sábado, 9 de junho de 2018

Carlucci

"Há dias, uma televisão convidou-me a dar um testemunho, por ocasião da morte de Frank Carlucci, o embaixador que os americanos enviaram para Portugal, alguns meses depois do 25 de abril. Agradeci, mas não aceitei.

Faço parte de uma geração que, por algum tempo, viveu com a imagem regular de Carlucci na nossa (à época única) televisão. Aquela figura de rictus estranho, com umas patilhas de forcado, foi então uma espécie de vedeta nacional. Eu já era diplomata e tenho bem presente a sua importância na sociedade política portuguesa.

Segundo alguns historiadores, Carlucci terá convencido o chefe da diplomacia do presidente Nixon, Henry Kissinger, de que a deriva revolucionária portuguesa, subsequente ao 25 de abril, não condenava necessariamente o país a converter-se numa república socialista radical, que este via como uma espécie inevitável de "vacina" para a Europa ocidental. Para o embaixador, havia a opção de apoiar os líderes dos partidos moderados, tentando, com a ajuda de regimes pluralistas europeus, promover a instauração da democracia no país. O facto de isso ter assim sucedido é tido por muitos a crédito de Carlucci.

Por este facto, Carlucci transformou-se, aos olhos de alguns, num "herói" da democracia portuguesa, uma espécie de "santo padroeiro" do 25 de novembro. E os descendentes políticos dessa gratidão apresentaram, na Assembleia da República, votos (diferenciados) de pesar pelo passamento do político americano. Esse voto tem de ser respeitado. Quero, porém, deixar aqui claro que, se acaso fosse deputado, não me teria associado a ele, abstendo-me ou saindo da sala. Porquê? Porque não aplaudo cínicos.

Frank Carlucci apoiou os democratas portugueses, não pelo sentido humanista decorrente de uma opção a favor da vida política em liberdade no nosso país, mas exclusivamente porque esse era o interesse geoestratégico americano de ocasião. Mas não será isto um preconceito? Não creio. Em outras ocasiões, a História prova que o mesmo Frank Carlucci deu apoio, claro e deliberado, a golpes políticos conducentes à instauração de ditaduras e regimes opressivos noutras partes do Mundo. Com orgulho declarado e sem o menor remorso.

Aliás, não é necessário ir muito longe para constatar essa duplicidade: a mesma administração americana que enviou Carlucci, para substituir um diplomata que não tinha "visto chegar" a Revolução cujas consequências pretendia combater, era precisamente o mesmo que até então se mostrara plenamente confortável com o regime ditatorial de Marcelo Caetano. Desejo assim que Carlucci descanse em paz. Nada mais."

Francisco Seixas da Costa
* EMBAIXADOR

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Não são precisas mais palavras...

Tribunal confirma Assembleia Geral para dia 23 de junho

"A realização da Assembleia Geral do Sporting marcada para o dia 23 de junho foi confirmada esta sexta-feira por decisão do tribunal. Os juízes aceitaram a providência cautelar interposta por Jaime Marta Soares. O anúncio foi feito pelo presidente da Mesa da AG em comunicado enviado às redacções."

Para ler o comunicado na íntegra, clicar aqui.

Pareciam ser uns grande optimistas, por natureza!..

Via Manuel Mesquita
...terá sido por isso que o fracasso os parece ter atingido agora tão duramente?

As obras do Ténis Clube...

Via jornal AS BEIRAS. Para ver melhor, clicar em cima da imagem.

Assim vale a pena ser deputado...

Deixem-me ser bonzinho... 
Deixem-me acreditar no Pai Natal, no Presidente da República, no 1º. Ministro, nos Ministros, no Presidente da Câmara, nos Vereadores, no Presidente da Junta... 
E, nos Deputados!..

