Em declarações a um jornal de Coimbra, hoteleiros e comerciantes da Figueira da Foz, lamentaram-se no princípio desta semana, de não haver memória de uma segunda quinzena de Julho tão fraca. As coisas estão de tal maneira complicadas, que os hoteleiros e comerciantes da nossa cidade, prevêem reunir-se durante esta semana, tendo na agenda precisamente a “fraca época balnear”.
Portugal, é um país em crise e a Figueira não foge ao panorama geral.
As causas são muitas e variadas. Mas, há pequenas coisas que fazem pensar.
Li recentemente no Jornal de Notícias, que o areal mais frequentado de São Pedro – uma freguesia com cerca de 5 km de praias - não tem vigilância.
Isto, no mínimo, é surpreendente, pois esta praia é agradável, e quando está baixa mar forma-se uma lagoa muita boa para as crianças brincarem.
Na Cova-Gala, frente ao mar, no Largo Alfredo Aguiar de Carvalho, o veraneante depara-se com um cenário estranho: olhando para a esquerda, para sul do quinto molhe, verifica que o areal não é vigiado, mas é muito mais frequentada do que o do lado, o que fica a norte do quinto molhe, que é vigiado.
Registe-se, que para esta época balnear, esta praia, situada entre o Molhe Sul e o Parque de Campismo da Orbitur, foi melhorada com novos acessos (passadeiras de madeira), o que criou condições excelentes para a sua frequência.
Ao que o JN apurou no local, a 19 de Julho passado, três pessoas foram puxadas pela corrente do mar, tendo sido ajudadas por surfistas que se encontravam no local e pelo banheiro que estava de serviço no Parque de Campismo da Orbitur.
A crise, no nosso país e no nosso concelho, é real. Mas, há coisas de difícil compreensão.
Numa praia com excelentes condições, onde se investiu significativamente para proporcionar melhor acessibilidade aos utilizadores, para os incentivar a ir lá, esqueceu-se uma coisa fundamental para quem frequenta esta praia: a segurança.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Candidato do PS no Cabedelo
Segundo o site João Ataíde - PS, "o candidato do PS João Ataíde, esteve esta manhã na Praia do Cabedelo com a associação ligado ao Surf na Figueira da Foz, a ASFF, aonde se inteirou da pratica desta modalidade, das suas potencialidades e das carências que padece. João Ataíde é um grande defensor deste desporto na Figueira da Foz para o qual espera vir melhorar as condições com o intuito de atrair praticantes locais, nacionais e do estrangeiro. Depois juntamente com o seu filho fez-se ao mar."
Outra Margem, tem a esperança que alguém, aproveitando a oportunidade, tenha alertado o candidato para os gravíssimos problemas de erosão costeira que se verificam na magem sul do Mondego.
A Figueira ...
“Durante horas, ontem, quarta-feira, centenas de populares não arredaram pé da praia da Tamargueira, em Buarcos.
Duarte Silva e Miguel Almeida também foram ver o "tesouro".
Com humor, houve até quem dissesse, no local, que esta "aventura" fazia parte do programa de animação projectado pela Figueira Grande Turismo.
Afinal de contas, "a Figueira não pára! A animação é uma constante", dizia alguém bem conhecido dos figueirenses.
Afinal, era apenas um antigo pontão de marina que se encontrava há vários anos à deriva no mar.”
Via o que eu penso ...
Duarte Silva e Miguel Almeida também foram ver o "tesouro".
Com humor, houve até quem dissesse, no local, que esta "aventura" fazia parte do programa de animação projectado pela Figueira Grande Turismo.
Afinal de contas, "a Figueira não pára! A animação é uma constante", dizia alguém bem conhecido dos figueirenses.
Afinal, era apenas um antigo pontão de marina que se encontrava há vários anos à deriva no mar.”
Via o que eu penso ...
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Folhetim Joana (Amaral Dias)….
JN - 17h46m:
JN - 20h08m:
Nota da redacção do Outra Margem:
Os jornais perdem leitores todos os dias.
Se olharmos para o passado, verificamos que os folhetins ajudaram os jornais a ultrapassar tempos difíceis. Quem não se lembra do folhetim "O coração de Julieta", no Primeiro de Janeiro dos finais dos anos sessenta do século pasado?
Portanto, incorporá-los de novo nas suas páginas, com uma nova roupagem e outras temáticas, é perfeitamente compreensível para ver se conseguimos prolongar existência desse meio de comunicação que vem resistindo há mais de dois séculos.
