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domingo, 16 de março de 2025

Erosão costeira a sul do Mondego....

Era assim tão difícil prever o que era facilmente previsível?

Estudar e entender a dinâmica que cria o assoreamento de inverno  é um dos requisitos para que o calado do porto figueirense possa receber embarcações de grande porte. A solução apontada, porém, tem sempre passado  por dragagens, que custam muito dinheiro.

«Mar aproxima-se perigosamente das casas na margem sul da Figueira da Foz»

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Da série, esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. (continuação...)

Barra da Figueira da Foz 19h de ontem.Video via Figueira from the sky

Esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra... Vou recuar até ao já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava então isto.

“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

A Cultura e a Natureza estão, talvez, estranha e paradoxalmente ligadas de uma forma muito íntima, de maneira muito simbólica: quem sabe se, um dia, na luxuosa pobreza extrema, e na merecida desgraça última, quando se enfrentar as vagas assassinas de um tsunami que venha a devastar uma área de ocupação humana ao nível do mar — mas… será possível que haja alguém que, em pleno século XXI, esteja a querer legitimar ("ecologicamente"…!!!), e a, assim, adensar e avolumar (!) uma ocupação humana (dita "turística", e "cultural"… e, até, "ambiental"…! [e, na verdade, pré-imobiliária…?!]) ao nível do mar…?! —, irá ser lembrada, e recordada, com saudade, a geometria fina e a silhueta esguia, cortante, dos antigos "Barcos-da-Arte" ("Barcos-do-Mar"), em "meia-lua"… Que, nesse dia, já não existirão… nem existirá ninguém que os saiba construir...! (embora, provavelmente, vá continuar a existir gente funcionária e política, paga com dinheiro público, que estará pronta para tentar continuar a viver à custa dessas tais matérias, "culturais", e "ambientais", dos barcos antigos, e das praias ecológicas…).

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Cova e Gala em risco

No dia 15 de Novembro de 2022, realizou-se no Auditório do Museu Municipal da Figueira da Foz uma reunião sobre a problemática da erosão costeira.

Para quem acompanha, atentamente e com preocupação, há dezenas de anos, o problema da erosão costeira no concelho da Figueira da Foz, se apreensivo e preocupado foi para a sessão, mais apreensivo e preocupado ficou depois da realização dessa reunião.
Mais uma vez, depois de ouvir os oradores verificou o óbvio: de erro em erro, estamos onde estamos em 2024. 
Pior que em 2022. 

Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Para não nos alongarmos muito, lembramos um, alertado por nós há mais de 20 anos - que nem sequer foi referido na citada reunião. 
Planeamento do concelho: Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização.
O último grande erro cometido, que foi ventilado na reunião de 15 de Novembro do ano passado, o que está mais presente e acelerou a erosão costeira a sul do concelho, que só aconteceu para tentar remediar o erro anterior, foi o acrescento dos 400 metros no molhe norte.

Na altura, o Dr. Pedro Santana Lopes , presidente da Câmara da Figueira da Foz, exigiu celeridade à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou tomar formas de luta se os processos não avançarem.
Nessa sessão de esclarecimento com a APA relativa à orla costeira, o Dr. Pedro Santana Lopes defendeu que a situação no concelho apresenta “circunstâncias excepcionais”, que podem ser usadas diminuir para prazos dos procedimentos legais.
Recordemos as suas palavras.
“Estamos em circunstâncias excepcionais, que a lei prevê quando estão em causa vidas humanas, habitações, segurança e risco. Há circunstâncias mais do que ponderosas”, sublinhou na altura o autarca figueirense, salientando que o problema da erosão se arrasta há anos, afetando a marina, o porto marítimo e as populações das praias a sul do concelho.
Santana Lopes defendeu mesmo que a APA crie uma comissão para esta “sub-região do baixo Mondego para tudo o que está implicado: erosão costeira, porto e transposição de areias”.
“Que a APA perceba que a Figueira da Foz está em emergência nessas matérias”, frisou o presidente da autarquia figueirense, reconhecendo que existe “estudo e trabalho feito”, mas que falta passar à acção.
Na sua intervenção final na sessão, o autarca disse que o município não quer utilizar “outras formas de luta”, mas que se for preciso serão usadas, arrancando uma grande salva de palmas do público que quase lotou o auditório municipal da cidade.
Na mesma reunião, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.

