Há quem, desde 1990, ande a navegar
neste miserável ritmo da vinda de cruzeiros dolente,
a viver numa quase mentira, acabando
por nem dar conta do que acontece realmente,
preferindo navegar em velocidade de
cruzeiro, mesmo sabendo que é mais um dormente.
Há, porém, quem diga que mais vale
olhar para a realidade do que viver uma ilusão que mente.
Há quem olhe e veja, na Figueira, o
pensamento único, a misturar-se alegre e elegantemente,
com o verbo, os versos e as rimas a misturarem-se calma e naturalmente...
Há, porém, quem não suporte os dormentes desta
cidade governada por sonhos de uma elite indigente.
Só a esperança, nos pode fazer renascer
a confiança, no futuro, plenamente.
Quem luta, sabe que o vento é uma mão
que esbofeteia os inertes, violentamente;
no fundo, a energia que pode alimentar a vida e
o sonho, navegando contra a corrente.
A esperança, é uma aragem de emoções,
que nos convida a viver completamente.
O cansaço, provocado pelo somatório
do tempo obscuro e pungente
pode ser rasgado. E o que parecia distante e utópico torna-se, como que por magia, o tempo presente.