terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A "caridadezinha" é um negócio de Milhões...

Manuel Lemos está há nove anos à frente das Misericórdias. 
“Ajudamos diariamente 150 mil pessoas, o que é o dobro de há dez anos”.
O cargo de presidente da União das Misericórdias chegou-lhe às mãos depois da junção de uma série de factores: estava divorciado e, por isso, com mais disponibilidade, os filhos tinham o percurso encaminhado e reunia experiência na área social, acrescendo ao facto de ser católico...

A "Caridadezinha" é um negócio de Milhões... 
Não brinquem com os Pobres.
Pelas políticas implementadas por governos anteriores a este e pela política levada a cabo por este governo, já sabíamos que tinha que haver distribuição de alimentos, vestuário e medicamentos aos pobrezinhos.
Portugal sempre foi um país pobre e periférico.
Para quem já esqueceu, recordo a Cova e Gala dos anos 50 e 60 do século passado - o tempo da caridadezinha…
O governo está a atirar milhares de pessoas para a pobreza, não é darem umas migalhas às pessoas que isto vai mudar.

A ALEMANHA HOJE E HÁ 73 ANOS

"A Alemanha pretende fazer hoje com a política monetária e de crédito o mesmo que há 73 anos fazia com as divisões da Wermacht: dominar a Europa. Então, também ela tinha bons aliados na Península Ibérica e muitos derrotistas por essa Europa fora, a começar pelos franceses. Então, como hoje, houve quem achasse que não valeria a pena lutar contra a Alemanha. A luta só tornaria mais dolorosas as consequências da derrota." 
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Aconteceu o que era esperado e previsível: “executivo socialista volta a chumbar abertura de todas as reuniões de Câmara ao público e comunicação social”... (II)

Vereador António Tavares: ora cá está alguém que parece que continua a ter um karma muito negativo com o PS, mas que está no palácio e pretende ficar bem no retrato - ainda que chamuscado... – que teve necessidade de sair logo a terreiro, dando a sensação de que continua preocupado e cismado...
3 anos é muito tempo...
Espero que não aconteça o habitual: durante 3 anos a oposição «e outras forças políticas, independentes e parte da opinião pública e publicada», nunca se conformaram com a decisão e andaram a protestar - neste caso, contra as reuniões à porta fechada. 
Depois, passados 3 anos, o executivo camarário suspende as reuniões à porta fechada.
A oposição «e outras forças políticas, independentes e parte da opinião pública e publicada», passados 3 anos, dizem que o que andaram a pedir durante 3 anos é eleitoralismo.
Se assim vier a acontecer, é óbvio que é.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Aconteceu o que era esperado e previsível: “executivo socialista volta a chumbar abertura de todas as reuniões de Câmara ao público e comunicação social”...

Via Figueira na Hora, através de um comunicado emitido pelos vereadores eleitos pelo PSD na coligação Somos Figueira, tomei conhecimento do óbvio:
“A proposta que os vereadores do PSD eleitos pela coligação Somos Figueira fizeram no sentido de reabrir todas as reuniões de Câmara à presença do público e da comunicação social foi chumbada pela maioria socialista. Os vereadores do PSD pretendiam que as primeiras reuniões de cada mês voltassem a ser públicas, podendo o presidente da Câmara torná-las privadas sempre que a agenda o justificasse.
O vereador Miguel Almeida mostrou-se desapontado com o desfecho da votação, argumentando que a proposta conciliava as posições do executivo e da oposição sobre o assunto e que seria um sinal positivo dado à população figueirense, que abriria novamente as portas da Câmara em todas as reuniões ordinárias. O vereador João Armando Gonçalves afirmou também que seria possível manter o recato e a tranquilidade nas discussões em reuniões públicas e mostrou-se contra a manutenção de uma democracia de "serviços mínimos" e não uma democracia que promova a aproximação entre os eleitos e a população, que reduz a relevância dada à Câmara Municipal enquanto órgão político.”

Tal como o esperado, a vidinha burguesa e o arranjinho político venceram. Continuamos com “o mesmo ar bafiento”...
Um dia, porém, os figueirenses, tal como os portugueses, vão acordar. Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses e os portugueses, um dia, vão perceber que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.
Fazer essa ruptura no combate ao imobilismo político é central para modificar a actuação dos poderes públicos nacionais e locais. E - também e sobretudo - central para reganhar o espaço democrático no debate político na nossa cidade e do nosso país.
Entretanto, pelo caminho, neste combate, vão ficando os oportunistas que andam é a tratar da vidinha... Aqueles que dizendo que não precisam da política para nada – até têm uma profissão – não largam o osso, mesmo que andem com a espinha torcida... 
Tal como no país, também cá pela Figueira, os valores estão tão rasteiros... Não há respeito por nós – o Povo...
A gente, neste momento na Figueira e no país, está a lidar com coisas e pessoas inimagináveis .
Quase 41 anos depois do 25 de Abril, lembro aos poucos que mantém a esperança, a exigência que temos de assumir como portugueses e cidadãos figueirenses - que somos e não súbditos: resta-nos continuar a luta pela cidadania, contra o défice democrático e o défice social em que vivemos.  

