segunda-feira, 29 de novembro de 2021

E pronto: estamos a entrar na quadra natalícia - e a esmagadora maioria dos figueirenses satisfeitos...

Jonas Andersson campeão na Figueira da Foz 

O sueco Jonas Andersson, da Team Sweden, sagrou-se ontem campeão do mundo de Fórmula 1 de motonáutica, ao vencer o Grande Prémio de Portugal, na Figueira da Foz, com o tempo de 36.17 minutos, numa prova marcada por dois acidentes. 
Jonas Andersson sucede ao norteamericano Shaun Torrente, que terminou a prova em quinto lugar. 
Uma multidão assistiu à final do Campeonato do Mundo de F1 de Motonáutica. 
Da parte da Federação Portuguesa de Motonáutica, da Câmara da Figueira da Foz e do Clube Náutico da Figueira da Foz, que foram os parceiros da União Internacional de Motonáutica para a realização prova, há interesse em que o evento regresse à foz do Mondego. 
Foi o que disseram ao DIÁRIO AS BEIRAS o presidente da federação, Paulo Ferreira, a vereadora Anabela Tabaçó e o presidente do clube, Miguel Amaral. 
“Foi muito bom. Temos um novo campeão do mundo. Abu Dhabi perdeu o título na Figueira da Foz e o vice-campeão do ano passado ganhou”
Este foi o balanço de Paulo Ferreira, que prometeu trabalhar para que a prova regresse àquela cidade já em 2022. 
“Valeu a pena. Foi um evento fantástico, com uma excelente organização”, afirmou, por seu lado, Anabela Tabaçó. A autarca destacou, ainda, a importância da prova para a economia local, em plena época baixa turística. 
“Estou muito satisfeito. Não tenho palavras. Foi uma oportunidade única para a Figueira”, declarou Miguel Amaral do Clube Náutico da Figueira da Foz.

“O mar é a nossa terra” está em exposição em Nice

Os figueirenses Miguel Figueira e Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo, participaram na inauguração da exposição “O mar é a nossa terra”, na cidade francesa de Nice, patente ao público até 17 de fevereiro do próximo ano.

Imagem via Diário de Coimbra

domingo, 28 de novembro de 2021

47 anos depois do 25 de Abril de 1974


Vídeo sacado daqui

André Ventura durante o congresso em que foi reeleito líder do partido que fundou. Foto Nuno André Ferreira, via Diário de Notícias

«Ventura adapta lema de Salazar: "Deus, pátria, família e trabalho"

O líder do Chega apropriou-se do lema do ditador Oliveira Salazar durante o Estado Novo, "Deus, pátria e família", acrescentando-lhe a palavra "trabalho", para sintetizar os valores em que o partido acredita.»

Onze contra nove e no final perdeu o futebol...

Via JN
"Um caso que faz corar de vergonha o futebol português e um cenário terrível para quem gosta de futebol e que teve repercussão internacional. Após o final, os dois clubes confessaram que foram obrigados a jogar pela Liga."

Empresas vão receber apoio até 112 euros pelo aumento do salário mínimo em 2022...

Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz: memória

 Via Diário as Beiras

sábado, 27 de novembro de 2021

PSD: Rio ganha a Rangel...

Resultados oficiais provisórios dão o líder em funções à frente do eurodeputado. Combate eleitoral foi muito renhido.
Candidatura do eurodeputado reconhece a derrota.

Os resultados disponíveis colocam o líder em funções à frente  do eurodeputado. A sua candidatura já assumiu a derrota aos jornalistas e Paulo Rangel já falou aos jornalistas a confirmar o desfecho eleitoral.

