domingo, 6 de junho de 2021

Ontem, foi Dia Mundial do Ambiente: nos outros dias é o que sabemos...

Vídeo de Antonio Agostinho
Comemorou-se ontem, dia 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente.
Em Portugal, a política pública tem sido marcada pela inoperância na fiscalização e regulação das actividades económicas suscetíveis de degradarem ou destruírem os ecossistemas por parte dos serviços do Estado. Exemplos desta voragem são uma agricultura industrial que não é compatível com a manutenção da biodiversidade, o recrudescimento de projetos imobiliário-turísticos junto à faixa costeira ou a instalação de vastas áreas de equipamento de produção de energia renovável, sendo que nos dois primeiros exemplos, nem a Rede Natura 2000 parece estar a salvo.
Perante este cenário preocupante em que Portugal não parte em boa posição para assumir a sua quota parte no contributo para a recuperação de ecossistemas a nível mundial, a ZERO propõe que se implemente/institua à escala nacional um mecanismo de compensação que resulte na obrigatoriedade de dar previamente início ao processo de recuperação de uma área degradada sempre que seja licenciada ou ampliada uma atividade económica suscetível de alterar o uso do solo no sentido da sua artificialização.
Na prática, advoga-se a criação de uma regra de gestão territorial que torne obrigatória a recuperação de uma área degradada sem uso económico com pelo menos o dobro da área que irá ser artificializada, estabelecendo-se uma área igual a recuperar sempre que o restauro ocorra em área classificada. De salientar que esta penalização adicional de impactes ambientais já é aplicável desde 2010 à indústria extrativa situada no interior do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, com resultados muito positivos.
Ofertas* a membros do Governo ajudam memorizar desafios ambientais para as próximas décadas
Com vista a promover uma sensibilização dos atuais decisores políticos em áreas chave da governação com impacto mais significativo nas matérias ambientais, a ZERO assinala o Dia Mundial do Ambiente enviando diferentes produtos todos produzidos em modo de produção biológico, com exceção de um que por ser capturado em meio selvagem não pode ser alvo de certificação, e todos produzidos em Portugal (com excepção de um que será assinalado no texto abaixo), os quais possuem mensagens implícitas e desafios que gostaríamos de salientar neste comunicado de imprensa. As ofertas já começaram a ser enviadas.
Tiago Brandão Rodrigues | Ministro da Educação
Chá verde – O chá verde contém vitaminas B, C e K, ácido fólico, potássio e magnésio. O chá verde ajuda a manter um estado de alerta mental e tem propriedades relaxantes.
Desafio: ZERO alerta que investimentos na área da educação ambiental para a sustentabilidade são fundamentais para garantir que as novas gerações ficam mais conscientes da importância de se adotarem atitudes e comportamentos compatíveis com estilos de vida que se situam dentro dos limites do planeta.
Ana Abrunhosa | Ministra da Coesão Territorial
Mel – O mel é produzido a partir do néctar recolhido das flores pelas abelhas. São atribuídas ao mel, alimento altamente calórico, propriedades antissépticas e antibióticas, para além de ser recomendado em casos de fadiga e stress.
Desafio: A apicultura é uma atividade tradicional que se desenvolve principalmente nos territórios do interior do país, os quais apesar das constantes proclamações e promessas continuam sem ter atenção devida dos poderes públicos. A implementação de verdadeiras estratégias de desenvolvimento local de base comunitária, considerando as especificidades dos territórios e a participação das populações na sua definição, é a única forma de travar o despovoamento e o empobrecimento das comunidades do interior do país.
Maria do Céu Antunes | Ministra da Agricultura
Azeite – O azeite é extraído da azeitona e faz parte dos hábitos alimentares dos povos mediterrânicos desde tempos recuados. É composto na sua maioria por ácidos gordos monoinsaturados, possuindo ainda outros componentes importantes como a vitamina E e A, bem como propriedades antioxidantes.
