Realizaram-se recentemente duas sessões de esclarecimento sobre a pretensão de uma empresa privada em explorar os caulinos na parte norte do nosso concelho: uma no Bom Sucesso e outra em
Ferreira.
João Ataíde e
Ana Carvalho, presidente e vereadora da Câmara da Figueira da Foz, participaram
nas duas sessões.
Em Ferreira-a-
Nova, porém, os representantes da autarquia deram um passo em frente: admitiram acionar uma providência
cautelar.
Esta medida será aplicada “se a licença de exploração for aprovada
(pela Direção Geral de Energia e Geologia) e as populações se opuserem”, disse
Ana Carvalho ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Entretanto, “cada
vez mais vozes se levantam contra exploração de caulino.”
É o caso de Miguel
Almeida, vereador do Somos Figueira, que
em crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS, deixa esclarecida a sua posição sobre o assunto.
“As
freguesias de Ferreira-a-Nova e do Bom Sucesso necessitam, por estes dias, de
uma intervenção política e cívica tenaz, que defenda afincadamente os
superiores interesses das populações.
Afirmo isto
pois é preciso impedir a exploração de caulinos na zona norte do concelho, após
uma empresa privada ter manifestado interesse em extrair esse minério em aproximadamente
500ha de terrenos. O caulino é um mineral argiloso muito usado em diversas
indústrias, mas todo o processo de extração e transporte de materiais tem consequências
negativas, e nem sempre reversíveis, sobre o meio envolvente.
As principais
repercussões incidem sobre a qualidade de vida das populações, sobre a fauna, a
flora, o solo, as águas superficiais e subterrâneas, a atmosfera e as próprias estruturas
rodoviárias. As alterações na paisagem são drásticas e, mesmo que a recuperação
paisagística ocorra à medida que a exploração vai avançando, nada volta a ser como
antes.
A região em
causa é muito sensível, com muitas explorações agrícolas que dão sustento a
muitas famílias, tem uma vasta
área florestal e está próxima de cursos de água e lagoas já de si sensíveis -
Vela, Braças, Salgueiro.
Não podemos
correr riscos desnecessários.
A câmara
municipal, assembleia municipal, juntas de freguesia e deputados do círculo de
Coimbra têm de exigir ao
Governo que não autorize esta exploração, defendendo assim os interesses dos
habitantes daquela zona do concelho até às últimas instâncias.”
Está-me cá a parecer que esta “estória” ainda vai ter mais história...
Entretanto está a decorrer um Petição Pública sobre este assunto. Para assinar clicar aqui.