quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

E, agora chega?...

Revista Sábado

Nota de rodapé.
Dentro de poucos meses o 25 de Abril de 1974 vai fazer 50 anos.
Há 50 anos Portugal era muito diferente: havia a guerra nas colónias, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado, licença para poder usar isqueiro.
Nos dias de hoje, apesar das dificuldades em que vivemos, avançámos.

O jornalista, como qualquer um de nós, é importante. Como qualquer um de nós, não se limita a observar a sociedade, participa nos seus movimentos. Mais até do que qualquer um de nós, tem influência na evolução dos acontecimentos.
Não há jornalistas quimicamente puros, claros e inodoros.
Nas notícias e nas reportagens, uma parte (só uma parte) das ideias pessoais dos jornalistas - políticas, culturais e morais -, podem ser escondidas.
Mas, o seu cunho está sempre lá: basta ouvir rádio, ver televisão ou ler jornais.

Os jornais "infantilizaram-se". As rádios e as tevisões idem. As redes socias, no geral, é o que sabemos.
Em 2024 a política em Portugal está a "infantilizar-se".
As pessoas ouvem tudo o que a televisão "vomita" e não param meia dúzia de segundos para pensar.

Haja esperança: há 50 anos, em Janeiro de 1974 estavámos pior. Muito pior.
Sabem como era viver no sistema político do Estado Novo? Quem eram os «donos disto tudo»? Quantos portugueses viviam em barracas? O que se passava na guerra colonial? Como é que os capitães prepararam a revolução de 1974?


Alguns dos mais velhos ainda têm memória. Mas, para os mais novos será certamente complicado imaginar o que era viver sem muitos dos direitos que hoje damos por adquiridos e normais.
No Portugal «do 24 de abril», com Marcelo Caetano no poder, qualquer pessoa continuava a poder ser presa, torturada e deportada apenas por ser contra o regime, tal como acontecera no tempo de Oliveira Salazar. Os jornais, livros, discos e filmes passavam obrigatoriamente pela Censura, chamada em Janeiro de 1974 de exame prévio. Os partidos políticos eram proibidos. O sistema eleitoral era uma farsa. Os homens jovens eram obrigados a combater na Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné, em nome de um império que já não fazia sentido. Milhares de portugueses estavam emigrados. As mulheres precisavam da autorização dos maridos para viajarem. A doutrinação das crianças nos valores do Estado Novo começava logo nos manuais da escola com que aprendiam a ler e escrever.

E, contudo, ruíram os altos muros...
 

Obras de consolidação e requalificação do Mosteiro de Seiça são inauguradas amanhã pelas 15H00

 Via Diário as Beiras


O arquiteto figueirense João Francisco Coelho foi o vencedor do concurso de ideias lançado pelo Município da Figueira da Foz para a requalificação da entrada da cidade

 Via Diário as Beiras

Karma...

 Ontem, o cartaz no sítio da Aliança Democrática era este.

Hoje, as primeiras página do Diário deNotícias e do Público, são estas.

O presidente do PSD irritou-se quando lhe perguntaram se o exemplo de Costa não deveria ser seguido por Albuquerque:
“Porque me está a fazer a pergunta assim?”»

Listas partidárias começam a ficar definidas para as eleições de 10 de Março (V)

Lista PS por Coimbra: Adrião é descartado e Azenha sobe de sexto para quinto.

Daniel Azenha

A Comissão Política Nacional “trocou” o crónico candidato a secretário-geral do PS, Daniel Adrião, pelo dirigente sindical José Abraão, para preencher a quota nacional do partido, por Coimbra, mas num lugar abaixo da lista (Adrião tinha sido indicado para 5.º e Abraão vai em 6.º). 
Com esta mexida, beneficiou Daniel Azenha, antigo presidente da DG-AAC e actual líder distrital da JS, que foi “promovido” de sexto a quinto.
A cabeça de lista, como já é público, vai ser a ministra Ana Abrunhosa. Nos quatro lugares que se seguem, o PS apresenta um elenco que, praticamente, reproduz o aparelho local: em 2.º, o deputado  Pedro Coimbra; os presidentes das Concelhias de Coimbra e da Figueira (respetivamente, Ricardo Lino e Raquel Ferreira).

By pass é essencial para termos futuro a sul do Mondego

As obras na linha costeira da Figueira da Foz criaram um desequilíbrio brutal na costa do nosso concelho. “O mar trabalha todos os dias e nunca se cansa”.

