sábado, 30 de maio de 2020

A Figueira não precisa apenas de renovação: precisa de espaço...

Beijinhos e abraços

"Foi há tanto tempo que parece que foi ontem, Marcelo no Jamaica, "um bairro tão português" como os outros, porque quando contacta portugueses não pede "cadastro criminal, nem o cadastro fiscal, nem o cadastro moral", pede o "cadastro higiénico", por causa do canastro, porque tornar a meter lá os chispes metam os jornalistas que são malucos e pagos para isso, que ele é mais verificar condições de higiene em hotéis, muito estritas", com "desinfeção permanente", cama lavada e rabinho com água das malvas, aquela planta que nos bairros pobres de Marrocos apanham para fazer uma sopinha e que em Jamaica, Seixal, com despedimentos, confinamentos e outros entos desta vida, para lá caminha, não a do hotel, a outra.

Aaaah, e comprem livros, muitos, não numa qualquer livraria "independente", "exemplo de resistência", porque ler faz bem à saúde e com esse acto investem em conhecimento, que não ocupa espaço, ao mesmo tempo que dão emprego a um ror de gente e contribuem para o PIB, mas nesta, na Barata, façam excursões, dentro das regras do distanciamento social nos autocarros e comboios, que o senhor Barata agradece. Percebem porque é que Marcelo nunca veio, por exemplo, a uma livraria de Setúbal, daquelas que fecharam ainda antes da pandemia e porque é que o circo é sempre no Natal?"

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Praias do concelho da Figueiar da Foz: 54 mil pessoas é a lotação máxima

Via Notícias de Coimbra:
"As quase duas dezenas de praias do município da Figueira da Foz terão uma lotação máxima de 54 mil pessoas na época balnear. A praia da Figueira da Foz, o maior areal urbano da Europa – que se estende por cerca de dois quilómetros de comprimento, entre o molhe norte do rio Mondego e a vila piscatória de Buarcos – terá uma lotação ligeiramente superior a 25 mil pessoas.
“Será a praia com maior capacidade do país”.
Em nota de imprensa divulgada hoje, o município da Figueira da Foz anunciou a contratação de 68 nadadores-salvadores na atual época balnear, para vigiarem as 18 praias e sete piscinas de usufruto público do concelho, “de forma a garantir o nível de segurança necessário”.
As praias da zona urbana - Cabedelinho, Cabedelo, Cova, Hospital 1, Hospital 2, Campo de Futebol, Relógio, Buarcos, Tucano, Forte, Tamargueira e do Viso - vão contar com vigilância a partir do dia 20 de junho, sendo que as restantes - Leirosa, Costa de Lavos, Quiaios 1, Quiaios 2, Murtinheira 1 e Murtinheira 2 -, se vão encontrar vigiadas a partir do dia 1 de julho.

As praias de Buarcos e Cabedelo terão ainda, já a partir de sábado e até ao final do mês de outubro, “sempre que as condições meteorológicas assim o justifiquem”, um reforço de mais quatro nadadores-salvadores, também contratados pelo município, para assegurar a vigilância aos fins de semana e feriados, naquele período temporal.

Paço de Maiorca: um «charmoso» «crime financeiro» e «negócio ruinoso»... (5)


"A freguesia de Maiorca é um dos locais que historicamente, se diferencia das outras regiões do concelho. O facto de possuir um palácio e um paço na zona histórica da vila é suficientemente distinto, para não ser possível encontrar semelhante em mais nenhuma zona do concelho.
Maiorca possui uma história singular: foi sede de concelho até 1853 e a ligação ao Baixo Mondego é parte integrante da sua identidade coletiva e é neste ponto que eu considero que se deva fazer um pouco mais.
Do meu ponto de vista, o Paço de Maiorca poderia ser aproveitado para criação de um centro interpretativo do Baixo Mondego. Uma região com uma história milenar e que tem sido palco permanente da luta do ser humano para controlar as forças da natureza. Aliás, uma obra que ainda este ano foi desafiada novamente pelas intempéries. Seria, sem dúvida, interessante ter um espaço de aprendizagem no nosso concelho para preservar aquilo que foi o quotidiano das populações do Baixo Mondego.
A situação a que o Paço de Maiorca chegou é resultado de políticas superficiais, feitas em cima do joelho ( 15 dias antes das eleições autárquicas de 2009 ) e que não tinham em conta os interesses financeiros da autarquia a longo prazo. A PPP desastrosa que foi feita para a reabilitação daquele espaço, vai exatamente de encontro ao estereótipo que a esquerda portuguesa costuma apontar a estas opções: os lucros ficam para os privados e as perdas para o Estado. Situação que seria impossível de suportar a curto prazo para um Município que se tinha contraído recentemente um empréstimo de 30 milhões de euros para fazer face a dívidas superiores a 60 milhões de euros.
Infelizmente, este passo maior que a perna levou a que a Câmara fosse condenada a ressarcir os privados com um valor avultado. Considero que o primeiro executivo de João Ataíde tomou a decisão certa, uma vez que seria praticamente impossível fazer face às obrigações financeiras da Câmara, e em paralelo suportar as perdas de uma exploração privada, com a agravante de estarmos a viver uma crise económica e social bastante desafiadora."