"No início de maio, a RTP, numa reportagem exclusiva, confrontou alguns deputados (de partidos à esquerda e à direita) sobre o facto de terem residência em Lisboa, viverem na capital, mas terem como morada oficial uma outra, longe bem longe de Lisboa, possibilitando incorporar no seu rendimento um subsídio de deslocação. Pese o escândalo da situação e da pouca ética demonstrada, a verdade é que não se ouviu dizer mais nada sobre o assunto. Esta questão dos deputados e das respectivas deslocações já tinha estado em debate por causa de viagens de avião.
O que a reportagem da RTP provou é que existem 159 deputados com subsídios de deslocação e, muitos deles, moram em Lisboa. Há mesmo quem more a 500 metros da Assembleia da República. Os subsídios dão, nos casos abordados pela reportagem, uns confortáveis, decerto bem vindos, dois mil e tal euros de acréscimo ao salário. Portanto, os deputados, com esta manobra, ganham mais, muito mais, do que seria de esperar e, pior ainda, os ditos subsídios não estão sujeitos a tributação.
Sempre defendi que os deputados, como representantes eleitos, deveriam ganhar o melhor possível. Uma das razões que leva a que algumas pessoas se afastem da política é precisamente a questão financeira. Mudei de ideias. Porque uma coisa são os salários e outra, completamente diferente, é a realidade que se reflecte em cada recibo de vencimento do deputado ou deputada que considera que ainda vive no norte do país, porque tem aí uma mãe com 95 anos e é aí que se desloca quando a agenda permite.
Qual é ordenado de um deputado? Tomem nota: 3.624, 42 euros. A este valor acresce uma maquia se não trabalharem em mais lado algum, outra por serem deputados, só porque sim, e ainda o tal subsídio de deslocação se, claro, tiverem mandado dizer que moram em Viseu, em Braga, em Faro e outro abono ainda por estarem eventualmente longe de casa, da família.

O subsídio de deslocação não é igual, calcula-se ao quilómetro. São 69,19 euros por dia para quem more fora de Lisboa; 23,05 euros para quem more na capital. A mim não me pagam para ir da minha residência para o meu emprego, mas claro que eu não fui eleita e tal e não conto para este campeonato.
Além da remuneração principal que recebem por serem eleitos, os deputados recebem também uma quantia para exercerem essa função na Assembleia da República, em Lisboa (a ver se não desmoralizam, coitados, um incentivo para um entusiasmo extra, será?); recebem outra parcela caso não trabalhem em mais nenhum sítio (o regime de exclusividade vale um abono fixo de 370,32 euros mensais) e ainda recebem outra parcela fixa simplesmente por serem deputados da Nação e “representarem todo o país”. A tudo isto acrescem subsídios com deslocações que variam consoante o local de residência e a sua distância até ao Parlamento e por se deslocarem ao respectivo círculo eleitoral. Estes valores somados estão isentos de impostos. Um deputado ou deputada, assim, pode ter um salário e cinco abonos? Pois pode.
Querem-me explicar como se fosse mesmo muito burra ou temos aqui um problema? Talvez seja de pedir ao Presidente da Assembleia da República que tome os deputados como alunos na escola e faça o favor de fiscalizar quem é que tem mais dinheiro por mês por morar ficcionalmente numa outra ponta do país, embora mantenha residência em Lisboa, faça aqui a sua vida, tenha família com vínculos vários a empresas, a escolas, a instituições. De resto, lamento, um esquema é um esquema, a falta de ética comportamental não atinge apenas o comum dos mortais, é praticada pelos grandes da nação."

Moro num país que exige ensino médio para um puto, mas não exige o ensino fundamental para os políticos.
Ao Pai Natal do meu país não sei o que foi exigido...

Boa sexta-feira...

"O mundo jamais será tranquilo enquanto não se extinguir o patriotismo da raça humana" (Bernard Shaw)

José Fernando Correia, ontem no jornal AS Beiras.

"...é manifesto que estamos perante um sintoma de que algo vai mal no domínio da construção (ou da preservação) da nossa identidade colectiva, um valor que não se sobrepõe, mas que deve coabitar com a nossa individualidade. Todos sabemos que o mundo é uma “aldeia global”, que muitos das questões do mundo contemporâneo são transnacionais, etc, etc. Mas a pátria é ainda uma categoria que dá sentido e coesão a uma comunidade. E é pena que um patriotismo saudável seja mote quase abandonado no discurso político dos partidos do centro do nosso sistema político, estando remetido para o PCP e para grupúsculos da extrema-esquerda. Vem aí o 10 de Junho. Viva Portugal!"

Nota de rodapé.
"Só a fantasia permanece sempre jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece."

"Reduzem-se" todos os anos!..

