Em Abril próximo o blogue OUTRA MARGEM completa 17 anos de vida.
De vez em quando, sou abordado por leitores deste meu espaço, que me perguntam porque é que não publico um livro com uma antologia de textos aqui dados à estampa.
Como pesssoa livre e de bons costumes, que pautou toda a sua vida em defesa da liberdade de não ficar a dever favores a ninguém, sou um teso do caraças.
Lembro que Carlos Santos Silva só há um: o amigo de Sócrates e mais nenhum...
Mesmo que haja por aí alguém que tenha o número do amigo do Sócrates escusa de mo tentar dar, pois seria perder tempo.
Vão lendo o OUTRA MARGEM na blogoesfera, que está cada vez mais forte na irritação e na azia que causa nos podres poderes figueirenses dos arranjinhos e dos tachinhos para pagar favores.
A Figueira, infelizmente, não é excepção. O que se passa na Figueira é a regra. E é desta regra que Portugal tem vindo a ser construído até chegarmos ao momento presente. Foi isto que o 25 de Abril construiu.
E o futuro próximo - que é o que me resta viver - não vai ser melhor.
A Figueira convive mal com os desafios colocados pelo rigor e pelo trabalho.
Convive perfeitamente com o desenrascanço, que passa pelo percurso mais directo e mais fácil. Há sempre um atalho, uma cunha, uma facilidade, quiçá um envelope...
Parece que não há problemas nem dificuldades. E os que porventura teimarem em aparecer são “empurrados com a barriga”. Há sempre um milagre para encontrar a solução.
Estamos sob o mando dos “chico-espertos” e dos dotados de imunidade aos valores, o que lhes permite estarem por cima neste desgraçado lodaçal que é a Figueira em Novembro de 2020.
Muitos dos que os elegeram vêm nestes lideres a sua própria imagem. Revêem-se neles. Não vêm nada de censurável na sua conduta. Se lá estivessem fariam como os que lá estão. Safavam-se.
Somos um povo que se está a especializar na arte do “desenrascanço”.
Pela minha parte, se querem continuar a ler o OUTRA MARGEM, tem de ser mesmo na blogoesfera.