Desafio: A produção de azeite em Portugal tem sido fortemente apoiada por fundos públicos, levando a que o país já exporte uma parte significativa da sua produção. Mas a aposta nesta cultura permanente (tal como em outras que se encontram em expansão) privilegiou uma agricultura industrial que está a causar graves impactes ambientais e sociais. A solução passa por não voltar a subsidiar a industrialização agrícola e a artificialização dos territórios, canalizado os apoios comunitários para a promoção para modos de produção agroecológicos.
Marta Temido | Ministra da Saúde
Lentilhas – A lentilha é um alimento da família das leguminosas, tal como o feijão, o grão-de-bico, a ervilha, o tremoço ou a fava.  À semelhança das outras leguminosas, as lentilhas são uma excelente fonte de proteína vegetal – cerca de 30% das calorias das lentilhas secas cozidas correspondem a proteína –, sendo assim uma boa opção para assegurar um bom aporte de proteínas para os que pretendem eliminar o consumo de carne ou simplesmente aumentar o número de refeições vegetarianas.
Desafio: A alimentação dos portugueses continua a depender demasiado do consumo de proteína animal, sendo que o mesmo representa mais de metade da pegada ecológica relacionada com a alimentação (calcula-se que, em média, 30% da nossa pegada ecológica deriva da alimentação). A promoção do consumo de leguminosas, articulando esta política com o Ministério da Agricultura, por forma a incentivar financeiramente os agricultores ao seu cultivo no âmbito do novo Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum – Portugal incompreensivelmente só produz 15% das atuais necessidades de consumo (daí termos escolhido propositadamente um produto importado!) – é uma forma simples proporcionar uma alimentação mais saudável e mais amiga da neutralidade climática.
Ricardo Serrão Santos | Ministro do Mar
Cavala em conserva em azeite biológico – A cavala é um peixe que habita na coluna de água em zonas costeiras até 400 m de profundidade, que não se encontra ameaçada de extinção (estatuto de Pouco Preocupante). É rico em ómega 3 e vitamina B12 e, como outros pequenos peixes pelágicos, o seu consumo ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas.
Desafio: As autoridades de saúde recomendam um consumo de peixe entre uma a duas porções de 150 g por semana, o que resultaria num consumo anual per capita de 11,7 kg de peixe. Mas em Portugal a média anual pode chegar a cerca de 60 kg, o que faz do nosso país um dos maiores consumidores de pescado do mundo. No entanto, e apesar de chegarem perto de 200 espécies de pescado aos portos nacionais, o consumo centra-se em cerca de 10 espécies gerando um impacto na sustentabilidade dos oceanos. Abrir caminho para que o consumo de pescado seja reduzido e se centre em espécies com stocks menos pressionados e criar as condições para a criação de áreas marinhas protegidas são tarefas decisivas para as próximas décadas.
João Pedro Matos Fernandes | Ministro do Ambiente e Ação Climática
Chá de erva-cidreira – É uma planta autóctone de uso medicinal muito cultivada e utilizada desde tempos remotos que é usada para tratar problemas digestivos, controlar sintomas de ansiedade, uma vez que proporciona uma sensação de tranquilidade e bem-estar.
Desafios: Com todos os indicadores relativos à prevenção e reciclagem de resíduos em colapso, com destaque para o resíduos urbanos e os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, com metas de enorme exigência em matéria climática, e com um território pressionado e ameaçado pela artificialização que degrada os ecossistemas que é facilitada por uma legislação de avaliação de impacte ambiental obsoleta e permissiva, exige-se à tutela desta área serenidade e ponderação perante estes e outros desafios, bem como a tolerância necessária para acolher e aceitar contributos e pontos de vista diferentes da sociedade civil organizada. 
* As ofertas da ZERO aos membros do Governo de Portugal estão em harmonia com o disposto no artigo 8.º da Resolução do Conselho de Ministros n.º 184/2019, de 3 de dezembro, a qual aprova o Código de Conduta do XXII Governo Constitucional.

