quarta-feira, 13 de março de 2019
Não mexe!
"Perante a forte possibilidade de a Comissão Organizadora da Queima das Fitas não contar com a Figueira da Foz no seu programa de festas para 2019, veio o gabinete da presidência do município garantir estar disponível para trabalhar em formas alternativas de manter a ligação aos estudantes.
Ora, disponibilidade para trabalhar em formas alternativas significa, como todos sabemos, “não nos aborreçam mais com este assunto”. São ótimas notícias! A melhor decisão, por vezes, é não decidir, não reagir, não mexer, deixar estar. Quando se voltar a envolver os estudantes de Coimbra, que seja fora da época de festas, de forma séria e pensada, sem comboiadas e com valor acrescentado. Para os estudantes e para o concelho."
Via DIÁRIO AS BEIRAS
Ora, disponibilidade para trabalhar em formas alternativas significa, como todos sabemos, “não nos aborreçam mais com este assunto”. São ótimas notícias! A melhor decisão, por vezes, é não decidir, não reagir, não mexer, deixar estar. Quando se voltar a envolver os estudantes de Coimbra, que seja fora da época de festas, de forma séria e pensada, sem comboiadas e com valor acrescentado. Para os estudantes e para o concelho."
Via DIÁRIO AS BEIRAS
“Não será um secretariozeco ou um ministro” a afastar Tomás Correia do Montepio, avisa o Padre Vítor Melícias...
... um padre franciscano
Nota:
"Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus", Lucas 18:24-25
terça-feira, 12 de março de 2019
"...Os nossos 21 deputados, que representavam 2,7% do total de eurodeputados passam agora a representar 2,9%. A relativização da sua importância (já a 26 de Maio), em que só se falou ainda da composição das listas partidárias, dos nomes, esquecendo as políticas que vamos sufragar para os próximos 5 anos mantêm-nos numa fronteira de indiferença perigosa e preocupante."
Na terra dos "alma de Deus"
"Sou árvore. Sou muito mais que madeira e lenha. Sou sombra. Sou moradia. Sou alimento. Sou oxigênio. Sou Vida!"
Aquele que não sente o odor da podridão da sociedade em que vive, já tem a podridão instalada no próprio nariz.
Não sou nada: nem intelectual, nem pensador, nem filósofo, nem sequer rei do carnaval.
Sou apenas um ser humano, se quiserem um selvagem com um coração e um cérebro, que já viveu e viu.
Não é a inquietação que se deve popularizar.
É a necessidade de nos inquietarmos que se deveria tornar popular.
Vivo numa cidade onde, parece, Deus gosta de ajudar os inconscientes que tomam medidas icompetentes.
Lamentavelmente, porém, eles nem dão por isso...
segunda-feira, 11 de março de 2019
Há sempre alguém que veio a este mundo para não aceitar as coisas tal como lhas querem dar...
Na Figueira, não deixar nada por dizer, pode ser muito relaxante...
Depois, é só esperar as consequências e enfrentá-las.
Parabéns...
10 Anos a Aventar: Tão Longe, Tão Perto
"A blogosfera, que em Portugal teve a paternidade reclamada quase em
exclusivo por Pacheco Pereira, já tinha sido dividida na altura entre
“boa” blogosfera (o seu Abrupto) e “má” blogosfera (o resto
todo, salvo adequadas excepções que não me ocorrem). Na má blogosfera, à
qual se atribuíam pecados do pior, avultava no início de 2009 um
conjunto de blogues colectivos com posicionamentos políticos
razoavelmente claros. Existiam mais, mas a meia dúzia que fazia escola
dividia-se pelos “radicais de esquerda” (5dias, Arrastão), os situacionistas do socratismo (Jugular, Câmara Corporativa, uma das incubadoras dos “factos alternativos” entre nós) e os betos de direita (31 da Armada, Insurgente).
Quase todos desapareceram, à medida que os seus colaboradores mais
destacados arranjaram lugar num gabinete governamental ou foram
cooptados pela comunicação social mainstream.
É neste contexto que surge um novo colectivo, com a enorme estranheza
de não ser imediatamente possível situá-lo no esquematismo da altura.
Que escrevia sobre mais do que política pura e dura e até tinha pessoal a
escrever com algum sentido sobre Educação, não apenas a zurzir nos
professores ou a defendê-los só porque eram contra o Sócrates. O nome e a
declaração de princípios inicial era suficientemente ampla para se ter
esperança na diferença deste colectivo em relação aos que dominavam o
“mercado” na altura.A verdade é que se passaram dez anos e o Aventar continua e parece-me de boa saúde numa altura que a migração para as redes sociais fez com que tudo se fragmentasse ainda mais e o debate político e troca de ideias se tenha transformado em algo ainda mais redutor e maniqueísta do que era.
2019 é o tempo das fake news, em que se acredita que eleições são ganhas ou perdidas graças a manipulações da informação, em que o big data se instalou mais para confundir do que para ajudar. Em que os bloggers de sucesso falam de moda, de roupinhas para bebés, de comida vegan, de tascas gourmet, de cosmética patrocinada. 2019 é todo um outro mundo no espaço virtual.
Desta forma, 2009 parece distante.