Como dá para ver nada acontece por acaso.
Percebem agora o motivo pela qual o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”?
Pimenta Machado, foi claro no dia 15 de Novembro de 2022 no Auditório Municipal da Figueira da Foz: "como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões."
A sessão ficou marcada por várias queixas de autarcas das freguesias afetadas pela erosão, preocupados com os efeitos do mar no Inverno, operadores comerciais e o movimento SOS Cabedelo, que acusou a APA de estar com uma década de atraso.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Vaga de boas notícias para o nosso concelho em 2025

Para 2025 as boas notícias para a Figueira sucedem-se.
Assim, para além do anúncio do financiamentopúblico integral para a nova ponte Vila Verde/Alqueidão, de harmonia com o Diário as Beiras, «Santana Lopes informou, por outro lado, que já foi publicado o concurso internacional para a empreitada da transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, de norte para sul da barra da Figueira da Foz, obra do Governo com suporte financeiro de Bruxelas no valor de 26 milhões de euros. “Este será o ano desta obra”, garantiu Santana Lopes. 
Por outro lado, Santana Lopes frisou que o Tribunal de Contas dispensou o visto prévio da empreitada das obras do porto, cujo valor é superior a 20 milhões de euros. 
O autarca revelou ainda que as obras de transformação do Abrigo da Montanha, na Serra da Boa Viagem, num centro municipal de investigação de alterações climáticas, movimento de areias, erosão costeira e outras áreas de investigação relacionadas com o mar obtiveram uma comparticipação financeira de 75% de fundos comunitários. 
Numa vaga de boas notícias para o concelho, Santana Lopes realçou também que o Governo aprovou uma permuta de terrenos para a segunda ampliação da Zona Industrial da Figueira da Foz. E foi ainda, acrescentou Santana Lopes, obtido um apoio superior a 500 mil euros para a requalificação, já concluída, da rua Santos Rocha, na Baixa da cidade.»

sábado, 14 de dezembro de 2024

... “big-shot” de três milhões de metros cúbicos de areia, “nunca estará no terreno antes de 2026”...

O 3.º Congresso de Adaptação às Alterações Climáticas da Região de Coimbra, reuniu ontem, na Figueira da Foz, especialistas nacionais e estrangeiros. O evento foi promovido pela Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM-RC) e pelo Município da Figueira da Foz, em parceria com a Universidade de Coimbra. 
Na cerimónia de abertura, foi consensual que esta região é particularmente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. 
A abertura foi presidida pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes. Nesta cerimónia participaram, ainda, o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa; o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão; e o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Emílio Torrão. 
“A CIM-RC e os municípios que a integramtêm a obrigação, no que respeita a subsistemas, de dar o exemplo de que queremos estar na vanguarda”, defendeu Santana Lopes, na sua intervenção. “O tipo de energia que movem os transportes públicos é um bom exemplo dessa matéria, e temos todos de dar as mãos. É uma das provas de que aquilo que dizemos é mesmo para levar à prática”, acrescentou. 
O anfitrião do congresso, aproveitando a presença do membro do Governo, congratulou-se com os cerca de 28 milhões de euros destinado à recarga das praias do sul do concelho da Figueira da Foz com três milhões de metros cúbicos de areia, para mitigar os efeitos da erosão costeia. Por outro lado, Santana Lopes não se esqueceu de assinalar “a importância do chamado bypass”, sistema mecânico fixo de transporte de areias entre as duas margens. “É um investimento que permite fazer a monitorização constante [do movimento das areias]”, sustentou o autarca. 

