sexta-feira, 10 de abril de 2020
Lições da pneumónica: o que fizeram as comunidades que escaparam ilesas à gripe de 1918
"Há 102 anos a gripe espanhola matou mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo mas algumas comunidades escaparam incólumes. Isolamento, desinfeção e quarentena já eram as palavras de ordem.
Era o tempo das viagens a vapor, por terra ou por mar, mas nem por isso a doença deixou de alastrar-se por todo o mundo. Tudo depois de feitos os primeiros milhões de vítimas mortais nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, prestes a chegar ao fim.
Muitos dos que não morreram nos campos militares levaram o vírus no regresso a casa, só demorou um pouco mais de tempo: no total, entre 1918 e 1920, terão morrido entre 50 e 100 milhões de pessoas em resultado da pandemia que ficaria conhecida como Gripe Espanhola."
Via Observador
A realidade é um pesadelo em perspectiva?..
"A economia mundial não suporta seis meses de quase paralisação, pior do que isso, suporta mas com um elevado custo de vidas por causa da fome e da multiplicação de outras doenças mais graves do que a covid-19 em consequência da falência dos sistemas de saúde por falta de recursos financeiros.
Mesmo que esta pandemia seja controlada à escala mundial, deixando de haver receio de uma segunda vaga, só a paralisação de uma parte significativa da atividade económica à escala mundial vai deixar um rasto de fome e de miséria que não se ficará pelos países do costume. A quebra da procura externa dos países desenvolvidos, a baixa acentuada dos preços das principais matérias-primas e a redução da atividade turísticas vai deixar muitas comunidades sem quaisquer recursos.
Se considerarmos a morte provocada pela fome e subnutrição e pela falta de recursos médicos nos países mais pobres e menos desenvolvidos, não é difícil de se perceber, que sem contabilizações mórbidas, o número de mortos em consequência do impacto económico da pandemia pode ser muitas vezes superior aos provocados diretamente pelo vírus.
Mesmo em Portugal, que está longe de ser um dos países mais pobres do mundo, o fenómeno da fome não é raro. É por isso que em todos os concelhos há escolas com as cantinas a funcionar, para fornecer as refeições aos alunos mais carenciados. E se recuarmos no tempo, lembrar-nos-emos do que sucedeu no Vale do Ave ou na península de Setúbal, quando essas regiões foram atingidas pelo desemprego, com níveis muito inferiores à vaga gigantesca a que estamos a assistir.
Desta vez nem nos países mais ricos há escapatória, a capacidade de ajudar é reduzida e quem não tem recursos nem sequer vale a pena ir em busca de trabalho porque não há. Não há biscates, não há empregos e não há emigração, não há nada, nem sequer ajuda das ONG, não há nada ou quase nada, resta a fome. Não tardará muito para que esta passe a ser a principal preocupação do e dos governos.
Os governos vão estar confrontados com uma escolha, a de escolher entre deixar alguns morrer de fome ou optar por deixar outros morrer à fome."
Via jumento
quinta-feira, 9 de abril de 2020
COLECTIVIDADES... (4)
"Não temos coletividades a mais no concelho da Figueira, o que existe é uma baixa taxa de participação das populações nas iniciativas e nas atividades propostas pelas variadas coletividades. A baixa participação resulta de vários fatores. Cada coletividade é um caso, mas há problemas que tendem a ser comuns. Muitas destas associações têm uma dificuldade na renovação das estruturas diretivas cuja média etária é elevada, particularmente em atrair associados mais jovens para dirigir e coordenar as atividades. Esta dificuldade de renovação tem ela própria várias causas. Frequentemente, as principais atividades estão datadas, já não correspondem a orgânicas sociais em vigor no século XXI. Por exemplo, já aqui opinei que as marchas populares não são tão populares entre os jovens e, mais importante do que ser popular ou não, hoje os jovens já não vão a correr ao final do dia até ao salão do grupo de rancho para encontrar e confraternizar com os amigos, como no tempo da Dona Rosa e do Evaristo do “Pátio das Cantigas”. Essa dinâmica acabou. E não reconhecer que acabou, encalhando no tempo, não percebendo o que move hoje os jovens, é um erro. Outro problema que afasta os jovens é a vetustez e a falta de condições dos espaços das coletividades. O centralismo da cidade da Figueira no contexto do concelho e o favoritismo no financiamento de coletividades, antes de o ex-vereador António Tavares ter estabelecido critérios racionais, contribuíram nalguma medida para o degradar dos equipamentos. De um modo geral, há falta de cultura associativa em Portugal, falta de bairrismo e, mesmo entre associados, aqueles que pagam quotas a tempo e horas são uma minoria. Não obstante, a generalidade das coletividades do nosso concelho providencia um trabalho valoroso, substituem-se ao estado em imensas tarefas essenciais, que vão da cultura ao desporto, passando pelo bem-estar de pessoas, da defesa da natureza, do património e dos animais. Pena que nem sempre esse esforço seja compensado pela adesão dos munícipes e que não seja realizado nas melhores condições materiais e humanas."
