A apresentar mensagens correspondentes à consulta freguesias ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta freguesias ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Figueira da Foz aprova orçamento municipal para 2026 de 141,7 ME

Via Diário de Coimbra

Orçamento vai ser submetido à votação da Assembleia Municipal, onde o PSD/CDS-PP tem maioria absoluta

"A Câmara da Figueira da Foz, aprovou hoje o Orçamento Municipal para 2026 no montante de 141,7 milhões de euros (ME), com um volume de investimento na ordem dos 77 ME.
O documento - que se traduz no maior orçamento de sempre, com mais 2,6 ME relativo ao de 2025 - foi aprovado por maioria, com seis votos a favor da maioria (PSD/CDS-PP) e três abstenções da oposição (duas do PS e uma do Chega).
A vice-presidente da Câmara e responsável pelo pelouro das finanças municipais salientou que cerca de 60,66% do investimento, no valor de 48,3 ME, se destina a funções sociais – habitação, educação e saúde.
Adiantou que o município vai canalizar 20,8 ME para a habitação pública, dando continuidade à concretização da Estratégia Local de Habitação e 12,7 ME para o setor da educação, com destaque para as obras de requalificação das escolas Bernardino Machado e João de Barros e da antiga Casa da Criança Infanta D. Maria (Ninho dos Passarinhos).
Para a saúde, a autarquia reservou 10,6 ME para a requalificação das unidades de saúde de São Julião e Buarcos e a construção das novas unidades de saúde do Paião, Tavarede, Bom Sucesso e São Pedro.
Para os transportes e comunicações, o Orçamento contempla de 20,2 ME de investimento, com a vice-presidente Anabela Tabaçó a destacar a construção da ponte Eurovelo sobre o rio Mondego (7,2 ME), da variante de Quiaios (4,1 ME) e beneficiação da rede viária (6,8 ME).
A autarca anunciou ainda 5,9 ME para a área da Indústria e Energia, destacando um investimento de 4,2 ME para a segunda fase da zona industrial do Pinhal da Gândara.
“O Orçamento contém um rigoroso planeamento das ações, em função dos objetivos de curto, médio e longo prazo e reflete a preocupação de prosseguir com uma execução orçamental rigorosa, apostando num nível de investimento elevado, mas cuidando de assegurar, como sempre, o equilíbrio financeiro das contas do município e a tirar bom proveito das oportunidades de financiamento”, sublinhou.
A Câmara da Figueira da Foz estima amortizar no próximo ano 2,1 ME à dívida municipal de médio e longo prazo, reduzindo o valor de 17,3 ME para 15,2 ME.
O presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, que falou após a apresentação de Anabela Tabaçó, reiterou que o grande objetivo é o equilíbrio das contas municipais e destacou as altas taxas de execução na vertente social.
“O próximo ano é de consolidação e execução de grandes e ambiciosos projetos”, sublinhou o autarca, alertando que 2026 fica marcado pela entrada em cena de novos fundos europeus, que vão substituir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que termina em junho.
Para o socialista João Paulo Rodrigues, o orçamento para 2026 “é ambicioso, mas também pouco realista”, com dispersão de projetos e “fraca hierarquização de prioridades”.
O autarca do PS considerou que “falta uma real evidência da capacidade de realização” e o seu companheiro de bancada, Rui Carvalheiro, disse que o problema “é saber se o conjunto das previsões se concretizam”.
Salientando que o documento representa as opções da maioria, o vereador Hugo Fresta, do Chega, considerou o orçamento “pouco amigo dos contribuintes e das freguesias” e defendeu a redução de 100 mil euros na aquisição de bens e serviços e a distribuição desse montante pelas freguesias, o que foi aceite pelo executivo.
No âmbito da discussão do orçamento e plano de atividades para 2026, acabou também por ser fixada uma nova taxa da variável do IRS, que vai devolver 0,5% aos munícipes, contrariando a anterior votação que não previa nenhuma devolução.
“Esta é a demonstração que o executivo foi sensível aos argumentos da oposição, num esforço da Câmara em que todos se possam rever”, disse Santana Lopes, frisando que, a devolução de 0,5% da variável do IRS, representa 500 mil euros a menos na receita municipal de 2027."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Resultados das autárquicas 2025 na Figueira da Foz

Câmara Municipal: Maioria absoluta para Santana Lopes: elege 6 vereadores. PS elege apenas 2. Chega consegue um mandato.


Assembleia Municipal: sem surpresa a vitória da lista liderada por José Duarte Pereira.

FreguesiasChega surpreende em Maiorca. PS em perda,  consegue vitórias em algumas (Bom Sucesso, Quiaios, Santana, Vila Verde) a norte do Mondego e uma a sul (Marinha das Ondas). 