“Que passem de excelentes a bons” 

Emílio Torrão, por sua vez, frisou que o congresso “é o reflexo do compromisso” da região para “enfrentar os desafios globais das alterações climáticas, com determinação e inovação”. O presidente da CIM-RC destacou, por outro lado, que “a região é particularmente vulnerável, tendo já enfrentado eventos climáticos extremos, como os incêndios de 2017, a tempestade “Leslie”, as cheias do Mondego e a erosão costeira”
Por seu turno, Amílcar Falcão, falando num concelho com parte do seu território acossado pelo mar, frisou que “a erosão costeira é um problema sério”. O reitor da Universidade de Coimbra, instituição que tem um campus na Figueira da Foz, defendeu ainda: “Temos de estar preparados, e discutir, de forma séria, as alterações climáticas”
Já o secretário de Estado do Ambiente apelou “que os portugueses passem de excelentes a planear a bons executantes”. Por outro lado, Emídio Sousa salientou que “a Região Centro é particularmente vulnerável a incêndios e à erosão costeira”.
Diário as Beiras

E a catástrofe aqui tão perto... 

“O mar trabalha todos os dias e nunca se cansa”. Uma solução pontual não faz sentido. Citando Miguel Figueira: “não há falta de areia. Ela está é mal distribuída”.
O “big-shot” de três milhões de metros cúbicos de areia, “nunca estará no terreno antes de 2026”... 
Certamente, por mero acaso, ano de eleições autárquicas...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

E a catástrofe aqui tão perto: vão discutir a colocação da ordem na desordem?

É um tema
 que está nas preocupações de todos, ou quase todos.
Ao vivo, ou na televisão, já todos vimos o mar a destruir cordão dunar da costa portuguesa e a colocar em risco a segurança e os bens das pessoas.
Esta é uma imagem de marca do litoral no nosso País e no nosso concelho.
Portugal, é a nação da Europa mais vulnerável às alterações climatéricas.
Desde logo, porque tem uma área marítima superior 18 vezes à superfície terrestre. Depois, porque 70% da população está concentrada no litoral, uma zona que, nos últimos 30 anos, ficou completamente desarrumada e caótica, onde foram cometidas autênticas atrocidades urbanísticas.
Muitos mandam e ninguém é, verdadeiramente, responsável, nem responsabilizado.
A sobreposição de competências é uma realidade na gestão do litoral. Basta dizer que, salvo erro, são 12 (doze) as instituições que têm competência sobre o litoral!..
Todos nos apercebemos que a costa portuguesa está a recuar. 
As consequências são conhecidas: casas, estradas, habitats naturais, tudo está em risco, a par com a insegurança sentida pelas pessoas que vivem nas zonas perto do mar.
Em 2006, na televisão, apareceram imagens de camiões a acarretar areia da praia para repor as dunas.
Isso, é o que se chama, em linguagem popular, “estarem a chapar-nos areia prós olhos”.
Tratar o problema é outra coisa: é colocar ordem na desordem, que é a administração do território, e colocar ordem na desordem, que existe na gestão do litoral português.

A 15 de Novembro de 2022, realizou-se no Auditório do Museu Municipal uma reunião sobre a problemática da erosão costeira.
Para quem acompanha, atentamente e com preocupação, há dezenas de anos, o problema da erosão costeira no concelho da Figueira da Foz, se apreensivo e preocupado foi para a sessão, mais apreensivo e preocupado ficou depois da realização dessa reunião.
Mais uma vez, depois de ouvir os oradores verificou o óbvio: de erro em erro, estamos onde estamos em finais de 2024. 
Pior que em 2022. 

Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Para não nos alongarmos muito, lembramos um, alertado por nós há mais de 20 anos - que nem sequer foi referido na citada reunião. 
Planeamento do concelho: Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização.
O último grande erro cometido, que foi ventilado na reunião de 15 de Novembro do ano passado, o que está mais presente e acelerou a erosão costeira a sul do concelho, que só aconteceu para tentar remediar o erro anterior, foi o acrescento dos 400 metros no molhe norte.
Antes da obra ser realizada, alguns, entre eles Manuel Luís Pata, bem alertaram para a barbaridade que estava a ser cometida.
O futuro veio dar-lhe toda a razão.
Continuamos a correr atrás do prejuízo.

Em Novembro de 2022, o Dr. Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara da Figueira da Foz, exigiu celeridade à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou tomar formas de luta se os processos não avançarem.
Nessa sessão de esclarecimento com a APA relativa à orla costeira, o Dr. Pedro Santana Lopes defendeu que a situação no concelho apresenta “circunstâncias excepcionais”, que podem ser usadas diminuir para prazos dos procedimentos legais.
Recordemos as suas palavras.
“Estamos em circunstâncias excepcionais, que a lei prevê quando estão em causa vidas humanas, habitações, segurança e risco. Há circunstâncias mais do que ponderosas”, sublinhou na altura o autarca figueirense, salientando que o problema da erosão se arrasta há anos, afetando a marina, o porto marítimo e as populações das praias a sul do concelho.
Santana Lopes defendeu mesmo que a APA crie uma comissão para esta “sub-região do baixo Mondego para tudo o que está implicado: erosão costeira, porto e transposição de areias”.
“Que a APA perceba que a Figueira da Foz está em emergência nessas matérias”, frisou o presidente da autarquia figueirense, reconhecendo que existe “estudo e trabalho feito”, mas que falta passar à acção.
Na sua intervenção final na sessão, o autarca disse que o município não quer utilizar “outras formas de luta”, mas que se for preciso serão usadas, arrancando uma grande salva de palmas do público que quase lotou o auditório municipal da cidade.
Na mesma reunião, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, como estratégia de longo prazo  apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.
E continua em banho maria, à espera de melhor oportunidade.
Na edição impressa do Campeão das Províncias, ficou mais uma vez a garantia do empenhamento de Santana Lopes pela construção do by pass.
O Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”?
Isso está mais do claro: "como estratégia de longo prazo existe uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”.
Nessa sessão, marcada por várias queixas de autarcas das freguesias afetadas pela erosão, preocupados com os efeitos do mar no Inverno, operadores comerciais, o movimento SOS Cabedelo acusou a APA de estar com uma década de atraso.
Continuamos a correr atrás do prejuízo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Esta nossa barra!..

Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra...

Vou recuar até ao já longínquo ano de 1996. 
Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava então isto.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

Esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. 
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

Via Diário as Beiras

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

... passing by?

Gostava de estar optimista, mas não estou...
O ano passado, a maioria absoluta do PS, inviabilizou esta pretensão da comunidade figueirense que vive o problema da erosão a sul da barra do Mondego.
As obras na linha costeira da Figueira da Foz criaram um desequilíbrio brutal na costa do nosso concelho, que se tem vindo a agravar anos após ano. 
O concurso público para a concepção e construção do BYPASS voltou a ser votado na Assembleia da República, nas alterações ao Orçamento de Estado 2025.
A proposta do Livre, igual à do ano passado, voltou a não passar no crivo da AR. Este ano com os votos contra do centrão, que aprovou a proposta abaixo.
Para ler melhor clicar na imagem.
Está à vista de todos a necessidade da implementação do by passs. Mais 10 anos de espera, como pretende a APA, é algo pouco realista face à dramática situação existente a sul do Mondego, na praia da Figueira e em Buarcos.
A Figueira da Foz tem um problema de sedimentos: acumulam-se em frente à cidade, a Norte da foz do rio Mondego, e estão em falta nas praias a sul. A solução para resolver o problema existe: a solução passa por instalar um sistema fixo que transponha as areias do Norte para Sul, concluiu em 2021 um estudo encomendado pela Agência Portuguesa do Ambiente.
“by-pass” para transferir areias da praia, que devido a um acidente ambiental provocado pelo homem, tem o maior areal da Europa, como Nélson Silva salientou, é a solução para a costa sul do concelho. Mas, só deverá estar no terreno dentro de “10 anos”!..
Gostava de estar optimista, mas não estou.
Entretanto,  “o mar trabalha todos os dias e nunca se cansa”. 
E de by pass em by pass, vamos andando cá pela Aldeia: do by pass do Cabedelo ao by pass da merda da ETAR DE S. PEDRO...
Oxalá que este meu pessimismo militante seja desmentido pela realidade. 
Estou disponível e completamente aberto a surpresas e a originalidades figueirenses. A ideia de utopia está sempre presente em nós e funciona como uma válvula de escape...

