quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Debates presidenciais: não tivemos esclarecimento, sobrou Vitorino, um estado de alma...


Nos últimos dias tive oportunidade de assisitir a vários debates políticos com candidatos à Presidência da República.
Vi muitas coisas. Menos aquilo que procurava, pois o debate é a essência da actividade política: o esclarecimento via confronto de ideias.
Vi candidatos serem confrontados com questões concretas e responderem coisas que nada tinham a ver com a pergunta. 
É aí que deveria aparecer o jornalista e, salvo algumas excepções, raramente marcou presença. 
O dever do jornalista é repetir a pergunta até obter resposta. 
Se o entrevistado insiste em fugir ao tema, o dever do jornalista é focá-lo.
Quando o entrevistado mente há que confrontá-lo com a mentira.
Quando não responde há que procurar a resposta.
Chama-se a isto entrevistar e não passa por fazer fretes a quem está a ser perguntado.
Vivemos num país com escassez de literacia mediática. Cofunde-se servilismo com boa educação. Profissionalismo com má educação.
O jornalismo existe para colocar questões concretas e confrontar na procura da verdade.
O jornalismo tem várias funções. Entre elas, não podem ser esquecidas e menosprezadas duas grandes funções: educar a informar. 
As eleições, muitas vezes, servem para nos divertir, o que nos pode aliviar dos problemas do dia a dia, assistindo aos debates de forma tranquila e sem as tensões próprias destes confrontos políticos. 
Ainda bem que temos o Vitorino, uma daquelas figuras, descontraídas, leves, brincalhonas, de bem com a vida, mas de olho clínico e atento aos problemas reais da sua comunidade.
Embora crítico, mostra uma pureza própria de quem vive na Aldeia.
Fica a esperança de que tempos bons um dia voltarão. 
A mim, a nostalgia aconchega-me e conforta-me o coração e a vida.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Próximo confinamento, que deverá ter início a partir da próxima quinta-feira, dura um mês e escolas podem fechar a partir do 2.º ciclo...

Imagem e texto daqui


«À saída da reunião no Infarmed, o primeiro-ministro revelou que as medidas que serão anunciadas para o próximo confinamento terão um "horizonte de um mês"
Já as escolas geram "dúvidas" e aparentemente garantida está somente a não suspensão das aulas presenciais até ao 6.º ano de escolaridade.

Esta posição foi assumida por António Costa no final de mais uma reunião destinada a analisar a evolução da situação epidemiológica em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, na qual o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participou por videoconferência.
Apesar da existência de algumas informações "contraditórias" hoje transmitidas pelos especialistas em saúde pública na reunião que decorreu na sede do Infarmed, em Lisboa, houve o consenso necessário para se concluir que o próximo confinamento tenha a duração de um mês e assuma "um perfil muito semelhante" ao adotado logo no início da pandemia, revelou António Costa em conferência de imprensa. O primeiro-ministro anunciou depois que apesar do confinamento generalizado que deverá ter início a partir da próxima quinta-feira, "todos os especialistas foram convergentes" na ideia de que as escolas com alunos até aos 12 anos (ou seja, até ao segundo ciclo que termina no 6.º ano de escolaridade) devem permanecer abertas, ficando em aberto a possibilidade de suspender as aulas presenciais para os alunos do 3.º ciclo e do secundário.  
Tendo em conta que, aquando da primeira vaga da pandemia, e subsequente encerramento das escolas em todos os níveis letivos, o Governo concedeu somente apoios às famílias com filhos até aos 12 anos, deste modo, e mesmo que o Executivo decida suspender as aulas a partir do 6.º ano, não haverá necessidade de conceder apoios públicos para que os pais possam ficar com as crianças em casa.
O líder do Executivo salientou que as medidas que o Governo vai anunciar amanhã poderão ser revistas após os primeiros 15 dias, podendo estas ser "aligeiradas" se a primeira quinzena "correr bem". Mas se as primeiras duas semanas sob novo confinamento geral não decorrerem da melhor forma, poderão ser adotadas "medidas ainda mais rígidas para a segunda quinzena". Dada a "fortíssima dinâmica de crescimento" de contágios à razão de cerca de 10 mil novos casos a cada dia, e ainda que haja uma "grande variação" nos números observados nos últimos dias, António Costa considera que não bastam as medidas restritivas que têm vigorado aos fins-de-semana. "Temos de ir mais além" para "travar" o crescimento dos contágios, sustentou argumentando que isso faz-se com "confinamentos".»

Um Parque Verde cada vez menos sustentável ao lado duma Avenida dos Supermercados em crescimento... (2)


Imagem via Diário as Beiras

Presidenciais 2021: tudo pode acontecer...