Excelente resultado de Luís Medina e Silva em Brenha.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Que pena que eu tenho por não poder votar em Brenha

A verdade sobre Luís Pedro e a Freguesia da Brenha

Américo Coelho - o responsável pela petição em termos nacionais para os projetos das reversões das freguesias fossem debatidos na Assembleia da República em tempo útil para estas eleições autárquicas

"Conheci o Luís Pedro num momento decisivo: quando me contactou para pedir ajuda no processo de restauração da Freguesia da Brenha. Desde então, acompanhei de perto a sua luta, a sua entrega e o seu amor profundo pela terra que o viu crescer.
Vi-o enfrentar obstáculos com coragem. Vi-o emocionado quando, na Assembleia da República, a primeira votação chumbou a desagregação da Brenha. Vi-o persistir, trabalhar incansavelmente, dedicar milhares de horas do seu tempo pessoal para que Brenha voltasse a ser freguesia. E conseguiu.
Luís Pedro foi o grande obreiro desta conquista. E por isso, não posso ficar em silêncio perante as acusações injustas e falsas que lhe têm sido feitas. Não sou habitante da Brenha, mas conheço este processo melhor do que a esmagadora maioria dos candidatos. E posso afirmar, com total isenção: Luís Pedro agiu sempre com verdade, com dedicação e com amor pela sua comunidade.
É claro que serão os brenhenses a escolher o futuro Presidente da Junta. Mas peço que o façam com base em factos, não em calúnias. A verdade importa. A justiça importa. E a Brenha merece líderes que tenham demonstrado, na prática, o que significa servir.
Peço desculpa por esta intervenção, mas não podia deixar passar em branco a mentira. A minha solidariedade é total com Luís Pedro — porque quem luta pela sua terra com esta entrega merece respeito, não difamação."

Nota de rodapé.
Por não ser freguês de Brenha o meu voto nas eleições do próximo domingo, dia 12 de Outubro de 2025, vai ser em branco.

Domingo é dia de ir votar...

No próximo domingo vamos a votos.
Na Figueira, concelho e freguesias, vai ser escolhido quem vai governar nos próximos 4 anos.
É um momento importante. 
Precisamos de políticos que gostem das pessoas, da Figueira e das suas freguesias.

Não é  momento para ficar em casa.
Em 2025 tudo está diferente. 
Política não é apenas votar; é também disputar narrativas.
Os abstencionistas são os cidadãos que o sistema convenceu de que não vale a pena votar, porque são todos iguais. 
O problema é que, em democracia, os maus governos só podem ser afastados do poder pelo voto!
No domingo vamos votar. 
Como quiserem, em quem quiserem, mas votem.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Despedidas na Assembleia Municipal

Via Diário as Beiras

"Na última Assembleia Municipal (AM) da Figueira da Foz do mandato autárquico, todos os pontos da ordem de trabalhos foram aprovados praticamente sem reparos. A sessão realizou-se a duas semanas de distância das eleições autárquicas.

A sessão ficou marcada pelas declarações de despedida de cerca de metade dos deputados que não integram as listas à assembleia. E também pelos breves balanços do mandato, com destaque para os líderes das bancadas das diversas forças políticas com assento no órgão autárquico.

Os líderes das bancadas das forças políticas com assento na assembleia – João Portugal (PS), Rosa Reis (FAP), Manuel Rascão Marques (PSD), Silvina Queiroz (CDU) e Pedro Jorge (BE) – também se despediram com declarações políticas da Assembleia Municipal, à qual não se recandidatam.
Por sua vez, Rosa Batista (FAP) despediu-se na qualidade de presidente da Junta de Buarcos e São Julião, uma vez que as freguesias retomarão a sua autonomia administrativa na sequência das eleições autárquicas que se realizam este mês.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, que se recandidata ao segundo mandato consecutivo, despediu-se dos deputados municipais presentes na sessão, em particular daqueles que não se recandidatam."

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Paulo Raimundo em Brenha: "o Governo está ao serviço do negócio da doença"

Texto: Notícias de Coimbra

"O Governo está ao serviço do negócio da doença, disse, na noite de terça-feira, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticando a opção de serem alargadas as convenções de medicina geral e familiar ao setor privado.

Intervindo perante cerca de 130 militantes e simpatizantes da CDU, numa sessão pública promovida pela CDU, em Brenha, uma das mais pequenas freguesias do concelho da Figueira da Foz, o líder comunista visou no seu discurso a ministra da Saúde, frisando que o que Ana Paula Martins devia fazer, perante a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, era contratar mais médicos, enfermeiros e técnicos."

Foto: PCP, via Figueira na Hora

Nota: A intervenção Candidato da CDU à Assembleia de Freguesia de Brenha, Autárquicas 12/10/2025, Luís Medina e Silva, pode ser lida aqui.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Ponto da situação

Via Diário as Beiras

"Uma zona industrial, um aeródromo e um empreendimento turístico com campo de golfe. Estes são investimentos em curso na área de influência gandaresa do concelho da Figueira da Foz, na zona norte rural, e onde convergem várias freguesias"...

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Ventura e as sondagens...

