terça-feira, 7 de setembro de 2021

Foi inaugurado sistema de iluminação nocturna para a prática do surf no Cabedelo

Foi inaugurada, ontem, a iluminação da onda do Cabedelo, com a participação de surfistas. 
O sistema entrará em funcionamento regular nas próximas semanas. Neste momento, segundo o que pode ser lido no Diário as Beiras, "o Município da Figueira da Foz está a elaborar o regulamento, envolvendo escolas de surf e outros equipamentos e operadores ligados à modalidade." 
A iluminação da onda do Cabedelo, com oito pontos de luz, para a prática nocturna de surf, foi proposta pelo movimento cívico SOS Cabedelo e foi integrada nas obras de requalificação do Cabedelo, que se encontram na fase final.
A iluminação da praia situada na margem esquerda do Mondego, junto ao molhe sul, foi ligada, entre as 20h e as 00h, para garantir a prática de "diferentes desportos de deslize" à noite, segundo informação do município da Figueira da Foz.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Morreu Carlos Costa, resistente antifascista e antigo dirigente do PCP

Vivemos na Figueira: tenham calma...

OUTRA MARGEM já cá anda a virar frangos há muitos anos.
Nada mais natural, portanto, que tenha o cuidado de prestar atenção aos novos candidatos ao poleiro, antes de contribuir para correr com os actuais.

Como quase tudo na Figueira, a democracia é pobre. 
Não há milagres: não pode haver uma democracia rica e robusta sem democratas.
A seu favor, pode ser dito que, na Figueira, a democracia é tão boa como qualquer outra coisa.
A sua maior fragilidade é que os chefes reflectem os que representam.
Quando o povo é pouco exigente, o que é que se pode esperar das elites?

Olhamos para o que está e o que vemos?
Populismo, radicalismo, autoritarismo, falta de tolerância, vaidade, tiques de superioridade, ausência de cultura democrática, arrogância, ignorância, estupidez e egoísmo.
Olhamos para o que pode vir a seguir e o que vislumbramos? 
Populismo, radicalismo, autoritarismo, falta de tolerância, vaidade, tiques de superioridade, ausência de cultura democrática, arrogância, ignorância, estupidez e egoísmo.
A diferença, a existir, é mínima:  está entre o mau e o pior... 
É a Figueira que temos...

Mas, a nossa querida Figueira é linda. Sempre: no inverno, no Verão, na Primavera, no Outono. 
É linda. Temos paisagens magníficas, mar, serra e rio, mulheres bonitas, bons pratos, boas iguarias, bons petiscos e o clima vai sendo razoável.
Porém,  há o reverso da medalha: temos emprego precário, ganhamos mal, habitação cara, estacionamento pago na baixa (vendemos o chão), água e saneamento a preços exorbitantes (vendemos os canos) - e temos este PS municipalista há 12 anos no poder.

Após o resultado das autárquicas de 2021, já sei o que me vai acontecer: vou estar contente. Mas, também, vou estar triste.
A Figueira é assim e vai continuar assim: uma cidade de contrastes. 
Os Partidos do arco do poder, depois do dia da votação, esquecem as obrigações sociais e os compromissos para com os eleitores. Passam a ter obrigações corporativas para com os seus. E como assim tem acontecido - e vai continuar a acontecer - depois do dia 26 próximo, vão beneficiar alguns e  prejudicar todos.

A democracia tem uma dimensão formal e outra substantiva. 
A formal cumpre-se com os actos eleitorais e com o normal funcionamento dos órgãos institucionais. A substantiva é aquela em que a democracia se realiza na relação dos políticos com os cidadãos.
O povo figueirense sabe isto tudo. O povo figueirense sabe tudo e  tudo cala. 
E finge-se admirado quando as coisas não acontecem. 

domingo, 5 de setembro de 2021

Autárquicas 2021 na Figueira: informação útil...

Faltam 20 dias para irmos às urnas.
Consultem aqui os cadernos de recenseamento.
Podem também consultar informação, sobre voto antecipado (motivos profissionais, COVID, estudantes, doentes internados, etc…) aqui.

