quarta-feira, 27 de maio de 2020

Paço de Maiorca: um «charmoso» «crime financeiro» e «negócio ruinoso»... (3)

"Como idear soluções face ao contexto que envolve o emblemático edifício, correndo a Câmara Municipal o risco de dispender 5,1 Milhões € para possuir o que é seu? O edifício foi comprado em 1999. Aplaudi com entusiasmo a aquisição do belíssimo Paço, que tanto diz às gentes de Maiorca. Diz-se que de boas intenções está o inferno cheio! São boas intenções que degeneram ou vis mascaradas de benévolas, para iludir quem é preciso que acredite? Não formulo juízos, mas este processo dá que pensar; é uma tremenda desilusão. A Biblioteca Municipal possui um interessante opúsculo sobre o Paço e a sua história, desde o solar dos Coutinhos no séc. XIV, até este magnífico exemplar. O livrinho abre com uma Mensagem do Presidente de Câmara, responsável pela aquisição do bem, Santana Lopes, que representou o Município no acto da escritura. Cri nas suas palavras: que aquela era uma “Joia da Coroa”, a par com outras aquisições da altura. Cri quando disse ser a compra o modo mais fiável de conservação do edifício e dos jardins, numa perspectiva de usufruto por parte da população, nomeadamente a local. Cri quando visitei o espaço e confirmei a sua importância e a beleza do recheio, minimalista mas de grande valor patrimonial. Deliciei-me com os azulejos, patentes em várias salas. Mas “num golpe de asa” o Paço deixa de ter o destino anunciado e é “convertido” na ideia de um hotel de charme a ser entregue a privados. A Câmara não terá acautelado os seus interesses, por certo. O falecido Presidente Dr. Ataíde parou as obras que haviam já alterado o edifício e de processo em processo, estamos perante a hipótese real de ser paga uma indemnização milionária. Profundamente revoltante. Que fazer com o imóvel? Gostaria que ali viesse a instalar-se um polo museológico das artes rurais. O espaço é vasto, abrigaria a instalação de uma Pousada de Juventude, nos moldes em que funcionam, com preços sociais que permitem aos jovens conhecer o País a módico custo. O espólio: pode não regressar mas tem de ser conservado e dado a conhecer. Pertence-nos."
Via Diário as Beiras

Estão a fazer ao Cabedelo o que fizeram ao resto na Figueira: torná-lo num local deprimente...

Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. 
Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaratizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). A Figueira, há muito que deixou de ser a Rainha das praias de Portugal dos postais antigos, que quer continuar a vender.
Na foto, o saudoso "Luis Elvira", uma lancha a motor, onde os figueirenses que embarcavam frente ao Largo do Carvão, na antiga doca, onde havia as "escadinhas ancoradouro"se encavalitavam para atravessar o rio...
E temos o Cabedelo...
Cada vez mais percebo melhor a nostalgia,  sentimento hoje considerado piegas, em cima do qual fica bem escarnecer. Posso comprovar a tese, sou “desse tempo”. Mas, consigo fazer a viagem recordando as histórias do tempo do António dos Santos - o Tróia, um lobo do mar, talvez um dos maiores de toda a orla marítima portuguesa.
Faz sentido, que quem viveu o Cabedelo que o Tróia habitou, não goste do que lhe está a acontecer. O Cabedelo foi sempre um reduto com pessoas - não apenas indivíduos, cidadãos, empresários, donos de bares, escolas de surf, donos de parques de campismo ou de hotéis, contribuintes, clientes, proprietários de carros futuramente bloqueados. 
Há outros recantos no concelho da Figueira que têm pessoas. Porém, raros são aqueles recantos, como é o caso do Cabedelo, em que essas pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, consegue ali ter uma vivência e uma vida que, em conjunto, faz sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que é o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emociona e dá paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. 

Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existem. Não têm a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionam, a quem o visita, sentir que está num lugar diferente e especial.
Estão a matar o Cabedelo, aquele local que ainda consegue oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama  intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.

CASO EN 109 / IC1 ...

... mais uma «estória» que vem de longe...
Via Câmara Municipal da Figueira da Foz, recorde-se 19 de Abril de 2016.
  1. Na sequência das reuniões havidas e dos diversas apelos efetuados pelo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Dr. João Ataíde, junto da Administração da Infraestruturas de Portugal, entidade gestora da EN 109, com vista à concretização das obras de reabilitação daquela importante via, foi esta segunda feira, dia 18 de abril de 2016, anunciado, em reunião de Câmara, o arranque das intervenções prioritárias nesta estrada.