 Via Jornal de Noticais

«Ventura, ao falar em hambúrgueres, ser desmentido e choramingar por os jornalistas não lhe perdoarem um lapso, sabe muito bem o que faz. Primeiro, convence os (muitos) que acreditam que o presidente foi trincar big macs a Berlim. Depois, comove os que o amam. Ventura e o Chega nada propõem, nada pensam de estruturado. Mas estão prontos a dizer as piores atoardas, desde que isso os aproxime do poder. E isso é muito difícil de combater. Requer determinação dos democratas, que, porém, seguem os seus combates como se nada fosse.
À esquerda, como na ascensão de Adolf Hitler, os partidos só veem os seus quintalecos e lutam entre si. Enquadra-se aí a candidatura presidencial de Catarina Martins. À direita, vemos gente que vive no país de há 50 anos. Outro jornalista, Pedro Tadeu, publicou um livro a que chamou "Porque sou comunista", levando João Miguel Tavares, um colunista conservador, a escrever no "Público" que "o comunismo continua a ser generalizadamente entendido como uma ideia bonita, que apenas correu mal de todas as vezes que foi aplicada". Isso, queixume de uma direita que desdenha alguma intelectualidade alegadamente dominante, é meia verdade, uma forma perversa de mentira. O comunismo falhou e, digo-o eu, que nunca fui comunista, está condenado a falhar, como o seu oposto, o liberalismo económico. Porém, o comunismo, enquanto doutrina, não preconiza a violência como o ideário fascista ou nazi e todos os seus sucedâneos. Não é a mesma coisa.»

As autárquicas não são uma sondagem. São para escolher quem fica nas freguesias, nas Assembleias Municipais e nas Câmaras Municipais. Ventura (felizmente) só há um: o André e mais nenhum!

domingo, 7 de setembro de 2025

As autárquicas e a normalização do Chega

Ângela Silva

«Vivi umas férias abusivamente longas cercada por cartazes de André Ventura. Dispenso sair da toca no querido mês de agosto, vivi Castro Marim e Moledo, Carrapateira e Sintra, Odeceixe e Aveiro (luxos à mão num país pequeno) e Ventura perseguiu-me. Ele tinha avisado – o Chega vai ter candidatos às autárquicas de 12 de outubro em todos os municípios do país – e como a matéria prima, pobre e escassa a nível nacional, é ainda mais pobre e escassa a nível local, Ventura tirou o coelho da cartola, clonou-se a si próprio, criou a ilusão de que o candidato às 308 câmaras é ele, e basta ir para fora cá dentro para ter uma experiência alucinante. O André está em todo o lado. Vai limpar isto tudo. E supera-se na arte de enganar o pagode.


Há nisto uma fragilidade que o político de que se fala não esconde. No seu predileto registo de vítima, tenta disfarçar a penúria de quadros, diz que “é difícil em muitas zonas do país”, porque “muitos candidatos [do partido] são atacados, ameaçados, condicionados” e “muito boa gente, infelizmente, não quer ou não sente condições de poder dar a cara" (Tadinhos!). Mas também há nisto (e há sobretudo) uma turbina que vai mudar, agora sim, os alicerces do mapa político. Começou nas legislativas, quando o Chega venceu em 60 concelhos. Mas o grande salto na implementação nacional do partido está projetado para outubro e confrontará o sistema com a morte das linhas vermelhas. Pedro Duarte, o ex-ministro que trocou o Governo pela candidatura da AD ao Porto, já perdeu os complexos - “Linhas vermelhas não fazem sentido nas autarquias”. E não tarda até que muita boa gente, da AD, do PS, e até do PCP, esteja em condições de subscrever um abaixo-assinado com esse título.

Imagine uma câmara da margem sul do Tejo ganha pelo PS ou pelo PCP, mas onde os cartazes de Ventura conseguem disputar poder e eleger vereadores. O que faz a esquerda? Diz que não fala com aqueles senhores porque não são gente decente nem confiável e arrisca deixar a autarquia bloqueada? Ou percebe que a paralisia lhe pode ser politicamente fatal e senta-se à mesa com os indecentes? No fundo, o que Montenegro está a viver a nível nacional para grande escândalo de alguma esquerda que ainda não percebeu o que aí está (claro que o segundo maior partido a nível nacional deve poder eleger juízes para o Tribunal Constitucional), é exatamente o que AD, PS e PCP vão ser desafiados a viver a nível local.

"Governar Sintra com o Chega? Não ponho limites, não tenho linhas vermelhas. Escolherei os competentes”, dizia por estes dias o candidato da AD a Sintra. Marco Almeida faz nos arredores de Lisboa o que Pedro Duarte faz no Porto e isto chama-se ceder à realidade. Em Sintra, o segundo município mais populoso do país, a vox populi não acha impossível Rita Matias ganhar. Nas freguesias da costa vicentina pejadas de imigrantes, a conversa de Ventura é manteiga no pão. No Algarve, no Alentejo e na Península de Setúbal estamos conversados, o mapa passou a azul nas legislativas e isso não se reproduz tal qual mas não desaparece em autárquicas. E no Norte, onde a direita conservadora tratou melhor de si, o combate da nova direita vai mais atrasado, mas Pedro Duarte lá saberá porque é que assinou o funeral das linhas vermelhas. O Chega, às costas de Ventura, vai ganhar câmaras mas vai, sobretudo, alargar a malha de norte a sul e o mercado a disputar é imenso. Estão em jogo 308 executivos camarários, mais de 3 mil freguesias, outras tantas assembleias municipais, num puzzle gigantesco a que concorrem milhares de cidadãos e é certinho que, mesmo com o risco de haver larápios na rede, o polvo do Chega vai crescer.

