhados”. Esteve bem Pedro Nuno Santos quando disse que não negoceia “sob coação”. Mas esteve péssimo Montenegro ao não dizer o mesmo.

Pessoalmente, não me surpreende que Ventura se comporte como um demagogo irresponsável, que promete tudo a todos, determinado apenas pela necessidade de captar votos em todo o lado. Mas já de Montenegro se esperaria outro comportamento, que no mínimo seguisse os pergaminhos do centro-direita e da direita que historicamente representa."

POBREZA

No país do excedente e dos lucros, 10% dos trabalhadores está em risco de pobreza

"Há quem chame «almofada financeira» ao excedente orçamental e Fernando Medina chegou a afirmar que seria «um erro gastar o excedente com a reivindicação do momento». A forma de alcançar tal feito foi simples, manteve-se tudo o que era entrada da receita e não se executou aquilo que era para executar. A táctica, apesar de ilusória, vende bem manchetes, mas esconde o rasto de problemas crónicos que necessitam de respostas.

Segundo as contas apresentadas, o Estado fechou o ano de 2023 com excedente orçamental de 4,33 mil milhões de euros. A título de exemplo, segundo a Fenprof, uma vez que desde 2018, ano do descongelamento da carreira, até agora aposentaram-se quase 12000 professores e também vários milhares com mais tempo de serviço atingiram os dois escalões de topo, a recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo de serviço custaria menos de 300 milhões.

Num outro exemplo, e até segundo as contas do próprio Governo, os custos de aplicar aos elementos das forças de segurança (PSP e GNR) o suplemento atribuído à Polícia Judiciária teria um custo de cerca de 154 milhões de euros. A margem continuaria grande para manter o tal excedente orçamental. 

As contas poderiam continuar a ser feitas, mas o contraste mais brutal passa pelos dados do INE divulgados hoje no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) realizado entre 2022 e 2023. Segundo os mesmos, 10% da população empregada está em risco de pobreza, assim como quase metade dos desempregados portugueses (46,7%).

Numa análise mais global, 17,0% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2022, o que quer dizer que a taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendeu, em 2022, a 46,7%, significativamente superior à da população empregada, que foi de 10,0%. Já para a população reformada, a taxa de risco de pobreza situou-se nos 15,4% e para as restantes pessoas inativas foi de 31,2%.  

Pode ler-se ainda nas conclusões do inquérito que «entre os trabalhadores por conta de outrem, a pobreza afectou menos os indivíduos empregados no sector público: 3,9% contra 9,7%, no sector privado». Apesar disto, o Estado poderia aumentar o Salário Mínimo Nacional, utilizando o sector público para alavancar o sector privado.  

Neste último elemento deve ter-se ainda em conta que em 2022, as empresas cotadas do PSI aumentaram os lucros em 1,2 mil milhões (46%) para 4,7 mil milhões de euros, dos quais mais de metade pertence à Galp, EDP e EDP Renováveis. Já para 2023, segundo o Jornal de Negócios em Janeiro deste ano, previa-se que as tais cotadas do PSI deveriam aumentar os seus lucros em 20%. 

Importa ainda referir que, segundo os dados de 2021, os 14 presidentes executivos do PSI (a bolsa portuguesa era composta por 15 empresas, mas a EDP Renováveis e a EDP partilham o mesmo CEO, Miguel Stilwell de Andrade) receberam 15,5 milhões de euros brutos, sendo que mais de metade desta despesa foi feita por seis empresas, que remuneraram cada CEO com mais de um milhão de euros brutos. A lista dos mais bem pagos é liderada, precisamente, por Miguel Stilwell de Andrade que teve uma remuneração bruta de 1,85 milhões de euros.

A todos estes dados não podem faltar os lucros da banca. Só em 2023, os três bancos portugueses registaram lucros recorde, e um quarto esteve perto de o fazer. O Novo Banco, o Santander, o BPI e o Montepio, juntos, apresentaram lucros de quase 1,6 mil milhões de euros. Já o Santander teve uma subida de 57% face ao ano anterior. O banco registou 894,6 milhões de euros em lucro em 2023 – o maior valor desde que o banco chegou a Portugal. Em 2022, o banco teve um resultado líquido de 568,5 milhões de euros."