O texto de Bruno Pedrosa, candidato pelo Livre às eleições legislativas de 2024 pelo círculo de Coimbra, engenheiro civil formado na Universidade de Coimbra, publicado pelo jornal Campeão das Províncias, na edição de hoje, 25 de Janeiro de 2024, tem toda a actualidade e merece ser lido com atenção.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

O estado a que isto chegou em 2024

Em 1974, parafraseando Salgueiro Maia, "havia diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou!"
Volvidos quase 50 anos, os ditos estados socialistas finaram-se:  temos estados capitalistas, liberais, neoliberaís, de extrema-direira.
E temos Portugal, um estado que pratica uma modalidade diferente: o estado do "acesso ao poder, apenas pela ocupação do poder".
Temos um partido socialista, que não é socialista. Temos um partido social democrata, que não é social democrata. E temos um partido de extrema direita, que quer passar por um partido moderado, social democrata, socialista e comunista.
Entretanto, a Democracia que tanto se desejava em 1974 e foi conseguida, em boa parte graças aos militares, corre sérios riscos de vida e Portugal já começa a apresentar sinais de um país de terceiro mundo.
As cativações tinham de ter consequência sociais. Essas consequências já nos estão a conduzir para realidades sociais que começam a aproximar-se do terceiro mundo.
A Democracia corre sérios riscos, pois a Liberdade individual começa a estar cada vez mais difícil. O Povo, manipulado por populistas de ocasião, desconfia das suas instituições e é visível um certo anarquismo e confusão a despontar na nossa sociedade.
Para o cidadão comum está a tornar-se cada vez mais difícil acreditar na classe política.

Amanhã há reuanião de câmara

Realiza-se amanhã quinta-feira, dia 25 de janeiro, pelas 17h00, no Salão Nobre dos Paços do Município, a segunda reunião ordinária da Câmara Municipal do mês de janeiro.

Listas partidárias começam a ficar definidas para as eleições de 10 de Março (IV)

Lista CDU.
Imagem via Diário as Beiras

Legislativas 2024: Fernando Teixeira lidera lista CDU por Coimbra.

Mário Nogueira, mandatário da CDU pelo Círculo Eleitoral de Coimbra, juntamente com Fernando Teixeira, primeiro candidato da CDU pelo Círculo, e uma delegação de candidatos e activistas da CDU entregaram ontem no tribunal a lista de candidatos às eleições legislativas 2024.

Os primeiros 5 nomes da lista são os seguintes: 1. Fernando Teixeira; 2. Manuela Santos; 3. António Baião; 4. Teresa Costa; 5. João Rodrigues.

Em oitavo vai mais um figueirense - Paulo Ferreira. Sérgio Dias Branco é o primeiro dos suplentes.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Listas partidárias começam a ficar definidas para as eleições de 10 de Março (III)

Legislativas 2024: Ana Abrunhosa lidera lista PS por Coimbra.


A
cabeça de lista do PS em Coimbra será Ana Abrunhosa, seguida pelo ex-presidente da Federação, Pedro Coimbra. O terceiro e quarto lugar estão reservados para os deputados Ricardo Lino e Raquel Ferreira, respetivamente, estando o quinto lugar destinado a Daniel Adrião. Daniel Azenha é o sexto.

Figueira Champions : “a prova passou de uma clássica 1.1 para Pro Series. Esta é a primeira prova, a nível mundial, que após a primeira edição sobe de escalão”

 Via Diário as Beiras

«A segunda edição da Figueira Champions realiza-se no dia 10 de fevereiro. De um ano para o outro, a clássica de ciclismo subiu de categoria, decisão da União Ciclista Internacional (UCI), que teve em conta a qualidade da organização da primeira edição.

Rui Ramos Lopes é o diretor desta prova organizada pelo Município da Figueira da Foz e pelo Clube Desportivo Fullracing, com os selos da UCI e da Federação Portuguesa de Ciclismo. A Figueira Champions percorre as 14 freguesias do concelho.
“Esta prova passou de uma clássica 1.1 para Pro Series. Esta é a primeira prova, a nível mundial, que após a primeira edição sobe de escalão”, frisou Rui Ramos Lopes, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS.
O diretor da organização ressalvou que “tudo isto deve-se ao trabalho das juntas de freguesia, da organização e da câmara municipal”.
Indagado sobre se este é o maior evento realizado na Figueira da Foz, Rui Ramos Lopes sustentou que “é o maior evento desportivo” do concelho. “Só não é o maior evento de ciclismo do país porque, este ano, a Volta a Espanha vai passar no Centro de Portugal”, ressalvou.
O diretor da organização, citando dados fornecidos pela Cision, empresa de monitorização e análise de informação, afiançou que a primeira edição levou “a marca Figueira da Foz a cerca de 29 milhões de pessoas”, através de órgãos de comunicação social e redes sociais. “Cada pessoa foi impactada nove vezes”, indicou.»
Nota de rodapé.

