quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Repor a verdade sobre Passos Coelho


"Há um discurso que o PSD faz que não é verdadeiro e que o PSD sabe que não é verdadeiro. 

Ainda hoje o deputado Paulo Rios de Oliveira o fez na audição do ministro Pedro Nuno Santos no Parlamento. Há dias, foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa, de Luís Montenegro e de Carlos Moedas. O discurso é o de que "o PS trouxe a troika para Portugal e que o PSD livrou Portugal da troika". E que Passos Coelho teve um papel crucial nessa época. 

Esta afirmação tem por base um paradoxo: o de que foi preciso aplicar a austeridade para nos livrarmos da austeridade. A afirmação é equívoca porque lhe faltam duas partes que nunca são ditas. Primeiro: aplicou-se a austeridade, não porque era precisa, mas porque PSD e CDS acreditavam que a sua aplicação era necessária; segundo: a sua aplicação não era necessária, mas apenas instrumental para forçar uma desvalorização salarial (que foi conseguida) e para reduzir o papel do Estado na provisão dos direitos consagrados na Constituição e substituí-la pela provisão privada, beneficiando interesses privados (o que em parte está a ser conseguido)."

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Novilíngua

Primeiro, estranha-se. Depois, entranha-se...
"Adidas dispensa 300 colaboradores na Maia e leva serviços para fora de Portugal"...
Temos é de nos adaptar ao tipo de discurso eufemístico e deliberadamente ambíguo "da verdade a que temos direito", geralmente usado em contexto político ou para fins propagandísticos, que está a ser utilizado pelos inteligentes neste tempo de maioria absoluta "socialista"...

Henrique Carmona, proponente da moção aprovada em 8 de novembro de 2021 reage à nota de imprensa de militantes do PSD

Da série PARTIDO COMPLICADO ESTE PSD FIGUEIRA


Segundo nota recebida esta manhã pela FigueiraTV
, Henrique Carmona, vogal da comissão política de secção da Figueira da Foz do Partido Social Democrata, vem reagir à manifestação dos seus «companheiros» sobre a moção estratégica aprovada há 11 meses em plenário de militantes desse partido.

Em causa está a notícia de ontem do Diário As Beiras, em que os militantes do PSD Teresa Machado, Teotónio Cavaco, Carlos Ferreira, Antonino Oliveira, Inês Cláudio, Luís Marques e Ricardo Oliveira terão enviado uma nota de imprensa, qualificando de mentira «que o plenário concelhio tenha aprovado uma moção de aproximação do partido ao executivo camarário…».

Contactado pela FigueiraTV, Henrique Carmona proponente da moção «aprovada por unanimidade» no dia 8 de novembro de 2021 considera esta manifestação «uma declaração errática da moção, até porque em plenário tive oportunidade de esclarecer que se procura uma oposição sensata e não cega». E acrescenta: «não aprovando ou chumbando indiscriminadamente as propostas do executivo de Pedro Santana Lopes», mas exercendo «uma oposição responsável e atenta, sem bloqueios e com colaboração ao executivo eleito pela FAP».

Fica a moção aprovada em plenário de militantes do PSD no dia 8 de novembro de 2021.

"Melhor PSD na Figueira da Foz

Melhor Figueira da Foz

Dado a nossa realidade atual, apenas temos um caminho a trilhar: o que nos pode levar à credibilização do nosso partido neste nosso concelho, aquele que porventura nos leve a dirigir os destinos da nossa terra. Para isso é necessária uma estratégia sustentada e elaborada que nos distinga do nosso adversário político de sempre, o PS.

Não podemos, por isso, ficar reféns de desígnios ou caprichos pessoais em detrimento dos valores e interesses superiores, que são o bem do nosso Partido e do nosso Concelho, pois temos a convicção de que só conseguiremos uma Figueira da Foz melhor e mais capaz com uma gestão séria e competente. Acreditamos que isso acontecerá apenas com um PSD/Figueira da Foz forte, responsável e credível. Temos provas mais que suficientes que o nosso adversário político o PS não é uma solução. Basta, para isso, e sem grande esforço de memória verificar o que foram estes 12 anos de governação local deste PS: uma estagnação e até recuo na nossa qualidade de vida, bem como nas nossas mais íntimas perspetivas de melhoria."