    A obra, a cargo do Centro Operacional Centro Norte da IP, no âmbito do Contrato de Conservação Corrente e Contrato de Marcação Rodoviária, decorrerá em três fases:

    1.ª - Trabalhos localizados de fresagem e reposição do pavimento entre os kms 120,5 (rotunda da Gala) e 125,640 (cruzamento da Costa de Lavos)
    2.ª - Trabalhos pontuais de fresagem e reposição do pavimento entre os kms 125,700 (cruzamento da Costa de Lavos) e 136,100 (limite do Distrito)
    3.ª - Execução da sinalização horizontal entre os kms 118 e 136 (limites do Distrito)
Em 2017 serão concluídos os trabalhos de reabilitação, com intervenções nas rotundas e finalização dos pavimentos."
Oxalá seja desta.
Via Diário as Beiras

Será desta que é para "breve"?..

Sábado passado, dia 23 do corrente. OUTRA MARGEM via Diário as Beiras
"A câmara, através do presidente, Carlos Monteiro, e da vereadora Diana Rodrigues, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que tem informação da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) segundo a qual as extensões de saúde encerradas no âmbito da afetação de recursos humanos ao programa de combate à pandemia reabrem na segunda-feira, 25. 
Porém, contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a ARSC não se compromete com datas. “O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego, no âmbito da retoma da atividade assistencial em curso, prevê a reabertura das referidas unidades de saúde em breve, no maior rigor pela segurança de utentes e profissionais”, respondeu a ARSC. E ressalvou: “O processo de retorno à normalidade é gradual e pressupõe alguns reajustes a nível de recursos humanos e de segurança, estando o ACES a envidar esforços para que a retoma da atividade assistencial se processe no mais curto espaço de tempo possível”."

Hoje no Diário as Beiras.
"A câmara está a pressionar a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) para reabrir as extensões de saúde encerradas no âmbito do combate à pandemia - Santana (freguesia de Ferreira-a-Nova), Bom Sucesso, Marinha das Ondas, Maiorca e Vila Verde. A reabertura chegou a estar agendada para a passada segunda-feira, de acordo com informação enviada por aquele organismo à autarquia, mas, ontem, segundo o presidente da edilidade, Carlos Monteiro, continuavam fechadas. Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, na semana passada, a ARSC não se comprometeu com datas, adiantando que previa que a reabertura acontecesse “em breve”. E ressalvou que “o processo de retorno à normalidade” seria “gradual e pressupõe alguns reajustes” nos recursos (Ver edição do dia 23)."

A gestão dos testes a utentes e funcionários de lares da terceira idade

Imagem via Diário as Beiras
Sei isto, creio que desde sempre: os políticos, por mais seguros e firmes que queiram aparentar, se observados atentamente, acabam por não conseguir esconder alguma intranquilidade. 

Por mais pragmáticos e bons oradores que sejam, acabam sempre por se enrolar nas suas próprias contradições, sobretudo quande se tratam de assuntos que exigiam posições claras e inequívocas.
Monteiro é um epifenómeno figueirense, politicamente sustentado por circunstâncias conjunturais  favoráveis. Chegou a presidente de câmara sem ter ganho uma eleição. Nem para presidente de junta de freguesia. 
Acabou por ter de se mostrar. De Abril de 2019 para cá ficou exposto. Mostrou, não sei se a verdadeira face, mas a face verdadeira de quem aplica medidas políticas, com a ligeireza conhecida. Com ruído, muito ruído.
Estamos na Figueira. Monteiro, putativamente, não necessitará de  mais. Estamos numa cidade pouco exigente com os políticos.

Monteiro, continua a ser o que sempre foi: um sobrevivente político. 
Quem se sentir desencantado com a gestão deste caso dos testes (o que não é de todo o meu caso), o que aconteceu não deixa de constituir uma autêntica lição política. A aprendizagem sempre fez bem a quem pensa. 
Porque é que os testes só começaram a ser feitos ontem? Ainda bem que deram todos (quantos foram realizados, a quem, como e onde?..) negativos. Felizmente, que vai continuar a correr tudo bem...

terça-feira, 26 de maio de 2020

A LIBERDADE DE SER FIGUEIRENSE E PORTUGUÊS

Sinto-me honrado por pertencer a uma geração que soube honrar as lutas das gerações que precederam a minha.
Nada tenho a ensinar aos jovens: apenas recordo que não há maior legado que a busca permanente da Liberdade genuína de ser Figueirense e Português!
É essa a razão da minha maneira de estar na vida.