Uma «estória» que vem de longe...

Via Diário as Beiras
"Obra de três milhões na EN109 na Figueira da Foz, prevista em 2016, arranca na segunda-feira".

Nota.
Parte da «estória», aqui.

Jamaica, Azambuja, Banco Alimentar: os pobres da covid-19 e a nossa hipocrisia

Via Entre as brumas da memória
«A ideia de que os pobres são “diferentes” reconfortou as elites ao longo da história na sua inação para erradicar a pobreza. As “workhouses” da Inglaterra vitoriana eram instituições assistencialistas e moralizadoras, que alimentavam – mal e pouco – as pessoas pobres e procuravam corrigir os seus supostos maus hábitos. 
Durante o fim de semana, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a sede do Banco Alimentar contra a Fome e apelou aos donativos de comida, alegando que há 400 mil pessoas com fome, mais cerca de 20 mil do que as habituais 380 mil servidas habitualmente pelas instituições de solidariedade apoiadas pelo Banco Alimentar. Segundo o Presidente, “não é preciso gostar do Banco Alimentar, da líder ou dos voluntários. É preciso pensar nos que estão mal e que vão estar assim mais um mês, dois, três, mais um ano, o tempo que durar a crise”.

A mim, parece-me que é preciso pensar que espécie de sociedade é esta que perante pessoas que podem ficar com fome durante mais de um ano se contenta com oferecer uns pacotes de arroz para as campanhas do Banco Alimentar. Este cheirinho feudal dá-me náuseas.»

Susana Peralta

O que tem sido a «estória» da Figueira...

Facilitismo, no mínimo,  envolveu o licenciamento das aberrações urbanísticas patentes na foto. No fundo, casos paradigmáticos do modo como a Câmara Municipal da Figueira da Foz, ao longo de décadas, não exerceu o seu devido papel de mediador entre o interesse privado e o interesse público. 
A prova está no resultado visível do edificado num local, que apesar do que lhe fizeram, ainda é bonito: a edilidade foi mais favorável a permitir o alavancamento dos parâmetros de construção -  e a correspondente especulação imobiliária -, do que a aplicar de forma equitativa as regras de planeamento que todos deviam cumprir. O resultado está à vista...

"Especulação imobiliária impede Seixal de realojar famílias do bairro da Jamaica"

"O aumento vertiginoso do preço das casas na Margem Sul está a impedir a autarquia de comprar casas para mais de 150 famílias que vivem em torres de tijolo, com janelas e portas precárias."

"À medida que a pandemia ia alastrando, fui lendo e ouvindo que o Bolsonaro isto, que o Bolsonaro aquilo e que quando o vírus entrasse nas favelas seria a desgraça que está a ser. Concordei com a maioria, enjoei-me com algumas tiradas que mais não eram do que meros exercícios de retórica de profissionais ou amadores do aplauso, surpreendeu-me o deslumbramento de quem dizia umas coisas do alto das suas tamanquinhas, como se aqui não houvesse miséria daquela. Mas há. Em Portugal, embora não lhes chamemos assim, também temos favelas. E agora o Corona entrou em força numa delas. Chama-se Bairro da Jamaica. E não dá para ignorar toda aquela miséria e que ali mora gente que vive naquelas condições deploráveis. Gente que convive com outra gente menos desafortunada no transporte público que eles também usam, gente que limpa os escritórios onde trabalha a gente que os ignora, gente que serve nas casas onde vive gente indiferente à sua miséria porque o mundo, que diabo, é mesmo assim. Era. Mas agora eles trazem o vírus consigo, da favela invisível para o mundo visível dos telejornais. O resto do mundo pode continuar a ignorá-los até descobrir que o problema deles num espirro pode tornar-se também o seu."

Filipe Tourais

Lançamento e fixação da taxa de IMI sobre valor patrimonial de 2020 dos prédios urbanos – Cobrança a efectuar 2021 (2)

Via Diário as Beiras
O vereador Ricardo Silva vai defender na próxima segunda-feira, na reunião de câmara, a proposta de redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para a taxa mínima, ou seja, dos actuais 0,4 por cento para 0,3, para atenuar os efeitos económicos da pandemia junto dos proprietários de imóveis. A maioria socialista vai votar contra. 