"HDFF adquiriu novos equipamentos para o serviço de Imagiologia, por um milhão de euros"

 Via Diário as Beiras

A Assembleia de Freguesia de Buarcos e São Julião reúne-se amanhã, pelas 19H00, na Assembleia Figueirense, em sessão extraordinária.

O único ponto da agenda é a desagregação das duas antigas freguesias.


Recorde-se que Brenha também quer separar-se de Quiaios e Alhadas, Borda do Campo do Paião e Santana de Ferreira-a-Nova. 
Estas foram as quatro freguesias do concelho da Figueira da Foz agregadas em 2012.

Coincidências...

 Via Diário as Beiras

Foi há dez anos...

Porque a memória costuma ser curta, convém não esquecer: "Querido diário - Os números martelados de Passos Coelho".
«As barafundas de Passos Coelho, de que Marcelo Rebelo de Sousa já se esqueceu (?) e, por isso, diz que acha que lhe ficámos a dever muito e que ainda podemos, no futuro, ficar a dever mais.

"Os números servem para tudo. As simulações de IRS para 2013 que o Governo deu aos deputados, para provar a bondade das suas propostas, não só tinham erros, como foram construídas para mostrar que o Governo tinha razão. Quando desconstruídos, revelam que os pobres sofrerão o maior acréscimo do esforço exigido. O Ministério das Finanças não respondeu ao PÚBLICO até ao fecho da edição. 

Na conferência em que apresentou a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2013, o ministro das Finanças [Vítor Gaspar, hoje no FMI] perdeu bastante tempo a frisar que as mexidas iam ao encontro do princípio constitucional de o IRS ser um imposto progressivo (quem mais recebe mais paga) e que as desigualdades se atenuavam. Mas, no dia seguinte, a generalidade das firmas de consultoria citadas pela comunicação social declarou o contrário. Os escalões de menores rendimentos sofrerão maiores agravamentos de IRS e serão precisamente os escalões de maiores rendimentos que sentirão um menor acréscimo do esforço — ou seja, as desigualdades tenderão a agravar-se."

O resto vem no artigo. Veja como se manipularam os números para provar que os pobres saíam beneficiados com o Orçamento de Estado para 2013.»

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Obras na Ponte Edgar Cardoso

A clarificação que se impunha, via Município da Figueira da Foz

VALE TUDO PARA CORTAR PENSÕES

"Já sabíamos da tendência do poder para a manipulação descarada, para não lhe chamar aldrabices grosseiras e impunes.


Francisco Louçã, na SIC Notícias, com simplicidade, desmascarou o último embuste das contas da Segurança Social, citando os números oficiais.

Para justificar o injustificável, ou seja, cortar nas pensões, entre outras façanhas, o governo deu à estampa, num espaço de um mês, números divergentes.

Do saldo zero, apresentado em Setembro passado, passou a 40,105 mil milhões de euros, para o ano de 2050, de acordo com os próprios números do Orçamento do Estado para 2023."

"...obra iniciada há cerca de 20 anos, uma década depois de ter sido iniciado o processo. Entretanto, a empreitada parou no esqueleto do imóvel..."

Via Diário as Beiras

«A conclusão da obra poderá custar cerca de dois milhões de euros, devendo prolongar-se pelos próximos três exercícios do Orçamento do Município. Este investimento, porém, terá de ser aprovado na reunião de câmara e na Assembleia Municipal. Por outro lado, terá de ser alterado o Plano Diretor Municipal, cuja revisão não contempla a construção daquele tipo de equipamentos no espaço onde começou a ser construído o pavilhão.  “Vamos fazer um esforço grande. É uma obra que vem de 1990, com avanços e recuos”»

Um pormenor que vale a pena recordarA última proposta de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) foi aprovada  na reunião de câmara  realizada no dia 22 de Janeiro de 2017,  com cinco votos a favor do PS e três votos contra e uma abstenção do PSD

PSD FIGUEIRA...

