segunda-feira, 14 de abril de 2014

No País dos pulhas

«[...] os pulhas parecem todos iguais, saídos da mesma casca. Ou aprenderam nas mesmas escolas ou foram feitos na mesma fábrica. E como se não bastasse, ainda procriam.» [daqui]

domingo, 13 de abril de 2014

Se Passos quisesse que percebêssemos, tinha explicado melhor...

O Governo tem afirmado que decisão sobre indexação das pensões a factores demográficos e económicos ainda não estava tomada...
Não via  razão para "bicho-de-sete-cabeças" à volta dos cortes, dizia ele..
Cortes vão ser mesmo  "bicho de sete cabeças", podem os portugueses ter disso a certeza.

A foto acima de Luís Carregã/As Beiras, mostra um homem que gosta de andar de carro com um livro de Salazar debaixo do cu!..
Para muitos dos que partiram nos anos 1960 e 1970, Portugal é o país das “vacances”.

Profetas da Figueira... (2)

“Há dias fui aconselhado por um amigo a mudar “o registo” destes textos, até por causa “dos tempos” que por aí vêm...”
Joaquim Gil, advogado, ontem, no jornal AS BEIRAS.

“Durão Barroso nostálgico do ensino na ditadura”...

Numa resposta diplomática ao “saudosismo” de Barroso, o actual director da Escola Camões, sublinhou que "houve grandes avanços na Educação em Portugal nestes últimos 40 anos, com as escolas a terem que dar resposta às necessidades de toda a população. Comparem-se as taxas de analfabetismo desse tempo com as actuais".

Via DN

Bom domingo

sábado, 12 de abril de 2014

Poema do cortador


Chamo-me Passos Coelho

Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu só corto
a Bem da Nação

daqui

X&Q1202


25 de Abril na Figueira, 40 anos depois


Profetas da Figueira... (1)

“A Europa em 2014 continua a ser um lugar fascinante, aberto e livre, onde a maioria vive muito bem.”
João Vaz, consultor de ambiente e sustentabilidade, hoje no jornal AS BEIRAS.

Tanto trabalho e tão pouca produtividade!..

As mais avançadas teorias de gestão empresarial ensinam que é necessário repensar de forma radical os processos produtivos que se encontram implementados.
Vejamos esta notícia:
"Foi uma noite “agitada” para os lados de Buarcos que obrigou a PSP da Figueira a uma verdadeira “maratona” da qual saiu vencedora, ao “deitar a mão”, já a madrugada ia alta, a um homem com cerca de 30 anos de idade, que, em cerca de duas horas assaltou sete estabelecimentos comerciais, designadamente dois restaurantes, dois cabeleireiros, uma clínica veterinária, uma agência de viagens e o posto dos CTT de Buarcos."
Na sua posse tinha vários artigos, nomeadamente 84,18 euros  - em várias moedas de pequeno valor!..
Numa cidade em que tudo se esconde e quase todos "fazem de conta", há que dizer frontalmente: apesar do optimismo, nota-se um notório e crescente mal-estar na actividade económica!
Quando se imagina o futuro, ele é cinzento. Estamos em recessão desde 2002...

sexta-feira, 11 de abril de 2014

"As promoções são uma droga e Portugal é líder no vício"

O importante é alimentar a ilusão de que se vive melhor. 
No fundo o que é preciso, é promover o vício... 

Licenciaturas maradas...

Procurem bem, pois a Figueira estava "na moda"!..
"O inquérito - cuja existência foi confirmada ao SOL pela Procuradoria-geral da República (PGR), que se escusou a avançar pormenores invocando o segredo de justiça - decorre no MP da Figueira da Foz, onde até 2009 funcionou o pólo da Internacional..."

O problema foi "nosso"

"A presidente da Assembleia da República disse que se os militares da Associação 25 de Abril não forem ao Parlamento nas comemorações do aniversário dessa data "o problema é deles".
A dra. Assunção Esteves está equivocada. O problema não é "deles". O problema é da senhora presidente da Assembleia da República que não quer ser incomodada...
Pensando melhor, contudo, talvez o problema não seja da senhora presidente da Assembleia da República. Talvez o problema seja do país que tem como segunda figura do Estado a dra. Assunção Esteves, que já demonstrou por várias vezes não ter um pingo de bom senso. E seguramente que essa tem de ser uma das qualidades exigidas para se ser a segunda figura do Estado português."

Paulo Portas, talvez na última vez que foi sincero...



Em tempo.
DEPUTADO DO CDS, COM O 12º ANO,  ACHA QUE OS PROFESSORES DEVEM SER TESTADOS?

Na Figueira, nunca serei turista

foto António Agostinho
Quem vive e escreve com autenticidade expõe-se e corre riscos.
Escrever com autencidade sobre uma terra e os seus habitantes, não é apenas dizer "coisas bonitas e agradáveis”.
É também revelar matéria desagradável e sombras. É também falar das contradições das pessoas e das sociedades. É também focar  atitudes e nomear gestos que podem estragar a fotografia a alguém.
Quem só escreve o bonitinho - no romance, na poesia, no ensaio, na crónica, no blogue, no facebook - está a desrespeitar a vida e aquilo que merece consagrar: o caos de existir.
A capacidade que cada um tem de se superar num gesto e de se despenhar no gesto seguinte. De gostar e de não cumprimentar o vizinho. Desde os gregos que é assim. A maior armadilha da vida e da arte acontece quando quer ser uma forma de dourar a pílula.
O escritor não é o turista. A literatura nunca foi  mandar postais.  Eça, por exemplo, nunca mandou as nódoas para debaixo do tapete.
O artista inofensivo tem sempre votos de louvor da câmara municipal ou da junta de freguesia. Esse, nunca foi o meu objetivo...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sou do contra, porque sim...