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

By pass e a definição dos políticos...

No decorrer da última campanha eleitoral, o PSD/Figueira colocou cartazes como o da imagem abaixo em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa.
O ano passado, a maioria absoluta do PS, inviabilizou esta pretensão da comunidade figueirense que vive o problema da erosão a sul da barra do Mondego.

As obras na linha costeira da Figueira da Foz criaram um desequilíbrio brutal na costa do nosso concelho, que se tem vindo a agravar anos após ano. 
O concurso público para a concepção e construção do BYPASS volta a ser votado na Assembleia da República, nas alterações ao Orçamento de Estado 2025. Nos próximos dias saberemos se vamos ter os 18,1 milhões de euros para a execução do BYPASS ou não.
E vamos saber mais... Vamos saber quem está verdadeira e genuinamente preocupado com a erosão costeira e quem tem andado a fazer politiquice com um tema decisivo para a segurança dos moradores a sul do rio Mondego.
O ano passado sabemos o que aconteceu. Este ano, em breve veremos...




terça-feira, 19 de novembro de 2024

Da série, esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. Esta nossa barra...

Pescadores preocupados com o estado da Barra. 
(Notícia RTP. 18 de novembro de 2024)

Em devido tempo, tudo foi avisado, tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

Tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Erosão Costeira no concelho da Figueira da Foz: tem a palavra o governo da AD...

   
Video sacado daqui
Video sacado daqui
Para que conste, por ser verdade, ficam os nomes dos deputados por Coimbra, do PS, que votaram contra a implementação do sitema sedimentar (bypass) da barra da Figueira da Foz, no Orçamento geral do Estado para 2024, quando o PS era governo: Marta Temido;  Pedro Coimbra;  Tiago Estêvão Martins;  Raquel Ferreira; José Carlos Alexandrino; Ricardo Lino.
-Será que serão os armadores de pesca que estão contra uma solução que evite a morte dos seus Pescadores à passagem da Barra mais fatal do país?
-Será que são os operadores do Porto Comercial que estão contra uma solução que lhes permita ter a barra mais vezes aberta e com condições para receber Carregueiros de maior calado, e assim movimentar um maior número de mercadorias?
-Será que são os figueirenses que estão contra a possibilidade de recuperar as características da melhor praia urbana do país que tanto os seus antepassados a relembram com saudade?
-Será que são as populações entre o sul do Mondego e a Nazaré que estão contra a uma solução que lhes permita enfrentar o inverno sem a constante angústia sobre se o Mar lhes levará as suas casas?
Mas afinal que raio falta para se inscrever o BYPASS no próximo Orçamento de Estado?
É por falta de dinheiro…NÃO!
É por falta de consenso científico…NÃO!
É por falta de vontade das populações…NÃO!
Falta o quê? Que Partido político terá a coragem de votar contra uma proposta de inclusão do BYPASS na especialidade do OE2025?
Numa altura em que a Europa se encontra numa posição geoestratégica extremamente delicada e enfrenta, cada vez mais, fenómenos climáticos extremos, é hora de, de uma vez por todas, resolver o maior atentado ambiental da costa portuguesa, proporcionando o natural desenvolvimento desta região e honrando as mortes e as famílias em luto que a falta de ação do Estado tem, tão dolorosamente, provocado.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Quem está contra o BYPASS?

