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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024
Primeira reunião de Câmara deste ano a 12 de Janeiro
A primeira reunião de Câmara da Figueira da Foz de 2024, que deveria realizar-se hoje, foi adiada para o dia 12 do corrente mês, pelas 17H00.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2024
O Portugal feliz por ser remediado
«No seu discurso de encerramento do 41.º Congresso do PSD, Luís Montenegro teve um daqueles momentos de humildade que os eleitores veneram: “As pessoas esperam mais de mim do que eu fui capaz de mostrar até agora”, disse. Passou um mês, mudou o ano e as últimas sondagens provam que o líder do PSD continua a não mostrar nada de jeito. Pode ser por falta de carisma. Pode ser por causa da casa de Espinho sobre a qual ainda faltam explicações. Pode ser pela ausência de ideias mobilizadoras, pela solidão que mostra, pela memória do “passismo” ou pela sua dificuldade em despir-se daquele sorriso ambíguo com que ilustra as suas intervenções. Pode ser por tudo isso, mas Montenegro pode também ser vítima do conformismo.
No mundo assustador em que vivemos, Portugal parece estar feliz com a sua condição periférica de país remediado. A incerteza reclama prudência e mudar implica riscos. O Portugal “do mal, o menos”, do “vamos andando”, do “nunca pior”, do “antes assim” tornou-se uma ferramenta do conservadorismo pátrio. E não, a culpa não é dos eleitores ou apenas dos eleitores. O PS alimenta essa visão com pragmatismo e eficácia e, depois de Rui Rio ter ensaiado uma aproximação a esse conservadorismo, Luís Montenegro institucionalizou-o. Se o adversário ganha pelo apoio dos pensionistas e funcionários públicos, é aqui que ele acredita que tem de apostar. Mais do que política, move-o a contabilidade.
O reformismo do velho PSD ou o liberalismo quase radical de Pedro Passos Coelho foram, assim, para a gaveta. O PSD decidiu disputar o programa do PS, não por convicção doutrinária, mas por constatar que funciona. O partido entrou no leilão das promessas para o vasto eleitorado do partido-Estado não por causa das ideias, mas por oportunismo. Ana Sá Lopes percebeu o que estava em causa logo no congresso, escrevendo que Montenegro “cumpriu um objectivo essencial para quem quer ganhar as eleições, que foi a de começar a reverter a dinâmica de um PSD contra os pensionistas”. Como o conseguiu? Tornando o PSD um apêndice do PS.
A opção levanta à partida duas questões: primeira, a de criar uma mensagem ambígua nem seduz o seu eleitorado, nem o eleitorado tradicional do PS; segunda, a estratégia de combater o PS no seu terreno e com as suas armas parte da ideia falsa de que os funcionários públicos ou os pensionistas são uma massa informe que vive à espera da distribuição de migalhas. Haverá muitos que decidem lógica e naturalmente em função da melhoria das suas pensões ou salários. Mas haverá muitos mais que se preocupam com o país ou com os custos da letargia para os seus filhos e netos. Podem estar preocupados com aumentos ou com a recuperação integral do tempo de serviço, mas, como cidadãos, querem acima de tudo um país dinâmico, próspero e justo.
Por estes dias, esses cidadãos hão-se sentir-se órfãos. Os que se habituaram a ver no PSD um partido corajoso, capaz de arriscar, de ousar reformas, de se aliar aos sectores mais dinâmicos da sociedade e apresentar uma visão de conjunto para o país em vez de o fatiar na falsa dicotomia público/privado só podem estar desconfortáveis. “Eles”, os partidos de poder, são cada vez mais iguais, até na forma como pretendem ser diferentes. Pedro Nuno Santos quer a quadratura do círculo, propondo-se ser herdeiro de António Costa e a antítese de António Costa embalada no voluntarismo; Luís Montenegro ensaia uma pirueta na mesma improvável ao querer um PSD reformista que, ao mesmo tempo, dá máxima prioridade às contas das pensões, dos subsídios e dos salários públicos. Entre um Portugal medroso e calculista e um país ambicioso, Montenegro escolheu. Entrou no campo onde o PS demonstra ser imbatível.
O que pode por isso explicar as dificuldades de Luís Montenegro e do PSD nas sondagens é a sua crença em que o país vota apenas por desejo e vontade de “viver habitualmente”, como outrora. Os jovens ouvem-no e ficam a pensar que é apenas mais um defensor dos interesses dos incumbentes, não dos que lutam por um lugar decente no país. Os empresários ouvem-no e, na dúvida, hão-de valorizar as contas certas. Os outros terão dificuldades em ver o que muda e deixam-se estar. Montenegro bem pode dizer que Pedro Nuno Santos é “comunista e bloquista” e que os eleitores podem optar “por um caminho ou outro”, como se em causa estivesse a escolha entre a moderação e o risco de uma deriva esquerdista. O dilema não é credível: os dois maiores partidos não se distinguem pelo programa, nem pela prática. Ambos se mancomunaram num conservadorismo entorpecente.
