sábado, 7 de janeiro de 2023

Vasco Paiva vai apresentar “O Desbravar dos Caminhos”

A construção do Movimento Camponês, as lutas e as organizações dos agricultores após o 25 de Abril até meados dos anos 80.

Vasco Paiva apresenta hoje, sábado, pelas 16h00, na Casa Municipal da Cultura, o seu novo livro com o título “O Desbravar dos Caminhos”, editado na Lápis de Memórias.
“O Desbravar dos Caminhos é um livro fundamentado e importante, tanto pelo horizonte que revela, do panorama das associações e lutas dos agricultores familiares nos anos 1974 – 1978, como pelos ensinamentos que evidencia sobre a autonomia e independência das organizações e lutas no mundo da agricultura familiar” sublinha no prefácio o ex-Ministro da Agricultura nesse período Fernando Oliveira Baptista, que fará a apresentação do livro.
Vasco Paiva, que é engenheiro florestal e mestre em Recursos Florestais, publicou em 2006, “Na outra margem do Tempo”( editora Campo das Letras), “Crónicas de um Tempo Novo” em 2014 (editora Lápis de Memórias) e ”O Despertar das Montanhas” em 2020 ( editora Lápis de Memórias).

Um presente envenenado

"Esta maioria absoluta foi original. Aconteceu depois de seis anos no poder sem maioria. Surgiu no que parecia ser o fim de um ciclo, com um primeiro-ministro que se preparava para a gestão de uma saída que lhe permitisse dar um salto europeu. Nasceu cansada. Ela pode ter sido um presente envenenado para o PS e para o país. Apesar de garantir, teoricamente, mais estabilidade do que a ‘geringonça’, é muito mais instável. Porque a estabilidade política não depende de maiorias aritméticas, mas da estabilidade social que elas ofereçam. E de um propósito. Na ‘geringonça’, era reverter as imposições da troika. Na pandemia, era a emergência sanitária. Perante uma crise inflacionista e sem receitas diferentes da direita, qual é o propósito de António Costa?
Ao contrário do que acontecia na ‘geringonça’, de que era a alma, Pedro Nuno Santos era um corpo estranho neste Governo. Permanecer nele destruiria o seu caráter, porque Costa nunca desistiria de o fragilizar e humilhar. E destruiria o seu programa, porque corresponde a tudo o que se tem oposto. Não sai fortalecido e, longe do Governo, perde parte do poder que tem no PS. Se o Governo correr bem, estará longe e falhará a oportunidade. Mas tem 45 anos e muito tempo para regressar. Se correr mal, e há tanto por onde correr mal, será o mais bem colocado para assumir um caminho alternativo para os socialistas.

Não há, nem haverá enquanto Costa tiver as rédeas do poder, contestação interna ao líder. Mas há cada vez menos entusiasmo na sua defesa. É o cansaço, é a arrogância, é o que quiserem. Mas também é a sensação de que o PS está a fazer o que criticou a Passos. É por isso que a ofensiva da direita se concentra em casos. E defender o partido de casos quando falta uma causa desgasta a moral das tropas. Não é a primeira vez que o PS se verga aos dogmas económicos da direita, mas agora fá-lo depois de um Governo popular, com apoio de toda a esquerda e em que se envolveu em alguns confrontos ideológicos, uns mais reais do que outros. 

António Costa está fechado no seu núcleo cada vez mais apertado. Mais do que João Galamba e Marina Gonçalves serem ou não “pedronunistas”, estas escolhas foram determinadas pela impossibilidade de ir para lá do que já existe no Governo. Por culpas próprias e porque todos os potenciais convidados perceberam que ir para a política é ir para a forca. Fora da política ninguém quer lá entrar, dentro dela ninguém quer entrar num Governo que se desfaz. 

Porque não há alternativa, porque as alternativas são demasiado assustadoras, porque o Presidente o segura, Costa até se pode manter no poder mais quatro anos. Duvido. Mas extinguiu-se a sua estrela, talvez logo depois de conquistar a maioria absoluta. Porque ela foi determinada por uma conjuntura, não por uma vontade: o resto da esquerda estava condenada a escolher entre apoiar um Governo onde já não mandava ou provocar uma crise política de que seria a principal vítima; Rui Rio estava amarrado ao fantasma de Ventura, depois do erro que cometeu nos Açores, e as sondagens apontavam para um empate depois da vitória de Carlos Moedas em Lisboa, traumatizante para a esquerda. Não foi o entusiasmo dos eleitores que nos trouxe aqui. Foi o medo. E, nas mãos de um primeiro-ministro exausto com uma pandemia seguida de uma guerra, esta maioria absoluta em plena crise internacional pode ser fatal para o PS. Depois de Cavaco, o PSD só esporadicamente voltou “ao pote”. Só que agora é mais perigoso do que isso. Os tempos, na Europa e no mundo, são outros. 