Autárquicas 2021: o meu voto

No momento em que estou a escrever, vou ouvindo em directo Jerónimo de Sousa a discursar na Festa do Avante
Ao mesmo tempo - sempre consegui fazer várias coisas em simultâneo - em que estou a ouvir o secretário-geral do PCP, um político a quem comprava um carro em segunda mão, reflito sobre o que se passa na Figueira, quando estamos apenas a 21 dias do acto eleitoral, que vai definir o governo do concelho nos próximos 4 anos.

Estamos a entrar na recta final das eleições autárquicas 2021.
O voto é nosso. Em qualquer eleição, serve para definir as prioridades que defendemos. 
A meu ver, nos próximos anos, a prioridade máxima será a protecção dos que vão ficar à margem da bazuca, aqueles que mais  vão sofrer com o empobrecimento generalizado - o Covid-19 vai continuar a ter as costas muito largas - e com o esvaziamento de direitos fundamentais. 
Pelo passado, pelo presente e pelo futuro, o partido que melhores garantias me dá de tudo procurar fazer para garantir essa protecção, na Figueira e no País, é o PCP. 
O meu voto será, portanto, na CDU.
Na realidade figueirense de 2021, no mundo real de hoje, o mundo dos comunas é um mundo de respeito, solidariedade e honestidade, onde «a palavra dada é palavra honrada»
Estão, como sempre estiveram - 100 anos de existência são a melhor garantia que poderia ser dada - aptos a defender quem eu entendo que vai necessitar de ser defendido.
E votarei com convicção. O que se faz, livre, convicta, natural e conscientemente, não envergonha.
Mais e melhor ainda: vai dar-me um gostinho especial e um prazer malandreco, poder votar num Partido Comunista, quando existe um vasto leque de opções e alternativas.

O passado no presente, mas dificilmente no futuro próximo...

 Via O Sítio dos Desenhos

A tradição e as raízes de um Partido como o PSD Figueira, residem no passado.
É a esse passado, que os políticos se ligam quando, não a tendo, precisam de arranjar uma identidade. 
Em 2021, quem não perceber isto, se calhar não entende o resto.... 
Ao promoverem estes métodos de governar e estes métodos de estar na política, imitando-lhe os truques e os tiques, mesmo com as devidas distâncias, pretendem apenas uma democracia de pacotilha e de fachada, onde sobreleva a propaganda e o autoritarismo.

A homossexualidade de Rui Rangel, “não é problema nenhum”. Então o porquê de todo este aparato "me(r)diático"?..

Vila Nova de Gaia, 9 de Setembro de 2011
"Um pai, ao que parece com formação de nível superior, terá descoberto que o seu filho com 15 anos é homossexual. Uma vez descoberto este "crime" o pai, de madrugada, dirigiu-se a uma esquadra da PSP, acompanhado do miúdo, emocionalmente desfeito, e entregou-o aos cuidados da polícia que procurou posteriormente uma instituição de acolhimento."

Todos sabemos como as discussões em torno das questões da orientação sexual e das implicações sociais são crispadas pela contaminação que sofrem advinda do quadro de valores dominantes ou dos intervenientes.
O casamento gay ou a adopção de crianças por casais de homossexuais, são questões questões que ainda hoje levantam polémica na sociedade portuguesa. 
O episódio elucidativo recordado acima, acontecido há 10 anos, certamente com um efeito potencialmente pesadíssimo para o miúdo, dá para comparar o quanto Portugal está diferente em 2021. 
OS PROBLEMAS DAS MINORIAS, COMO O HOMOSSEXUALISMO, SÃO PROBLEMAS MINORITÁRIOS. DIRIA MAIS: PARA MIM, SER OU NÃO HOMOSSEXUAL É UM NÃO PROBLEMA. 
O QUE INTRIGA É: PORQUÊ - ISSO SIM, PODE SER IMPORTANTE -, ENTÃO, TODO ESTE APARATO ME(R)DIÁTICO, HOJE? 