Da série PARTIDO COMPLICADO ESTE PSD FIGUEIRA

Imagem via Diário as Beiras

Se o PSD Figueira, no seu interior, alberga a própria oposição ao PSD Figueira, quem é que, na Figueira,  vai ousar criticar o PSD Figueira

Quem criticar  a oposição ao PSD Figueira, vai ser acusado de estar  ao lado do PSD Figueira.

Quem criticar o PSD Figueira, vai ser acusado de estar ao lado de um outro PSD Figueira: o da oposição ao PSD Figueira.

A nova administração do porto da Figueira da Foz...

Crónica publicada na edição de Setembro de 2022 da Revista ÓBVIA


A novela da nomeação da nova administração do porto chegou ao fim: o vereador do PS Carlos Monteiro foi confirmado como elemento da nova administração dos portos da Figueira da Foz e Aveiro.

Recorde-se: o nome do ex-presidente da autarquia figueirense para ocupar o cargo, foi sugerido pelo seu sucessor, o independente Santana Lopes, ao ministro Pedro Nuno Santos.

O conselho de administração será liderado por um professor universitário,  Eduardo Feio.

Carlos Monteiro, até agora vereador sem funções executivas na Câmara Municipal da Figueira da Foz, autarquia  que liderou entre 2019 e 2021, e Andreia Queirós, desde 2014 directora financeira e de desenvolvimento organizacional na Administração do Porto de Aveiro, completam a equipa que vai liderar a gestão dos portos de Aveiro e Figueira da Foz nos próximos tempos.

Cumpriu-se o desejo de Santana Lopes – e de outros políticos e agentes económicos locais – de ver na administração portuária um figueirense.

Para a Figueira e para Santana Lopes, a decisão do ministro das Infraestruturas e Habitação de nomear uma nova administração portuária, “é de uma importância política enorme”, já que poderá trazer “mais operacionalidade” nos contactos entre a autarquia e a nova administração do porto da Figueira da Foz.

Recorde-se, que tanto os portos de Aveiro como o da Figueira estavam sem administração, mantendo-se apenas em funções Isabel Moura Ramos, na qualidade de presidente em suplência.


Desde sempre que a Figueira anda à procura de uma solução para a barra.

Existe um estudo, com mais de 100 anos, sobre como melhorar o Porto da Figueira. Quem estiver interessado pode consultá-lo na Biblioteca Municipal, num dos jornais locais de 1914. Esse precioso e importante trabalho, refere a construção de um "paredão a partir do Cabo Mondego em direcção ao quadrante sul". Esse projecto, da autoria do Eng. Baldaque da Silva,  para a construção da obra de um "Porto Oceânico", foi aprovado na Assembleia de Deputados para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu, pois foi colocado numa gaveta. 

Neste momento, como as coisas estão na enseada de Buarcos, já não deverá ser possível colocar ali o "Porto Oceânico", uma vez que as construções ocuparam os terrenos necessários ao acesso àquilo que seria um porto daquela envergadura. Porém, o estudo do Eng. Baldaque da Silva poderia servir de base para a construção de um paredão com cerca de 1 800 metros, que serviria para obstruir o acesso das areias à enseada de Buarcos, traria benefícios consideráveis: acabaria o depósito de areias na enseada, barra, rio e praia; ficaria protegida a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando a erosão das praias da zona e os constantes prejuízos na ida Marginal; serviria de abrigo à própria barra, quando a ondulação predominasse de Oeste ou O/N.

O extenso areal urbano localizado entre o molhe norte e a vila piscatória de Buarcos tem 110 hectares (o equivalente a 154 relvados de futebol), o que significa que metade da cidade caberia na praia.