Este ano, desfilarão apenas três marchas figueirenses no dia 23, pelas 21.30, na Avenida 25 de Abril.
"Mulheres de Tavarede", Sociedade Filarmónica Paionense e a Marcha do Grupo Instrução e Sport da Praia de Buarcos serão as marchas a concurso. 
Extra concurso, vão participar sete marchas provenientes de Ribeira de Frades, Vila Real, Miranda do Corvo, Vila Nova de Famalicão e Lisboa.

Figueirenses na Comisssão Nacional do PS

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Dá para rir, porque chorar não remedeia nada...

Daqui
Já toda a gente percebeu que, por cá, o turismo não está a atravessar a sua melhor fase...
Na Figueira, tudo é outra coisa...
A verdadeira cor do tecido é a que se encontra no avesso.

Até apetece espraiar o olhar e gozar o que nos é oferecido pela natureza, na cidade fantástica que é a Figueira, onde até "nascem" árvores no meio da estrada!..

A propósito do Cabedelo...

Nos tempos que correm, os cidadãos que se deixam envolver na coisa política e aceitam cargos públicos, arriscam-se a destruir o prestígio de uma vida de trabalho construída arduamente ao longo dos anos.
Refiro-me a cidadãos comuns – incluindo os que são filiados em Partidos políticos – e não de políticos que fizerem da política o seu trabalho e que vão buscar a esses cidadãos comuns a mão-de-obra para a sua empresa.
Repare-se nas declarações acima, respigadas do jornal Voz da Figueira,  prestadas pelo presidente da Junta de Freguesia da Aldeia, que neste momento anda em digressão americana à boleia do presidente da Câmara da cidade da Figueira da Foz.

Mais parecem vir da boca de um empregado do  presidente do que seu parceiro de eleição nas últimas autárquicas!..
Sei que os poderes são ambicionados. Sei, também, que a projecção mediática e pública podem ser também motor para que os cidadãos se envolvam.
Mas, também, sei que muitos se envolvem nessas aventuras por motivos de serviço público dispondo-se a oferecer o que de melhor sabem fazer em favor do bem comum.

Aqui é o que se pode ver... 
Este, é mais um caso de sacrifício dum cidadão comum a favor dos cabeças de cartaz, assacando para eles (para os cidadãos comuns) os efeitos e os  males que umas declarações infelizes e despropositadas como estas não deixarão de ter a merecida resposta no local próprio. 
Muita coisa terá de mudar na Aldeia e na cidade, se quisermos ter, no futuro, equipas de competência que zelem pelos nossos interesses e bem-estar. 

Nota de rodapé.
Ainda a propósito do Cabedelo, também via Voz da Figueira, chamo a atenção para a imagem abaixo.


Pormenores que incomodam...

Nem todas as histórias de amor de longa duração precisam de ser estragadas...

O amor, presumo, é determinante nas  vidas de todos nós. 
Para muitos de nós, diria que é  a mola real que nos faz mover. 
E o amor só pode ser entendido em toda a sua dimensão. 
Há dias em que nos apetece uma história bonita e romântica. 
Hoje, no jornal AS BEIRAS, Jot Alves assina uma  prosa que conta uma bonita e comovedora história de amor.
Com a devida vénia, passo a citar.

"Maria Providência Marques está, aos 84 anos, a viver uma segunda vida. Depois de ter passado mais de meio ano entre a cadeira de rodas, o sofá e a cama, vai participar, no próximo domingo, na caminhada da Meia-Maratona da Figueira da Foz. A surpreendente recuperação da octogenária figueirense tem o contributo do marido, António Marques, de 87 anos. Esta é, pois, uma história de amor e superação, protagonizada por dois octogenários que prometeram viver juntos até que a morte os separe, na saúde e na doença. 
De repente, uma enfermidade neurológica retirou a Maria Marques a mobilidade e outras funções motoras - deixou de andar e comer, ficando totalmente dependente. Seguiu-se o tratamento e a institucionalização no Lar de Santo António, da Misericórdia-Obra da Figueira. “Quando decidimos que o melhor era ela ir para o lar [problemas de saúde impedem a filha única, Rosa Marques, de 59 anos, de cuidar dos pais], disse logo que ia com ela. Tive de ir com ela, não podia deixá-la sozinha”, conta António Marques. 
Teve de esperar algum tempo, até haver um quarto de casal livre na instituição. 
Entretanto, passava os dias com ela, a dar-lhe de comer, a incentivá-la para não desistir de tentar recuperar a sua autonomia motora e ajudando-a a caminhar. “Com a ajuda dos funcionários do lar, que têm sido incansáveis”, ressalva.
“Amor à primeira vista” 
A ginástica, a fisioterapia, a ajuda do marido e do pessoal do lar conseguiram que a antiga costureira voltasse a andar, mas, sem a sua força de vontade, o resultado não teria sido o mesmo. “Estou muito melhor, mas pensava que não ia recuperar”, afirma Maria Marques. “Ela é uma lutadora. É o resultado da nossa vida, que nos obrigou a lutar muito para conseguirmos fazer uma casa”, acrescenta o marido, antigo serralheiro mecânico. O casal trabalhou em Lisboa, tendo regressado à Figueira da Foz há 27 anos. Sempre juntos. “Foi amor à primeira vista”, afiança ele. “Pois foi”, corrobora ela. 
Até na caminhada da meia-maratona participam os dois. “Tenho de acompanhá-la, porque precisa da minha ajuda”, ressalva António Marques. Maria Marques não garante que vai fazer o percurso completo, mas promete ir até onde puder, e já deu provas de que pode ir mais longe do que ela própria imaginava."

