segunda-feira, 18 de maio de 2020

Eles comem mesmo tudo

Continua a ser a melhor banda sonora para este e outros temas de economia política.

«É por causa de jornalistas como Cristina Ferreira do Público que vale a pena comprar jornais. E em papel. Ela segue algumas das pistas sórdidas da banca, neste caso do Novo Banco, há vários anos:

“A partir de Outubro de 2017, assim que o banco passou para a esfera do Lone Star, com uma almofada de capital de 3,9 mil milhões de euros, a gestão começou a reconhecer perdas do “antigamente” e a vender carteiras de créditos problemáticos a grande desconto, sustentando sucessivos pedidos de capital de 2,7 mil milhões ao Fundo de Resolução, que detém 25% da instituição.”

E coloca questões pertinentes: “[A]inda se vai procurar saber o nome dos titulares das sociedades que têm estado a comprar créditos ao Novo Banco, bem como estas empresas, consideradas como “abutres”, que ganharam com o negócio?”

Acho que todos temos razões para suspeitar da resposta, tendo em conta uma peça da mesma jornalista recordada pelo Paulo Coimbra, que tem uma memória de elefante. Para perceberem o modo como estes fundos abutres operam, coloquem Lone Star e Coreia do Sul, de preferência em inglês, num motor de busca.

Pelo meio da peça de ontem, Ferreira ainda expõe implicitamente o negócio das empresas que “auditam” em função de certos interesses, levando-me a colocar uma questão singela ao Banco que não é de Portugal e ao Ministério das Finanças: 

Como querem que haja confiança no sistema se aparentemente não têm capacidade técnico-política para auditar e inspeccionar os bancos de forma autónoma, sem dependerem de empresas internacionais de imparcialidade mais do que duvidosa? E já nem falo dos grandes escritórios de advogados a que recorrem regularmente para outros serviços.

Este velho Estado tem mesmo de ser reconstruído. Esta reconstrução implica toda uma luta contra estes “mordomos do universo todo”, contra estes “mandadores sem lei”

Necessidades

"Quanto menos necessidades, quanto mais felicidade."

Georg Christoph Lichtenberg

Da série, grandes primeiras páginas...


domingo, 17 de maio de 2020

Sem papas na língua, Pedro Abrunhosa fala sobre o “discurso de ódio“, que “usa o medo das pessoas”, e diz aquilo que pensa sobre o líder do Chega....

“[André Ventura] é um vigarista de feira. As pessoas com medo têm tendência para acreditar nos fanfarrões”.

Pode ouvir aqui o Posto Emissor com Pedro Abrunhosa. Esta resposta começa pelos 19m 40s.

Um vídeo interessante...

Vídeo via Diário as Beiras

Alguém disse "que democracia é o respeito aos direitos e à liberdade dos nossos inimigos".
A lembrança desta máxima, hoje,  é pertinente numa cidade como a Figueira, onde se assistem a reacções pouco tolerantes e, em alguns casos, algumas delas, mesmo nitidamente paranóicas.
Isto, porém, não é recente. Há 40 e tal anos, quando comecei a dar os primeiros passos no jornalismo, como membro da redação do Barca Nova, vi logo que o poder autárquico na Figueira lidava mal com a liberdade.
O exercício da cidadania na Figueira, não sei se por  tradição histórica, é uma dificuldade que, estranhamente, qualquer cidadão interventivo tem de defrontar, pois é olhado como um animal raro, numa sociedade dita democrática, 46 anos depois do derrube da ditadura.
A Figueira que eu conheço, desde que tenho memória, foi, é e, possivelmente, vai continuar  a ser  intolerante às críticas e avessa, se não mesmo hostil, à  imprensa livre.
A construção da democracia, na Figueira ou em qualquer lugar, pressupõe a superação do maniqueísmo existente. Mas, isso, daria muito trabalho, muita aprendizagem e exigiria muita autocrítica.
Como escrevi aqui, "é evidente que  Carlos Monteiro, na qualidade de presidente da câmara, só teria de receber André Ventura com a dignidade com que se acolhe na Figueira qualquer outro deputado da nação. Um presidente de câmara não deve ter “estados de alma” partidários e tem a obrigação de dialogar com qualquer deputado que queira debater com eles os problemas do concelho a que preside."
Assim também deveria acontecer, quando em vez de um deputado, se trata de um munícipe. Um concelho democrático, não é um lugar onde qualquer presidente (seja da Assembleia Municipal, seja da Câmara ou de uma junta de Freguesia..) pensa, age e actua assim: democracia sim. Mas, quem manda sou eu, que sou o presidente...
"Temos de respeitar (e defender) a democracia".