A quantidade de areia ali depositada nunca foi medida – a praia tem vários metros de altura a nascente e a sul, mas essa altura não é uniforme ao longo do areal – sabendo-se, apenas, que a distância da avenida ao mar ultrapassa os 800 metros no seu ponto mais largo e continua a aumentar.

Se o bypass passar da fase dos estudos e chegar a funcionar, haverá alguma possibilidade dos habitantes da margem sul do estuário do Mondego viverem com mais alguma tranquilidade e da praia da Claridade voltar a viver tempos mais positivos.


A a barra e o porto comercial continuam a ser uma enorme preocupação para os figueirenses e para os responsáveis autárquicos. Numa notícia publicada no Diário as Beiras, no passado dia 9 do corrente mês de Setembro, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Dr. Santana Lopes,  dizia-se “muito preocupado” com a falta de interlocutores no porto no Porto Comercial da Figueira da Foz. 

Santana Lopes lembrou que há investimentos anunciados que devem cumprir calendários. As dragagens de 100 mil metros cúbicos de areia, na barra e no canal de navegação, que serão injectados nas praias do sul do concelho afectadas pela erosão costeira, agendadas para o corrente mês, é um deles. 

“A informação que tenho, [através] das conversas com a Administração Central e regional, é a de que não há interlocução. Neste momento, há um funcionário que está lá, mas a administração demitiu-se. Não sei pormenores, [mas] a administração vai ser substituída”, disse Santana Lopes aos jornalistas. 

De acodo com a notícia do Diário as Beiras que temos vindo a citar, "há vários meses que a presidente do conselho de administração, Fátima Alves, informou a tutela que pretendia sair, o que acabou por acontecer recentemente."

Apesar de não querer criar problemas ao Governo, em 9 do corrente mês, era intenção do Dr. Santana Lopes falar com o ministro da tutela sobre as consequências da falta de administração portuária. “Não posso deixar de dizer, e vou transmitir, de novo, ao ministro Pedro Nuno Santos, as consequências que isto está a ter. Nomeadamente, a intervenção [dragagem de 100 mil metros cúbicos de areia] que está prevista para setembro”. 

 “Para nós, é incompreensível, e já chega de peripécias no Porto da Figueira da Foz e à volta do Porto da Figueira da Foz. Espero que a situação se resolva muito depressa”.


A nova administração já está nomeada. A vida prossegue. O porto comercial, desde sempre, foi fundamental para o desenvolvimento da Figueira. No futuro, também será assim. A composição da futura administração do Porto da Figueira da Foz, que já estava a demorar a ser conhecida, pode vir a clarificar muita coisa. 

Em termos políticos, Carlos Monteiro, que é  membro da nova administração dos portos de Aveiro e da Figueira desde o passado dia 19 , suspendeu o mandato de vereador, não devendo optar pela renúncia. 

Contudo, segundo os elementos disponíveis no momento em que estou a escrever esta crónica (madrugada de 20), Carlos Monteiro, líder local do PS, manterá a sua recandidatura à liderança da Concelhia do PS.

Como sabemos, na corrida à presidência do Secretariado da Concelhia socialista figueirense, além do antigo presidente da Câmara da Figueira da Foz, está também a deputada à Assembleia da República Raquel Ferreira. 

As eleições internas do PS realizam-se a 8 de outubro próximo.


Nota de rodapé.
Entretanto, no passado dia 8 do corrente mês de outubro, Raquel Ferreira venceu o antigo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, na corrida à liderança da Concelhia do Partido Socialista figueirense.
Carlos Monteiro, que se recandidatava depois de ter perdido a autarquia para Pedro Santana Lopes, e ter recentemente pedido a suspensão do mandato de vereador para assumir o cargo de vogal do conselho de administração do Porto de Aveiro e Figueira da Foz, conquistou 45% dos votos em urna, enquanto Raquel Ferreira obteve os restantes 55%. Votaram cerca de 500 dos 730 militantes com capacidade eleitoral activa (quotas pagas).