A crise figueirense revela-se das mais diversas formas...

"Santos da casa", uma crónica de João Armando Gonçalves publicada no jornal AS BEIRAS.

"Inaugurou-se recentemente a 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A representação portuguesa é feita por 12 projetos que procuram mostrar edifícios públicos construídos durante os anos agudos da crise económica (quando o investimento público teve de ser refreado). Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura, Manuel e Francisco Aires Mateus estão entre os autores dos projetos escolhidos. Assim como o arquiteto figueirense Miguel Figueira, com o seu projeto do Centro Náutico de… Montemor-o-Velho.

Para além da falta de destaque deste acontecimento no contexto figueirense, esta notícia fez-me recordar outros companheiros de juventude que hoje “dão cartas” nas artes e na cultura, com reconhecimento nacional ou internacional: o arquiteto e professor Pedro Maurício Borges; o seu irmão, o ator Miguel Borges; o escritor Nuno Camarneiro (vencedor do prémio Leya e que acaba de lançar mais uma obra); o viajante-escritor Gonçalo Cadilhe; o ilustrador e artista plástico Marco Mendes (que agora podemos acompanhar diariamente no Jornal de Notícias)… Muitos outros haverá e de outras gerações. Estes singraram sobretudo pelo talento e esforço pessoais, já que não se pode dizer que estivessem estado expostos, naqueles tempos de adolescência, a um “ecosistema cultural” particularmente dinâmico. Será que as atuais jovens gerações não mereciam que fizéssemos melhor agora?

Por outro lado, será que a Figueira não podia beneficiar mais dos seus talentos e dar-lhes mais destaque? É que quando se fala de “utilização de recursos endógenos” talvez se devesse começar pelas pessoas."

Conferência/debate | “Alterações climáticas e erosão costeira”

 

A Delegação da Figueira da Foz da Ordem dos Advogados vai promover uma conferência/debate sobre o tema “Alterações climáticas e erosão costeira”
Os oradores serão o Sr. Eng. João Vaz e o Sr. Prof. Pedro Bingre. 
 O evento terá lugar no próximo dia 8 de Junho, pelas 17.00h, na Assembleia Figueirense. 
O evento dirige-se a todos os cidadãos em geral. 
A entrada é gratuita.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Grande Miguel: a falar é que a gente se entende...



No passado dia 20.04.218 fomos convidados a assistir à apresentação do ESTUDO DOS CENÁRIOS DE DRAGAGENS encomendado pelo Porto da Figueira da Foz à Universidade de Aveiro, com base no qual o Porto da Figueira da Foz, a Autarquia e a Agência Portuguesa do Ambiente tencionam avançar para a execução de uma transferência de três milhões de metros cúbicos recurso a dragagem móvel a norte, transporte e deposição a sul da barra, à revelia da NG6 do Programa da Orla Costeira Ovar - Marinha Grande, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2017. 
Salvo melhor opinião, só após a análise detalhada nos termos da alínea f) da NG6 - Gestão Sedimentar - que terá que incluir a avaliação da solução de transferência com dragagem fixa (BYPASS), poderá o Governo decidir sobre os processos ou sistemas de transposição a adotar. 

Via SOS CABEDELO