Via Diário as Beiras
Via Diário as Beiras
Este não era o hospital onde não faltava nada?..
Covid-19: Director do Curry Cabral demite-se e insiste em plano de reorganização
O director do Serviço de Cirurgia Geral e Transplantação do Hospital Curry Cabral, Américo Martins, que se demitiu na quarta-feira disse hoje à Lusa que o Conselho de Administração deve aceitar o plano de reorganização que os médicos apresentaram.
"Tem de haver um recuo por parte da Administração até pela dimensão do apoio que estamos a ter: os doentes transplantados já fizeram uma petição ao Presidente da República e ao Governo e a nível interno os cirurgiões estão todos unidos contra o Conselho de Administração. Só têm uma alternativa, têm de recuar", afirmou o cirurgião, sublinhando total incompreensão sobre a posição do conselho.
"Ou é incompetência ou não sei classificar, talvez estejam a levar à letra o que o Governo, ou pelo menos o que o Ministério da Saúde defendeu no mês passado sobre fazerem do Curry Cabral um hospital covid. Agora, até acho que já nem é necessário fazer isso e, por isso, criámos um plano alternativo e independente sem covid", disse alertando que há outros doentes que precisam de ajuda urgente.
"Nós só operamos doentes oncológicos prioritários e transplantação e queríamos criar um espaço totalmente independente para continuarmos a nossa atividade - em termos mais reduzidos - mas a continuarmos a operar todos aqueles doentes que correm perigo de vida e que têm de ser operados", sublinhou o director que apresentou a demissão na quarta-feira à noite
"Eu demiti-me ontem porque o Conselho de Administração quer levar para a frente um plano que inviabiliza a criação de um circuito totalmente independente aqui no Curry Cabral e não querem recuar e se não recuam não é possível criar um circuito alternativo e independente, para os doentes que não são covid", disse à Lusa Américo Martins frisando que a mudança poderia ser feita sem custos e em pouco tempo.
"Em três horas seria executado esse plano alternativo. Basta fechar uma porta e mudar o centro de diagnóstico covid para um espaço que está vazio ao lado da infecciologia. Em três horas faz-se essa mudança sem qualquer custo", referiu acrescentando que a administração deveria mudar de posição.
O Hospital Curry Cabral admitiu hoje cancelar a transferência dos serviços de transplante hepático, devido ao abrandamento da evolução da covid-19, mas informou não ter recebido o pedido de demissão do director daquele serviço.
“A covid-19 está a ter uma evolução lenta e controlada, bastante mais lenta e controlada do que se estava a imaginar há uma semana, o que significa dizer que a necessidade de transferência de serviços pode, inclusivamente, não se verificar”, disse à Lusa fonte oficial do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC).
A este respeito, a Ordem dos Médicos (OM) tinha alertado hoje para a falta de resposta aos doentes prioritários não covid-19, que diz estarem a ser relegados para segundo plano, em áreas que “não podem esperar” como a oncologia ou os transplantes.
Numa nota hoje divulgada, a OM afirma que os indicadores de que teve conhecimento sobre o excesso de morbilidade e mortalidade, assim como algumas situações concretas de doentes, mostram que os doentes não covid-19, “por falta de estratégia e organização da tutela, estão a ser relegados para segundo plano em patologias que não podem esperar”.