Votação nacional:
Paulo Rangel:113 votos
Rui Rio: 68

A arte e a realidade da nossa vida


Na minha opinião, "Barco Negro" é uma das mais belas musicas feitas em português. 
Já foi cantada por diversos. A começar pela Amália Rodrigues. Porém, gosto especialmente desta interpretação da Mariza.
O poema de David Mourão Ferreira, feito em 1954 (ano em que eu nasci), para uma música de Caco Velho, já existente, fala de um pescador que foi para o mar no seu barco negro e não voltou. Contudo, a mulher que o ama recusa acreditar que o pescador tivesse morrido.
O poema incia-se em retrospectiva, na praia.
"De manhã temendo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia,
mas logo os teus olhos disseram que não
e o sol penetrou no meu coração."
E prossegue:  "vi depois numa rocha uma cruz...".
A cruz é um prenúncio de morte. O pescador não voltou, mas a mulher que o ama pensa vê-lo no reflexo cegante do sol no mar. E recusa-se a acreditar na evidência que apontam as viúvas da praia...
"Eu sei, meu amor,
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo."
A mulher sabe que o homem que ama não voltará, mas diz a si mesma que tudo está igual porque ele está com ela. Como sempre esteve.
Para mim, "O barco negro" é uma tocante e bela obra musical sobre uma realidade: o modo meio louco como o amor entre duas pessoas pode permanecer, quando uma delas se vai embora. 
Transpondo para a vivência de uma Aldeia de pescadores, fala sobre uma peixeira que perdeu o pescador. Que pode ser a história de vida da minha Mãe, uma peixeira que perdeu, ainda nova,  o seu amor desde a escola primária, mas nunca perdeu o amor pelo único homem da sua vida: o meu Pai.

Sempre disponível...

Dizer o contrário é “um absurdo, uma mentira, uma estultícia”.
 

"Estava tudo preparado para um grande evento, mas acima de tudo está a segurança..."

 Via Diário as Beiras

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

FROES

"Inspecção da Saúde abre processo a relações de Froes com farmacêuticas".

Segundo o Diário de Coimbra existem propostas para a exploração da antiga sede da Administração Florestal

 Via Diário de Coimbra

ACeS e autarquia ponderam soluções para aumentar capacidade de resposta da vacinação...

"O Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Mondego e a Câmara da Figueira da Foz estão a ponderar soluções para aumentar a capacidade de resposta na nova campanha de vacinação contra o covid-19. As medidas serão anunciadas nos próximos dias. 
Entretanto, estão a ser administradas vacinas nas unidades de saúde de Buarcos, São Julião, Alhadas e Paião, em regime de casa aberta para maiores de 65 anos e outros cidadãos elegíveis."
Recorde-se: "o centro de vacinação do Centro de Formação da GNR encerrou no dia 1 de outubro. Durante o seu funcionamento, foram administradas mais de 170 mil vacina e o concelho atingiu os objetivos definidos pelo Governo para a taxa de vacinação, em sintonia com a média nacional. Quando encerrou, foi ressalvado que poderia reabrir para as doses de reforço "
Nota de rodapé - como qualquer cidadão normal, maior de 65 anos, fiz como o Governo recomenda. Efectivei o meu pedido de agendamento, na sexta-feira, via internet.
Passaram 8 dias. Ninguém, até ao momento (26/11/2021, pelas 11 horas e 50 minutos) me comunicou nada.

Logo que a agenda o permita, Santana Lopes "vai protagonizar um vídeo de promoção do comércio tradicional local"

Via Diário as Beiras
«Pedro Santana Lopes revelou, após “ligar” a iluminação de Natal da cidade, no largo Tenente Valadim, tendo a seu lado a presidente da Junta de Buarcos e São Julião, Rosa Batista, que vai protagonizar um vídeo de promoção do comércio tradicional local. 
“Mal tenha tempo [avançará a campanha], e isto é uma ideia que tive há dois ou três dias, e não é por querer protagonismo, é para dar o exemplo. Vou fazer um vídeo de promoção, para [incentivar as] pessoas a virem [ao comércio tradicional]. Eu adoro fazer compras no pequeno comércio, mas também vou aos “shoppings”, mas gosto mais de vir aqui”, avançou o autarca.»

Um assunto para a agenda da reunião Santana Lopes/António Costa, quando o primeiro-ministro, a convite do presidente da câmara, se deslocar à nossa cidade: “A Figueira da Foz tem de ser a capital do mar”

No passado dia 17 do corrente mês de Novembro, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, revelou que convidou o primeiro-ministro António Costa para visitar o concelho a fim de tomar conhecimento de problemas que urge resolver.
“Queremos que os assuntos se resolvam por quem tem capacidade para decidir”, disse Santana Lopes, no período antes da ordem do dia da reunião na Câmara Municipal, em que foi aprovado um voto de pesar pela morte de quatro pescadores desportivos ocorrida no sábado anterior na Figueira da Foz.
Santana Lopes não quer que "as coisas aconteçam, o tempo ande e nada se resolva", pelo que considera "essencial" que o primeiro-ministro "conheça os assuntos da Figueira da Foz".