Paço de Maiorca: um «charmoso» «crime financeiro» e «negócio ruinoso»... (2)

"O Paço dos Viscondes de Maiorca foi edificado no século XVIII e considerado Imóvel de Interesse Público em 1977, dada a sua arquitetura e interiores de influência barroca e rococó, e o altar, atribuído a João de Ruão, numa capela do século XVI - estas credenciais, num concelho não tão rico assim no que ao património histórico edificado concerne, são seguramente muito importantes na consideração das soluções para o problema no qual, infelizmente, se tornou. Por outro lado, é triste, irónico, e certamente limitativo para a fundamentação de qualquer opinião intelectualmente honesta, que os dois protagonistas desta história, Duarte Silva e João Ataíde, já não estejam connosco para defender as respetivas opções tomadas enquanto Presidentes da Câmara da Figueira. Em 2008, como principal argumento para a assinatura do Contratoprograma relativo à reabilitação e à exploração turística do Paço de Maiorca apresentou-se a lógica, então popular, de que só uma parceria público-privada permitiria a sua reabilitação e usufruto, com benefício para estas duas Partes (um win-win situation) e para os visitantes. E em 2011 e 2013, num cenário de mudança política resultante das eleições autárquicas de 2009, a fundamentação para a paragem das obras e posterior extinção da Figueira Grande Turismo (e respetiva assunção da sua parte na empresa “Paço de Maiorca”) foi a impossibilidade legal de prosseguir neste modelo de negócio, o que resultou, em 2016, na insolvência daquela. No final do ano passado, a condenação do Município da Figueira ao pagamento de mais de 5 milhões de euros vai certamente condicionar (caso se efetive) as opções futuras, dado que qualquer uma delas terá de acomodar mais este montante, a juntar aos cerca de 4 milhões já gastos. Assim, a “quadratura do círculo” tem de ser encontrada contemplando a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, legal, económico e político, o que só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – porque não lá criar um Centro de Pesquisa sobre Energia e alterações climáticas? (contemplado na Estratégia Portugal 2030). Haja ousadia!"
Via Diário as Beiras

Tempos difíceis

Via Diário de Coimbra

Da série telenovelas figueirenses: piscina praia...

Vejamos 2 episódios anteriores:

Recuemos a Março de 2017:
Na sessão da Assembleia Municipal realizada na passada sexta-feira, foi discutida e votada a concessão do concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar.
A proposta passou, com os votos contra da deputada municipal PSD Ana Oliveira e da CDU. Absteve-se a maioria da bancada Somos Figueira. Votaram a favor a bancada do PS, e duas deputadas Somos Figueira Vânia Baptista e Carla Eduarda.
A deputada municipal Ana Oliveira fez uma declaração de voto que "mexeu" com o presidente Ataíde.
"O meu voto é contra, pois todos os que estamos a votar aqui hoje, teremos que esperar 50 anos para verificarmos se a proposta hoje apresentada da exploração da piscina-mar é válida ou não. Tenho muitas dúvidas dos critérios seguidos desde a última concessão , desta nova concessão - precisamos de esclarecimentos, precisamos de transparência neste processo".

Recuemos a Setembro de 2017, ao tempo em que não "faltavam investidores interessados".
E, assim, de episódio em episódio (há muitos mais), chegámos ao episódio de hoje (via Diário as Beiras). 
"A reabilitação do complexo piscina-mar já devia estar em curso, mas o concessionário apresentou uma alteração ao projeto, para acrescentar uma ala. A decisão terá de ser tomada pelo júri do concurso público da concessão, que, por sua vez, aguarda um parecer da Direção Regional de Cultura, por tratar-se de um imóvel classificado. Caso a alteração seja aprovada, o complexo turístico ficará em forma de “U”, em vez do atual “L”, ao acrescentar uma ala, para o lado do Hotel Mercure, que contornará a piscina."
Certamente ainda longe do epílogo desta telenovela, um cidadão fica perplexo. E interroga-se. O que é a verdade ou a mentira? O que é a realidade ou a ilusão? Pois é: nada pode ser tido como certo...
A verdade é aquilo em que se acredita! Nem que seja no Pai Natal!..