Montenegro espera que a memória dos casos e casinhos do Governo que caiu, que o desperdício da maioria absoluta, que o crescimento abaixo dos pares comparáveis da União Europeia ou que a crise profunda da educação e do SNS bastem para concretizar a mudança. O balanço negativo do passado e umas promessas para o futuro bastam para ganhar. Está completamente errado. O PS de Pedro Nuno Santos já percebeu que o seu grande trunfo é a previsibilidade, a rotina e a segurança da navegação à vista legados por António Costa. O plano é mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma. E o PSD?
Depois do trauma do ajustamento da troika, os anos da "geringonça" transformaram o PS no partido do mal menor. O último reduto contra as ousadias neoliberais, as ameaças da extrema-direita e os perigos estatizantes da esquerda radical. Não acelera, mas vai andando. Se os pensionistas, os funcionários públicos e todos os que integram o “grupo dependente” do Estado (na definição do economista Vítor Bento num ensaio publicado no Observador) estiverem seguros e razoavelmente contentes, o PS continuará no poder – afinal, representam dois terços do eleitorado e em democracia o que conta é a vontade soberana do povo. A sondagem da Católica para o PÚBLICO/RTP/Antena 1 de Janeiro de 2022 mostrava que o PS era o partido preferido pelos portugueses com mais de 65 anos e com menores qualificações académicas. Para ganhar, o PS tem de ser PS.
Entre a coragem da alternativa e o calculismo de imitar o PS, Luís Montenegro escolheu. O Bloco Central de um programa conservador de esquerda está instituído. O país mais jovem, dinâmico, qualificado, competitivo e europeu continua sub-representado. Entre a armadilha do rendimento médio na qual Portugal caiu este século e a necessidade de proteger os mais pobres, não parece haver uma visão global e integrada. Resta o fatalismo de um país que, sem saber como criar riqueza, se dedica a discutir como a redistribuir. Com o PSD tão alinhado ao discurso do PS, o que pode Montenegro mostrar de novo?»
CTT: um modelo de privatizações desastrosas
quarta-feira, 3 de janeiro de 2024
Certamente que haverá margem para surpresas em 2024 no que a projectos diz respeito...
Contudo, a procissão ainda agora está a sair do adro...
.... a tradição continua a ser o que era...
Via Diário as Beiras: "sexta-feira, à noite, realizam-se os dois cortejos dos Reis Magos, um da Sociedade Filarmónica Dez de Agosto e o outro da Sociedade Filarmónica Figueirense"...
terça-feira, 2 de janeiro de 2024
Isto não é a melhor forma de concluir ou começar um ano: isto é uma vergonha num País Europeu
Foto via Diário as Beiras |
Mensagem do Presidente da República
Como o título do livro de Erich Maria Remarque: "A Oeste nada de novo".
Infelizmente nada de novo.
No primeiro dia do ano, pelas 20 horas, o PR entrou na casa dos portugueses para dizer 13 vezes "ficou claro" e por 3 vezes "que é preciso fazer muito mais do que foi feito no ano que passou."
Quanto ao resto: "o povo é quem mais ordena".
Bem na teoria, sabemos que poderia ser assim...
Mas - e na prática?
Nota de rodapé:
«Há obras que deveriam ser lidas por todas as gerações.»
segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
domingo, 31 de dezembro de 2023
E assim se despede OUTRA MARGEM dos seus leitores em 2023: fica uma mensagem aos que, tal como o autor deste espaço, adoram a "vida da social-democracia europeia"
By Carmo Afonso
"Na sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e CMTV, há uma nova descida do PCP. Numa sondagem anterior, tinha sido ultrapassado pelo PAN, agora foi a vez do Livre. Sabemos que as sondagens não passam disso e sabemos também que, mais do que prever resultados, elas condicionam o voto. Mas vamos assumir que estes resultados são credíveis.
Tenho visto muitas pessoas genuinamente contentes com a descida do PCP. São anticomunistas; não reconhecem a importância de termos este partido entre nós e com uma representação parlamentar expressiva. A primeira coisa que lhes quero dizer é que estão enganadas. Como afirmou um querido amigo, “Portugal não é grande coisa, mas sem o PCP seria muito pior”. São inúmeras as dívidas de gratidão que temos para com o partido. Inúmeras. Sem o PCP, a grande maioria dos direitos de trabalhadores não estaria consagrada na lei, como está. Ninguém põe em causa a justiça de trabalharmos 11 meses para recebermos 14 salários, mas tempos houve em que isso era uma miragem. O PCP esteve sempre lá.