Que tempo novo vem aí?

Carvalho da Silva
"Vai-se desenhando um novo tempo carregado de velharias e armadilhas.

Só uma forte politização da crise, um debate político que evidencie as contradições, injustiças e irracionalidades do regime socioeconómico em que vivemos pode descobrir formas de travar os descalabros e o sofrimento que se desenham no horizonte, e gerar lastro para mudanças positivas. O susto "simétrico" produzido pela pandemia no seu início já é passado. Muitas juras de solidariedade são esquecidas e apresentam-se de volta o egoísmo e o utilitarismo.

O que o povo detesta é a corrupção, os roubos feitos a partir da gestão e de resoluções desastrosas, a sacralidade dos compromissos com a Banca em detrimento dos cidadãos. Ora, quando não há respostas claras fica exposto um enorme campo de manipulação para oportunistas."

Um problema do teatro. Mas, não só do teatro...

Jorge da Silva Melo
Sei fazer teatro. Mas não sei como arranjar dinheiro para pagar o pessoal extraordinário que será necessário para limpezas, acolhimento, desinfecção, medição da febre, acompanhamento dos poucos possíveis espectadores aos poucos e desinfectados lugares sentados, não sei. Nem sei como poderá funcionar uma bilheteira “sem contacto”, não sabemos e não vale a pena especular. Estivemos a ver quanto custará a reabertura e, pelas minhas contas, numa sala de aproximadamente 20 lugares (máximo) teremos um aumento de despesa entre os 5.000 e os 7.000 euros por mês. Não sei onde os encontrar – com a queda total de receitas e a melancólica perspectiva de, no máximo, “fazermos” 200 euros por récita… menos de 4000 euros / mês e isso seria se a sala estivesse magramente esgotada todos os dias."

Os parques de campismo e áreas de serviço de autocaravanas do país devem estar operacionais e reabrir dentro de uma semana

Parque de campismo Foz do Mondego, de cara lavada para a reabertura (quando tal for possível)...
Os parques de campismo e caravanismo, bem como as áreas de serviço de autocaravanas, podem reabrir na segunda-feira, com uma lotação máxima de dois terços da sua capacidade total, como anunciou na sexta-feira o Governo.
Porém, segundo a FCMP – Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e a APCAA – Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve a abertura só deverá acontecer daqui a uma semana, “em virtude das diferentes realidades existentes no território nacional e dos condicionalismos agora impostos”, para a “requalificação dos espaços de utilização comum, adotando os novos mecanismos de controlo de entradas necessários e da aplicação de todas as regras de segurança”.
As duas entidades indicam que elaboraram um guia de boas práticas para os parques de campismo, baseado nas recomendações da Direção-Geral de Saúde, “o qual está a aguardar aprovação desta entidade, com vista a esclarecer e normalizar os procedimentos de segurança a observar durante esta nova fase de desconfinamento”.
Avançam ainda que, como forma de “reforçar a confiança na utilização dos parques de campismo e áreas de serviço para autocaravanas”, o Turismo de Portugal, vai disponibilizar a atribuição do selo “Clean & Safe”, através do Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos, para os parques de campismo, ou através da plataforma FCMP para as áreas de serviço para autocaravanas.
Esta certificação, “exige a implementação de um protocolo interno que assegure as medidas de higienização e distanciamento social de combate aos riscos de contágio do Covid-19, garantindo assim as melhores condições de segurança para o funcionamento” destes serviços.
A FCMP e a APCAA apelam aos utentes que aguardem pelas informações dadas por cada entidade, quanto à data da sua reabertura, “para que esta ocorra da melhor forma possível, garantindo que não haverá motivos para um recuo no combate à pandemia que deve ser feito por todos e para todos”.
Via Notícias de Coimbra

Na Figueira equipamentos culturais municipais reabrem amanhã

Via Município da Figueira d Foz
"Os equipamentos culturais públicos da Figueira da Foz, que incluem o Museu Municipal, núcleos museológicos do Sal e do Mar ou o Centro de Artes e Espetáculos (CAE), reabrem entre segunda e quarta-feira, anunciou  a autarquia.