Há autarcas socialistas que viram o filme há muito tempo, quando recusaram deixar a Ventura o monopólio de temas que sabem tocar a vida das pessoas, seja o impacto social de uma imigração mal controlada, sejam os limites do Estado social. E o líder do Chega, mal ganhou as eleições nacionais com a ascensão a segundo maior partido, focou-se no combate que sabe ser decisivo: "Vamos ter bons autarcas para resolver os vossos problemas, de violência, de insegurança, de imigração e de mama do Estado, ao pé das vossas casas". Bons autarcas, nem pagamos para ver. O pessoal político de um partido não se compra no supermercado e há quatro anos foi o que se viu – o Chega elegeu 19 vereadores, que foram caindo como tordos com acusações de falta de democraticidade interna, e o partido falhou a implementação local. Mas isso foi há quatro anos, quando a maratona de Ventura ainda não tinha ultrapassado o PS no ranking nacional. Agora, já sentado à mesa dos grandes, o partido ganha poder de atração, ainda tem que recorrer sobretudo a deputados para se candidatar às eleições locais mas vai descobrindo novos artistas convidados e joga forte com a certeza de que é no poder local que as raízes se consolidam. O político nacional aparece na TV a sair de carros pretos, o político local está próximo, cruza-se na rua e no café, pára para ouvir queixas e passa a mexer cordelinhos, a gerir dinheiros, a mover influências, a ter verdadeiro poder.

Ventura chamou a este combate “o último degrau” e traduziu para quem não tenha percebido: “Antes de conseguirmos mudar este país como tanto queremos a nível nacional, nós temos de o conseguir governar a nível local”. Um partido unipessoal é uma doença ainda sem cura anunciada, não será desta que o Chega conseguirá ultrapassar a poderosa dupla que tem governado a Associação Nacional de Municípios, mas quando não se acha impossível Rita Matias morder os calcanhares à vitória em Sintra, não vale a pena ter ilusões.

PS e PCP ainda disfarçam de papo cheio, mas já não se livram do pão que o Diabo amassou. Há um processo de normalização em curso do venturismo. Seja bem-vindo ao Outono quente.»

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O poder local não pode ficar entregue aos reformados

Ora cá está uma discussão que valeria a pena ter. Contudo, sá a partir do próximo mês de Novembro. Seria uma boa altura para se falar disto a sério, uma vez que depois da realização das eleições os espíritos locais e nacionais deverão estar bem mais calmos que nos próximos 30 e tal dias.

Em 2012, sabemos o que sucedeu, porquê e para quê. Conhecemos as consequências — e as causas — da agregação de freguesias, ocorrida por imposição da troika. Para que a assistência financeira externa entregasse o dinheiro necessário, tínhamos de diminuir o número de autarquias locais. Não havendo qualquer vontade — ou coragem — de suprimir municípios, as freguesias foram as vítimas escolhidas. Se analisarmos a Lei n.º 22/2012 e o que dela resultou, percebemos bem a ligeireza que presidiu a todo o processo e, sobretudo, o desrespeito completo pelas populações residentes. Foi dada a palavra às assembleias de freguesia e às assembleias municipais, mas nada do que disseram foi tido em conta. A sentença estava previamente redigida e a execução determinada. 
Mestres como somos nas artes do engano, aproveitámos uma singularidade nacional: a existência de dois níveis de poder local. Ludibriámos a troika — e lixámos o mexilhão nacional, o mais desprotegido dos mexilhões: as pobres freguesias, nomeadamente as de “territórios de baixa densidade”.  

Impõe-se questionar: numa situação de profunda crise económica, financeira e social, deveria dar-se prioridade a reformas deste tipo? Parece, a meu ver,  que a resposta sensata, é negativa, até porque é muito incerto que a redução do número de freguesias conduza, por si só, a uma redução sensível das despesas públicas. Por esse mesmo motivo, e em coerência, também não parece ser a altura mais adequada para avançar com a regionalização, não obstante os seus méritos potenciais.
É quase surreal que, numa conjuntura como era de 2012, se viesse a forçar esta reforma, que seria sempre difícil e complexa em si mesma, quanto mais quando conduzida sob a batuta coerciva e antidemocrática dos princípios defendidos pelo ministro Relvas em nome da Troika.
No caso concrecto da Figueira colocar a questão em 18, 10 ou apenas uma freguesia, quanto a mim é um falso problema.
Quanto a mim,  a verdadeira questão é: para que servem as freguesias?.. E como servem!..
Num ponto concordo com o antigo autarca José Esteves: "a gestão das juntas de freguesia não pode ficar entregue aos reformados".
Imagem via Diário as Beiras

terça-feira, 29 de julho de 2025

Atrasou-se... Mas, depois de da anos de luta, a ponte vai ser construída

 Chegou a estar prometida para 2020.

2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."