Mas isto não é apenas sobre gratidão pelo passado. É também sobre acautelar o futuro. A presença do PCP garante uma rede de estruturas, como as sindicais, de apoio efetivo aos trabalhadores. O desaparecimento, ou o simples enfraquecimento, dessas estruturas fará diferença na vida da maioria dos portugueses, mesmo daqueles que pouco se importam com o tema desta crónica. Sobretudo, o PCP costuma estar ao lado das boas causas. Alguns dir-me-ão: “E a guerra da Ucrânia?” A esses respondo que a posição do PCP foi um pretexto para o que já tinham, há muito, vontade de fazer: excluir o partido. O PCP defendeu, e ainda defende, uma paz negociada para a Ucrânia. Os militantes foram insultados por isso. Mas reparem que agora, em relação à guerra no Médio Oriente e estando do lado da Palestina, o PCP continua a defender uma paz negociada. Não falou em enviar armamento ou em dar qualquer espécie de apoio militar à Palestina. Consistência é isto. A paz, o primeiro valor do 25 de Abril, continua atual no PCP. Ainda bem.
No mesmo dia em que soubemos dos resultados da sondagem, morreu Odete Santos. À esquerda e à direita, ouvimos palavras sentidas de apreço e reconhecimento pelas qualidades de Odete Santos e pelas lutas que travou. Tudo foi pouco. Era uma mulher autêntica. Nada na Odete Santos — salvo a honrosa exceção do seu cabelo — era artificializado. Defendia apenas aquilo em que acreditava, e acreditava em coisas boas, como os direitos das mulheres e a causa dos trabalhadores. Não tinha medo do ridículo nem do espalhafato. Isto é a definição do oposto de uma pessoa chata. Ninguém poderia aborrecer-se a ouvir ou a olhar para Odete Santos. Para quem não me conhece, ou seja, quase todos vós, esclareço: não me ocorre melhor qualidade. De pessoas chatas, está o mundo cheio.
Foi triste saber que a Odete Santos deixou de existir. Foi metafórico ter acontecido no mesmo dia em que as perspectivas eleitorais do PCP não se revelaram grande coisa. A Odete Santos representa o melhor do PCP, mas o PCP representa também o melhor da Odete Santos. É belo ver os vídeos em que se entregou à defesa dos seus pontos de vista. Mas não era só a forma que era boa, o conteúdo também era. O conteúdo que ela apregoava é a matéria de que é feito o PCP e que podemos resumir como sendo a abolição de quaisquer relações de domínio.
Comunista é um substantivo, mas cresci a ouvir a palavra ser usada como adjetivo e não num sentido elogioso. Existe um sentimento anticomunista profundamente enraizado em Portugal. Assimilámos os preconceitos da Guerra Fria e diabolizamos pessoas que são provavelmente as melhores entre nós.
Ser comunista não é apenas meter uma cruz no quadrado do PCP. Calma que também não é um voto de pobreza como muitos pretendem. Deixemos isso para as ordens religiosas. Mas significa acreditar no partido e num mundo melhor. “As causas perdidas são exatamente aquelas que poderiam ter salvado o mundo”, escreveu Gilbert Keith Chesterton, cheio de razão. Não sei se o comunismo integra a categoria das causas perdidas, mas admito que, à distância a que estamos de uma sociedade comunista, tivessem de rolar cabeças para a instituir. Por mim, não acontecerá. Afeiçoei-me à vida da social-democracia europeia. Digo-vos isto para que percebam que não é o sonho comunista que me move. Mas insisto que precisamos de um PCP forte para termos uma social-democracia saudável.
E junto-me ao grupo dos que sentirão falta da camarada Odete Santos. Foi cedo e deixou um lugar impossível de preencher."
sábado, 30 de dezembro de 2023
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
Da série, tabús figueirenses para desfazer em 2024?
Via Rui Duque
"A Concessão das Águas da Figueira tem duração até 2030.
O Municipio está a pretender estendê-la até 2042 revalorizando as compensações e a sua antecipação.
Agendou e adiou a discussão para 12 de janeiro de 2024.
Hospital da Figueira da Foz com forte afluência às urgências
Segundo o Diário as Beiras, "o pico de procura ocorreu na passada terça-feira, dia 26 do corrente mês".
"Nos últimos dias, o serviço de urgência do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) tem registado uma procura acrescida".
Segundo o hospital confirmou ao jornal, “o pico de procura ocorreu na passada terça-feira, dia 26 de dezembro, com utentes com surtos gripais, com especial relevância para a Gripe A, e pela descompensação de doenças crónicas e infeções respiratórias”.
No entanto, a mesma fonte reitera que “o cenário de afluências ao serviço de urgência é o expectável para esta altura do ano, comparado com períodos homólogos” e garante que a equipa de urgência tem dado resposta às solicitações dentro das expetativas para este período de maior procura.
Segundo nota enviada ao DIÁRIO AS BEIRAS, o Conselho de Administração do HDFF faz um apelo à população para uma utilização devida dos serviços de urgência, devendo ser utilizada, como primeiro contacto, a linha SNS 24 (808 24 24 24) ou recorrer aos Centros de Saúde.
O hospital informou ainda que tem todas as especialidades asseguradas para o fim de semana do fim de ano, com excepção para o dia 30 em que não terá serviço de ortopedia.