Para quem gosta de compreender a classe política que sobrou da Revolução de Abril de 1974

“Quando Portugal Ardeu” é uma dolorosa e inovadora descida ao inferno profundo dos bastidores da rede bombista de extrema-direita nos idos de 1975/76. Foi uma realidade  que muita gente desconhece. Centenas de atentados e acções violentas levados a cabo pela rede bombista de extrema-direita deixaram Portugal a ferro e fogo no pós-25 de Abril. O Verão Quente de 1975 fez subir a temperatura política, mas os atentados mais violentos aconteceram já em 1976, depois da alegada "pacificação" permitida pelo 25 de Novembro.
Depois, seguiu-se a construção da sociedade onde desembocámos. Ficámos entregues a maus alunos, com cursos incompletos ou mal acabados, que fizeram a vida na sombra de padrinhos, que os levaram pela mão das secções partidárias aos gabinetes. Tal como hoje ainda acontece, até no poder local. Basta olhar para a Figueira. Sublinhe-se, porém, que os jovens tinham de militar nas juventudes de PS, PSD e CDS. Os jovens nos partidos mais à esquerda foram os chamados "idealistas". A construção do "Portugal europeu" passou por esta gente. Vamos então a um pequeno conto de Cristina Torrão, que dá perceber muita coisa.

«Estava-se no verão de 1976. Mário Soares acabara de tomar posse como Primeiro-Ministro, depois de ganhar as primeiras eleições legislativas. Um conhecido de Leonel tornara-se Secretário de Estado do governo minoritário do PS e, sabendo que ele acabara de se formar, ofereceu-lhe um lugar de assessor.

Leonel não pensara em seguir a carreira política. Se o fizesse, aliás, via-se mais nas fileiras de um partido como a UDP, já que o partido que se formara a partir das Brigadas Revolucionárias se tinha ficado por uma votação irrisória. Seria preciso unir a esquerda que rejeitava o imperialismo soviético, de forma a torná-la uma alternativa credível. Mas Leonel não estava com vontade de se envolver em projetos desses, planeava apenas construir a sua carreira de advogado.

Na verdade, também a integração do amigo no governo PS o surpreendia, um amigo que igualmente andara metido em organizações marxistas-leninistas. O Secretário de Estado cozido de fresco lembrou-lhe, porém, que os tempos revolucionários já tinham passado à História. O futuro estava com Mário Soares e os Socialistas, seria essa a esquerda portuguesa! O PCP jamais alcançaria votação suficiente para ser alternativa de governo, para já não falar da UDP e quejandos.

- Leonelzinho, isto, daqui prá frente, vai ser assim: ou o PS, ou a direita!

Com a ideia de amealhar algum dinheiro, acabou por aceitar o cargo. O governo minoritário, contudo, não se aguentou e, com a dinâmica impressionante adquirida pela AD, Leonel, já se movimentando com à vontade nos meandros da política, acabou por se filiar no PS, a fim de fazer oposição. As eleições que deram a vitória retumbante a Sá Carneiro fizeram-no deputado e ele não mais deixou a Assembleia da República até às europeias de 1989, as primeiras em Portugal, que o catapultaram para Estrasburgo, ganhando mais dinheiro e viajando mais do que algum dia teria imaginado. Tornara-se um burguês!»

Mira já tem vigilância na praia

Revista SÓCIA: ponto de reflexão e homenagem

A Associação das Colectividades do Concelho da Figueira da Foz (ACCFF), no âmbito das comemorações do Dia Nacional das Colectividades, vai lançar a 31 de maio a Revista SÓCIA.

Esta publicação, em formato digital, pretende ser um ponto de encontro do movimento associativo concelhio, concentrando informação, opinião convergente e divergente, entrevistas, histórias das instituições e das pessoas que lhe dão corpo e alma e um dossier central de relevante interesse para as colectividades.

Imagem: a partir de uma notícia publicada pelo jornal Diário as Beiras.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

"Que solução propõe para o Paço de Maiorca?.."

Imagem sacada daqui
E que tal, como aconteceu com o Edifício o Trabalho, colocá-lo à venda no OLX!..

Paço de Maiorca: um «charmoso» «crime financeiro» e «negócio ruinoso»...