Auditório Madalena Biscaia Perdigão recebe início do ciclo de conversas sobre Mário Soares,

 Via Diário as Beiras


Frases

«... o Chega revela ser um partido cumpridor dos seus intentos. Prometeu que ia "limpar o país" e está realmente a fazê-lo, ao aspirar os resíduos políticos de alguns ainda deputados do PSD colocados em lugares não elegíveis e que, descontentes com as posições, desertam tentando alcançar aquilo que já não iam manter. São todos contra o "sistema" desde pequeninos, como se comprova. Calculo que os elementos do Chega que presumiriam ir para as mesmas listas estejam a dar pulos de contentes com a adição destes novos "quadros"

Daqui

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Jorge Moreira da Silva: o subsecretário-geral das Nações Unidas Jorge Moreira da Silva esteve em Rafah e alerta para que “a população de Gaza está em risco de uma diminuição brutal”

 Decência e coragem


«Impressionou-me ver o número de crianças feridas que estavam em trânsito para fora de Gaza. Crianças amputadas, crianças desfiguradas e com um olhar resignado, crianças de seis anos com um olhar como se tivessem 80 e muitos anos. Mais de 50% das casas estão destruídas e 85% da população não vai ter para onde ir, quando a guerra terminar. (…) Morreram mais crianças nos últimos 100 dias do que em todos os conflitos no mundo nos últimos cinco anos. Portanto, estamos perante uma catástrofe humana sem precedentes. Não quero poupar nas palavras. É uma catástrofe humana sem precedentes porque, ao contrário de outras catástrofes humanas, as pessoas não têm para onde fugir. As pessoas fogem da guerra para salvar a vida. No caso de Gaza, não há refugiados porque não podem sair.
[A população de Gaza] está presa num triplo sentido. Está cercada por um contexto de guerra e, portanto, está a ser bombardeada, (…) Por outro lado, já se notam surtos de doenças do foro diarreico porque não há água potável, não há medicamentos, muitas doenças do foro respiratório. (…) Há uma casa de banho para cada 400 pessoas e um chuveiro para cada 1850 pessoas. (…) Temos 50 mil grávidas sem qualquer tipo de cuidado que vão dar à luz. Eu já nem sei que adjectivos usar porque nos últimos 100 dias utilizei todo o dicionário de adjectivos.
(…) Depois, vi uma coisa surpreendente: vi produtos a serem rejeitados. Há uma lista de produtos rejeitados por Israel porque considera que podem ser de uso duplo e, portanto, que podem ser utilizados para outros fins, como a construção de armas ou coisas que possam ameaçar. Eu vi painéis solares, frigoríficos solares, lanternas solares, brinquedos, bonecas, livros para colorir, botijas de oxigénio que são um suporte de vida básico, tudo rejeitado. Quando se rejeita uma caixa porque tem um item supostamente proibido, todo o camião é rejeitado. Portanto, repare como as dificuldades que estão a ser colocadas a ajuda humanitária tornam esta guerra ainda mais indigna e ainda mais imoral, ainda mais ultrajante quanto aos direitos básicos
».

"Da pungente entrevista de Jorge Moreira da Silva, Subsecretário-geral das Nações Unidas, ao Público e à Renascença, no esteio da decência, coragem e perseverança de António Guterres, perante a gravíssima e inaceitável situação em Gaza. A contrastar com o silêncio e a complacência (e até indecência), que continuam a prevalecer nas direitas."
Nuno Serra

Desafetação de terreno para unidade de saúde no Paião foi aprovada por unanimidade em reunião de câmara