Pondera candidatar-se a líder do PSD? 
“Não digo desta água não beberei.” 
E ser primeiro-ministro? 
“Não enjeito.” 
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel deu ontem mais alguns passos em prol das suas ambições políticas, numa entrevista ao programa “Alta Definição”, da SIC. Entrevista do género intimista – a chamada entrevista de vida –, onde procurou, acima de tudo, retirar pretextos para o desenvolvimento daquilo que o próprio qualificou como uma “campanha negra” que contra si se tem vindo a desenvolver nas últimas semanas. 
Rangel desminou o caminho fazendo na entrevista o seu coming out sexual – assumindo publicamente que é homossexual. 

Rui Rio é a imagem do PSD nas autárquicas 2021: não espera ganhar por competência, mas pela desistência dos adversários...

Via João Pereira Coutinho

Em 2021, as eleições autárquicas acabam por revelar um PSD com problemas, nomeadamente de coerência.
Nem sequer é preciso focar o que se tem passado na Figueira, com a mudança estratégica trazida pelo mês de Agosto, com os desvarios e descarrilamentos que se seguiram e que são do conhecimento público.
A candidatura do PSD Figueira, em vez de se focar naquilo em que Pedro Machado é substancialmente melhor que Santana e Carlos Monteiro, passou para a fase das "queixinhas" e entrou num beco sem saída. 
Se Santana for a eleições tem grandes possibilidades de ganhar. O caminho da vitimização já fez o seu percurso junto do eleitorado figueirense...
Se Santana não conseguir ir a votos, os louros deverão ser colhidos por Carlos Monteiro, que se limitou nesta polémica, e bem, a fazer-se de "morto".

As autárquicas de 2021, estão a ser uma montra daquilo que se passa no PSD liderado por Rui Rio.
A nível nacional, como ficou demonstrado pela invasão de cartazes de Suzana Garcia, candidata à Amadora, na cidade de Lisboa, inclusivamente em frente ao Parlamento, o PSD, tal como na Figueira, tem estado igualmente em "grande forma"
Como não deixou passar em claro o jornalista Nuno Aguiar“é um contraste demasiado grande e é um bom resumo da liderança de Rui Rio. Alguém que prometeu capturar o centro e acaba dividido entre um candidato que vai ao centro e outra que faz o contrário e invade as fronteira do primeiro”.
“É óbvia a esquizofrenia, mas deve questionar-se o próprio instinto de sobrevivência do partido. É impossível não ver na campanha de Suzana Garcia uma ambição maior do que ganhar a Câmara da Amadora, algo que será muito difícil. É uma candidata que pensa noutros voos, seja no PSD ou noutro partido. É estranho o PSD sujeitar-se a fazer de barriga de aluguer, não percebendo que está a ser usado”.

sábado, 4 de setembro de 2021

Talvez Freud, esse grande explorador das profundezas da alma, consiga explicar...

Autárquicas 2021 na Figueira... 


O PSD, ao deparar-se com Santana Lopes na cama, ficou tão atrapalhado, que a única coisa que lhe ocorreu foi "convidá-lo" a sair...

Autárquicas 2021 na Figueira: a 22 dias do acto eleitoral "Santana Lopes ainda não sabe se será candidato"!..

 Via jornal NASCER DO SOL

Miguel Miranda, Presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) desde meados de 2012

Via Jornal Público

Por iniciativa do PSD, a importância do Tribunal Constitucional nas autárquicas 2021 na Figueira...

E "a aceitação da candidatura de Santana está ainda pendente de uma outra decisão do TC. Em causa está a queixa do PSD, alegando que o processo de recolha de assinaturas da candidatura do antigo líder do PSD e do Aliança decorreu sem que o cabeça de lista estivesse devidamente identificado."
Imagens via Diário as Beiras

Nem tudo é mau no facebook...