De acordo com o Plano de Desconfinamento aprovado em conselho de Ministros de 30 de abril 2020, no âmbito do Estado de Calamidade decorrente da Pandemia de COVID-19, o Município da Figueira da Foz irá reabrir ao público, a partir da próxima segunda-feira, 18 de maio de 2020, o Museu Municipal Santos Rocha, os Núcleos Museológicos do Mar e do Sal, os espaços expositivos do Centro de Artes e Espectáculos e a Casa do Paço."

Já que precisamos de espaços bem arejados, porque não o alargamento excepcional da área das esplanadas? (6)

"O Covid-19 realmente mudou tudo e do dia para a noite! A forma como vivemos, como trabalhamos e com quem convivemos!
Este vírus afetou, inclusivamente, algumas interações sociais que tomávamos como garantidas, como por exemplo abraçar um amigo. Pois a mera imagem deste gesto, anteriormente tão corriqueiro, faz-nos agora recuar e pensar instintivamente que não o devemos fazer. Talvez esta situação melhore com o tempo, acredito que iremos começar a ter mais vida social, a frequentar restaurantes, cafés e bares, mas julgo que demorará mais tempo a restaurar a confiança relativa à nossa intimidade.
Os hábitos sociais têm mudado muito ao longo dos anos, temo-nos tornado mais fechados, mais isolados. É raro vermos 3 gerações da família a viverem juntas, como era normal no passado. A generosidade e a partilha com os outros, daquilo que consideramos nosso, têm reduzido.
Recordando a minha infância, nos anos 80, não era necessário haver um convite para os amigos e familiares aparecerem lá em casa, o jantar muitas vezes esticava para mais um ou dois. Aliás, o normal era as portas das casas estarem abertas. Os vizinhos entravam, para pedir um ovo e tagarelar, as crianças circulavam de umas casas para as outras ou andavam aos magotes nas ruas e nas praças.
Temo que a situação atual vá agudizar ainda mais a postura algo egoísta da nossa sociedade. Especialmente na relação com os mais velhos, podendo gerar um ainda maior afastamento e desprendimento! Pois, este isolamento social tem sido tóxico para os nossos pais e avós que se veem impedidos de estar com os seus familiares e amigos, sem saber quando o poderão fazer novamente!
Este medo de contaminar a parte mais velha da população, que hoje sabemos ser a mais vulnerável, poderá ter graves consequências, em particular nas relações humanas mais valiosas, como entre avós e netos.
Pessoalmente, a minha casa continua e continuará sempre aberta aos amigos e familiares e, apesar do atual distanciamento físico obrigatório em relação aos mais velhos, tento, por enquanto, encurtá-lo ao mínimo indispensável, substituindo o beijo e o abraço pela presença do sorriso e do olhar, e, no futuro, compensar em dobro!"

sábado, 16 de maio de 2020

Leitura política da passagem de André Ventura pela câmara da Figueira: um negócio de conveniência

André Ventura, passou ontem pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, onde teve uma reunião com o presidente da câmara.
Como diria a CMTV, OUTRA MARGEM, em rigoroso exclusivo, anunciou a vinda do deputado do ChegaHoje, o assunto é abordado na última página do Diário as BeirasOntem, já abordámos o tema. Falta fazer a leitura política...


É evidente que o presidente Carlos Monteiro, na qualidade de presidente da câmara, só teria de receber André Ventura com a dignidade com que se acolhe na Figueira qualquer outro deputado da nação. Um presidente de câmara não deve ter “estados de alma” partidários e tem a obrigação de dialogar com qualquer deputado que queira debater com eles os problemas do concelho a que preside.
Mas, foi isso o que aconteceu? 

Carlos Monteiro e André Ventura têm uma coisa em comum: ambos, são populistas. 
O populismo ignorante da narrativa do Chega tem um desiderato: captar o voto de leigos, instrumentalizando questões de forte carga emocional – como o tema "ciganos", por exemplo  –, enquanto o seu verdadeiro programa vai sendo semeado: ir  preparando a privatização dos sectores que mais falta fazem, no dia a dia, ao cidadão português. 
Por sua vez, Carlos Monteiro quer manter-se como presidente de câmara, depois de lá ter chegado por sucessão.