Nuno Gonçalves 
"Se fosse aprovada, o município deixaria de encaixar receitas de 3,2 milhões de euros por ano, cerca de sete por cento da receita corrente anual do município.
A proposta anunciada pelo PSD revela desconhecimento e irresponsabilidade, porquanto existem funções essenciais que o município presta aos cidadãos que ficariam prejudicados com uma diminuição tão elevada da receita. Funções nas áreas da educação, saúde, Protecção Civil, turismo, cultura e ambiente ficariam severamente prejudicadas”.

Ricardo Silva 
“Não reduzir a taxa, é uma opção política. 
Com a actual taxa elevada, não conseguem garantir o essencial, que é ter a cidade limpa e os espaços verdes tratados. Se têm falta de dinheiro, que tenham contenção nos gastos com obras mal planeadas e na contratação de pessoa próximos do PS."

Carlos Tenreiro e Miguel Babo
Os vereadores eleitos pelo PSD (a quem o partido retirou a confança política) vão analisar a proposta durante o fim de semana. 

Novas regras sanitárias para pescadores...

O secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, presidiu, ontem, na Figueira da Foz, a uma sessão de esclarecimento e sensibilização
Foto via Diário as Beiras

Da série, fotos de algo que pode chocar...


Bandeira Azul na Costa de Lavos: o "milagre"* está anunciado para 2021

Ainda bem que temos uma autarquia "na vanguarda nacional nos apoios às filarmónicas"... (2)

Todos sabemos que a pandemia afectou receitas, actividades e o dia-a-dia de associações da região. Desde festas canceladas à alteração da própria dinâmica, associações e colectividades da região Centro lamentam os efeitos da pandemia, que provocou perdas de receitas e problemas na sua actividade.
Na edição do passado dia 25 do Diário as Beiras, o presidente da Associação de Colectividades do Concelho da Figueira da Foz, António Rafael, afirmou que “a situação financeira para algumas está muito grave”. Sobretudo, acrescentou, “para quem tem filarmónicas (nove), que ficaram sem espectáculos e sem fontes de receitas e têm de pagar aos maestros (e professores de música)”.
Mas, há excepções: é o caso da Sociedade Boa União Alhadense (SBUA), presidida por Fernando Gonçalves.

Via OBSERVADOR, tomei conhecimento das dificuldades da Sociedade Filarmónica Paionense, que, em março, se viu privada de festejar o seu 162.º aniversário. “Não houve festa, foi tudo cancelado e agora estamos a viver um dia de cada vez, como se costuma dizer”, desabafou Ana Bela Santiago, presidente da instituição localizada na freguesia de Paião.
A situação, nomeadamente a da banda filarmónica de 45 elementos, “não está famosa”, dado existirem despesas fixas e as receitas, nesta altura, não entram.
“A banda não se consegue sustentar a ela própria. Ainda agora investimos num novo fardamento, porque o outro já era muito antigo, estava já com varias cores de várias gerações de uso e ainda não o conseguimos mostrar. Todas as actividades programadas que iam ajudar a casa, a manutenção e o arranjo de instrumentos e o pagamento ao maestro e professores de música [de uma escola com cerca de 30 alunos] foram canceladas”, observou Ana Bela Santiago.
O cancelamento do desfile de marchas populares, previsto para 23 de junho nas festas da cidade, levou, por outro lado, a que as costureiras da Sociedade Filarmónica Paionense, responsáveis pelos fatos, passassem a fazer batas, em regime de voluntariado, para entregar ao hospital distrital da Figueira da Foz.
A própria dinâmica associativa também sofreu com os efeitos da pandemia, já que a instituição “estava aberta todos os dias”, acolhendo, para além da banda filarmónica, um grupo sénior da freguesia, uma charanga de rua, grupo de cavaquinhos, orquestra ligeira e atividades de zumba, dança e teatro.
Para já, a Sociedade Filarmónica Paionense espera a entrada nos cofres do apoio financeiro aprovado em abril pela Câmara Municipal, que corresponde ao adiantamento de 70% do apoio regular, relativo a eventos, parcerias e actividades realizadas em 2019.
“Já enviámos os documentos, mas dinheiro físico ainda não há, estamos à espera”, resumiu Ana Bela Santiago.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Se a Câmara quer um acordo, se a FCMP quer o acordo, falta resolver o busílis?..