"A demência de Ricardo Salgado", um oportuno texto de Luís Osório:

"1.
Os advogados de Ricardo Salgado alegam que o seu cliente não poderá responder pelo seu passado.
Que lhe é difícil estar em tribunal.
Responder a perguntas.
Recordar-se.
Os advogados pediram que fosse feita uma perícia neurológica que ateste o quanto o banqueiro já cá não está.
2.
Tenho um enorme respeito pelas doenças mentais.
Tenho exata noção de que cada um de nós, de um momento para o outro, pode passar para o outro lado – a fronteira é muito ténue como se a “normalidade” e a “loucura” fossem feitas de gelo fino.
Como é evidente, Ricardo Salgado pode mesmo estar gravemente doente.
Só que o problema é a dificuldade em acreditar.
A dificuldade de imediatamente não me passar pela cabeça que se trata de um esquema, de uma trapaça, golpada, mentira.
3.
Ainda por cima foi o que Júnior Soprano fez na série “Os Sopranos”. Os seus advogados tiveram a espantosa ideia de alegar demência para que o processo do mafioso, tio de Tony Soprano, não seguisse o seu caminho.
Ou Ricardo Salgado está doente – e admito que esteja.
Ou alguém na sua equipa de advogados tem um enorme bom gosto – Sopranos é uma obra-prima da história da televisão e da representação.
4.
Caso se confirme o diagnóstico a pena pode ser suspensa ou muito atenuada.
O assunto não é pacífico, mas tem sido debatido.
A procuradora-geral adjunta, por exemplo, não concorda que o “Alzheimer” possa tornar o arguido inimputável.
Outros juristas acham o contrário.
5.
Aposto que Ricardo Salgado, de uma maneira ou de outra, não irá preso.
(mas o ponto não é esse)
O ponto é que já estamos num ponto em que nos é difícil acreditar no que quer que seja e isso terá de ser combatido pois se não o for continuarão a aparecer maluquinhos a desinquietar pobres almas cansadas.
6.
Por falar de almas cansadas, vi ontem com atenção o debate entre todos os candidatos à Câmara de Lisboa e não posso deixar de ficar espantado com o candidato do Chega – demasiadamente mau para podermos acreditar."

O "teso" PSD Seixal quer “limpar comunismo das ruas do concelho” e organiza “Avante Sombra”...

"Primeiro veio a vontade de mudar os nomes das ruas do Seixal, como a Rua General Humberto Delgado e a Rua Movimento das Forças Armadas. Depois, os polémicos cartazes, inspirados na vitória olímpica de Pedro Pablo Pichardo (nascido em Cuba), e que pediam ao eleitor que “fuja do comunismo e tenha uma vida de ouro”. Agora, provocação maior: o núcleo social democrata do Seixal está a organizar o “primeiro Avante Sombra”, que acontecerá neste sábado, em simultâneo com a festa magna dos comunistas e a apenas cinco quilómetros da Quinta da Atalaia.
«Não temos medo de afrontar o politicamente correto e muito menos de meter a nu as atrocidades que o comunismo provocou ao longo da história e ainda provoca em alguns locais do mundo», justifica Bruno Vasconcelos, que, desde que assumiu a candidatura, tem endurecido o discurso contra os comunistas, a presidir à autarquia desde 2013. Sendo que, nas últimas eleições, perderam a maioria absoluta. Mas Bruno Vasconcelos quer mesmo «limpar o comunismo das ruas do concelho». Literalmente. 
Numa ação de campanha, em agosto, os sociais democratas alteraram, durante a noite, a toponímia das ruas 1.º de Maio (para Rua 25 de Novembro), General Humberto Delgado (para Rua Major-General Jaime Neves), Luís de Camões (para Rua Manuel Maria Barbosa du Bocage), Júlio Dinis (para Rua Pedro Eanes Lobato) e Movimento das Forças Armadas (para Rua em Memória das Vítimas FP25 25 de Abril) – o que levou o deputado socialista José Magalhães a questionar, nas redes sociais, se «uns cacetes terapêuticos não resolveriam o problema» e o vereador comunista Rui Francisco a escrever “que devíamos ir atrás destes pulhas e dar-lhes no focinho”."

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O "fofinho" Poiares Maduro, coordenador do programa eleitoral da candidatura de Pedro Machado...

Um dos grandes problemas em Portugal é que "tudo é contestado"», disse Poiares Maduro, um dia, lá pelos idos de 2013, no encerramento do ciclo de jantares promovidos pelo Clube de Imprensa, Centro Nacional de Cultura e Grémio Literário, subordinados ao tema "Portugal - o presente tem futuro?", deslumbrado por ser a genial aquisição, como ministro-adjunto, a meio da época, do governo liderado por Passos Coelho.