Se olharmos para o passado, verificamos que os folhetins ajudaram os jornais a ultrapassar tempos difíceis. Quem não se lembra do folhetim "O coração de Julieta", no Primeiro de Janeiro dos finais dos anos sessenta do século pasado?
Portanto, incorporá-los de novo nas suas páginas, com uma nova roupagem e outras temáticas, é perfeitamente compreensível para ver se conseguimos prolongar existência desse meio de comunicação que vem resistindo há mais de dois séculos.
Venham, pois, os novos capítulos.
PS: Clicar aqui (Oh, Joana... pensar que estivémos tão perto...)
PS: Clicar aqui (Oh, Joana... pensar que estivémos tão perto...)
Como é possível?...
A praia, situada entre o quinto molhe (o implantado mais a sul) e a praia do Parque de Campismo da Orbitur, foi este ano apetrechada com novos acessos (passadeiras de madeira).
Por isso, por o acesso estar mais facilitado, mais pessoas a procuram, com especial incidência ao fim-de-semana. Daí, a estranheza do Jornal de Notícias, e já agora, também nossa, por a praia não estar vigiada :
"Quem chega ao local, no centro da vila (junto a um barco e a um campo de futebol sintético) verifica uma grande diferença no número de banhistas, com o areal não vigiado a ser muito mais frequentada do que o do lado. "Esta praia é mais agradável, e quando está a maré vazia forma-se uma lagoa que é boa para as crianças brincarem", explica Vicenta Gomez, uma banhista acabada de chegar. Revela ainda que é a única praia da zona que costuma estar sempre cheia, juntamente com a do Parque de Campismo da Orbitur (mais a sul), esta devido à proximidade do parque. "É uma praia muito boa, por isso é que é muito procurada."
Por isso, por o acesso estar mais facilitado, mais pessoas a procuram, com especial incidência ao fim-de-semana. Daí, a estranheza do Jornal de Notícias, e já agora, também nossa, por a praia não estar vigiada :
"Quem chega ao local, no centro da vila (junto a um barco e a um campo de futebol sintético) verifica uma grande diferença no número de banhistas, com o areal não vigiado a ser muito mais frequentada do que o do lado. "Esta praia é mais agradável, e quando está a maré vazia forma-se uma lagoa que é boa para as crianças brincarem", explica Vicenta Gomez, uma banhista acabada de chegar. Revela ainda que é a única praia da zona que costuma estar sempre cheia, juntamente com a do Parque de Campismo da Orbitur (mais a sul), esta devido à proximidade do parque. "É uma praia muito boa, por isso é que é muito procurada."
Educação para o ódio
“Quando o grande poeta Paul Celan saiu de Auschwitz, onde sofrera impiedosos tormentos, foi visitar Heidegger, acaso o maior filósofo do século XX e nazi nunca arrependido. Sabe-se que conversaram de tudo, sem omissões ou rasuras, e Celan não ocultou o prazer experimentado durante aquelas duas horas de convívio. Mas esta era outra gente, independentemente dos gostos e convicções. Em tempos, fui criticado por estimar e defender João Coito (que chefiou a redacção do Diário de Notícias), meu saudoso amigo e salazarista indefectível. E João Coito era reprovado, pelos seus correligionários, devido à afeição que por mim publicamente manifestava, sobretudo em artigos n'O Diabo. Esta relação situava-se no campo da honra e da integridade, se me permitem fazer uma paráfrase da explicação dada por Celan, e tomando as distâncias devidas entre nós e eles.
Dá-se o caso de, na década de 60, depois de despedido de O Século, por envolvimento na Revolta da Sé, e vivendo numa semiclandestinidade, o João Coito moveu céu e terra para eu entrar como redactor no Diário de Notícias. O meu amigo era um homem influente, mas não tanto que conseguisse opor-se a César Moreira Baptista, corifeu do regime e meu raivoso inimigo. Preparava-me para viajar até Paris e, depois, seguir para a Checoslováquia. O Urbano Tavares Rodrigues obtivera uns papéis falsos, encontrámo-nos na Pastelaria Smarta, de súbito deu-me a saudade futura de Lisboa, decidi ficar. Dormi em casa do Fernando Lopes e comi na mesma mesa fraterna. Um dia, diz-me que Manuel Figueira, chefe de Redacção do Telejornal, quer falar-me. Almoço na Varina, Parque Mayer, centro do nosso mundo, e, no final, Figueira convida-me a redigir notícias para a televisão, com, apenas, uma reserva: os recibos seriam assinados sob pseudónimo. Assim nasceu Manuel Trindade, nome de ressonâncias eclesiásticas, até que, denunciado, fui afastado, num despacho de Moreira Baptista, pobre homem.