Ontem, segunda à noite, houve alarme nacional: o Presidente da República e candidato presidencial testou positivo.
O Presidente, felizmente, esteve sempre assintomático. 
A agenda para os próximos dias, porém, foi cancelada. 
Entretanto, o Presidente da República e candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa vai continuar em isolamento enquanto espera pelo terceiro teste. 
Neste momento está a assistir por videoconferência à reunião que está a decorrer esta manhã no Infarmed.
O País pode continuar tranquilo. Tudo bem com o Presidente da República e candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa. 
Há quem diga, que vindo de quem vem é inteiramente legítimo questionar: "tal como noutros tempos, será mais um facto político criado à imagem e semelhança da conveniência do agora candidato presidencial? Se na política com Marcelo sempre foi assim, então nas presidenciais «tudo pode acontecer até ao último dia»".

Chegou o momento do bom senso, pois é tempo de entender que não pode ser carnaval todos os dias...

"Questionado pelo DIÁRIO AS BEIRAS acerca de possibilidade de poderem vir a ser canceladas todos os eventos relacionados com o Carnaval, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, garantiu que “ainda não foi tomada nenhuma decisão”. Contudo, ressalvou, “a probabilidade [de que haja cancelamento] é alguma”.

O CHEGA E A NECESSIDADE DO (BOM) JORNALISMO

 Via Platonismo Político

Imagem sacada daqui

"... acompanho o trabalho do Pedro Coelho há muitos anos. É um dos melhores jornalistas portugueses. Sério, escorreito, profissional, ético.

Muitos dirão que a reportagem sobre o Chega, cujos dois primeiros episódios (de 4) já foram emitidos, é inapropriada no atual momento eleitoral.

Será? Não será o momento da escolha de um país o certo para se conhecer as motivações e natureza de um partido político em claro crescimento?

Não será serviço público conhecer, em profundidade, os meandros e protagonistas anónimos de um partido, para lá do seu líder?

Uma coisa é certa: é levantada a ponta de um véu, que ilustra bem os interesses para lá da causa pública.

O povo que retire as suas conclusões. O jornalismo tem de ser isto. A visão realística, bem ilustrada, fora do juízo.

Nós por cá há muito que já temos opinião formada. O Chega não é só produto de um homem só. Todos os outros são até mais importantes para se entender o fenómeno que a Europa pelos vistos quer acordar.

Nas caves mais profundas do Chega, como se diz na reportagem, discute-se tudo menos ideologia. E é aqui que chegamos."

Falemos de eleições e da importância do voto


Ao longo da vida (já sou jovem há muitos anos) vi muita coisa.
Empresários que antes do 25 de Abril votavam contra a ditadura. E trabalhadores que votavam no regime herdado do salazarismo.
Depois do 25 de Abril, conheci empresários que votaram no PCP e no BE e trabalhadores que votaram no PSD e CDS.
Tudo isto aconteceu, porque o eleitorado é constituído por uma mistura de gerações, de vivências, de sonhos e frustrações. 
Desde o 25 de Abril de 1974 sempre votei. Nestas eleições presidenciais também vou votar. 
A realidade que vivemos, torna este voto mais complexo.
Nunca votei por modas, por grupos ou por tendências. Sempre votei, tendo em conta o que considero o melhor para mim, para a minha Aldeia, para o meu concelho e para o meu País.
Desta vez, também assim acontecerá. 
À medida que a democracia saída do 25 de Abril de 1974 se degradou, desiludiu, matou expectativas, o chamado voto de protesto foi obtendo maior peso eleitoral.
Neste momento, estamos perante um risco que seria um perigo real para a Democracia: que o voto motivado pela segregação, pelo racismo, pelo ódio e pela revolta se venha a sobrepor ao voto motivado pelo sonho e pela utopia.
Isso, para mim, neste momemto, é o fundamental e o que está verdadeiramente em causa nesta eleição presidencial.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A diferença...

2 palheiros da Praia da Tocha classificados como Imóveis de Interesse Municipal
Contando já com o parecer favorável da Direção-Geral do Património Cultural, a iniciativa visa promover o reconhecimento do valor identitário das referidas construções palafíticas intrinsecamente ligadas à Arte-Xávega local, assinalando e preservando a sua singularidade face a todas as outras ao longo da costa norte portuguesa, de modo a acentuar a sua expressividade sociocultural e reforçar o seu potencial turístico. 
Ambos datados do século XIX, os palheiros foram adquiridos pela Câmara Municipal de Cantanhede e posteriormente transferidos do areal para a entrada da zona urbana, onde foram sujeitos a obras de reabilitação e adaptação para os fins a que se destinavam, bem como para ajudar a manter e estimular a conservação da identidade da Praia da Tocha, que de resto é percetível em outras construções e na atmosfera urbanística que a caracteriza. 
Sobre este assunto, a identidade, recordo uma postagem com mais de 13 anos.