No dia 17 de Outubro deste ano, no grande auditório do CAE, cheio que nem ovo, para assistir à tomada de posse dos novos órgão autárquicos, Pedro Santana Lopes, o novo presidente do município, afirmou que “as pessoas têm de saber que quando quiserem estudar, investigar e tratar de assuntos do mar o melhor sítio em Portugal é a Figueira da Foz”.
Presumo que o Dr. Pedro Santana Lopes, com o competente staff que tem não deve desconhecer que o Governo vai investir 87 milhões de euros na economia do mar e à Figueira não vai tocar nada.
Via Governo de Portugal. Para ler melhor clicar na imagem.
No passado dia 16 do corrente, Ricardo Serrão Santos, Ministro do Mar, na abertura do Expo Fish Portugal, em Peniche, "afirmou que o Governo vai investir 87 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em centros de investigação e de desenvolvimento de produtos para a economia do mar no Algarve, Lisboa, Oeiras, Peniche, Aveiro e  Porto. Nos Açores haverá um hub similar financiado por outro projeto da componente Mar no PRR
O Ministro destacou que o investimento para o Hub Azul permite criar infraestruturas «para desenvolver as grandes tecnologias e promover a ligação entre as academias e as indústrias e os empreendedores em contextos da biotecnologia azul, das energias oceânicas, robótica submarina, das engenharias, construção naval».
Ricardo Serrão Santos acrescentou que o investimento visa «potenciar o setor da transformação do pescado e a biotecnologia» e promover uma maior ligação entre a investigação científica e as indústrias do setor.
«Vão ser centros de produção de produtos na parte da biotecnologia azul, para aumentar o número de patentes nacionais», disse.
O Hub Azul, Rede de Infraestruturas para a Economia Azul, vai ter infraestruturas (novas e existentes) costeiras com acesso à água, laboratórios e zonas de teste, locais para prototipagem, scale-up pré e industrial e espaço de incubação e alavancagem de empresas, criando uma plataforma física e virtual em rede para dinamizar a bioeconomia azul e outras áreas emergentes da economia do mar descarbonizante em Portugal e na Europa.
O Hub Azul vai ter ainda uma «estreita ligação às universidades nacionais, principalmente às escolas com formação superior direcionada para o mar, e aos centros de formação profissional do mar»."

Todos sabemos que, desta vez,  o antigo presidente do PSD, ex-secretário de Estado e ex-primeiro-ministro, prometeu três mandatos, o máximo permitido por lei. Porém, para quem quer uma Figueira da Foz “na frente, liderante”, o tempo começou a contar.
Para “a Figueira da Foz  ser a capital do mar, liderar na investigação e na ciência, e, por isso, fazer nascer entre a Costa de Lavos e a Gala um centro de investigação em ciências do mar”, dada a fortíssima concorrência (por exemplo de Aveiro) penso ser um assunto fundamental para a reunião que certamente irá haver na Figueira, entre o presidente da câmara e o primeiro-ministro António Costa.

"O Bloco de Esquerda da Figueira da Foz opõe-se à decisão camarária de apoiar a realização de uma prova do Campeonato do Mundo de Motonáutica na Figueira da Foz"

Vídeo António Agostinho
A Concelhia do Bloco de Esquerda (BE), via comunicado, “opõe-se à decisão camarária de apoiar a realização” da final do Campeonato do Mundo de F1 de Motonáutica, que está a decorrer na cidade até domingo. “Em tempos de emergência climática, após a COP de Glasgow, onde se decidiram políticas para o fim de subsídios a combustíveis fósseis, o Bloco não aceita o apoio financeiro de quase 200 mil euros a uma modalidade desportiva que promove a utilização de motores altamente poluentes”.
E mais adiante pode ler-se. “O atual executivo de Santana Lopes que, em campanha eleitoral, prometeu aprovar medidas “verdes” como a plantação de milhares de árvores no concelho, acaba, com esta decisão, por demonstrar que o ambiente não é uma prioridade do seu mandato, na mesma linha que o anterior executivo socialista, que também apoiou a realização de provas do campeonato nacional de motonáutica”.
O comunicado que temos vindo a citar aponta também o dedo à oposição PS e PSD: "o Executivo aprovou – sem oposição do PS e do PSD – um apoio de quase 200 mil euros para o campeonato mundial de Motonáutica, sem apresentar um qualquer estudo sobre o efeito económico no concelho do evento."
A seguir coloca questões objectivas.
"Quantos turistas trará ao concelho o campeonato? Que vantagem trará para os agentes económicos? Findo o campeonato, que impacto positivo resultará para a cidade a realização deste evento?"

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O património da economia dominante

Ana Santos, via Ladrões de Bicicletas


"Chamo a atenção para um pequeno livro, publicado em 2020, sobre “a economia dos ativos” (The Asset Economy). O seu principal objeto é a acumulação de património imobiliário que a ilustração da capa sinaliza.