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Na revista Visão desta semana numa entrevista John Keane diz algo interessante: "são só precisos dez anos para as democracias se transformarem em despotismo"

"Numa época em que a incerteza sobre o mundo atravessa todas as dimensões da nossa vida, olhar para os quatro milénios de democracia, bem como para o seu verdadeiro valor, pode ser a chave para perspetivar o futuro. Dos primórdios da democracia - que viu a luz do dia na Mesopotâmia, antes de Atenas - até ao papel que teve no fervor revolucionário em França e na América, esta palavra de dez letras mudou por completo a nossa história. A verdade é que o conceito de democracia desfez o jogo do poder privilegiado porque, com ela, somos impelidos a acreditar em algo radical: juntos, podemos ser iguais e decidir o que queremos fazer da nossa vida, do nosso futuro.
Esta é a história - turbulenta, luminosa, controversa e incontornável - do nascimento, crescimento e disseminação da democracia, escrita por um dos mais importantes pensadores políticos mundiais, John Keane. São mais de quatro mil anos que desembocam num panorama da atualidade, agora que a multiplicidade de regimes democráticos - fertilizada pela América liberal, mas não só - atinge o seu auge, com variantes regionais em todos os pontos do globo.

A democracia tem futuro? Ou irão os demagogos e os déspotas ganhar? Estamos prestes a descobrir. A história completa da democracia, dos seus grandes defensores aos seus não menos importantes detratores, das assembleias da antiga Mesopotâmia até aos perigos que assolam a sua vida no século XXI num livro imprescindível."

Na revista Visão desta semana numa entrevista John Keane diz algo interessante: "São só precisos dez anos para as democracias se transformarem em despotismo." 
Para evitar tal efeito, os eleitos deveriam ser impedidos de o serem mais vezes de que esse prazo de validade permite. Quanto às razões para se preferir a democracia a regimes despóticos, estão explicadas na entrevista.





Imagens via blog Porta da Loja

Em cada viagem poderá transportar cerca de 40 passageiros e bicicletas. Vai assegurar uma linha fluvial regular entre a marina e o Cabedelo

Via Diário as Beiras
"A embarcação elétrica que a Câmara da Figueira da Foz adjudicou a estaleiros de Barcelona, ao abrigo de um concurso público internacional, por cerca de 500 mil euros, comparticipados por fundos europeus, chegará à cidade nas próximas semanas.
De acordo com as pretensões do executivo camarário, as carreiras fluviais deverão começar no início do ano."

Há «uma guerra contra as pessoas».

"O escritor grego Theodor redescobre nesta obra – uma das poucas escrita originalmente na língua pátria – uma Grécia sofrendo as terríveis consequências das sevícias praticadas pela troika de agentes não-eleitos formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu. Um cenário que também conhecemos em Portugal e espalhado como uma peste renitente através da União Europeia sob a designação comum de «austeridade».
As pessoas são as principais vítimas da guerra na Ucrânia, um conflito que, gostem ou não gostem os comentadores encarregados de ajudar a montar a opinião única, é travado entre a Rússia e a NATO.
«Os pobres deixaram de ser pessoas para se tornar apenas um problema», fazendo lembrar «o que o nazismo tinha feito com os judeus, com os comunistas, com os homossexuais, com os ciganos e com muitos mais».

«Há muito que, ao ritmo da implantação do neoliberalismo como sistema de globalização, os direitos e as condições de vida dos seres humanos deixaram de ser referências a respeitar. Espezinhá-los em guerras, em gabinetes governamentais e parlamentos tornou-se banal.»

O fim do sistema socialista, principalmente da União Soviética, da Jugoslávia e do Tratado de Varsóvia, e a consequente institucionalização generalizada do neoliberalismo, com o chamado Consenso de Washington de 1989, marca o início do combate sistemático contra os direitos humanos, sociais e laborais conquistados através do século passado, com a inevitável derrapagem do Estado social para a escravatura envergonhada e a substituição da economia de produção pela da especulação. O mundo passou a ser gerido pela ditadura do mercado ao serviço de poderes e interesses para quem as pessoas se transformaram simultaneamente em peças descartáveis mas também em empecilhos, sobretudo porque continuavam a agir como cidadãos senhores dos seus direitos – e não desistiam de lutar por eles."