A política de ordenamento da orla costeira: da Fonte da Telha ao Cabedelo

"Ambientalistas contra asfalto em estrada de duna primária na Fonte da Telha.
A associação ambientalista Zero está contra a asfaltagem de uma estrada em duna primária na Fonte da Telha, em Almada, obra que o Governo, através da Agência Portuguesa do Ambiente, aprovou e que terá feito avançar na semana passada. O projeto, que visa tornar mais fácil o acesso à praia, inclui o alcatroamento de um acesso em terra batida, localizado em duna primária, na envolvente da Área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica."

“Atropelo do ordenamento do território”
Recorde-se: «o geógrafo e especialista em ordenamento do território Sérgio Barroso foi o coordenador da elaboração do Plano de Ordenamento Costeiro Alcobaça - Cabo Espichel, onde se insere a Fonte da Telha, e decidiu enviar, em meados de Junhor de 2020, um parecer à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e uma carta ao ministro do Ambiente, perante “tamanha aberração e atropelo do ordenamento do território”. Segundo o Expresso, o perito considera a obra da Câmara de Almada um “crime ambiental”, alerta que o executivo municipal, presidido por Inês Medeiros, pretende prosseguir o asfaltamento na estrada de acesso às praias da Caparica e salienta o risco de se “acelerar a erosão costeira e a vulnerabilidade às alterações climáticas”
A Câmara de Almada pavimentou os acessos, criou rotundas na Fonte da Telha e quer fazer o mesmo no conjunto de praias da Caparica, entre a Praia do Rei e a da Bela Vista. “A intervenção realizada na Fonte da Telha constitui um retrocesso inequívoco face à política de ordenamento da orla costeira seguida em Portugal nos últimos 30 anos”, afirma Sérgio Barroso. O geógrafo denuncia que a obra não teve parecer da APA, nem da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT), lembra que a área é contígua à Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica e está classificada como Reserva Ecológica Nacional (REN), pelo que o asfaltamento com material betuminoso viola o POC e o Plano Diretor Municipal (PDM). Inês de Medeiros diz que “não há violação da lei, nem do PDM” e defende o asfaltamento para “ordenar os acessos e o estacionamento na praia da Fonte da Telha e acabar com o estacionamento desordenado em cima das dunas”

"Ambiente chumba obra de pavimentação com betume da estrada na duna da Fonte da Telha".

Betonar a praia
No passado dia 1 de Junho de 2021, a propósito do que se está a passar a sul do Mondego o SOS Cabedelo postou o seguinte:
"Oportunamente denunciámos a legalização, por via da alteração ao Plano de Praia do Cabedelo, de mais edificação na frente sobre o mar. Pareceu-nos na altura, e continua a parecer agora, que não faz sentido a substituição de edificações existentes localizadas em espaço urbano, por novas em espaço natural, onde a capacidade resiliente deveria ser salvaguardada.
Na "Praça do Cabedelo" o que está em causa não é se o lugar deve ou não ser requalificado, mas como deve ser requalificado - designadamente com que materiais. Neste lugar, junto ao mar, o betão que estão a usar no piso da praça e o betuminoso no estacionamento contíguo, não são compatíveis com a natureza do lugar. A impermeabilização que está a ser feita atenta de forma grave, contra os mais básicos princípios de intervenção naquela zona terrestre de proteção costeira. Quando o mar voltar a galgar o molhe, de pouco servirão os milhares de euros gastos nas caleiras que não o vão conseguir escoar. Quando a força das águas atravessar a praça levando tudo à sua frente, não culpem o mar."
 Foto António Agostinho. Simplesmente aberrante: na chamada "Praça do Cabedelo", as pessoas levam com o reflexo do solo impermeabilizado directamente nos olhos...

Por cá tudo bem...

 Via Diário de Coimbra

Isto vai aquecer...

Em cinco séculos de história da tipografia, do livro e da imprensa em Portugal, poucos e raros foram os períodos em que a(s) censura(s) se não fizeram sentir de forma muito presente. A imposição da censura e o exercício das práticas censórias, independentemente da sua origem e do modo mais ou menos determinado como foi executada, foi, sem qualquer sombra de dúvida, um factor fortemente constrangedor da cultura e do conhecimento em Portugal ao longo de toda a sua história - muito em particular a partir do século xiv, desde D. Afonso IV -, tendo tido, naturalmente, efeitos óbvios no âmbito da experiência de cidadania, na emancipação de um povo e na formação de uma opinião pública. 
E, no entanto, poder-se-ia dizer que essas velhas fórmulas de coacção da expressão e do pensamento não são, infelizmente, apenas passado. No pós 25 de Abril, mesmo após a plena radicação do regime democrático, tem-se falado de novas formas de censura, naturalmente não institucionalizada, que podem adquirir diversas características, das mais evidentes às mais subliminares e sibilinas. Alguns blogues também são alvo dessas tentativas de silenciamento.
Até ao início de Outubro isto vai aquecer. Temos no horizonte o verão e as eleições autárquicas. 
Ainda é demasiado cedo para perder a compostura. Todavia, os sinais do nervosismo começam a ser evidentes. Isso é bom, muito bom...
As coisas são o que são. O que conta é o futuro. O nosso futuro colectivo e não o futuro de meia dúzia de ilustres pseudos donos disto tudo.
Esses, que se consideram de uma casta superior, olham apenas para a sua barriga de pequenos reis. A democracia pouco lhes importa. Assim como, em anos eleitorais, as contas públicas.