Dezembro de 2023: uma ponte apresentada há cerca de 5 anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento inicial de cerca 600/750 mil euros, passou-se para 3.6 milhões em dezembro de 2020.

Em Fevereiro de 2024, segundo a edição desse dia do DIÁRIO AS BEIRAS, a adjudicação da empreitada da ponte sobre o Rio Mondego entre Vila Verde e Alqueidão “continuava num impasse”.
Na altura, segundo o mesmo jornal, "o orçamento inicial do projeto original, pouco mais de um milhão de euros, não contemplava o estudo de arqueologia subaquática. Com esta adenda, tendo em conta os preços atuais e sem as alterações ao projeto que o executivo camarário pretende fazer, os custos dispararam para os quatro milhões de euros. O projeto alterado pelo anterior elenco governativo do concelho, com os preços atualizados, implicava um investimento de mais de seis milhões de euros. Sem contar com os acessos rodoviário e a instalação da iluminação, que poderiam fazer subir o valor global da construção para entre nove e 10 milhões de euros, segundo estimativas que executivo camarário vem apresentando. Demasiado dinheiro para o município, que, neste momento, apenas conta com o apoio de um milhão de euros do Fundo Ambiental."

Este ano, em Abril, o actual presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes esperava e desesperava: no dia 4 de Abril de 2025, num artigo de opinião publicado no Correio de Manhã, escrevia.
"Acabei de ter conhecimento de que um Tribunal Administrativo de Coimbra tinha decidido não levantar a suspensão da execução da obra de uma ponte que ligará duas margens do nosso concelho entre Alqueidão e Vila Verde. A luta por esta ponte vem desde o executivo camarário anterior, fiz tudo para resolver o assunto, para lá da mudança de governo. A decisão da juíza, comunicada ontem à tarde, foi a de que não tinha ficado provado que o levantamento da suspensão causasse menos prejuízos do que a sua manutenção. Juntámos cartas do presidente de um município vizinho comprovando o interesse também para esse município, e para juntas de freguesia desse município, Soure, da obra em causa.
Há décadas que as pessoas esperam por essa obra e a sua realização evitará meia hora diária de deslocação para muitas pessoas que trabalham em unidades industriais noutras zonas do concelho. Como pode um tribunal entender que o prejuízo de uma empresa é maior do que o de todas estas populações? O que pensar de uma posição dessas? Qualquer decisão que queiramos levar por diante, mais transformadora, tem que percorrer a estrada de Damasco."
O Município da Figueira da Foz recorreu da decisão do TAFC.

Passaram cerca de 8 anos e a primeira pedra deste empreendimento ainda está por lançar.
Todavia, as obras da nova ponte sobre o Mondego começaram ontem: os trabalhos iniciaram-se com as terraplanagens, na margem direita, em Lares.
A obra custa mais de sete milhões de euros, tendo um prazo de execução estimado em 441 dias, e será integralmente financiada pelo Fundo Ambiental, desonerando o município de encargos financeiros.
Portanto, se tudo correr como o previsto, teremos «uma ponte, apresentada há quase 8 anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, que se transformou em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para mais de 7 milhões…»

"Os figueirenses, sobretudo as populações e autarcas das freguesias de Vila Verde e Alqueidão, há muito que só acreditam que a ponte será construída quando tiverem provas disso no terreno."

Imagem: Diário As Beiras

sábado, 5 de julho de 2025

Quarenta anos de Freguesia de São Pedro

São Pedro passou a freguesia há quase 40 anos.
Porém, a luta já vinha de trás.
Em 1974, os habitante destas povoações apresentaram uma petição ao Ministro da Administração Interna solicitando a criação de uma nova Freguesia, fazendo, assim, eco de velhas aspirações anteriores ao 25 de Abril.
A 11 de Julho de 1985, em reunião plenária, a Assembleia da República decretou a criação da atual freguesia de São Pedro. O primeiro executivo eleito honrou para sempre a data na toponímia da Aldeia, dando o nome da Avenida 12 de Julho à antiga 109, uma vez que a publicação em Diário da República aconteceu em 12 de Junho de 1985.
O primeiro executivo tomou posse em 5 de Janeiro de 1986.
Os povoados da Cova e da Gala pertenceram, administrativamente, à freguesia de Lavos, até ao ano de 1985.
Palheiros da Cova-Gala
Embora muitos diferentes, por respeito ao passado e ao sentir dos descendentes dos ílhavos que fundaram, primeiro a Cova e, cerca de 40 anos depois, a Gala, a Cova e Gala continuam a ser a Aldeia. 
Para mim - e certamente para muito mais gente -, a Cova Gala não estão mortas.
A Gala, continua, logo ali, remate da Ponte dos Arcos, para quem vem do norte.
Fica na outra margem do lado sul da foz do Mondego. 
E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios.

Já não é só uma aldeia de pescadores. Mas ainda tem pescadores.
Ao fundo, na direção do poente - e antes das dunas, que a separam do areal da praia, junta-se cada vez mais intimamente – quer dizer: sem uma nítida separação – a um lugar que tem o nome de Cova. 
Os dois lugares estão ao mesmo nível – o das águas do mar - e formam a Aldeia e base da freguesia de São Pedro, que tem ainda o Cabedelo e a Morraceira.
Do lado norte, é a cidade - e essa, sim, vem registada nos mapas de terra e nas cartas de mar – chama-se Figueira da Foz. 