Trata-se de um livro de divulgação e de fácil leitura. Aborda um dos temas mais centrais das economias políticas contemporâneas: a propriedade imobiliária e o seu papel na reprodução de desigualdades sociais. Apresenta-se como uma crítica ao Capital no século XXI de Piketty, por este ter negligenciado esta relevante dimensão das desigualdades na sua análise e propõe uma nova abordagem à análise das classes sociais que leve em conta o património imobiliário.

Esta forma de economia resulta de um conjunto de políticas de pendor neoliberal altamente favorável para os proprietários. Destaca-se a política monetária centrada no controlo da inflação, isto é, dos preços dos bens de consumo, ao mesmo tempo que se tolera o crescimento exponencial dos preços dos ativos e os seus efeitos desestabilizadores. A habitação tem sido central nestes desenvolvimentos já que é o principal ativo detido pelas famílias, sendo crescentemente cobiçado por investidores institucionais, devido à sua tendência de valorização (aspeto não abordado pelos autores). 

A habitação está no centro do agravamento das desigualdades por diversas vias. A compra de casa própria a crédito tem sido feita à custa de modos de provisão coletivos. O resultado tem sido o crescimento da propriedade privada entre os segmentos que puderam beneficiar de linhas de crédito bonificado e aliciantes incentivos fiscais, o que desencadeou o aumento continuado dos seus preços ainda que com oscilações. Os excluídos do mercado imobiliário viram-se ainda excluídos da provisão pública, com a privatização da habitação pública (sobretudo nos países anglo-saxónicos entre outros) ou na ausência de outras políticas (o nosso caso).

O agudizar das desigualdades habitacionais significa que o custo das crises do capitalismo –  económicas, financeiras, de saúde pública ou ambientais –  são crescentemente suportados pelos que ficaram excluídos do acesso à propriedade imobiliária em valorização.  Ao contrário dos proprietários, com e sem hipoteca, a sua dependência dos rendimentos do trabalho cada vez mais precário não os protege da inflação das rendas dos mercados liberalizados (a parte do rendimento salarial transferida para os proprietários com o pagamento das rendas é maior do que a que é transferida para os bancos com o pagamento das hipotecas), não dispõem de rendimentos prediais, nem de colateral para aceder a crédito em condições mais favoráveis.

Ainda que os autores não o explicitem, a implicação desta análise é profundamente radical. Se o Estado Providência está a dar lugar a uma espécie de economia de bem-estar patrimonial (asset-based welfare), assente na acumulação privada de ativos com vista à extração de rendimento durante e após a vida ativa, então as relações de propriedade têm de voltar estar no centro das preocupações, dado o seu papel na ampliação das desigualdades sociais."

"Uma data querida da direita"



Sejamos claros: em 2021, 46 anos depois, vivemos um dia triste. 
Há precisamente 46 anos, tinha eu 21 anos de idade, terminava o sonho de uma geração que acreditava num mundo melhor.
Há 46 anos a democracia sofreu em Portugal uma derrota histórica.
Os efeitos, mesmo para os que dizem apoiar o 25 de Novembro de 1975, nunca deixaram de ser evidenciados pelas governações que se seguiram até hoje, incluindo a "geringonça".
Tem sido um processo lento. Porém, cadad mais visível em toda sua dimensão.

Nesta derrota, como em qualquer outra, seja ela de que natureza for, nunca se pode acusar o inimigo de ser o responsável pela nossa derrota. A responsabilidade foi nossa. De quem na euforia de vitórias pouco estáveis actuou sectariamente, com triunfalismo despropositado e sem capacidade para consolidar alianças que, num espírito de compromisso, garantissem a vitória.
A História, sem deturpações, é conhecida. A partir do momento em que o genuíno MFA se fraccionou, depois de já terem sido politicamente eliminados os elementos espúrios que por oportunismo político tinham alinhado no 25 de Abril, ficou selada a derrota. Tudo começa e acaba ai.

Importa também dizer que nem todos, embora fossem poucos, os que estavam com o 25 de Novembro de 1975 concordaram, posteriormente, com os seus desenvolvimentos.
A direita fez o seu papel:  adaptou a sua estratégia à exigência histórica do momento.
Outros há, - e são muitíssimos-, que tendo estado do lado das forças derrotadas, hoje as renegam, fazendo crer aos vindouros que sempre estiveram do “lado certo” da História. 
Para quem gosta de ler, clicar aqui..