sábado, 5 de junho de 2021

FASCISMO E LISTAS NEGRAS

Via Samuel Quedas

"Fascismo não é só isto. Está longe de ser apenas isto… mas também é isto.
Atenção ao avanço destes matarruanos e criminosos!
Claro que posições destas, ou seja, a inscrição de nomes de artistas em “listas negras”, não são um exclusivo de uma coloração política específica, mas sim uma tentação politicamente transversal. Felizmente, é uma tentação ainda minoritária no conjunto das entidade culturais autárquicas contratantes… e outras.
Apenas como pormenor… a criatura que redigiu o anúncio de “lista negra” contra os artistas, foi eleita nas listas do PS, do qual já se desvinculou, para concorrer pelos fascistas do “chega”… o que torna esta história pelo menos um pouco mais entendível.

A vida é um somatório

Na vida umas vezes vencemos. Noutras perdemos.
A culpa, porém, é quase sempre nossa.

Por mim falo. 
Em quase todas as derrotas, sinto que não me empenhei o suficiente. 
Houve até derrotas que procurei, talvez deliberadamente, tal a falta de empenho e displicência.

Contudo, quando damos tudo e falhamos, quando damos o nosso melhor e o nosso melhor não chega, é impossível continuar tudo como dantes e não extrair conclusões, não tomar decisões, não ter algumas dúvidas que são certezas. 
E a atitude determinada foi sempre a mesma: quando o meu melhor não chega, nada mais valeu a pena.

As ruínas não passam de ruínas. 
Todavia, podemos olhar para as ruínas de duas maneiras.
Nas ruínas podemos ver com um olhar desmoralizado o que aquilo foi antes da degradação que levou à decadência. 
Ou então podemos imaginar ver a passagem para o que pode vir a ser..
Se nos limitarmos a viver a idade que temos e esquecermos todas as idades que tivemos, arriscamo-nos a perder o melhor da vida que estamos a viver.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

O Governo não pode passar a vida a "dar ares de esquerda", para efeitos de marketing político...

Via Diário as Beiras

Tomou ontem posse a Comissão Administrativa que vai estar à frente dos destinos da Freguesia de Quiaios até às eleições autárquicas de 2021


Via Informação Quiaios: "a Presidente é Helena Machado (PS)", o que não deixa de ser estranho, "irónico" e curioso. 
Recorde-se que em Setembro de 2020, a tesoureira, Maria Helena Custódia Machado renunciou ao cargo.
Os restantes membros são Ricardo Santos (PS) e Vítor Ribeiro (PSD). 
A CDU, a terceira força que estava representada na Assembleia de freguesia de Quiaios, ficou de fora. 
Ricardo Santos, para já, viu o sonho de ser presidente da Junta adiado.

"Um País que acolhe finais de futebol e acolhe sem controle uma horda de adeptos, nem «exibe regras claras» nem inspira confiança..."

 Via Jornal Público

Há leitores e leitores

Diverte-me quando alguém me diz em tom próprio de quem fala de algo que detesta: «olhe que eu costumo ler o que você escreve no blogue»
Confesso que não tenho nenhuma ideia sobre como deve ser escrito um blogue para agradar a esse tipo de pessoas. 
Todavia, penso que esse seria o blogue que não quero que seja o meu. 
Não quero um blogue cheio de boas intenções (de boas intenções está o inferno cheio), politicamente correcto e conservador.
Gosto da irreverência e do patusco.
E não gosto de gente que pensa poder dispor da vida dos outros.
Quanto ao mais: dos fracos não reza a História...

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Autárquicas 2021 um processo em estagnação?..

Nestes últimos 6 meses, tem sido muito interessante ver a quantidade de pessoas competentes, talentosas, trabalhadoras, brilhantes,  impolutas quanto a vícios partidários, a saírem do armário nesta pré-campanha eleitoral, quando estamos a cerca de 4 meses das autárquicas.
Entretanto, desde 31 de de Janeiro de 2021, que ninguém mais se lembrou de fazer um manifesto carta-aberta a "a bem do nação figueirense"Estão à espera de quê?
Como ninguém se voltou a chegar à frente, recordo a última dirigida ao Exº Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Exº. Presidente da Assembleia Municipal da Figueira da Foz e Exmos. vereadores e deputados da Assembleia Municipal.