A Cova e Gala, porém, continua a ser a nossa raiz. Têm origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770. De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.

"Decorria o ano de 1791, quando Manuel Pereira se deslocou a Lavos, com a sua mulher Luísa dos Santos e alguns familiares, para batizar seu filho Luís, que nascera havia quatro dias, no lugar da Cova.
O dia quinze desse mês prometia ser quente, mas a viagem, a pé, de três quilómetros, do lugar da Cova, primeiro pelas areias das dunas e cabeços, depois pela estrada que ladeava o rio até à Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Lavos, decorreu alegre e folgada. Chegada a hora aprazada, o padre cura, Tomás da Costa, batizou solenemente o recém-nascido Luís, cujos familiares eram de Ílhavo.
Este foi o primeiro batismo cujo assento regista um nascimento no lugar da Cova e, como tal, o reconhecimento da existência do povoado.
Anos antes, provavelmente entre 1750 e 1770, um grupo de pescadores, naturais de Ílhavo, constroem palhoças feitas de junco ao abrigo do maior médão a Sul da foz do Rio Mondego.

Lá ao fundo, a Norte, vislumbrava-se a vila de Buarcos e, mais perto e já bela, a recém nascida vila de Figueira da Foz. Era a promessa segura, com o Mondego ao lado e as terras de Lavos estendidas a Sul, do bom escoamento das pescas.
Como e porque se estabeleceram assim, na cava de uma duna, logo de cova foi apelidada.
O povoado de Gala, por seu turno, começa a tomar forma quando, vários anos após se terem instalado na Cova, alguns pescadores se deslocaram para Nascente e ergueram aí pequenas barracas ribeirinhas para recolha de redes e apetrechos de pesca. Foram-se erguendo, também à beira do rio, grandes armazéns de madeira para salgar, conservar e comercializar a sardinha proveniente das artes da Cova."

Na obra, "As Freguesias de S. Pedro, Lavos, S. Julião e Buarcos" o ilustre galense, Capitão João Pereira Mano regista que a Cova e a Gala estão, desde a sua origem, cultural e socialmente ligadas ao mar e o seu povo sempre viveu de forma intensa os dramas e glórias que o mar, na sua imensidão, proporciona. Disso são exemplo a ajuda prestada ao desembarque das tropas de Wellesley no Cabedelo, que contribuiu para pôr cobro às Invasões Francesas e aos naufrágios de bateiras no rio, de traineiras na safra da sardinha, ou ainda, de barcos de pesca à linha e mais tarde de arrasto, na longínqua pesca do bacalhau. Assim se perde no limbo do tempo a ligação ao mar e ao rio deste povo que deu origem ao povoado da Cova.
Desde as artes usadas no mar da Cova D’Oiro, passando pelas artes utilizadas no rio, pela Pesca do Bacalhau, pelo Cabo Branco, pela Marinha Mercante, pela Pesca da Sardinha, pelo Arrasto, pela Pesca Artesanal, a todas elas aderiu o homem de Cova e da Gala, ao longo do seu percurso. Também não se pode esquecer o elevado número de naturais da Cova-Gala que, ao longo dos tempos, se foram radicando nos Estados Unidos, como emigrantes e ligados às pescas na sua maior parte.

A denominação Cova-Gala atribuída à população destes dois lugares, não surge por acaso. Trata-se de um uso, já com alguns anos, dos seus habitantes que, acompanhando o percurso do progresso e as suas incidências no avançar das duas povoações ao encontro uma da outra, unindo o que outrora era separado por uma fina faixa de areia, cabeços e valados.
Ao contrário do que aconteceu durante muitos e muitos anos, a Cova e a Gala vivem numa "fraterna união".
É isto a verdadeira História da Cova e Gala. A que nos foi legada por João Pereira Mano.
"É isto a verdadeira História de Portugal".

segunda-feira, 23 de junho de 2025

PS * ...

Resultados das autárquicas de 2021, na Figueira
Para ler melhor clicar na imagem

"João Pedrosa Russo é o candidato do PS à Junta de Freguesia de São Julião".

* Em tempo.
O que se passa com o PS/Figueira para apresentar João Pedrosa Russo?
Se o PS fosse um Partido qualquer, por exemplo o BE, o caso não teria especial gravidade. Acontece, porém, que o PS na Figueira é, neste momento, a segunda força autárquica no concelho. Não é, por exemplo, sem desprimor para esta força política, o BE.
Analisando os resultados, verifica-se que em 2021, não conseguiu a presidência do executivo camarário, por 619 votos, mas detém uma maioria confortável na Assembleia Municipal e nas actuais 14 freguesias, o PS ganhou 11 freguesias, o PSL [movimento Figueira a Primeira] duas e o PSD uma.
Nas próximas autárquicas, era de esperar, no mínimo, que pretendesse ganhar as eleições para a mais importante freguesia no concelho da Figueira da Foz...