A questão da Identidade Cultural das terras e dos povos, é um dos temas centrais destes primeiros anos do século XXI.
Todos os povos conheceram uma fase de expansão cultural, de difusão dos seus modos de vida e valores, e todos os povos devem pretender, em todo o momento, manter as suas particularidades, as suas formas, o seu conteúdo vital e cultural como garantia de sobrevivência na História.
A identidade é, por definição, a qualidade do idêntico, mas num mundo em constante evolução, onde a realidade tende para uma constante diversificação, o “idêntico” pode resultar num conceito equívoco e ter-se-ia que falar de afinidades e não de igualdades.
S. Pedro é uma mera entidade administrativa. Não tem alma.
Cova e Gala é a nossa Identidade, a nossa História, a nossa Alma.

Um Parque Verde cada vez menos sustentável ao lado duma Avenida dos Supermercados em crescimento...


 Via Diário as Beiras

"A Misericórdia-Obra da Figueira recorreu à justiça para exigir à Câmara da Figueira da Foz uma indemnização, superior a 400 mil euros, pela desvalorização dos terrenos da Quinta do Gato, na Estrada de Mira"...

Via Diário as Beiras

"Depois do vereador da oposição Carlos Tenreiro, a câmara municipal"...

Imagem via Diário as Beiras

Alto risco...

 Um partido infecto-contagioso

domingo, 10 de janeiro de 2021

Perderam a voz?

«Trump teve e tem os seus seguidores em Portugal. Há um caso peculiar de um nosso Stephen Miller, João Lemos Esteves, que escreveu um livro panegírico de Trump, e é colaborador regular do i e do Sol. Quando ele começou nos blogues, ainda pensei que se fazia, mas não só não fez, como se tornou um objecto de ridículo, num culto de extrema-direita e de sionistas, que faz tudo para que lhe dêem alguma benesse. (...) Agora estão caladinhos. Em blogues de extrema-direita como o Blasfémias, ou da ala da direita radical nostálgica do PàF, ou em particular no Observador, não faltam artigos em defesa de Trump, das suas políticas, muitas vezes aparecendo apenas como comentários contra os democratas, e o Black Lives Matter.

Trump é demasiado histriónico e pouco educado para os nossos direitistas, que se classificam como conservadores e que não gostavam da propensão do homem para o insulto soez. Mas gostavam das suas políticas, projectavam-nas para os projectos políticos nacionais, a começar pelo Chega, mas indo mais significativamente para os think tanks que têm vido a proliferar na direita radical portuguesa, influenciando o CDS e o PSD, mas acima de tudo os mecanismos comunicacionais. Aí, numa linguagem mais educada, o elogio a Trump foi evidente, manifestado nas opções de voto em Novembro de 2020, nas análises geoestratégicas, no elogio à redução dos impostos, na cobertura pró-sionista e pró-Arábia Saudita no Médio Oriente e na sistemática desculpa dos excessos de Trump.»

Para os apoiantes de André Ventura: usufruam o futuro que escolherem...

Joan Baez

80 anos a cantar 

Pedala, Bruno, pedala (...a meta ainda está longe...)

Via Bruno Pais De Menezes

Alguém fica surpreendido como o previsível?


Imagem via Diário de Coimbra
O "aprovetamento" era facilmente previsível. Aliás, mais do que previsível, era inevitável...
Uma das caracteristicas marcantes do exectutivo camarário é a previsibilidade. 
Tudo o que tem feito ao Cabedelo - e a forma como o tem feito - «estava escrito nas estrelas»
O espantoso, é vermos como está ser cumprida essa previsibilidade. 
É esse o paradoxo: sendo tudo tão previsível, não deixa de ser surpreendente que aconteça.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Tenham um pouco de paciência

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa perfeitamente suportável e agradável. Quem não me conhece, acusa-me de ser uma pessoa insuportável e desagradável. 
Garanto, contudo, que não o sou. Quem me conhece pode atestar isso. 
Do mesmo, modo, porém, que posso ser insuportável, para quem não me conhece, sei também como cativar aqueles de quem gosto. 
Ser insuportável, é só uma forma de exacerbar comportamentos perante quem não nos conhece. 
Para quem não me conhece, seria fácil transformar-me numa pessoa suportável: bastaria ficar em silêncio. 
Isso um dia vai acontecer. Só vos peço um pouco de paciência.