Mas olhamos para o país e parece tão perto. Continuamos com malta a mandar nisto tudo, mas trocámos o zeinal pelo mexia e o salgado por uns tipos que trabalhavam ou eram pagos por ele. A quadradura passou a circulatura, mas os sentados apenas me acompanharam na engorda (física). Sim, trocámos o cavaco pelo marcelo, mas se bem nos lembrarmos, ambos foram bem colaborantes com os respectivos governos socialistas nos primeiros mandatos, assinado quase tudo de cruz e vetando apenas o essencial para parecer que são outra coisa. Talvez não se lembrem, mas o cavaco também era afectuoso, até com os cagarros, como tinha sido popular com uns bolos de pastelaria. O santana que dizia que ia sair do ppd/psd foi trocado por um santana que finalmente saiu do ppd/psd. Não temos o sócrates mas temos o costa, o vieira da silva, a vieira da silva, o par cabrita/vitorino, o santos silva. Não temos aeroporto na ota, temos no montijo.
Sim pelo meio passaram a troika, o passos coelho, o relvas, o portas, o gaspar, a maria luís, o maçães, o modedas e mais uns quantos moços jeitosos em matéria de escolha de fatos discretos e camisas de marca, mail’as gravatas de seda. O Aventar sobreviveu a isso sem baixas de monta. Sim chegou a geringonça e as coisas pareciam talvez mudar, até eu quase acreditei nisso, mas o Aventar sobreviveu a tentações a que outros não sobreviveram, mantendo “a estrutura e o espírito da equipa”, mesmo se fez algumas transferências. E se calhar, embora sabendo que não, ainda por lá se acredita que é possível alterar alguma coisa com o poder da palavra.
Não sei se durará mais dez anos, por dez anos, sendo que passam
depressa se olharmos as coisas de uma forma, passam muito devagar quando
são vividos ao vivo, sem ceder às tais tentações."
A MINHA PRAIA
"Todos os anos, sempre, desde bébé de colo, o correr do tempo não se mede apenas pela noite de passagem de ano, mas também pelo Agosto da minha praia. Noutros tempos, quase três meses, hoje em dia, um fim de semana no mínimo. As férias não são elásticas e outros destinos me chamam, mas sem pôr em causa esta passagem de ano, este picar de ponto, a romagem pelos sítios que sobrevivem ao passar do tempo, o passeio pela esplanada, as ruas tão cheias de arte nova, o pôr de sol sobre a praia e tantos outros lugares que se tornaram meus.
Lugares de uma vida, das diversas vidas que aqui se foram cruzando, como lugares que, entretanto, desapareceram como o Luna, onde joguei os primeiros jogos de pac-man, o Europa e os snookers para as tardes de chuva, a Caravela, essa instituição onde comecei a ir para as torradas com a minha avó, onde comi amiúde a irrepetível omelete de camarão com os meus pais e onde bebi cerveja capaz de encher vários barris com os meus amigos, um lugar que era uma instituição, e tal como a revista Tintim, dos 7 aos 77 ou talvez mais, com o senhor Madaleno que nos fez tão felizes em dias e noites aparentemente infinitos. A Casa Havanesa, livraria dos tempos em que havia livrarias com livreiros que sabiam que vendiam livros e não refrigerantes, com a senhora dona Helena de trás do balcão, na sua secretária – de onde apenas saía quando detectava genuíno interesse -, as capas para não estragar os livros na praia e os belíssimos marcadores com fotografias antigas da Figueira. O Pessidónio, discoteca pioneira no país, e que sobreviveu anos com altos e baixos, marcando gerações desde a sua abertura até à minha, e outras, de onde era hábito sair de dia a tempo de rematar a noite com bolo quente na Sofico.
Lugares de ontem e de hoje, como a praia, cada vez mais uma miragem desde a esplanada com a terra a ganhar terreno ao mar ano após ano. Essa praia de vento forte, com fugas ao meio da tarde, enrolado em toalha para proteger as pernas de esfoliação excessiva, do mar com ondas, ondas mesmo, grandes, só para os habitués que nela cresceram e logo aprenderam a furá-las, a fazer impensáveis carreiras, a arriscar mergulhos no limite da rebentação. Uma praia que hoje não me preenche pela instabilidade do clima, mas com o irresistível charme dos seus chapéus listados e cadeiras de lona e conversas com os que por ali ficaram.
Lugares e hábitos que nada seriam sem as pessoas, verdadeiro motivo porque volto, e voltarei ano após ano. Os que já não vão, como os meus pais, imagem de saudade a cada ano, e os outros, os que teimamos em ir por mais ou menos dias, porque somos parte da vida uns dos outros, mesmo quando vivemos na mesma cidade e não nos encontramos. Há nestas amizades de verão coisas peculiares, especiais, uma relação de uma vida, de nos vermos crescer, de, a cada ano, nos vermos diferentes, mas com uma ligação muito particular, sem barreiras geracionais, pois as idades sempre se cruzaram sem grandes limites e as cervejas são bebidas entre tios e sobrinhos, mães e filhas, irmãos. Algumas vezes tentei explicar a quem me perguntava o porquê da Figueira, falhando, tenho a certeza, nessa explicação. Há realmente coisas que não se explicam, esta é a minha praia e sei que de muitos outros também, uma tradição nossa que teimamos em manter por tudo o que de bom ela já nos trouxe.
Até ao próximo Agosto."
Nota:
Fica o agradecimento ao leitor habitual deste espaço Joaquim Moreira, que teve a amabilidade de me enviar o link.
domingo, 10 de março de 2019
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