Propaganda para iniciados: até na táctica não há inovação

Quantas mais horas de propaganda governamental houver ao Orçamento do Estado para 2023, maior será o choque dos portugueses no próximo ano.

Continuamos a viver no país da elite dos privilegiados. "Os dados da Pordata para o Dia Internacional da Pobreza, assinalado esta segunda-feira, revelam que o número de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social aumentou 12,5% em 2020 comparativamente a 2019, a primeira subida desde 2014. Os mais ricos estão mais ricos e os mais pobres, mais pobres. Conclusão: recuámos. Somos o 2.º país com mais pessoas a viver em más condições materiais."

Os pensionistas e os trabalhadores por conta de outrem, já estão a perder poder de compra, mas em 2023 o impacto vai ser ainda mais brutal. O pacote tem sido bem embrulhado  pela propaganda governamental sustentada pela casta de verdadeiros parasitas que são os gestores e economistas que chamam "privilégios" ao que não passa de direitos.
Eles a falarem em "privilégios"! Eles, que depois de meia dúzia de anos numa instituição, a ganhar ordenados de craques da bola, se reformam a seguir, enquanto para nós, trabalhadores em geral, aumentaram a idade da reforma. 
E, depois, têm a lata, a desfaçatez, o arrojo e a pouca vergonha de afirmar que os pensionistas, funcionários públicos, outros trabalhadores (incluindo os precários, os mal pagos, os pouco qualificados) é que são os privilegiados.
Vivemos num País onde a classe empresarial e as elites financeiras, a prosseguir por este caminho, vão apropriar-se do que resta.
A propaganda faz milagres em defesa das teses monetaristas. 
Os pensionistas, os funcionários públicos e os trabalhadores por conta de outrem são responsabilizados pelos males do país, como os judeus o foram no regime nazi. 
A propaganda serve para isto. O Governo só se mexe para agradar ao grande capital e aos interesses dos empresários. 
Basta ver quem aplaudiu o OE para 20023: o Governo está satisfeito;  os patrões satisfeitos estão; a UGT está satisfeita; até Marcelo expressou satisfação!
Isso significa que o acordo de concertação social não serve os trabalhadores nem os pensionistas.   
PS e PSD são as duas faces da mesma moeda. Tal como no Portugal da Monarquia Constitucional na segunda metade do século XIX, em que o Partido Progressista e o Partido Regenerador dividiam entre eles o bolo nacional, os lugares e a mordomias, neste momento a Democracia fundada em 25 de Abril de 1974 está esgotada, à mercê de uma elite política e financeira sem ideologia, rendida aos interesses imediatistas e à ditadura financeira de Bruxelas. 
Portugal há décadas que está a saque! E quem vai continuar a pagar somos nós: o "povão".

Pinhal de Leiria: cinco anos depois

Margarida Balseiro Lopes, via Jornal de Notícias
"As juras de amor e as promessas que foram então dedicadas ao Pinhal do Rei foram rapidamente esquecidas pelo poder político. Não foi tão célere a dedicar-lhe os esforços necessários para a sua recuperação como foi sendo, ao longo de décadas, a arrecadar as generosas receitas que o Pinhal de Leiria foi gerando. Na primeira década do século XXI, o investimento nesta Mata Nacional correspondeu a perto de 10% do valor amealhado pelo Estado pela sua exploração.

Seria sempre difícil lidar com o contraste do verde de mais de 11 mil hectares de pinhal com a aridez dos despojos deixados pelo incêndio de há cinco anos. No entanto, é ainda mais perturbador constatar que continuamos a não aprender com os erros e a desvalorizar uma das mais belas imagens que o país tinha para oferecer.

Os especialistas têm sido claros em denunciar os evidentes sinais de abandono do Pinhal de Leiria"...