"APROVEITAMENTO POLÍTICO É ISTO - E TAMBÉM É POPULISMO"
Da série, também em exibição na Figueira, "25 de Abril, Sempre!"
Via Mário Martins
"O Governo socialista de Costa e Centeno tem destinado ao Serviço Nacional de Saúde a MENOR percentagem do PIB desde o início da década.
Visto por outro lado: quando os impostos atingiram o valor mais elevado de sempre (em relação ao PIB), a Saúde teve direito a menor percentagem de dinheiro (em relação ao PIB).
Em linguagem popular: quanto mais pagamos, pior Saúde temos.
Todos sabemos como estão os hospitais, a funcionar à míngua. Todos nos lembramos das greves de médicos, greves de enfermeiros, greves de técnicos auxiliares de diagnóstico, greves de pessoal auxiliar.
Eu sei, por experiência própria, o que é ver uma cirurgia a ser adiada por meses e meses, por anos.
Apesar disso, o Partido Socialismo elaborou um cartaz a agradecer àqueles a quem o Governo do Partido Socialista tanto tem maltratado.
E a tentar aproveitar a "onda de gratidão" para com os profissionais da Saúde que existe na sociedade portuguesa.
Querem melhor exemplo de aproveitamento político?
Querem melhor exemplo de populismo político?"
Após chuva de críticas de artistas, TV Fest foi cancelado...
O Ministério da Cultura mantém o silêncio desde esta manhã sobre o TV Fest, festival de música que deveria começar esta quinta-feira e prolongar-se durante pelo menos um mês, com transmissão na RTP Play. Várias vezes contactado, o ministério não deu resposta a nenhuma das solicitações, mas fonte da RTP afirma ao Expresso que o festival de música a ser transmitido a partir desta quinta-feira pela RTP Play foi cancelado...
Da série, "25 de Abril, Sempre!"
Recordar é viver. Recorde-se, então "as viúvas de um pinga-amor".
Valdemar Cruz, Jornalista. Via Expresso |
"O PS tem uma queda fatal para dar ares de pinga-amor. Esbanja apaixonadas declarações de total entrega e absoluta fidelidade à coisa pública em geral, ou em particular à educação, ao Serviço Nacional de Saúde, à proteção dos trabalhadores através da legislação laboral, para depois, com relativa frequência rasgar as vestes e passar a ideia de que tudo não terá passado, afinal, de amores de Verão.
Aí está António Costa para o demonstrar uma vez mais. Está já a preparar o programa eleitoral para as legislativas de outubro e, sobretudo, não pretende deixar o partido adormecer à sombra dos resultados europeias. Costa aponta quatro prioridades para serem discutidas nas quatro convenções destinadas a preparar o programa eleitoral: alterações climáticas; desafio demográfico; transição para a sociedade digital; e combate às desigualdades.
Após a reunião da comissão política nacional, e numa intervenção aberta à comunicação social, o primeiro-ministro apontou a necessidade de um esforço redobrado para a aprovação de diplomas-chave, como a Lei de Bases da Saúde, a nova lei laboral ou o Programa Nacional de Infraestruturas.
Nada de particularmente difícil, dir-se-ia, dados os acordos de incidência parlamentar existentes com a esquerda do PS. PCP e BE assumem ideias e posições muito claras sobre a Lei de Bases da Saúde ou a legislação laboral.
Como qualquer vulgar pinga-amor, o PS faz lembrar a tragicomédia “Frágua do Amor”, representada em Évora em 1524 na festa do casamento do rei D. João III com a rainha D. Catarina. Com Cupido a assumir um lugar central, mestre Gil Vicente aborda o problema das identidades desejadas, mas não conseguidas por falta de empenho ou de autenticidade. Em palavras mais simples, Sérgio Godinho pergunta se pode alguém ser quem não é.
Ora, o PS tem andado a pedir namoro à esquerda e à direita para aprovar a nova Lei de Bases da Saúde, e depois de ter dado o dito por não dito, chegou a acordo com a direita na legislação laboral.
Rui Rio, homem muito frontal, já veio avisar que não vai na conversa. Não é pessoa para dois amores. Assim, esclareceu que “o PSD está totalmente disponível para acatar sugestões do PS”... na aprovação da lei do PSD.