A proposta para a desafetação do domínio público de um terreno do Município da Figueira da Foz para a construção de uma unidade de saúde no Paião foi aprovada por unanimidade, em sessão de câmara extraordinária realizada na passada sexta-feira. 
A Assembleia Municipal vai reunir-se, em sessão extraordinária, no próximo dia 25, para votar o mesmo assunto. 
Após a prevista aprovação da proposta neste órgão autárquico, poderá avançar a candidatura aos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção da unidade de saúde no Paião.
Recorde-se que o Município da Figueira da Foz tem em curso várias candidaturas ao PRR para melhorar os Cuidados de Saúde Primários do concelho. No total, serão investido 8,5 milhões de euros. Em Tavarede, Paião, São Pedro e Bom Sucesso serão construídos novos equipamentos. As instalações das unidades de saúde de Buarcos, São Julião, Quiaios, Santana, Maiorca, Vila Verde e a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, por sua vez, serão requalificadas. 
Estas candidaturas fazem da Figueira da Foz o segundo município português com o maior volume de investimentos nos Cuidados de Saúde Primários, a seguir ao Porto, com 10 milhões de euros candidatados ao PRR, como adiantou na passada semana o DIÁRIO AS BEIRAS, citando a vereadora Olga Brás. 

domingo, 21 de janeiro de 2024

Uma reportagem RTP, quase com 50 anos, que nos faz recordar que o problema da erosão costeira na Aldeia já vem de longe...

A reportagem RTP, sobre erosão costeira nas povoações de Cova e Costa de Lavos,  que podem ver clicando aqui, foca um tema que me tem acompanhado ao longo da vida.

Datada de 1 de Junho de 1974, tem uma duração de 14 minutos e 54 segundos.
Na altura, já lá vão quase 50 anos, a Cova estava ameaçada, muito devido à construção dos molhes que definiram a barra da Figueira tal como a conhecemos hoje.

No final dos anos 50, as muito pequenas profundidades do canal externo da foz do Mondego dificultavam a utilização do porto. Vários navios começaram a evitá-lo (Abecasis et al, 1962). Por forma a solucionar este problema, teve início em 1959 a construção das infra-estruturas actuais, com projecto de Carlos Krus Abecasis.
Estas consistiram em dois molhes convergentes, um a norte e outro a sul, com comprimentos respectivamente de 900m e 950m. A distância entre os centros das cabeças dos molhes fixou a largura da embocadura em 325m, ou seja, mais 25m do que fora fixado em 1929. A cabeça dos molhes ficava a cerca de 8m de profundidade abaixo da maré baixa. O molhe norte ficou concluído em 1965 (Abecasis et al, 1970).
Como consequência da implantação destas estruturas, inicia-se, a partir de 1960, um período de acentuado avanço da linha de costa, a norte da embocadura (Figura. 10.26 e 10.29 a 10.31). Este avanço resultou da acumulação de sedimentos, transportados longilitoralmente, de encontro ao molhe norte do porto da Figueira da Foz. Tais sedimentos são sobretudo provenientes da zona costeira a norte do cabo Mondego. Abecasis et al. (1992) apresentam resultados de estudos que, recorrendo à marcação de areias através de radioisótopos, permitiram verificar a existência de transporte sedimentar ao longo do Cabo Mondego.
Em contrapartida, meia dúzia de anos depois,  a sul da foz do Mondego começaram a sentir-se os primeiros efeitos da erosão, logo após a edificação dos molhes. Junto a Cova, registou-se um Estudo Sintético de Diagnóstico da Geomorfologia e da Dinâmica Sedimentar dos Troços Costeiros entre Espinho e Nazaré, registando-se um agravamento acentuado do recuo da linha de costa (Figura. 10.32), sendo inclusive apontados valores extremos de erosão da ordem dos 30m/ano em 1976 (Duarte & Reis,1992).
Os molhes, embora essenciais para recuperar o porto da Figueira, não foram suficientes, só por si, para lhe dar a operacionalidade necessária. Sempre foi necessário proceder a dragagens regulares na zona da barra, no anteporto e no canal anterior desde a povoação da Gala (no braço sul) até montante da ponte rodoviária.
Posteriormente, foram construídos dois paredões, em 1975 (Duarte & Reis, 1992) e vários molhes perpendiculares à costa, em 1977, tentando fechar o mais possível a embocadura à entrada de sedimentos provenientes da deriva litoral.
Nos anos 70 realizaram-se várias obras na bacia do Mondego, com o objectivo de reter e regularizar os caudais sólidos e líquidos, no âmbito de um vasto projecto para defesa e irrigação dos férteis terrenos desta planície aluvial, para o que era necessário, tanto quanto possível, minimizar as cheias do rio (Hidroprojecto, 1983). Estas obras tiveram como consequência uma ainda maior diminuição dos caudais do rio, deixando este de apresentar força de corrente para se opor à entrada da maré. Assim, a circulação interna do estuário tornou-se ainda mais dependente do regime mareal. Desde essa altura, até à actualidade, continuaram as múltiplas intervenções quer na bacia do Mondego, quer no estuário, as quais prosseguem nos dias de hoje.
O avanço da linha de costa a barlamar do molhe norte continuou na década de 70, ainda que em meados dessa década já só se registasse uma acreção de cerca de 2m/ano junto ao Forte de Santa Catarina, enquanto que, em Buarcos, o avanço se situava em cerca de 20m/ano (Duarte &Reis, 1992). Segundo Vicente (1990), desde 1962 até 1980, a largura da praia aumentou cerca de 440m (24,4m/ano) junto ao molhe da Figueira da Foz e cerca de 180m (10m/ano) na zona de Buarcos, tendo a área total emersa aumentado, em maré alta viva, cerca de 60ha. A partir de 1980 a posição da linha de costa tende a estabilizar, sendo inclusive registados, no final dos anos oitenta, taxas de recuo da ordem dos 3m/ano a 5m/ano (Duarte & Reis, 1992). Esta inflexão no comportamento do litoral adjacente, por barlamar, aos molhes do porto da Figueira está seguramente relacionada, pelos menos parcialmente, com as explorações de areias que Santana Lopes pôs termo na sua primeira passagem como presidente de câmara da Figueira da Foz.
Na zona a sotamar dos molhes de entrada do porto registou-se, desde o início dos anos 60, erosão costeira acelerada, nomeadamente na zona a sul do molhe sul, onde se verificou profundo corte na duna primária, a qual, segundo Castanho & Simões (1978), foi mais tarde refeita artificialmente.