Apesar da inflação, da obsessão de Medina pelo corte à bruta do défice e da instabilidade interna do Governo, o PSD tem dificuldade em ultrapassar a barreira dos 30%, mesmo nas sondagens que dão uma queda do PS. Os que fazem análises simplistas imaginaram que se viesse alguém conotado com Passos Coelho esvaziaria o campo à sua direita. Se isso pode acontecer com o IL — esta crise é péssima para a sua agenda —, não acontecerá com o Chega. O PSD vai sinalizando casos, a extrema-direita vai ganhando com eles. Ainda por cima Montenegro não tem perfil para dar “banhos de ética”. Quanto à crise económica e social, que era onde podia disputar os votos ao PS, tem pouco a dizer. Primeiro, porque quando um passista diz que não cortaria nas pensões reais ninguém acredita. Depois, porque Montenegro é um taticista puro. Está à espera que a crise bata mais forte para culpar as escolhas do PS e nunca dizer quais seriam as suas, achando que o poder lhe vai cair no colo. Só que esse tempo acabou. Quem fatura com os escândalos é a extrema-direita. Quanto mais o Chega cresce nas sondagens, mais o PSD fica seu refém e mais assusta o centro que precisa de conquistar. Como ficou provado há um ano, a função corretiva de uma crise política depende da existência de uma alternativa. 

E ela depende de um líder convincente, da clareza na relação do PSD com a extrema-direita e da existência de um programa de Governo que o distinga. Sem alternativa, a crise social manifesta-se em pequenos ou grandes casos, distantes dos problemas das pessoas. Se houvesse uma crise política sem que estas condições estivessem satisfeitas, o mais provável é que se iniciasse um período de crises sucessivas, como outras democracias conheceram, atirando-nos para um impasse. Nos próximos anos, se o Governo se for autodestruindo sem que o PSD se consiga afirmar como alternativa, Portugal pode encaminhar-se para a desestruturação do seu sistema partidário, com um enfraquecimento dos dois principais campos políticos, como aconteceu em vários países europeus."

(Daniel Oliveira, in Expresso, 06/01/2023)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Espera-se que esta "solução inovadora" encontrada com a “boa vontade da câmara” permita a reabertura das extensões de saúde de São Pedro e Marinha das Ondas na próxima segunda-feira...

 Via Diário as Beiras

«Estava previsto as extensões de saúde da Marinha das Ondas e de São Pedro reabrirem na passada segunda-feira. Entretanto, duas assistentes técnicas (secretárias clínicas) entraram em baixa médicas e a reabertura foi adiada para o dia 9.»

«A reabertura só é possível porque, como o DIÁRIO AS BEIRAS avançou em primeira-mão, a Câmara da Figueira da Foz criou uma bolsa de assistentes técnicos, com quatro elementos, para colmatar a falta destes profissionais nas unidades de Cuidados de Saúde Primários do concelho. O protocolo entre o município e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego para este efeito já foi assinado. As duas primeiras assistentes técnicas cedidas pelo município figueirense terminam hoje a formação, entrando ao serviço no dia 9 deste mês.»

«“Estão, neste momento, criadas as condições para as duas extensões de saúde reabrirem [no dia 9], se até lá não houver outras ocorrências que possam impedir a reabertura”, afirmou o diretor do ACES do Baixo Mondego, José Luís Biscaia, ao DIÁRIO AS BEIRAS.

A Câmara da Figueira da Foz vem resolver uma situação gerada pela falta de recursos humanos no SNS. “[O protocolo assinado entre o ACES do Baixo Mondego e o Município da Figueira da Foz] vem ajudar a resolver um problema que não é da responsabilidade da câmara municipal”, ressalvou José Luís Biscaia.»

Chegada dos Reis: cumpriu-se a tradição

 Via Município da Figueira da Foz

"Concessionários de praia querem regras mais justas e ajustadas ao concelho da Figueira da Foz"

Via Diário as Beiras

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

69

Foto: Pedro Agostinho Cruz
Um português, ter algo de louco e de paradoxal, é algo normal.
Portanto, é com toda a naturalidade que encaro  ter chegado a esta nobre idade.
Acreditem: é um enorme prazer fazer 69!..
Quem faz 69, mesmo que feito num oito, conseguiu ultrapassar a barreira dos 68.
Aguentei. 
O tempo passou e tudo resolveu. 
Confesso que gostei.

Nasci em 5 Janeiro de 1954. Hoje, mais uma vez é Janeiro, 5, mas de 2023.
Passaram 69. 
Hoje, ninguém que me incomode. Caramba, pá, mereço: faço 69.

Não houve, não há, nada escondido: o segredo, no caminho percorrido, foi perceber que, cada momento, era para ser vivido em seu devido tempo.
Objectivo próximo: continuar o percurso, sem fazer grandes figuras de urso.