Possivelmente, nenhum destes factos é relevante para o eleitor inveterado e clubístico do André Ventura ou de Carlos Monteiro. Contudo, fica o alerta para os outros. 
Podemos não gostar do estado do país ou do concelho em que vivemos, mas acreditem, tanto o país como o concelho, podem ficar bem pior.
Esta audiência de Carlos Monteiro a André Ventura, a meu ver, do ponto de vista político, serviu a ambos.
A André Ventura deu jeito e credibilidade ser recebido por um autarca do Partido Socialista.
A direita do PS figueirense, deu um contributo para a divisão dos votos à direita da direita do PS... O que não é desfavorável à direita do PS... E o que também não é muito difícil: a direita da direita do PS, na Figueira, não está dividida, está esfrangalhada e pulverizada...
O que, politcamente, dá enorme jeito para as aspirações políticas de Carlos Monteiro.

Menos um problema para Rui Rio?

O estertor do Aliança santanista, um partido (relativamente) novo, mas com problemas (muito) velhos...

«Santana pediu dispensa de funções executivas no Aliança.
Pedido de Santana Lopes foi justificado com "motivos profissionais". Ao SOL, o fundador do partido fez questão de explicar que se trata de uma reorganização do partido. "Ninguém se demitiu nem apresentou demissão de nada", frisou.»

Jovens: não pensem, se querem ter futuro na política figueirense...

“Não pensem que um ser humano possa ser muito diferente de outro. 
A verdade é que fica com vantagem quem tiver sido formado na escola mais rude.”

Tucídides

A crise de políticos com capacidade de liderança, há muito que é visível a olho nu na Figueira da Foz. Isso, devia ser fonte de preocupação, pois é um problema patente em todo o espectro político partidário local. Da esquerda à direita. Na cidade, nas vilas e nas Aldeias.

Alguns, dos políticos no activo passaram pelo crivo das juventudes partidárias. Seria de supor que a “ética e a educação política”  por elas, putativamente,  ministradas, tivessem produzido quadros políticos e cidadãos inspirados para servir a cidade, as vilas e as Aldeias, com ideais assentes, naturalmente, pelos valores políticos e sociais do respectivo perfil partidário.

Infelizmente, porém, o que as famosas “jotas”  têm dado ao concelho, são alguns arrivistas sem substância, que se subordinam à lógica dos aparelhos e fazem eco de ideias gastas, não trazendo nada de novo para o espaço político, para além das suas irrelevantes e dispensáveis figuras.
Aliás,  essas "jotas" partidárias, em especial as dos grandes partidos (leia-se PS e PSD), são reconhecidas como belas agências de emprego, sem que isso provoque escândalo de maior num concelho que faz parte de um estado que se reclama de direito, mas que, infelizmente, o atropela constantemente.

Nada mais natural, por isso, que chegássemos aonde chegámos: a ser governados por gerações de lateiros partidários, a quem nunca passou pela cabeça pôr os interesses da polis à frente dos seus. Isto, sem esquecer a ausência de sentido de estado, apesar de encherem a boca de serviço público.
Claro,  que quem lembra isto passa a ser seu inimigo, pois os seus horizontes não passam por aí. Os culpados, todavia, não são eles, mas quem anda há dezenas de anos a votar em chicos-espertos, ainda por cima provincianos, em vez de escolher políticos com postura e sentido genuíno de servir.
Podem perguntar: mas, onde é que eles estão?
A resposta é simples: afastaram-se da política. Em quarenta anos pouco, ou nada, mudou. Já no tempo em que andei pela política activa dei conta de uma coisa que permanece actual: “todos os partidos não gostam de gente que pensa. Apenas gostam de gente que concorde.”

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Falta a escolha do regedor *...

«O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que serão os próprios cidadãos a fiscalizar o cumprimento de regras como o distanciamento social nas praias, mas salientou que, se houver abusos, “elas podem ser interditadas”.»