Manuel Traveira, 07.11.2024

«Hoje faz precisamente 10 anos que defendi a minha tese de mestrado intitulada: [Figueira da Foz: Do Cabaret ao Deserto (Evolução urbana da frente marítima/fluvial da Figueira da Foz, do século XIX à actualidade: O Mar no projecto da Cidade)], na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

Foi o culminar de 2 anos de estudo, onde demonstrei cabalmente que as dificuldades quer do consecutivo assoreamento do Porto da Figueira, quer da brutal erosão costeira a sul do rio Mondego e acumulação de areias a norte com que nos deparamos nos dias de hoje, não só eram conhecidas pelos técnicos do LNEC, como tinham sido estudadas exaustivamente (há mais de 60 anos).
E o que é que os técnicos concluíram de mais relevante em 1958, no primeiro relatório do “Estudo em Modelo Reduzido do Porto da Figueira da Foz”?:
1-Que seria impossível resolver a questão do assoreamento da Barra apenas com a construção dos molhes exteriores;
2-Que o excessivo crescimento da Praia da Figueira da Foz, em todas as soluções ensaiadas era altamente prejudicial à manutenção de boas profundidades no canal da barra;
3-Que seria necessário recorrer a meios artificiais de bombeamento de areias de norte para sul do rio Mondego, a fim de evitar que estas entrassem no canal da barra e, consequentemente, o assoreassem.
“3.Os problemas levantados pela existência dos bancos(de areia) exteriores e interior são,
em princípio, inevitáveis. Para os atacar e resolver, a pré-eliminação das
areias é, sem dúvida, a solução mais eficaz, além de ainda resolver o grave
problema das erosões que fatalmente se irão verificar na praia sul.
4.Afigura-se ao Laboratório que, qualquer que fosse a solução adoptada, e desde
que não se faça qualquer espécie de eliminação de areias, nada há que faça
esperar que as profundidades, a longo prazo, do futuro banco da barra exterior
sejam muito diferentes da do actual.”
Tudo isto antes de terem iniciado sequer a construção dos molhes exteriores do Porto (1960-1966).
Passaram-se 10 anos após a defesa da tese…10 ANOS…, e após inúmeras participações em colóquios, debates, tertúlias, entrevistas, programas de rádio, exposições etc. com o Movimento cívico SOS Cabedelo a ser a entidade aglutinadora desta nova visão para a cidade, muita coisa mudou…, no entanto, teima em perdurar “o irritante” da não inclusão do BYPASS no próximo Orçamento de Estado.
Vejamos:
Depois das recomendações urgentes do Grupo de Trabalho do Litoral para a costa Portuguesa em 2014, só mesmo em 2021 é que o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes do Partido Socialista assumia:
[..que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (“bypass”) é a mais indicada, e será realizada.
“Avaliada esta solução (da transferência de areias) não há qualquer dúvida de que o ‘bypass’ é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
O “Estudo de Viabilidade de Transposição Aluvionar das Barras de Aveiro e da Figueira da Foz”, esta quinta-feira apresentado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), avalia quatro soluções distintas de transposição de areias e conclui, para a Figueira da Foz, que embora todas as soluções sejam “técnica e economicamente viáveis”, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.
O estudo situa o investimento inicial com a construção do “bypass” em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros.]