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Festa é festa

 Em 2025, o mês de Junho é em grande na Figueira.

É habitual ouvir dizer: “todos os anos deveria haver eleições”. Porém, na minha já longa vida, vi anos seguidos de eleições com a Figueira e o País a ficarem sempre mais para trás.
Logo a seguir ao 25 de Abril, a cada vitória do PS/Figueira, os vencedores logo diziam que os figueirenses tinham validado a sua estratégia e, com este argumento, nunca se corrigiram.
A Figueira estagnou e foi sempre caindo. As vitórias socialistas municipais no nosso concelho, só fizeram a Figueira perder importância no distrito e no País.
Depois, entre 1997 e 2009, tivemos a alternância: o PSD. Primeiro, com Santana Lopes (e, da acusação nunca se livrou, o despesismo...). Depois, com Duarte Silva (que levou o PSD/FIGUEIRA a implodir, pura e simplesmente...).
Em 2009, voltámos à desgraça que desembocou entre 2019 e 2021 na gestão trágica por sucessão de Carlos Monteiro.
Em Setembro de 2021, Santana Lopes, em circunstâncias muito difíceis, conseguiu uma maioria relativa, que passou a absoluta, com a cooptação de Ricardo Silva, único vereador eleito pelo PSD em 2021.
Foi um sinal para o que viria a seguir.
Mas a Figueira não podia ser mais?
Podia...

Mas vamos ao que interessa ao Povo.
Via Diário As Beiras: "a cantora Daniela Mercury é cabeça de cartaz das Festas da Cidade da Figueira da Foz, que celebram o S. João. A brasileira tem o palco reservado para o dia 23 deste mês. O espetáculo começa após o desfile das marchas populares. Além de Daniela Mercury, uma das maiores referências da música popular brasileira, o cartaz das Festas da Cidade inclui outros nomes sonantes, mas da música feita no lado de cá do Atlântico lusófono. Pedro Abrunhosa actua no dia 21, Paulo Gonzo no dia 22, os Anjos no dia 24, os Sons do Minho no dia 20, Romana no dia 14 e Némanus no dia 13. Estes artistas portugueses completam um cartaz de espetáculos que privilegia a diversidade de público.
O programa conta, também, com actuação diária de djs.
Os espetáculos, com entrada livre, realizam-se na praça João Ataíde. É neste espaço ribeirinho onde também decorrerão a Festa da Sardinha, de 8 a 10, e a Feira das Freguesias, de 13 a 24."

A abordagem política à gestão de uma Câmara Municipal, pode ser feita de diversos ângulos.
Desde logo.
Se não houver Festas da Cidade com vedetas nacionais e internacionais contratadas ao preço do mercado o que ficam a pensar os figueirenses?
Estarão disponíveis para compreender e aceitar estas poupanças em festas e fogo de artificio?
Sinceramente, duvido. E além do mais, não daria votos.
Como justificação, diz-se que estas festanças atraem milhares de turistas à cidade.
Não duvido.
Contudo, qual o seu efeito reprodutivo na economia figueirense?
É significativo, ou estamos perante um turismo de massas onde poucos consomem e muito poucos pernoitam na cidade?
Não tenho, como penso ninguém ter, resposta concreta e objectiva para estas perguntas.
Que eu saiba, apesar dos milhões já gastos pela autarquia figueirense nos últimos 50 anos neste tipo de eventos (S. João, passagem de ano e Carnaval) está por realizar o estudo que fundamente, ou não, esta dispendiosa opção política de turismo de massas.

Em Junho de 2025, mais uma vez, vamos ter dias felizes aqui pela Figueira!
Na nossa cidade, a vida só é dura para os fracos e moles.
Alguém se interessa por saber quanto é que isto vai custar?
Festa é festa. Siga a Festa.
Depois, para mim, que já estou naquela idade (é preciso explicar?..), em que bom, muito bom mesmo, é comemorar o que acontece sem datas.
Dançar, apenas pelo prazer de movimentar o corpo, beber e comer com bons amigos, apenas pelo prazer e pela extravagância de viver.
Dia a dia. Cada dia.

Texto: daqui

Na foto, obtida via Diário As Beiras Daniela Mercury que actua na noite de S. João na Figueira.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

73º aniversário da Força Aérea vai decorrer na Figueira

 Via Diário as Beiras

«Palestras, exposições, demonstrações aéreas, um circuito de obstáculos na praia, concertos ou batismos de voo para crianças incluem-se nas dezenas de atividades do programa do 73º aniversário da Força Aérea (FA), hoje apresentado na Figueira da Foz.

Agendadas para decorrerem ao longo de dez dias, entre 28 de junho e 06 de julho, naquele município litoral do distrito de Coimbra, as celebrações integram ainda uma cerimónia militar, na avenida do Brasil, adjacente à Praia de Buarcos, com desfile aéreo, no sábado, 05 de julho, pelas 10:30.

Outros destaques vão para uma exposição sobre as capacidades da Força Aérea, na praça da Europa, em frente à Câmara Municipal (abertura a 28 de junho), a exemplo de uma outra, no mesmo local, sobre os 20 anos do helicóptero EH-101 Merlin, aeronave “capaz de salvar pessoas que estejam a 700 km dos Açores, a única que o faz”, assinalou a FA.