A vida é o que é. Não me queixo, envelheço sem espanto e com ironia e vou-me divertindo, chateando uns tunantes que por aí andam. Lembrei-me, agora, destas historietas afáveis, ao ler alguns preopinantes de uma direita odienta, que confundem o desdém por delatores com fanatismo partidário. Os que nasceram sob Salazar foram educados para o ódio. De um e de outro lado. Porém, sempre julguei, ingenuamente, que a democracia boleasse as arestas desses ódios. Nada disso. Renasceu um movimento retardado de rancorosos, sem talento, sem grandeza e sem generosidade, mas com aleijões morais e prosa de mau hálito. Os netos de Salazar são incapazes de seguir os exemplos de Celan e de Heidegger. Porque continuadores do mais desprezível dos modelos."
Baptista Bastos, hoje, no DN
Dá-se o caso de, na década de 60, depois de despedido de O Século, por envolvimento na Revolta da Sé, e vivendo numa semiclandestinidade, o João Coito moveu céu e terra para eu entrar como redactor no Diário de Notícias. O meu amigo era um homem influente, mas não tanto que conseguisse opor-se a César Moreira Baptista, corifeu do regime e meu raivoso inimigo. Preparava-me para viajar até Paris e, depois, seguir para a Checoslováquia. O Urbano Tavares Rodrigues obtivera uns papéis falsos, encontrámo-nos na Pastelaria Smarta, de súbito deu-me a saudade futura de Lisboa, decidi ficar. Dormi em casa do Fernando Lopes e comi na mesma mesa fraterna. Um dia, diz-me que Manuel Figueira, chefe de Redacção do Telejornal, quer falar-me. Almoço na Varina, Parque Mayer, centro do nosso mundo, e, no final, Figueira convida-me a redigir notícias para a televisão, com, apenas, uma reserva: os recibos seriam assinados sob pseudónimo. Assim nasceu Manuel Trindade, nome de ressonâncias eclesiásticas, até que, denunciado, fui afastado, num despacho de Moreira Baptista, pobre homem.
A vida é o que é. Não me queixo, envelheço sem espanto e com ironia e vou-me divertindo, chateando uns tunantes que por aí andam. Lembrei-me, agora, destas historietas afáveis, ao ler alguns preopinantes de uma direita odienta, que confundem o desdém por delatores com fanatismo partidário. Os que nasceram sob Salazar foram educados para o ódio. De um e de outro lado. Porém, sempre julguei, ingenuamente, que a democracia boleasse as arestas desses ódios. Nada disso. Renasceu um movimento retardado de rancorosos, sem talento, sem grandeza e sem generosidade, mas com aleijões morais e prosa de mau hálito. Os netos de Salazar são incapazes de seguir os exemplos de Celan e de Heidegger. Porque continuadores do mais desprezível dos modelos."
Baptista Bastos, hoje, no DN
terça-feira, 28 de julho de 2009
Viagem
foto sacada daqui
Ontem, parece que houve um "choque tecnológico" ao contrário que impediu a transmissão do encontro de Sócrates com uns quantos bloggers.
Aproveitando o tempo por isso liberto, no meu último dia de férias, andei a viajar.
Fui visitar o que escrevi nos últimos anos, neste Outra Margem.
Foi uma viagem ao passado recente.
Viajei por fora, cá dentro.
Gostei.
Ontem, parece que houve um "choque tecnológico" ao contrário que impediu a transmissão do encontro de Sócrates com uns quantos bloggers.
Aproveitando o tempo por isso liberto, no meu último dia de férias, andei a viajar.
Fui visitar o que escrevi nos últimos anos, neste Outra Margem.
Foi uma viagem ao passado recente.
Viajei por fora, cá dentro.
Gostei.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Erosão costeira: para já, a precupação é a onda, o surf, o negócio…
Recordando um post de 11 DE ABRIL DE 2008, aqui no Outra Margem.
“O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi hoje adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
A obra, considerada fundamental pela tutela e comunidade portuária, vai permitir a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz e deverá estar concluída até Fevereiro de 2010.
Com um preço base de 12,5 milhões de euros, a intervenção compreende a extensão do molhe em 400 metros, bem como a ampliação do canal de navegação.”
Mas, será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego."