"Considero ser fundamental que a Câmara venda e arrende património que não consegue gerir. Em relação ao Paço de Maiorca a sua valorização passa por ser utilizado, como hotel ou espaço cultural, vivo, mas conservando sempre o seu carácter genuíno. Importante também é restabelecer uma ligação entre o Paço e a população de Maiorca para que esta possa ter novamente orgulho no seu património e consiga usufruir daquilo que naturalmente lhe pertence.
Assumir esta identidade é difícil e leva anos, sendo necessário uma estratégia a médio e longo prazo. Outro desafio é impedir a excessiva “musealização”, sendo necessário uma intervenção que torna o espaço atrativo tanto para os habitantes locais como para os visitantes.
Como afirmam os especialistas “o património cultural como algo que vem do passado, experimenta-se no presente e transmite-se às gerações do futuro, conjuga sentimentos de pertença dos indivíduos, sentimento esse que acaba por assegurar uma identidade cultural” Esse desafio só pode ser ganho com o envolvimento local, criando uma comissão de acompanhamento, incluindo pessoas de Maiorca e especialistas nacionais e estrangeiros. É preciso criatividade e modernidade, rompendo com o habitual recurso a “micro-museus” incapazes de atrair as pessoas.
Note-se que o Paço de Maiorca faz parte de um rol de maus contratos que a Câmara Municipal da Figueira da Foz fez durante o tempo de Duarte Silva e Santana Lopes, e a aquisição desenfreada de “ruínas”, “palácios” e “quintas”. Muitos destes imóveis continuam “parados” caminhando para a ruína imobiliária. Relembro que o Paço de Maiorca foi apresentado como “contrato-programa”, em abril de 2008, sendo apelidado ”versão litoral da Quinta das Lágrimas” aprovado com os votos da então maioria do PSD, sendo provavelmente a pior Parceria Público Privada (PPP) alguma vez realizada no concelho."

A realidade da nova normalidade...

Segundo o jornal Público, num domingo de sol, mais de 180 mil pessoas foram às praias da Caparica... 
“No ano passado, por esta altura, as praias não estavam assim.” 
É esta a nova normalidade? 
Não. A nova normalidade, é um país com mais gente ainda mais desprotegida e a passar por ainda  mais dificuldades. 
E esta é a realidade da nova normalidade. Que não pode ser escondida...

Ainda bem que temos uma autarquia "na vanguarda nacional nos apoios às filarmónicas"...

Na edição de hoje do Diário as Beiras, o presidente da Associação de Colectividades do Concelho da Figueira da Foz, António Rafael, afirma que “a situação financeira para algumas está muito grave”. Sobretudo, acrescentou, “para quem tem filarmónicas (nove), que ficaram sem espectáculos e sem fontes de receitas e têm de pagar aos maestros (e professores de música)”
Não é o caso da Sociedade Boa União Alhadense (SBUA), presidida por Fernando Gonçalves. Este dirigente associativo, em declarações igualmente publicadas hoje no Diário as Beiras, garante que a filarmónica da colectividade que lidera não está em ruptura financeira. “Não seremos das piores, porque não fomos apanhados desprevenidos, a câmara apoiou substancialmente as colectividades e as filarmónicas e os sócios estão a pagar as quotas”
Este dirigente associativo, considerou o apoio antecipado da autarquia às colectividades (adiantamento de 70 por cento dos apoios correntes) “um balão de oxigénio”
A terminar o depoimento dado ao jornal, sublinhou: “a Câmara da Figueira da Foz está na vanguarda nacional nos apoios às filarmónicas e às coletividades (no contexto da resposta à crise pandémica)”.
Fica o registo da opinião de Fernando Gonçalves, presidene da Sociedade Boa União Alhadense. Na Figueira, quem se sente em minoria, tem tendência a manter-se em silêncio, deixando o espaço público entregue à opinião maioritária. Ainda bem que existem opiniões a quebrar a espiral de silêncio que costuma envolver a opinião minoritária no nosso concelho. Ainda bem que existem colectividades a conseguir escapar à ruptura finaceira.
Siga o importante:

É possível ir à praia de forma organizada? É...

Temperaturas a rondar os 30 graus convidaram muita gente a voltar aos areais no passado fim de semana. Quem é que não gosta de ir ver o mar e apanhar algum sol em dias assim? No Cabedelo, pelo que tive oportunidade de ver em fotos publicadas no facebook, o distanciamento esteve longe de ser cumprido.
Prevendo a enchente, resolvi confinar-me em casa sábado e domingo. Em boa hora o fiz. Ontem, pelo que vi nas telvisões, as praias estavam  abarrotar. Em certos locais, "foi o caos"Vamos ver até onde isto dura...
Portugal regista 1.316 mortes relacionadas com a Covid-19, mais 14 do que no dia anterior, e 30.623 infectados.
As coisas podiam ser diferentes, como a foto de uma praia em França, mostra? Podiam... Mas, não era a mesma coisa.