Uma caminhada solidária está agendada para dia 29 de junho na marginal da cidade e, a 30 de junho, o Centro de Artes e Espetáculos recebe as IX Jornadas Aerospaciais. No mesmo dia, na praça João Ataíde, na zona ribeirinha do Mondego, há um concerto popular com a Banda de Música da Força Aérea (22:30), seguido de um espetáculo visual com dispositivos aéreos não tripulados (drones), a partir das 23:55.

A atuação da Banda de Música da Força Aérea não se cinge à cidade da Figueira da Foz, estando previstas três atuações em freguesias rurais – nas localidades de Alhadas, a 02 de julho, Carvalhais de Lavos no dia 03 e Alqueidão, a 04 de julho, sempre às 21:30.

As demonstrações de meios da FA serão uma constante ao longo dos dez dias das comemorações – a Força Aérea frisou que haverá aeronaves “todos os dias” a sobrevoar a Figueira da Foz – com destaque para os helicópteros Black Hawk (29 de julho) e EH-101 Merlin (no dia 02 de julho) e dos aviões F16 sediados na base área nº 5 de Monte Real (03 de julho).

A partir da base aérea, localizada a sensivelmente 35 km em linha reta a sul da Figueira da Foz, decorrerão os batismos de voo de cerca de 500 crianças, nos aviões KC-290 e C-295.

O primeiro destes aviões estará ainda envolvido numa atividade de interação da FA com o festival de música eletrónica RFM Somnii (que decorre entre 04 e 06 de julho na praia do Relógio), estando prevista a presença em palco de pilotos da Força Aérea a explicarem, ao vivo, as manobras da aeronave.

Já no dia 01 de julho, Dia da Força Aérea, para além de um treino aberto na Praia de Buarcos, será inaugurado, na praça da Europa, junto ao relógio de sol, um monumento alusivo ao 73º aniversário da instituição, que representa uma aeronave da Força Aérea “projetada para o futuro”.

Presente na cerimónia, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), general Cartaxo Alves, destacou a missão de interesse público da instituição que dirige, lembrando a “responsabilidade enorme” da FA pela “gigantesca” área que cobre e que vai desde 300 milhas (cerca de 480 km) a oeste da ilha das Flores (Açores) até à fronteira com Espanha, ou seja, “a mesma distância que de Lisboa a Kiev”, capital da Ucrânia, observou.

“Uma única força aérea, com os meios que tem, garante diariamente, com muita abnegação, a busca e salvamento, a soberania e integridade do nosso espaço aéreo nacional, transportes urgentes médicos e transporte de órgãos para transplante”, argumentou Cartaxo Alves.

Sobre o aniversário da Força Aérea, vincou a necessidade que a FA sente “ela mesma, de se celebrar, reviver os seus momentos, mas, principalmente, estar junto da população”.

Pedro Santana Lopes, presidente do município anfitrião, lembrou que daqui a pouco mais de seis meses haverá eleições presidenciais, “e também aí estará presente o debate sobre a importância, o papel, a missão das forças armadas, independentemente de quem venha a vencer as eleições nacionais que terão lugar no princípio de 2026”.»

terça-feira, 6 de maio de 2025

Futebol e política

Quem recusa esta realidade certamente que não o faz por desconhecimento. 
“Tudo na vida é político. Mesmo definir-se como apolítico ou ficar de fora do debate sociopolítico também é uma posição política.”
Todos sabemos que o futebol e a política têm tido uma relação de dupla natureza ao longo da história. Por um lado, o futebol tem sido explorado e instrumentalizado pelo poder. Desde logo, nas ditaduras pelos governos. Em democracia, obviamente que pelos governos, mas também pelas câmaras municipais, juntas de freguesias e alguns partidos políticos, que utilizam o futebol como uma ferramenta para promover os seus interesses e objectivos políticos. 
Por outro lado, porém, o futebol pode ter um papel como veículo para reivindicação e protesto social e político, servindo como uma plataforma para expressar ideias e buscar mudanças. 
Portanto, a relação entre futebol e a política é indissociável e indesmentível. 
Para não irmos mais longe, penso que todos nos recordamos da longa gestão PS, nomeadamente no tempo do falecido eng. Aguiar de Carvalho, que ao mesmo tempo que era Presidente de Câmara, era Presidente da Assembleia Geral da Naval 1º. de Maio. 
Penso, igualmente, que não está esquecido no que resultou dessa envolvência. 
A mistura entre futebol e política tem efeitos e provoca reacções, que podem desenvolver laços envolvendo aspectos de cooperação, ou ser tema gerador de conflitos.
Na actualidade figueirense, é mais do que evidente a cooperação entre a força política no poder e o futebol - nomeadamente na Naval 1º. de Maio.
A ver vamos o que o futuro nos reserva. Para já, a avaliar pelo que foi visto na tarde do passado domingo no Estádio Bento Pessoa, aparentemente tudo está no melhor dos mundos.