Esta situação chegou a ser muito grave nos anos 70. Com efeito, nos anos a seguir à construção dos molhes (1960/65) verificou-se intensa erosão costeira, "no lanço imediatamente a sul da embocadura do rio Mondego e em outros localizados mais a sul, especialmente no lanço fronteiro à povoação de Leirosa.
Quando esta reportagem foi feita tinha eu 20 anos. Lembro-me bem, pois a seguir ao 25 de Abril de 1974 foi eleita uma Comissão de Moradores e fui um dos membros.
Não foi possível salvar a casa da Guarda Fiscal. Todavia, a outra casa que aparece na reportacem foi salva graças à engenharia militar, que fez deslocar de Espinho uma brigada que teve um actação rápida e eficaz. A tal pornto que a casa ainda lá está.
Foi com os homens que apareceram na repostagem que eu aprendi a dar a atenção que os problemas da erosão costeira deveriam merecer dos figueirenses e do poder político.
A partir de 2010 mais um erro. Apesar de todos os avisos que, devido tempo, foram feitos, a que ninguém com responsabilidades, ligou. Apesar de algumas  vozes discordantes – principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira – foi concluído o prolongamento do molhe norte.
"A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi exigida, anunciada, e aprovada, em 2006, 2007 e 2008; teve início neste último ano; realizou-se ao longo de 2009; e ficou pronta em 2010 — e, por isso, logo a partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar, e com o tempo acumulou as areias, ao longo dos anos (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento das areias levou, concomitantemente, ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar."
Tal como este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu), depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores e a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade.

Mas essa história ja foi amplmente contada ao longo de quase 18 anos neste blogue. Quem a quiser conhecer não tem a mínima dificuldade: basta clicar aqui.

Coitado!..

 Maló de Abreu foi "obrigado" a ir para o Chega, mas está "tranquilo"


Nota de rodapé.

Oh Melo, fecha a matraca: nem boa noite digas!...

Pedro Nuno Santos está a ser cilindrado na praça pública, por causa da TAP.

Nuno Melo, chefe (mas pelos vistos pouco...) do agonizante CDS/PP, "uma espécie de líder que mais parece telecomandado politicamente por Paulo Portas", consegue o feito de mudar o foco da agenda mediática, enterrando a coligação...

 "Caiu na casca de banana", lamenta-se no PSD!

Oh Melo, continua a dizer boa noite!.. O Ventura agradece...