Para que não exista qualquer tipo de
confusão, escrevo, desde já, que Portugal é um Estado de Direito.
Por isso, nunca, em circunstância
alguma, podemos abrir excepções no que respeita aos direitos de um
cidadão - seja ele Sócrates ou outro qualquer.
Escrito isto, recordo a entrevista de
Sócrates, dada a Clara Ferreira Alves e publicada na Revista
Expresso em outubro de 2013, apenas por ser um exemplo claro de um
ex-jotinha.
Não tem nada a ver com a actual
situação de preso preventivo do ex-primeiro-ministro. Até ser
julgado em Tribunal, continua a beneficiar da presunção de
inocência.
Recordo dois momentos da entrevista de Sócrates.
A
determinada altura, afirma:
«Aqueles gajos que se achavam a
aristocracia pensavam que eu tinha que ir lá pedir, pedir se podia,
pedir autorizações. E eu pensei, raios vos partam, vou vencer-vos a
todos! E foi o que fiz!».
E, lá para para diante, diz:
|
Para ler a crónica do eng. Daniel Santos, publicada hoje nas Beiras, clicar na imagem. |
«Se voltei ao comentário político é
porque me quis defender. Estava a ser atacado sem defesa.»
Se eu tivesse confiança nos jotinhas, Sócrates – ele próprio um ex-jotinha - com estas afirmações tinha esvaziado qualquer possibilidade de eu a continuar a ter.
Isto revela muito de José
Sócrates, enquanto homem sujeito às contingências da condição
humana. Porém, o que fica transcrito, em momento algum, revela
uma vontade de intervir na sociedade com vista a contribuir para o
bem comum.
Sendo a Política a intervenção na
vida da polis, é de esperar que a razão fundamental que guia
quem a ela se dedica seja o bem da comunidade. José Sócrates - ex-jotinha - deixou
claro que não foi esse o objectivo que motivou o seu regresso, desta
vez através do comentário político.
Os jotinhas, enquanto intervenientes políticos, costumam pensar em tudo,
menos no bem da comunidade...
Sócrates, é só um exemplo. Passos
Coelho, António Costa, Paulo Portas, por exemplo, são outros “modelos em ponto pequeno".
Na Figueira também temos bons e
conhecidos exemplos - no PS e no PSD, como não poderia deixar
de ser...