* - Em Portugal, entre 1836 e 1977[1], o regedor era o representante da administração central junto de cada freguesia.
A última regulamentação dos regedores, foi estabelecida pelos códigos administrativos de 1936 e de 1940. Os regedores deixaram de ter o estatuto de magistrado administrativo, passando a ser os representantes dos presidentes das câmaras municipais e nomeados por estes - salvo nos concelhos de Lisboa e Porto, onde seriam nomeados diretamente pelos governadores civis. Incumbia aos regedores: cumprir e fazer cumprir as ordens, deliberações e posturas municipais e os regulamentos de polícia, levantar autos de transgressão sempre que necessário, auxiliar as autoridades policiais e judiciais sempre que necessário, agir de modo a garantir a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas, auxiliar as autoridades sanitárias, garantir os regulamentos funerários, mobilizar a população em caso de incêndio e cumprir outras ordens ou instruções emanadas do presidente da câmara municipal.
A figura do regedor de freguesia foi extinta na sequência da introdução da Constituição da República Portuguesa de 1976.

"o venturismo"

Título e imagem, via o sítio dos desenhos
Como diz a canção, hoje foi o primeiro dia do resto da vida do presidente Carlos Monteiro.

Tal como havíamos anunciado: Monteiro recebeu Ventura

Tal como OUTRA MARGEM noticiou, Carlos Monteiro recebeu esta tarde André VenturaA reunião entre o deputado do Chega  e o Presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro,  decorreu "a propósito dos conflitos na praia da Leirosa e do impacto do covid-19 no concelho."
Segundo o deputado, foi "muito proveitosa e esclarecedora!"
Recorde-se, que o deputado único do Chega, André Ventura, garantiu na quarta-feira, dia 6 do corrente mês de Maio, que "não voltará atrás" na proposta para um plano específico de "abordagem e confinamento" para as comunidades ciganas, e que apresentará essa iniciativa mesmo sem apoio de outros partidos. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, o presidente demissionário do Chega afirmou que "não voltará atrás nesta proposta" e que "já estava a estabelecer" contactos com PSD, CDS e Iniciativa Liberal "para que esta proposta vá avante, visto que considera que é necessário uma abordagem específica ao caso da comunidade cigana em Portugal", tendo pedido reuniões aos líderes dos três partidos.
Na altura, Catarina Martins do BE, considerou que a proposta do Chega era uma "opinião repugnante".
Imagem via André Ventura

Esta é a segunda demissão da pasta da saúde durante a pandemia de coronavírus...

Já que precisamos de espaços bem arejados, porque não o alargamento excepcional da área das esplanadas? (5)

"A história da humanidade é marcada por mudanças significativas na forma como nos organizarmos, ao longo dos tempos. Periodicamente, as nações do mundo sofrem mutações significativas quer em termos sociais, quer em termos territoriais ou políticos. Por norma, essas mudanças partem da vontade da classe política vigente ou são fruto de revoluções. Também de tempo a tempo, causas naturais levam certas civilizações a caírem ou a mudarem significativamente. Na verdade, acredito seriamente que esta pandemia poderá resultar numa alteração significativa na forma de estar na sociedade ocidental a nível social, mas também de geoestratégia.
Aliás, globalmente, podemos apontar como marcos deste milénio a ascensão da China como potência mundial e naturalmente, esta pandemia, que será referenciada nos manuais de história como o princípio do fim da liderança americana – explicada simultaneamente, pela ascensão de políticos incapazes de liderar os destinos de milhões.
Analisando aquilo que serão as nossas vidas no pós-pandemia, acredito que a minha geração viverá com o teletrabalho como uma opção para desempenhar as suas funções laborais. Teremos também uma década em que o reforço no investimento em saúde será das medidas com maior reivindicação social, em que a privatização total ou parcial será fortemente contestada desta vez, com o apoio dos partidos de centro. Um período onde iremos desejar um sistema de saúde preparado para o pior dos cenários, semelhante ao que, hoje, vivemos.
Na minha vida, irei procurar recuperar o tempo de convivência com os meus amigos e familiares. Voltar a aproveitar o contacto social sem constrangimentos será, sem dúvida, um momento especial e que marcará, singularmente, as nossas vidas. Espero que este tempo faça a humanidade perceber que, afinal, dependemos uns dos outros para avançarmos, enquanto comunidade e que individualmente, nunca seremos tão capazes como em conjunto. Aliás, essa é, indiscutivelmente, uma das grandes conclusões que retiro deste tempo."
Via Diário as Beiras