Mais do que um pormenor de uma casa da Cova-Gala nos tempos da minha juventude, é um retrato de uma casa, de uma Aldeia e de um país, dos anos 60 do século passado, nos tempos de Salazar...


foto Manuel Cintrão

Syriza para a troika

"A perspicácia era dispensável, já que toda a gente percebe que não é. A questão está em saber se o programa da troika é realista. E a verdade é que, tal como o do Syriza, também não é. Ou alguém acha que uma taxa de desemprego em 26% (60% nos jovens) e uma economia mais pobre em 30% sem garantia de crescimento futuro é alguma plataforma económica e política tolerável? É este o problema dos sistemas políticos dos países devedores do euro: o programa político e económico "respeitável" e "centrista" é tão radical e inútil que os extremos tornam-se aceitáveis."

LUCIANO AMARAL, Professor universitário

aF, nº238


Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local...

O presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores...
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?.. 


“É votada hoje a proposta dos vereadores do PSD que defende o fim das reuniões de câmara à porta fechada..." 
Segundo o jornal AS BEIRAS, "o vereador Carlos Monteiro terá discordado". Por sua "o vice-presidente da câmara, António Tavares, também não esteve de acordo e recentemente assumiu, em público, que é apologista que todas as reuniões sejam abertas." 
O PS não gostou desta frontalidade. O deputado municipal Mário Paiva, na qualidade de comentador do programa “Câmara oculta” da Foz do Mondego Rádio, afirmou que “o vereador António Tavares perdeu uma oportunidade de ficar calado”.
O jornal AS BEIRAS contactou os vereadores socialistas, incluindo o gabinete do presidente, para tentar saber como vão votar a proposta da oposição.
As respostas, embora evasivas, fazem adivinhar que tudo vai ficar na mesma. António Tavares adiantou que a proposta tem de ser previamente debatida pelo executivo, apontando o debate interno para a manhã desta segunda-feira. 
Por sua vez, Carlos Monteiro lembrou que, “enquanto não se voltar a debater o assunto, a decisão está tomada”
João Portugal, que acumula a vereação com a liderança local do PS, por seu lado, disse que mantém a sua posição, pois considera que  “não houve nenhuma alteração que se justifique uma mudança”. No entanto, reitera que a reunião em que se discute e vota o orçamento do município deve ser aberta ao público, ao contrário do que aconteceu este ano, pela primeira vez na Figueira da Foz desde 1974. 
Este foi, aliás, o pretexto para os contestatários à decisão de João Ataíde recolocarem o tema na agenda política. 
Ana Carvalho também advoga que “uma reunião deve manter-se fechada ao público”
Do gabinete da presidência o jornal obteve esta resposta: “Todas as considerações relativas à proposta apresentada pela coligação Somos Figueira [liderada pelo PSD] serão apresentadas em sede própria - reunião de câmara”. 
Ironia do destino: é precisamente numa reunião à porta fechada que a oposição vai tentar alterar a situação, o que certamente dará muito jeito a António Tavares e João Ataíde...   
Tal como previ, em devido tempo,  a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!.. 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A propósito da Grécia: Portugal não tem eleitores nem políticos com coragem...

Um dia destes, ouvi em directo num canal alternativo de TV (minuto 19), que Portugal ainda tem mais uma etapa eleitoral para queimar...
O PS, que nos últimos 20 anos, foi o partido que mais anos governou em Portugal, se as sondagens estiverem correctas, vai juntar mais uns à conta.
Olhando para a realidade, tenho alguma dificuldade em perceber como é que alguém pode continuar a acreditar na capacidade do PS e do PSD em governar o país.
Na primeira fase socialista, o dialogante Eng.º Guterres arranjou maneira de desperdiçar condições conjunturais únicas para fazer reformas. Na segunda fase, o Eng.º Sócrates arranjou maneira de fazer o mesmo, desta vez esbanjando condições políticas únicas. O primeiro demitiu-se quando o cenário deixou de ser do seu agrado. O segundo foi obrigado a demitir-se.
Depois, veio mais uma vez, o PSD – desta vez de Passos Coelho – e o problema do défice  continuou. As desigualdades sociais acentuaram-se: deveremos andar a competir lugares com a Letónia!..
Ainda acham que não é tempo de experimentar algo de novo?.. 
 

A realidade em Portugal em 2015: dois milhões de pobres...

Padre Lino Maia, Presidente da CNIS 

diz que pior não passou e risco de pobreza mantém-se

Primeiro-ministro disse “que dados do INE sobre risco de pobreza não reflectem situação actual”, mas o que o primeiro-ministro deveria ter dito é que “dados do INE sobre risco de pobreza não reflectem (a sua visão da) situação actual”. 
Portugal voltou aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. O país tem hoje dois milhões de pessoas com o triste estatuto de pobre, sendo que um em cada cinco portugueses é pobre. 
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e percorrem os anos de 2013 e 2014. 
Uma das grandes desigualdades revela-se ao nível da distribuição de rendimentos. Este é um cenário dramático e para quem, como o primeiro-ministro, diz que estamos melhores que há três anos, certamente que a privação e as dificuldades não lhe devem ter  batido à porta.
A realidade, é que o "pior não passou e risco de pobreza mantém-se"...  