Ou seja, passados 63 anos a comunidade científica e o poder político não só chegava à mesma conclusão técnica preconizada pelo LNEC em 1958, como comprovavam ser a solução mais viável.
Porém em Novembro de 2023, perante a proposta do partido Livre de inclusão do BYPASS para o Orçamento de Estado de 2024, o Partido Socialista que tinha a maioria absoluta decidiu votar contra, com todos os outros Partidos da oposição a votarem a favor menos o PAN que se absteve…
O Partido Social Democrata perante tal paradoxo, decidiu colocar nas praias do Sul do Concelho cartazes com a pergunta:
“Os deputados do Partido Socialista votaram contra o BYPASS PORQUÊ?”
Tendo mesmo, a Concelhia do PSD, conseguido aprovar por unanimidade na Freguesia de São Pedro uma “moção de repúdio pela não aprovação, em sede de Orçamento do Estado para 2024, da proposta de lançamento do concurso concessão/construção do sistema fixo de transposição sedimentar na barra da Figueira da Foz"
A 12 de Outubro o armador de pesca figueirense António Lé, publicava um grito de revolta nas redes sociais pedindo por SOCORRO face ao estado da Barra da Figueira da Foz e consequente perigosidade para os seus pescadores.
Perante tal posição, e estando a Aliança Democrática no poder com o Partido Social Democrata na liderança, seria de esperar que no dia 31 de Outubro na discussão geral do Orçamento de Estado para 2025, a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho viesse apresentar finalmente a inclusão do BYPASS no OE2025. Mas não foi o caso…interpelada pela deputada socialista figueirense Raquel Ferreira sobre a proteção do litoral, limitou-se a responder:
“…Nós temos 140 milhões de euros no PO Sustentável para 25 para a protecção do litoral, como já fizemos este ano com 27 milhões para a zona da Figueira da Foz…”
E nem uma palavra sobre o BYPASS, e a pergunta que resta é: Afinal, quem está contra o BYPASS?
-Será que serão os armadores de pesca que estão contra uma solução que evite a morte dos seus Pescadores à passagem da Barra mais fatal do país?
-Será que são os operadores do Porto Comercial que estão contra uma solução que lhes permita ter a barra mais vezes aberta e com condições para receber Carregueiros de maior calado, e assim movimentar um maior número de mercadorias?
-Será que são os figueirenses que estão contra a possibilidade de recuperar as características da melhor praia urbana do país que tanto os seus antepassados a relembram com saudade?
-Será que são as populações entre o sul do Mondego e a Nazaré que estão contra a uma solução que lhes permita enfrentar o inverno sem a constante angústia sobre se o Mar lhes levará as suas casas?
Mas afinal que raio falta para se inscrever o BYPASS no próximo Orçamento de Estado?
É por falta de dinheiro…NÃO!
É por falta de consenso científico…NÃO!
É por falta de vontade das populações…NÃO!
Falta o quê? Que Partido político terá a coragem de votar contra uma proposta de inclusão do BYPASS na especialidade do OE2025?
Numa altura em que a Europa se encontra numa posição geoestratégica extremamente delicada e enfrenta, cada vez mais, fenómenos climáticos extremos, é hora de, de uma vez por todas, resolver o maior atentado ambiental da costa portuguesa, proporcionando o natural desenvolvimento desta região e honrando as mortes e as famílias em luto que a falta de ação do Estado tem, tão dolorosamente, provocado.
QUEM ESTÁ CONTRA O BYPASS?»

