Citação de parte uma crónica Marginal de António Agostinho, datada de 18 de Junho de 2001, publicada no jornal Linha do Oeste. "Sendo a Figueira, como sabemos, um porto problemático a vários níveis, nomeadamente por sofrer a influência das marés, enferma de um erro estratégico de fundo: a localização. A teimosia, ou a falta de visão, em manter o porto comercial na margem norte é um factor condicionante para as condições de funcionalidade da estrutura portuária.
Duas razões simples:
1º. Se estivesse na margem sul estaria mais perto das fábricas, o que pouparia as vias de comunicação que dão acesso ao porto comercial e evitaria a sobrecarga no tabuleiro da ponte da Figueira.
2º. Principalmente no inverno, os navios acostados no cais comercial têm frequentes problemas de segurança, ao ponto de, por vezes, ser necessária a sua deslocação para a zona abrigada do porto de pesca com as demoras e despesas daí resultantes, o que torna mais onerosa e menos operacional a vinda dos navios à barra da Figueira."
Ao longo dos anos aconteceram erros (por exemplo, o acrescento dos 400 metros no molhe norte) períodos mortos, avanços, recuos, estudos e mais estudos técnicos, ilusões, desencantos, mentiras, mas, nas últimas dezenas de anos, apesar de tudo, avançou-se desde o cais de madeira obsoleto e podre, o chamado Trapiche, apenas equipado com uma grua a vapor, tempos esses aliás ainda presentes na nossa memória.
Pena foi o cais comercial ter morto e enterrado as memoráveis regatas de outros tempos.
Também por isso, não teria ficado melhor na margem sul o cais comercial?
Ao longo dos quase 15 anos que já leva este blogue, fizemos algumas publicações sobre esta temática, que podem ser conferidas consultando o OUTRA MARGEM. Esta semana, esta temática vai ser abordada por vários no Diário as Beiras.
Como é um assunto fulcral para o desenvolvimento planeado do nosso concelho, iremos ficar atentos.
Fica a crónica hoje publicdada no Diário as Beiras, pelo cronista residente das segundas-feiras João Vaz.