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Ponte Lares/Alqueidão: (“a ser feita”) a travessia entre Alqueidão e Vila Verde retomará o projeto inicial, da responsabilidade da CIM-RC (II)

Dezembro de 2023: uma ponte apresentada há cerca de 5 anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento inicial de cerca 600/750 mil euros, passou-se para 3.6 milhões em dezembro de 2020
Dezembro de 2020: Teotónio Cavaco escreveu o seguinte no Diário as Beiras.... «sem ter sido elaborado qualquer estudo, uma ponte, apresentada há cerca de dois anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para 3.4 milhões…»
Chegou a estar prometida para 2020: 2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."
Em Fevereiro de 2024, a adjudicação da empreitada da ponte sobre o Rio Mondego entre Vila Verde e Alqueidão “continua num impasse”.  
Segundo a edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS, "o orçamento inicial do projeto original, pouco mais de um milhão de euros, não contemplava o estudo de arqueologia subaquática. Com esta adenda, tendo em conta os preços atuais e sem as alterações ao projeto que o executivo camarário pretende fazer, os custos disparam para os quatro milhões de euros. O projeto alterado pelo anterior elenco governativo do concelho, com os preços atualizados, implicava um investimento de mais de seis milhões de euros. Sem contar com os acessos rodoviário e a instalação da iluminação, que poderiam fazer subir o valor global da construção para entre nove e 10 milhões de euros, segundo estimativas que executivo camarário vem apresentando. Demasiado dinheiro para o município, que, neste momento, apenas conta com o apoio de um milhão de euros do Fundo Ambiental."

Via Diário as Beiras

Para ler melhor, clicar em cima da imagem

“O PROFESSOR MARCELO”, O ESCORPIÃO

Extractos de uma crónica de João Rodrigues que merece ser lida na íntegra. Para o efeito clicar aqui.

«Qual é a natureza deste nosso escorpião? Para lá de todos os trajes mediáticos que vestiu ao longo da vida, Marcelo é produto das suas origens familiares e ligações políticas de classe, do amigo Ricardo Salgado à CUF. Marcelo é inimigo. Sempre foi. E nem é dos melhores, longe disso.

Um dos muitos legados tóxicos de Marcelo Rebelo de Sousa para a cultura política nacional é esta mania de haver uma chusma de comentadores armada em avaliadora de duelos políticos na televisão: debates políticos curtos, comentários ideológicos longos. O enviesamento para a direita é natural nestes preparos, bem como a misoginia, já agora. Foi o “professor Marcelo” que começou a dar notas no fim da história, ali pelos anos 1990, na TSF. Graças a um espaço de comentário semanal, “o Marcelo” foi vendido pela televisão à Presidência da República.

Já alguém disse que “o Marcelo” é como um escorpião: a travessia do rio tinha sido longa e este acabou por não escapar à sua natureza. Uma metáfora batida que serve para sublinhar a complacência político-ideológica de António Costa em relação ao Presidente de uma minoria de portugueses. Costa foi avisado a tempo.

“O Marcelo” ficará na história por meia dúzia de episódios picarescos e pela sua política de classe, aposto. É o vazio aparente encarnado. Na direita de sempre, Cavaco tem outro estofo, sempre teve. Veio de Boliqueime, o que é uma vantagem. Quem marca este país tende a nascer fora da elite do atraso de Lisboa, para o bem ou para o mal. O problema de Costa com Marcelo foi lisboeta e social antes de tudo: as elites do poder, de parte da esquerda e da direita, convivem aí de forma demasiado próxima, para prejuízo dos que chegaram a julgar as direitas politicamente civilizadas no essencial. Os filhos andam nos mesmos colégios e tudo. É todo um complacente caldo de classe.

Amigos, amigos, política sempre à parte. Na política valem os camaradas à nossa espera, que nos exigem presença e constância. E os aliados, que exigem paciência. Marcelo é inimigo. Sempre foi. E nem é dos melhores, longe disso.»