segunda-feira, 29 de novembro de 2021
E pronto: estamos a entrar na quadra natalícia - e a esmagadora maioria dos figueirenses satisfeitos...
“O mar é a nossa terra” está em exposição em Nice
Os figueirenses Miguel Figueira e Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo, participaram na inauguração da exposição “O mar é a nossa terra”, na cidade francesa de Nice, patente ao público até 17 de fevereiro do próximo ano.
Imagem via Diário de Coimbra
domingo, 28 de novembro de 2021
47 anos depois do 25 de Abril de 1974
André Ventura durante o congresso em que foi reeleito líder do partido que fundou. Foto Nuno André Ferreira, via Diário de Notícias |
«Ventura adapta lema de Salazar: "Deus, pátria, família e trabalho"
O líder do Chega apropriou-se do lema do ditador Oliveira Salazar durante o Estado Novo, "Deus, pátria e família", acrescentando-lhe a palavra "trabalho", para sintetizar os valores em que o partido acredita.»
Onze contra nove e no final perdeu o futebol...
sábado, 27 de novembro de 2021
PSD: Rio ganha a Rangel...
Resultados oficiais provisórios dão o líder em funções à frente do eurodeputado. Combate eleitoral foi muito renhido.
Os resultados disponíveis colocam o líder em funções à frente do eurodeputado. A sua candidatura já assumiu a derrota aos jornalistas e Paulo Rangel já falou aos jornalistas a confirmar o desfecho eleitoral.
A arte e a realidade da nossa vida
O poema de David Mourão Ferreira, feito em 1954 (ano em que eu nasci), para uma música de Caco Velho, já existente, fala de um pescador que foi para o mar no seu barco negro e não voltou. Contudo, a mulher que o ama recusa acreditar que o pescador tivesse morrido.
O poema incia-se em retrospectiva, na praia.
"De manhã temendo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia,
mas logo os teus olhos disseram que não
e o sol penetrou no meu coração."
E prossegue: "vi depois numa rocha uma cruz...".
A cruz é um prenúncio de morte. O pescador não voltou, mas a mulher que o ama pensa vê-lo no reflexo cegante do sol no mar. E recusa-se a acreditar na evidência que apontam as viúvas da praia...
"Eu sei, meu amor,
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo."
A mulher sabe que o homem que ama não voltará, mas diz a si mesma que tudo está igual porque ele está com ela. Como sempre esteve.
Para mim, "O barco negro" é uma tocante e bela obra musical sobre uma realidade: o modo meio louco como o amor entre duas pessoas pode permanecer, quando uma delas se vai embora.
Transpondo para a vivência de uma Aldeia de pescadores, fala sobre uma peixeira que perdeu o pescador. Que pode ser a história de vida da minha Mãe, uma peixeira que perdeu, ainda nova, o seu amor desde a escola primária, mas nunca perdeu o amor pelo único homem da sua vida: o meu Pai.
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
ACeS e autarquia ponderam soluções para aumentar capacidade de resposta da vacinação...
Via Diário as Beiras |
Passaram 8 dias. Ninguém, até ao momento (26/11/2021, pelas 11 horas e 50 minutos) me comunicou nada.
Logo que a agenda o permita, Santana Lopes "vai protagonizar um vídeo de promoção do comércio tradicional local"
Um assunto para a agenda da reunião Santana Lopes/António Costa, quando o primeiro-ministro, a convite do presidente da câmara, se deslocar à nossa cidade: “A Figueira da Foz tem de ser a capital do mar”
“Queremos que os assuntos se resolvam por quem tem capacidade para decidir”, disse Santana Lopes, no período antes da ordem do dia da reunião na Câmara Municipal, em que foi aprovado um voto de pesar pela morte de quatro pescadores desportivos ocorrida no sábado anterior na Figueira da Foz.
Santana Lopes não quer que "as coisas aconteçam, o tempo ande e nada se resolva", pelo que considera "essencial" que o primeiro-ministro "conheça os assuntos da Figueira da Foz".
No dia 17 de Outubro deste ano, no grande auditório do CAE, cheio que nem ovo, para assistir à tomada de posse dos novos órgão autárquicos, Pedro Santana Lopes, o novo presidente do município, afirmou que “as pessoas têm de saber que quando quiserem estudar, investigar e tratar de assuntos do mar o melhor sítio em Portugal é a Figueira da Foz”.
Presumo que o Dr. Pedro Santana Lopes, com o competente staff que tem não deve desconhecer que o Governo vai investir 87 milhões de euros na economia do mar e à Figueira não vai tocar nada.
Via Governo de Portugal. Para ler melhor clicar na imagem. |
O Ministro destacou que o investimento para o Hub Azul permite criar infraestruturas «para desenvolver as grandes tecnologias e promover a ligação entre as academias e as indústrias e os empreendedores em contextos da biotecnologia azul, das energias oceânicas, robótica submarina, das engenharias, construção naval».