Hoje, 15 meses depois, ao lermos a página 9 do diário As Beiras verificamos que, infelizmente, tínhamos razão. Vale mais tarde que nunca. Pena é ser tão tarde, curiosamente a pouco mais de dois meses das próximas eleições autárquicas. Mas, isso é só um pormenor e deve ser apenas coincidência. Vejamos, então o que dizem hoje nas Beiras o vereador Lídio Lopes e o presidente da junta de freguesia de São Pedro, sobre o assunto:
“NO CABEDELO já se realizaram provas do campeonato do mundo de surf e várias etapas
do circuito nacional. Marcos Charana, presidente da Associação de Surf da Figueira da Foz,
lembra-se desses tempos. “O Cabedelo é uma das praias mais consistentes da zona Centro,
mas estamos prestes a perder a onda devido ao prolongamento do molhe Norte, com graves
prejuízos para a economia local”.
Sublinha, por outro lado, que o Cabedelo é o único sítio do concelho onde se pode fazer a iniciação à prática da modalidade.
Tânia Pinto, da direcção do Clube de Surf e Salvamento da Figueira da Foz, que tem escolinhas, corrobora: “é uma zona onde predominam as ondas com condições para iniciar a modalidade, ou seja, é o melhor local para a aprendizagem”.
Quando a onda não chega ao Cabedelo, a alternativa chama- se Cabelinho. Mas até esta poderá estar em vias de extinção.
É para tentar que a onda não desapareça que na Internet está a gerar-se uma vaga de fundo, impulsionada por surfistas, que exige soluções para os efeitos negativos das referidas obras (ver edição de sábado).
“Todos os desportos aquáticos radicais são importantes para a economia da freguesia, que oferece as melhores condições do concelho para a sua prática”, assevera Carlos Simão, presidente
da Junta de S. Pedro. O autarca defende, por isso, que “devem ser criadas mais e melhores condições para que os praticantes possam continuar a frequentar o Cabedelo”.
Mas, sem onda, a paisagem económica e desportiva não será a mesma. “Os praticantes já
se vinham queixando desse problema”, diz Carlos Simão, advogando “uma solução para que o surf se mantenha”. Os efeitos do prolongamento do molhe Norte, acrescenta, por outro lado, “estão a ser nefastos para a freguesia. Os técnicos dizem que é só numa primeira fase. Esperemos que sim...”.
As obras vão beneficiar o acesso à barra e estabilizar a navegabilidade no porto comercial.
“Somos a favor que se encontrem soluções que vão ao encontro de todos os interesses em causa, mas os desportos aquáticos radicais são uma imagem de marca da freguesia de S. Pedro, e assim deve continuar”, remata Carlos Simão.
Lídio Lopes tutela o pelouro do Desporto e da Juventude. O surf e o bodyboard fazem parte
dos campos de férias da autarquia.
Portanto, “para a Câmara da Figueira, a prática de desportos aquáticos tem toda a importância”.
O vereador frisa ainda que “o Cabedelo é uma opção de excelência em tempos referenciada
como sendo das melhores ondas do mundo para a prática de surf”.
Assim sendo, conclui, “deve ser dispensada atenção no sentido de se criarem infra-estruturas
que confiram qualidade aos praticantes e a quem visita a cidade” por causa do surf. Acerca dos efeitos das mencionadas obras, Lídio Lopes defende: “esse é um assunto que devemos monitorizar com os técnicos responsáveis pela obra no âmbito do estudo de impacte ambiental”.
O prolongamento do molhe Norte é uma obra da Administração Central.”
Bom, para já para Lídio Lopes e para o presidente da junta de freguesia de São Pedro, o importante é a onda, o surf, o negócio.
Um dia, e dois meses são 60 dias, ainda hão-de ser as pessoas.
Julho de 2009 é um dos piores meses de sempre na Figueira
O título, como pode ser comprovado pela imagem ao lado, é do jornal As Beiras, onde se pode ler a dado passo ná página 9:
"Os turistas só aparecem em grande número ao fim-de-semana.
Durante a semana, não falta pois espaço para estender a toalha, em parte devido à instabilidade meteorológica. Segundo
Mário Esteves, “a crise
económica está a afectar gravemente
o sector do turismo”.
Hoteleiros e comerciantes da cidade subscrevem e a afirmam que não há memória de uma segunda quinzena de
Julho tão fraca, esperando que Agosto possa colmatar a falta de veraneantes e de dinheiro".
Ainda ao mesmo jornal, Mário Esteves "adianta que agentes locais da restauração e da hotelaria estão preocupados e que deverão reunir durante esta semana, tendo na agenda a “fraca
época balnear”.
época balnear”.
Entretanto, e paradoxalmente, a FGT garante que o número de pedidos de informação nos postos de turismo aumentou seis por cento, no primeiro semestre do ano, comparativamente com o mesmo período de 2008.
Subscrever:
Mensagens (Atom)