Segundo o Diário as Beiras, a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), que detém a concessão do parque de campismo do Cabedelo, através do seu presidente, João Queiroz, quer chegar a acordo com a câmara, no âmbito da requalificação daquela zona de praia e surf. 
“Não será por nós que a câmara terá problemas. O assunto há-de ser resolvido de forma pacífica e a contento de todas as partes”, garantiu aquele responsável. 
Esta não é a primeira vez que João Queiroz faz a mesma afirmação. Entretanto, cerca de dois anos depois do início das conversações, o diferendo ainda não foi resolvido. Recentemente, a câmara informou a FCMP de que iria recorrer à posse administrativa do parque, se não apresentasse uma proposta definitiva, pela qual a autarquia aguarda há cerca de um ano. A federação respondeu ao ofício da autarquia, dando conta de que, até ao final desta semana, apresentaria uma proposta. 
Se o prazo não for cumprido, garantiu ao DIÁRIO AS BEIRAS o presidente da câmara, Carlos Monteiro, avançará a posse administrativa. 
“Subscrevo o que o senhor presidente da câmara disse, e esta semana vamos responder”, afiançou João Queiroz. 
 Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal é o único concessionário do Cabedelo com quem a autarquia ainda não chegou a acordo.

Paço de Maiorca: um «charmoso» «crime financeiro» e «negócio ruinoso»... (4)

"O logro da recuperação do Paço de Maiorca está estreitamente associado ao frenesim do “mostrar obra feita” que caracterizou o mandato de Santana Lopes. Não me entendam mal. A ideia de recuperar o Paço era mais do que pertinente, porém deveria ter sido pensada, planeada e executada com a devida maturidade e responsabilidade.
Mas o relógio político de Santana Lopes batia muito mais apressadamente do que o ritmo da razoabilidade e das melhores opções para o interesse do concelho. E tal como se passou com a febre do golf (lembram-se de quantos campos de golf iriam ser construídos no concelho?), dos projetos de animação turística que envolviam futebolistas e fadistas famosos, também o projeto de recuperação do Paço de Maiorca se esfumou quando surgiram as contas para pagar.
A história de Maiorca é ancestral, recebeu foral em 1194 e chegou a ser sede de concelho até 1853. O Paço dos Viscondes de Maiorca começou a ser erigido no sec. XVII por João Vaz da Cunha, Senhor do Morgado de Antanhol, numa propriedade adquirida à família Coutinho. Mas o Paço só viria a ser concluído pelo seu descendente Luís Vaz da Cunha de Sá no século seguinte. Entre os inúmeros objetos de interesse do conjunto edificado do Paço de Maiorca está um altar em pedra da capela, cuja realização é atribuída à prestigiada oficina de João de Ruão. Muito provavelmente, este edifício encerra ainda múltiplas e interessantes narrativas de Maiorca e da região, que estão por divulgar e por desvendar.
Não tenho qualquer solução particular a propor (museu, edifício de funções públicas ou até turísticas) para o Paço de Maiorca. O que considero fundamental é que, independentemente da solução escolhida, esta seja fortemente balizada pelo parecer de especialistas (história, história da arte, arquitetura, etc). e que tenha um acesso público democrático, transmitindo a todos os visitantes, independentemente da sua condição social, as histórias que se ilustraram por aqueles lugares."
Via Diário as Beiras

A medida será sujeita a ratificação pelo executivo municipal

A DITADURA DO CONSENSO

Transacções infernais

"A TVI teve acesso ao contrato de compra e venda do Novo Banco, cuja divulgação pública tem sido uma exigência levantada nos últimos dias na esfera política. A primeira estranheza passa pela identidade do comprador: em vez de Lone Star, o nome que surge no contrato é Nani Holdings. O contrato a que a TVI teve acesso é confidencial e está guardado a sete chaves no banco de Portugal. Um documento extenso, mas que, logo ao início, surpreende: o que podemos ler e que, a 31 de março de 2017, foi celebrado o contrato entre o fundo de resolução e a Nani Holdings. O primeiro manteve 25% do banco e o segundo adquiriu 75%. A Nani Holdings, adquirente, é detida a 100% pelo Lone Star Fund, no Luxemburgo. Este, por sua vez, tem como maior acionista, a Nani Superholding, com sede no paraíso fiscal das Bermudas, e é detida por uma diversidade de fundos geridos pela americana Lone Star, dona indireta do Novo Banco. O mesmo é dizer que será difícil fazer o percurso inverso até à responsabilização. Ou seja, até quem tem de pagar ou devolver seja o que for. 
Não há grandes comentários a fazer a este excerto da notícia da TVI. Confirma-se simplesmente a sordidez associada a este processo político de internacionalização da banca nacional, em que pagamos, mas não mandamos, compelido pela integração europeia e, infelizmente, aceite pelo governo.

Entretanto, e isto é mesmo uma nota de rodapé, é óbvio que Centeno não deve ir para governador da sucursal de Frankfurt, mas se calhar pode: afinal de contas, Carlos Costa tinha experiência em transacções com paraísos fiscais da sua passagem pelo BCP."

JOÃO RODRIGES