Ricardo Serrão Santos acrescentou que o investimento visa «potenciar o setor da transformação do pescado e a biotecnologia» e promover uma maior ligação entre a investigação científica e as indústrias do setor.
«Vão ser centros de produção de produtos na parte da biotecnologia azul, para aumentar o número de patentes nacionais», disse.
O Hub Azul, Rede de Infraestruturas para a Economia Azul, vai ter infraestruturas (novas e existentes) costeiras com acesso à água, laboratórios e zonas de teste, locais para prototipagem, scale-up pré e industrial e espaço de incubação e alavancagem de empresas, criando uma plataforma física e virtual em rede para dinamizar a bioeconomia azul e outras áreas emergentes da economia do mar descarbonizante em Portugal e na Europa.
O Hub Azul vai ter ainda uma «estreita ligação às universidades nacionais, principalmente às escolas com formação superior direcionada para o mar, e aos centros de formação profissional do mar»."
Todos sabemos que, desta vez, o antigo presidente do PSD, ex-secretário de Estado e ex-primeiro-ministro, prometeu três mandatos, o máximo permitido por lei. Porém, para quem quer uma Figueira da Foz “na frente, liderante”, o tempo começou a contar.
Para “a Figueira da Foz ser a capital do mar, liderar na investigação e na ciência, e, por isso, fazer nascer entre a Costa de Lavos e a Gala um centro de investigação em ciências do mar”, dada a fortíssima concorrência (por exemplo de Aveiro) penso ser um assunto fundamental para a reunião que certamente irá haver na Figueira, entre o presidente da câmara e o primeiro-ministro António Costa.
"O Bloco de Esquerda da Figueira da Foz opõe-se à decisão camarária de apoiar a realização de uma prova do Campeonato do Mundo de Motonáutica na Figueira da Foz"
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
O património da economia dominante
Ana Santos, via Ladrões de Bicicletas
"Chamo a atenção para um pequeno livro, publicado em 2020, sobre “a economia dos ativos” (The Asset Economy). O seu principal objeto é a acumulação de património imobiliário que a ilustração da capa sinaliza.
Trata-se de um livro de divulgação e de fácil leitura. Aborda um dos temas mais centrais das economias políticas contemporâneas: a propriedade imobiliária e o seu papel na reprodução de desigualdades sociais. Apresenta-se como uma crítica ao Capital no século XXI de Piketty, por este ter negligenciado esta relevante dimensão das desigualdades na sua análise e propõe uma nova abordagem à análise das classes sociais que leve em conta o património imobiliário.
Esta forma de economia resulta de um conjunto de políticas de pendor neoliberal altamente favorável para os proprietários. Destaca-se a política monetária centrada no controlo da inflação, isto é, dos preços dos bens de consumo, ao mesmo tempo que se tolera o crescimento exponencial dos preços dos ativos e os seus efeitos desestabilizadores. A habitação tem sido central nestes desenvolvimentos já que é o principal ativo detido pelas famílias, sendo crescentemente cobiçado por investidores institucionais, devido à sua tendência de valorização (aspeto não abordado pelos autores).
A habitação está no centro do agravamento das desigualdades por diversas vias. A compra de casa própria a crédito tem sido feita à custa de modos de provisão coletivos. O resultado tem sido o crescimento da propriedade privada entre os segmentos que puderam beneficiar de linhas de crédito bonificado e aliciantes incentivos fiscais, o que desencadeou o aumento continuado dos seus preços ainda que com oscilações. Os excluídos do mercado imobiliário viram-se ainda excluídos da provisão pública, com a privatização da habitação pública (sobretudo nos países anglo-saxónicos entre outros) ou na ausência de outras políticas (o nosso caso).
O agudizar das desigualdades habitacionais significa que o custo das crises do capitalismo – económicas, financeiras, de saúde pública ou ambientais – são crescentemente suportados pelos que ficaram excluídos do acesso à propriedade imobiliária em valorização. Ao contrário dos proprietários, com e sem hipoteca, a sua dependência dos rendimentos do trabalho cada vez mais precário não os protege da inflação das rendas dos mercados liberalizados (a parte do rendimento salarial transferida para os proprietários com o pagamento das rendas é maior do que a que é transferida para os bancos com o pagamento das hipotecas), não dispõem de rendimentos prediais, nem de colateral para aceder a crédito em condições mais favoráveis.
Ainda que os autores não o explicitem, a implicação desta análise é profundamente radical. Se o Estado Providência está a dar lugar a uma espécie de economia de bem-estar patrimonial (asset-based welfare), assente na acumulação privada de ativos com vista à extração de rendimento durante e após a vida ativa, então as relações de propriedade têm de voltar estar no centro das preocupações, dado o seu papel na ampliação das desigualdades sociais."