Rui Curado Silva, investigador, no jornal AS BEIRAS.
“Recentemente em Pequim, durante uma visita a um laboratório cruzei-me com uma fotocopiadora ao lado da qual se empilhavam várias caixas de papel Navigator.
No país onde supostamente se inventou o papel, não resisti e confirmei aquilo que já sabia no cantinho de uma das faces: “Made in Portugal by Soporcel Portucel”.
No outro lado do mundo, naquela metrópole de mais de 20 milhões de habitantes fui transportado para a distante e pequenina Figueira da Foz.
Quando se fala entre a elite figueirense em “colocar a Figueira no mapa” é este tipo de colocação no mapa que me interessa.
Interessa-me menos aquela festa cara organizada na década anterior que endividou fortemente a Figueira, durante a qual comensais embriagados nos juravam que tinham colocado a Figueira no mapa.”

Tal como ao Rui Curado da Silva “interessa-me menos aquela festa cara organizada na década anterior que endividou fortemente a Figueira, durante a qual comensais embriagados nos juravam que tinham colocado a Figueira no mapa.”
Sempre me interessou. Tenho textos no Linha do Oeste e neste blogue que atestam isso.
Porém,  eu não acho que a Figueira tenha mudado assim tanto - muito menos para melhor.
Mais:  à sua maneira,  as alegadas mudanças  dão-nos um excelente retrato do que está mal na Figueira em 2014.
O quer era bom,  continua cá. O quer era mau, agravou-se.
Não ganhámos liderança, não mudou o espírito, não mudou a filosofia - mudou a casca,  pela força das circunstâncias - na Figueira e no País.

As “mudanças”, na Figueira,  não são diferentes das “reformas”  do Passos no País – mais um retrato da indigência nacional.
Vejamos o IMI e o preço da água pago pelos figueirenses...
Para quê?..
Dou só um exemplo: o estado das estradas do concelho em locais fundamentais para a promoção do turismo figueirense. 
Duvidam?.. Circulem, por exemplo, pela  Serra da Boa Viagem ou pelas Lagoas de Quaios...
E depois é o que sabemos com os dinheiros gastos nos carnavais e noutros festivais...
Como não há a mínima ideia do que é administrar uma autarquia, faz-se mais do mesmo. Gasta-se menos, porque não há dinheiro...
A mim, como figueirense, interessava-me  que tivesse mudado a filosofia e o espírito.  No fundo, é uma questão de visão, de disciplina - enfim, de um somatório de coisas, que não se “vendo”, se sentissem no dia a dia.
Pergunto: “vendo-se”  muita coisa, sente-se o quê?
Modernidade? Originalidade ? Aumento de qualidade/profundidade? 
Qual é o valor acrescentado?
O que é que a Câmara e os figueirenses lucraram com as reuniões à porta fechada?.. Ou com a intromissão da Câmara, via Figueira Parques, na gestão do parque de estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz?
Ser teimoso, às vezes, não é mesmo uma virtude, mas agora já não estou só a falar da Figueira...

Dito isto, a Figueira mudou?
Se assim foi, viva a Figueira. 
Afinal ter razão antes do tempo, é tão mau como estar errado...
Eu, é que sou do contra, porque sim.
Termino como comecei...Volto a Rui Curado da Silva...
“Nos tempos que correm as exportações da Soporcel são importantíssimas tanto para o município como para o país. Este caudal exportador significa empregos e significa riqueza criada por produtos transacionáveis, com existência real, não são swaps nem festas cor de rosa.
Quando uma empresa atinge este patamar de grandeza deve manter essa grandeza na relação com os trabalhadores. Não existe nenhuma razão para que o litígio entre os trabalhadores e a actual direcção da Soporcel em torno da questão das pensões não seja ultrapassado com dignidade, sem  pressões ou represálias sobre os operários mais reivindicativos. Ao sucesso exportador exige-se o sucesso na concertação com os trabalhadores.”

A Noite

«Estar desempregado pode, em certas condições, tornar-se estimulante. De repente, encontramo-nos fora do sistema, não fazemos parte do mundo, ninguém nos quer, batemos às portas e as portas não se abrem, os conhecidos mudam de passeio quando nos vêm a tempo, ou então enchem-se de piedade, o que ainda é pior. É uma boa altura para sabermos se somos apenas o que fazemos, ou se vamos mais longe do que esse pouco.»
José Saramago, A Noite (1979), p. 66/Ed. Caminho, 2009 (4ª edição)

Em tempo.
“A Noite” é a primeira peça de teatro escrita pelo único prémio Nobel da Literatura da língua portuguesa, José Saramago.
Na redacção de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 de Abril de 1974, a rotina vai ser interrompida pela discussão entre o Redactor da Província, Manuel Torres (Paulo Pires), um jornalista de alma e coração que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o seu Chefe de Redacção, Abílio Valadares (Vítor Norte), homem submisso ao poder político, que aceita a censura nos textos do jornal sem questionar, e que conta com o apoio incondicional de Máximo Redondo, o director do jornal.
O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redacção o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua.
Um espectáculo intemporal… 
A não perder, SÁBADO, 12 de ABRIL, 21h30 NO CAE!

O que é que falta perceber?..

Reduziram-se os dias de férias, eliminaram-se dias feriados, proibiram-se as pontes e as tolerâncias de ponto, excepto no dia de Natal amém, aumentou-se o horário de trabalho, reduziu-se o preço da hora extra e a produtividade não aumenta para se aumentarem salários e o salário mínimo nacional?