Até setembro é aproveitar...

 Via Diário as Beiras

Este é o tempo de perceber os políticos, para poder fazer boas escolhas...

Lembrança do escritor Luís Pacheco. Esta passagem de O Teodolito é obra.

"Onde estão agora os que foram meninos comigo, meus companheiros de bibe e calção? Gostava de ir lá vê-los à nossa infância, de irmos todos, reconhecermos todos como nossa ainda a pureza antiga, os projectos que enterrámos, as ilusões, os actos falhados. E, com efeito, o mundo dos adultos está cada vez mais triste, mais crápula, mais ratazana. É uma bicharada que vai a correr prò buraco do coval, comprometida e lassa, sem alegria, sem carácter, sem sentimentos, sem dignidade nenhuma. Não são gente: são baratas medrosas, assustadas sempre, que andam de luto por eles-mesmos e se escondem quando pressentem uma luz, a ousadia dum gesto, a virtude duma palavra. Adultos, cadáveres jovens. Metem dó, metem nojo, tão velhinhos e tão resignados. Cagarolas. Gostaria de os tornar a ver como eram, na infância."

No tempo em que havia meninos no Cabedelo

O carisma de um político não se compra: ou se tem ou não se tem.
O divórcio entre a população e a classe política atinge níveis preocupantes.
O discurso oficial passa por dar a entender que é necessário trazer de volta a população à política e ao interesse pela coisa pública.
Contudo, será que interessa mesmo à classe política a participação do povo?
Claro que esta interrogação não tem aplicação para os indefectíveis partidários.
O povo é convocado e faz jeito em época de  actos eleitorais e respectivas campanhas - nas inaugurações, nas sondagens, e pouco mais. 
É a época das acções de rua, dos beijos, dos apertos de mão, das saudações, das multidões, dos palcos, das  arruadas, dos discursos, dos aplausos, dos sorrisos, dos brindes, dos panfletos, etc. E no dia de ir a votos.
Uma das razões do afastamento do povo da classe política é esta comunicação sazonal que praticamente só existe de 4 em 4 anos. 
Por curtos períodos, toda a gente consegue perceber o que os políticos dizem. Precisam de se fazer entender, têm de ser claros, objectivos e directos, fazendo passar a sua mensagem. Depois das eleições tudo muda.
Vão ver a partir de Outubro próximo futuro. 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

António, é assim como diz Julio Cortázar, não é?


Campo das traseiras, a cantar de galo e em remodelação, pelo menos, desde 2015!..

 Via Município da Figueira da Foz

Via Figueira na Hora, 5 de Novembro 2018
Via Diário as Beiras, 2 de Junho de 2021

O desinteresse estratégico do papel da cultura e a demonstração de que os decisores políticos não a consideram como um factor essencial no desenvolvimento do país....

"Inquérito divulgado pelo SICAD revela o perfil e as escolhas dos apostadores nacionais. E mostra que são os que menos rendimento têm quem mais joga."
Quando começaram a surgir rumores que se estava a considerar criar uma raspadinha para apoiar o financiamento do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, reconheço que não lhes atribuí qualquer credibilidade, tão fantasioso e despropositado me parecia tal movimento.
Promover a cultura do vício para proteger a cultura do património é tão acertado como a probabilidade de ganhar o melhor prémio numa raspadinha. Muito próximo de zero.

O carisma não se compra, não se treina, não se adquire com o tempo, não se ganha por repetição ou imitação. Ou se tem ou não se tem...

Morreu Carlos Ferreira, com 73 anos, o homem que em 2020 subiu sozinho, com a bandeira nacional, a Avenida da Liberdade no 25 de Abril.
O Senhor Carlos Ferreira vai continuar a desfilar nos próximos anos nas comemorações do 25 de Abril de 1974. Contudo, no futuro, debelada a pandemia, não irá desfilar sozinho. Vai ter largos milhares a acompanhá-lo e a recordá-lo, pois pessoas como o Senhor Carlos Ferreira são especiais para o Povo que gosta de comemorar o 25 de Abril de 1974.