Foto:Pedro Cruz
Hoje em dia, existe grande preocupação com a linguagem escrita, com os possíveis erros de concordância, de tratamento, de conjugação de verbos, com o adequado uso dos pronomes, etc.
Temos consciência de que, se não escrevermos de acordo com as regras, talvez não passemos uma boa imagem para quem lê os nossos textos.
Valerá uma imagem mais do que mil palavras?
Será a imagem, uma forma de linguagem?
O conceito de imagem parece, á primeira vista, algo fácil de definir. No entanto, revela-se um conceito de uma difícil precisão e, claro, nada simples de definir.
A questão da imagem, foi objecto de estudo dos primeiros pensadores da história do conhecimento, estes debruçaram-se na tentativa de perceber/ analisar a relação que une a imagem á realidade, assim como, as respectivas definições.
No livro sexto da República Platão, o autor analisa este problema – A Imagem. Segundo Platão, a imagem consiste numa primeira fase nas sombras, depois nos reflexos que são observáveis na água, ou seja, efeito espelho.
Todavia, a retórica medieval define a imagem como “aliquid stat pro aliquo”, isto é, “algo está para algo para alguém”. A referir que, estes, já olhavam, para este “alguém”, de uma forma futurista / progresso, isto é, poderia ser visto como o fabrico, ou seja, reprodução material (possível fotografia).
Contudo, seja qual for a posição teórica adoptada, é notório que se entende por imagem algo que é utilizado para representar outra coisa, isto é, uma determinada realidade.
A relação de imagem e realidade é objecto de estudo por diversos motivos.
No meu ponto de vista, é algo difícil de explicar, isto porque, esta relação funciona como que um “carácter quase mágico”, isto é, permite representar algo estando esse mesmo objecto representado em ausência.
É este o grande desafio/magia da fotografia, que também passa por contextualizar/ adequar esta com os nossos sentimentos, originalidade e sensibilidade, isto, porque a fotografia tem linguagem própria, sendo os seus sentimentos alterados/ moldados pelo autor, ou seja, cabe ao fotógrafo ver determinado objecto consoante a sua perspectiva.
É isto que distingue e caracteriza determinado autor e torna tão mágico este vasto campo que é o mundo da fotografia.