Segundo o genial coordenador da candidatura autárquica de Pedro Machado, o grande problema de Portugal não são as várias camadas de governantes ao serviço do capital, não são os rios de corruptos, ladrões e incompetentes que foram estando sentados nas cadeiras do poder, não é o desemprego esmagador, não é o colete de forças de um sistema de Moeda Única errado à partida, não é a sangria de jovens trabalhadores que emigram, indo criar noutros países a riqueza...
Nada disso! «Um dos grandes problemas em Portugal é que tudo é contestado!»
Ficamos a saber, então, que o concelho (quiçá, o País...) ideal de Poiares Maduro, seria aquele em que nada fosse contestado. Então qual é o incómodo do senhor Poiares Maduro, em 2021, no concelho da Figueira?
Na Figueira, em 2021, vivemos assim com Carlos Monteiro e este PS municipalista: nada pode ser contestado, nem colocado em causa... 
Já vivemos, antes do 25 de Abril de 1974, num País e num concelho assim. 
Mesmo nesse tempo, embora o senhor Poiares Maduro não deva estar lembrado, tudo era contestado por alguns... 
Com os resultados, para as vidas dos contestatários, que a História registou e que, alguns de nós, não esquecem.
Nesses tempos, negros e tenebrosos, enfrentando corajosamente a besta fascista, houve quem contestasse, sabendo o preço que poderia pagar por isso. 
E muitos pagaram... 
Porque não continuaríamos a contestar, agora, em 2021?
Um dos grandes problemas de Portugal, não será a proliferação de Poiares Maduros, com acesso, por "direito divino", a tribuna pública e sem que ninguém os conteste?

Proveitos de viver na Figueira

Quando morrer, tenho o céu garantido: passei quase toda a minha vida aqui...
Via o sítio dos desenhos

Autárquicas 2021: Figueira, um concelho democraticamente doente

 

No intervalo das reflexões, impugnações, participações, queixinhas, talvez não fosse má ideia olhar para o nosso concelho, para dentro, para a forma como está a decorrer o proceso das nossas eleições autárquicas, aquelas que elegem políticos e órgãos políticos executivos mais próximos dos figueirenses. 
Já repararam, fora os espectáculos de variedades circences, que excitação e interesse estão a despertar estas autárquicas junto dos eleitores?
Já repararam na apatia generalizada? 
Se não repararam, então reparem...

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Divagações sobre o urinol, a propósito do "Pedro da Star e a foto clichê no WC"...

Pedro Cruz (ainda te lembras disto?):
É certo que o urinol, esse confidente dos momentos mortos e pensamentos dispersos da humanidade masculina, reluzente na sua celestial brancura de porcelana, nota-se bem na foto, preso aos azulejos húmidos.

Mas, era o urinol – e não tu Pedro - que merecia estar em primeiro plano na foto.

O urinol é o expoente máximo do design.

O urinol é um grito de libertação masculina - nem o cinto de castidade, nem a burqa, nem qualquer outro objecto alguma vez concebido pelo génio humano algum dia causou nas mulheres tamanho pavor e choque como o vulgar urinol.

Tudo isto, porque elas sabem que o urinol é o nosso sagrado altar do ethos masculino e da nossa virilidade.

Numa época em que as mulheres nos roubaram as faculdades, os carros, o futebol, as calças, a cerveja, os palavrões, o urinol mantém-se como bastião inacessível de tudo aquilo que faz de nós o sexo forte.

O urinol é nosso, nunca será delas, pois é impossível domesticá-lo, civilizá-lo, feminizá-lo.

O urinol é o nosso amigo franco e transparente.

O urinol é, enfim, um direito fundamental do homem, desde o dia em que a sua estatura lhe permite alcançá-lo até à algália.

Pedro, para a outra vez tem mais respeito - não tomes o lugar do urinol.

Essa maravilha da civilização tem de ser defendida e valorizada por nós, os homens - é nosso amigo e estandarte de masculinidade!