Tem sido fixe. Confesso que vivi. Conseguir chegar aqui, não é a glória, nem o fim da minha história. Contudo, constitui uma importante vitória. 
Houve momentos porreiros, outros de algum fetiche e outros mesmo prazenteiros. Dos maus não reza a história, nem disso resta nada na minha memória.

Não desperdicem tempo com a minha pessoa. Friedrich Nietzsche, se por absurdo cronológico se tivesse cruzado comigo, diria de mim apenas: "humano, demasiado humano"
No fundo, sou apenas boa pessoa. Não tenho rancores, desamores, apenas bons humores. 
Pouco mais há a dizer. O resto, que é pouco, fica apenas para eu saber.
 
Tem sido fixe. O resto que se lixe.
Como dizia a minha avó Maia no tempo da fome e da guerra: "haja saúde e coza o forno".

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

MEMÓRIA... 30 ANOS DEPOIS, AGORA... Oferta do Livro...

Via Edições Cemar

"Publicado no dia 31 de Dezembro de 2022, ficou disponível na Internet, para poder ser para futuro livremente descarregado, lido, duplicado e distribuído, neste endereço, em formato electrónico (PDF), o livro cujas referências bibliográficas são:

Trinta Anos da Celebração da Memória do Infante Dom Pedro em Portugal (1992-2022)Figueira da Foz do Mondego (Buarcos) ­- Mira - Coimbra - Montemor-o-Velho, 2022.   316 páginas, com ilustrações.
Dep. Legal: 509350/22 (Portugal) - ISBN: 978-972-8289-63-8.

Depois de se aceder a esta página, pode ser lido "on line" e/ou, se se quiser, pode ser livremente descarregado em formato PDF (54,3 Mb), e fica disponível no computador que o descarregou, para nele poder ser lido, ou impresso:

Moção de censura que vai ser votada na próxima quinta-feira já tem o destino traçado: vai ser chumbada

Via RTP Notícias

"A moção de censura da IL vai ser a segunda que o XXIII Governo constitucional enfrenta desde que iniciou funções, em 30 de março de 2022, depois de ter vencido as eleições legislativas com maioria absoluta, e terá chumbo` assegurado pela bancada socialista, tal como a primeira apresentada pelo Chega em julho.

O secretário-geral do PCP considera que a moção de censura, apresentada pela Iniciativa Liberal, serve apenas "para entreter"

Paulo Raimundo sublinha que o problema do Governo é a política que está a ser seguida e não a escolha dos ministros."

"Não ouso a imprudência de uma resposta definitiva a esta questão"...

 Via Diário as Beiras

Galamba é ministro. Caramba!..

 


"REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL: A HISTÓRIA DA CAROCHINHA ACTUALIZADA A 2/01/2023 
Horas esteve à janela de S. Bento António Costa. Demandava, como no conto popular infantil:
 — Quem quer casar com a Carochinha, que é rica e formosinha? 
 Ninguém o levava a sério. Já noite, passou o Galamba. 
 — Quero eu, quero eu! 
 E foi assim. Casaram. E Galamba foi a ministro." 

"O treinador da secção de canoagem da Naval Remo, Alain Acart, faleceu ontem aos 71 anos de idade, vítima de paragem cardiorrespiratória depois de dar um treino a camadas jovens do clube"

 Via Diário as Beiras

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

"Há pró menino e prá menina"...

“Costa nomeia João Galamba para ministro das Infraestruturas e Marina Gonçalves para ministra da Habitação”.

"Mas quem é esta Marina?"

Presidente Lula: "Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição"

 

"Ao longo desta campanha eleitoral vi a esperança brilhar nos olhos de um povo sofrido, em decorrência da destruição de políticas públicas que promoviam a cidadania, os direitos essenciais, a saúde e a educação. Vi o sonho de uma Pátria generosa, que ofereça oportunidades a seus filhos e filhas, em que a solidariedade ativa seja mais forte que o individualismo cego (...) Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo. Os direitos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares de nosso governo (...) A liberdade que sempre defendemos é a de viver com dignidade, com pleno direito de expressão, manifestação e organização. A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis da civilização. O nome disso é barbárie."

Diferença

Santana, apesar de ser um dos políticos com algumas boas relações pessoais no meio, nem sempre teve boa imprensa. Porém, sempre gostou e nunca desistiu de comunicar com as pessoas. 
Como é evidente, são dele as escolhas e a forma como o faz.
No tempo que passa, na sociedade da comunicação em que vivemos, isto é normal. Santana, em termos do comunicação, sabe muito. Valoriza, por exemplo, o papel importante que a comunicação social, quando isenta e séria, pode desempenhar na mensagem que pretende passar.
Como esta primeira edição do ano de 2023 do Diário as Beiras mostra, é o normal, para um político. Mas não é coisa pouca, como se viu num passado relativamente recente...