Como se escreve no Expresso, “os socialistas vão deitar a toalha ao chão”. Já não acreditam ser possível salvar a nova Lei de Bases da Saúde. O chumbo anunciado do PSD e o que o PS classifica como “a ‘enorme intransigência’ do Bloco de Esquerda”, deitam por terra as hipóteses de aprovação de uma nova lei. O PCP, assegurava ontem à noite António Filipe na SIC Notícias, manterá uma posição de abertura negocial até o último momento.
O dilema é o de sempre. O PS gosta de usufruir dos benefícios resultantes da sua inclusão no clube da esquerda, mas não gosta de assumir as consequências da opção coerente e consistente das decisões à esquerda. Por isso acaba por ter tendência a entender-se com a direita em questões tão estruturantes para a definição de uma política de esquerda, como são a Lei de Bases da Saúde ou a legislação laboral. Ficam cobertas com o véu de viúvas do PS."
COVID19: Figueira 12 casos confirmados
Portugal regista hoje 409 mortos associados à covid-19, mais 29 do que na quarta-feira, e 13.956 infectados (mais 815), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
É sempre o mesmo: o apoio do estado nunca chega aos que mais precisam...
Via Rodrigo Serrão
E, citando o Pedro Rodrigues: "... olhando para o cartaz deste festival, os bolsos dos artistas em questão são, também eles, secundários - hoje, e noutros dias. Muitos destes fazem parte de uma elite que vive abastada dos espólios das suas lutas: merecem-no; criaram, lutaram, venceram. Enchem salas, recebem apoios de marcas, são figuras em publicidades disto e daquilo. Pergunto-me, então, serão eles os que mais necessitam deste milhão? Não ponho em causa a ajuda às pessoas dos bastidores, aos que fazem parte da máquina, mas mesmo esses, que os acompanham certamente para todo o lado, não estarão melhor que tantos outros? Não sei. O que sei é que há um tempo para tudo, e hoje o tempo devia ser usado para reflectirmos, e nos tornarmos melhores. O mundo não será igual. Mas quero acreditar que será melhor. Tenho de acreditar. No entanto, ao ver acções como esta, torna-se difícil. Muito difícil."
Portanto: Pelo cancelamento imediato do festival TV Fest, assine clicando aqui.
E, citando o Pedro Rodrigues: "... olhando para o cartaz deste festival, os bolsos dos artistas em questão são, também eles, secundários - hoje, e noutros dias. Muitos destes fazem parte de uma elite que vive abastada dos espólios das suas lutas: merecem-no; criaram, lutaram, venceram. Enchem salas, recebem apoios de marcas, são figuras em publicidades disto e daquilo. Pergunto-me, então, serão eles os que mais necessitam deste milhão? Não ponho em causa a ajuda às pessoas dos bastidores, aos que fazem parte da máquina, mas mesmo esses, que os acompanham certamente para todo o lado, não estarão melhor que tantos outros? Não sei. O que sei é que há um tempo para tudo, e hoje o tempo devia ser usado para reflectirmos, e nos tornarmos melhores. O mundo não será igual. Mas quero acreditar que será melhor. Tenho de acreditar. No entanto, ao ver acções como esta, torna-se difícil. Muito difícil."
Portanto: Pelo cancelamento imediato do festival TV Fest, assine clicando aqui.
Da série, há municípios e municípios...
"São três voos em poucos dias fretados pela Câmara Municipal de Cascais com 100 toneladas de equipamentos e materiais de proteção e combate ao COVID-19 destinado ao concelho de Cascais e municípios da Área Metropolitana de Lisboa, no último destes voos, são esperados 30 mil testes destinados aos centros de rastreio de Cascais.
É já quinta-feira, dia 9, pela 7h00 da manhã que aterra no aeroporto de Lisboa mais um avião fretado pela Câmara Municipal de Cascais com cerca de 30 toneladas de material médico e de proteção individual contra o novo Coronavírus.
Apesar do voo ter sido fretado pela Câmara de Cascais, parte deste material destina-se também a outras autarquias da Área Metropolitana de Lisboa."
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