Depois da Grécia


O poder instalado é parecido em todo o lado: na Aldeia, no País e até na Espanha.
Esta gente nem se apercebe do que lhes está a acontecer.
Estilhaçada que está a falácia de que os partidos de protesto nunca chegariam a partidos de governo, com a vitória do Syriza na Grécia, estão agora a defender que a chegada ao governo moderaria o extremismo desses partidos, confrontados com a dura realidade de não haver alternativa ao actual estado de coisas.
Essa tese demonstra uma grave ignorância histórica: os partidos extremistas têm uma ideologia marcada, que querem a todo o custo aplicar quando chegam ao governo, sob pena de perderem a sua razão de existir. Foi assim com a revolução francesa, com a revolução russa, com todas as revoluções comunistas subsequentes e ainda com a ascensão dos regimes fascistas dos anos 30. Nesse aspecto, o velho slogan do Maio de 1968 "sejamos realistas: exijamos o impossível" é uma clara demonstração de que nem a mais dura realidade se consegue impor a uma ideologia forte.

sábado, 31 de janeiro de 2015

"QUE SEGREDO É QUE CAVACO TEM PARA GUARDAR?"

Ler aqui.

"Sobre a engenharia política do desemprego"...

Ler aqui.

A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo!.. (VI)

"O meu amigo António Agostinho tem vindo - ao longo de vários posts, no seu blogue "Outra Margem” - a denunciar a  pulhice, a incompetência, a ganância e a má gestão que se consubstanciam, ano após ano, na erosão do litoral costeiro. Ele é particularmente sensível a este fenómeno porque é natural e habita na Cova-Gala, uma terra bastante vulnerável à avidez da ganância e aos avanços do mar.
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Eu, que habito em Maiorca, uma freguesia interior, também podia testemunhar esse mesmo triunfo da estupidez e da ganância com provas documentadas: do empreendedorismo públicóprivado que levou ao actual estado de abandono, decadência e eminente derrocada do Paço de Maiorca, por exemplo. É o que farei aliás, em breve.
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Fazemos ambos no entanto o papel do fedelho, da estória de Andersen, que diz que o rei vai nú. O problema é que, entre nós, toda a gente o sabe e ninguém se importa. A prova disto é o facto, não dispiciendo, de o senhor cavaco ainda ser presidente. Toda a gente sabe que o estupor é um escroque, vai nú (e é medonho) mas ninguém se ri nem sequer se importa.
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Ao contrário porém de Agostinho, que parece acreditar  numa putativa regeneração cívica  - e daí na utilidade da denúncia pública - eu só o faço mesmo para memória futura. E, confesso, por pura derisão, e escárnio.
Perante o cinismo colectivo desta cidadania de merda (a consciência alargada de que “caladinho é que se vai longe”) é apenas do que sou capaz."

A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo!.. (V)

As voltas que a crise dá a certas cabeças...

Na edição de hoje do jornal I, António Barreto diz que «gostaria de ver alguns ex-governantes e banqueiros presos»...
Na noite de 9 de novembro de 2012, na Casa da Música, no Porto, numa conferência subordinada ao tema "Os novos comportamentos sociais e individuais", António Barreto não referiu a crise e os seus efeitos.
Na altura, justificou a sua omissão afirmando tê-lo feito propositadamente por, e cito-o, «ainda não sabermos se estamos perante algo gravíssimo ou apenas perante um epifenómeno»!..  

Chove copiosamente e está uma ventania de derrubar tudo o que parece solidamente estabilizado...


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Em honra de Manuel Moreira Carapito (Neco Pompeu), criador de Escultura popular de Cabeço de Mira, que morreu ontem aos noventa anos de idade

foto sacada daqui
Sobre Manuel Moreira Carapito (Neco Pompeu) escreveu Alfredo Pinheiro Marques, Director do Centro de Estudos do Mar (CEMAR), em mail que hoje nos enviou: "guarda florestal por profissão, e criador de Escultura (popular, policromada, à navalha), por paixão. O homem cuja ambição não era pequena, e (como bom gandarês…) conseguiu mesmo realizá-la: criou, sozinho, com as suas próprias mãos, uma "Imagem do Mundo"… O seu próprio mundo… O mundo que conhecia: a gândara e os gandareses, a terra e o homem, os trabalhos e os dias, a floresta e o mar. A gente, os bichos, os costumes, as profissões, os instrumentos, as cerimónias, as casas, os barcos e os moinhos. Os pássaros e as árvores (e as plantas, e os insectos, e as folhas), em milhares de peças, únicas e irrepetíveis. Minuciosamente esculpidas e coloridas. Carinhosamente construídas, e pintadas, com o amor e experiência de uma vida inteira."
Ver vídeo aqui.