Nota.
OUTRA MARGEM, na postagem A barra da Figueira está assim por vontade dos homens, publicada em 18 de outubro de 2015, citou sub- capítulos desta tese do arquitecto figueirense Manuel Traveira, sobre a questão dos molhes.  

sábado, 26 de outubro de 2024

Finalmente?!..

Em Junho de 2019, a então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, anunciaram na Figueira da Foz um investimento de 19,4 milhões de euros para melhorar as condições de segurança e operação na entrada do porto da Figueira da Foz e, simultaneamente, combater a erosão costeira a sul. Na altura, Ana Paula Vitorino esclareceu que a intervenção permitiria “a remoção de três milhões de metros cúbicos de dragados da zona a norte do molhe norte do porto”, areia que iria “alimentar os troços costeiros na zona sul”.
Três milhões de metros cúbicos (m3) de areia representam um valor entre os cinco e os sete milhões de toneladas (a densidade da areia molhada situa-se entre os 1700 e os 2300 quilos por m3), o que equivale a uma fila compacta de camiões com cerca de 1.500 quilómetros.
O lançamento do concurso para a elaboração do projecto e estudo de impacto ambiental (EIA) esteve agendado para o mesmo ano de 2019 e os trabalhos, segundo o previsto, começariam em 2020, foi então anunciado, no âmbito de uma parceria entre a APA, administração portuária local e Câmara da Figueira da Foz.
Em 30 de Julho de 2020, o presidente da concelhia do PSD da Figueira da Foz, Ricardo Silva, exigiu a demissão imediata da administração portuária local, acusando-a de incompetência e irresponsabilidade no processo das obras estruturais previstas, que foram adiadas para 2021. “A administração de Porto da Figueira da Foz tem de ser imediatamente demitida. Ficámos a saber que a obra do porto não avançou porque não incluíram a avaliação de impacte ambiental. Isto é de uma total irresponsabilidade e incompetência que prejudica a cidade e a região”, disse à agência Lusa Ricardo Silva. A candidatura da obra de aprofundamento da barra, canal de acesso e bacia de manobras do Porto da Figueira da Foz, promovida pela administração portuária (APFF), não cumpriu as condições de acesso aos fundos europeus, nomeadamente a documentação obrigatória a nível ambiental, impedindo a sua aprovação, revelou o programa Compete2020.
Em Setembro de 2023, mesmo em fim de linha, o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba deixou uma grande notícia aos figueirenses: "o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano." “É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”. sublinhou no decorrer de uma reunião de câmara Santana Lopes, o presidente de câmara da Figueira da Foz, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.
Parece que é agora... Mas, em que ano terá início "esta obra extraordinária", que está prometida desde 2019?
Imagem via Diário as Beiras.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Desviem mas é as areias para sul...


Vídeo SIC 
“Este é o maior investimento que é feito pelo Estado na proteção da orla costeira e para nós é muito importante porque as populações, as casas, os bens, a própria praia… tudo tem estado sob ameaça”, diz Pedro Santa Lopes. 
 “Não agrada porque isto só vai adiar no tempo o mesmo problema, não vai resolver. APA [Agência Portuguesa do Ambiente] continua a fazer aquilo que sempre fez, ações pontuais para um problema que é estrutural de continuidade”, explica Miguel Figueira do Movimento cívico SOS Cabedelo. 
Na Figueira defende-se uma solução alternativa que seja permanente que “é a solução do bypass, um sistema fixo que trabalha com o mar, ou seja, que recebe as areias e passa em continuidade e, portanto, estamo-nos a afastar da possibilidade da instalação dessa infraestrutura e isso é efetivamente dramático”, acrescenta Miguel Figueira. 
O concurso público internacional vai ser lançado no início de setembro. 
A obra deve começar no verão de 2025.

Sinceramente, estou farto.
Como certamente estão lembrados, 2021 foi ano de eleições autárquicas. Aconteceram a 26 de Setembro. O Governo, quiçá por mera coincidência, antecipou a divulgação pública do estudo sobre a transposição de areias na barra da Figueira da Foz, prevista para Setembro de 2021.  O documento foi apresentado no dia 12 de Agosto de 2021: esse foi o tempo considerado certo para anunciar o estudo de viabilidade do bypass. 
Continuamos a aguardar pelo tempo certo para o transformar em projecto... E, depois, em realidade. Recorde-se que o estudo do bypass, que custou 264 mil euros, foi adiado durante anos. Contudo, mais vale tarde do que nunca. Em 12 de Agosto, a  pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada. 
“Avaliada esta solução (da transferência de areias) não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.

O Dr. Santana Lopes é agora o novo presidente de câmara. É ele que tem que perceber e saber  lidar  com as as consequências das diferentes dinâmicas que construíram  e desconstruíram a orla costeira no concelho da Figueira da Foz. "Um sistema complexo com uma instabilidade natural (decorrente de marés, das correntes, dos fenómenos meteorológicos, das derivas de sedimentos) mas também decorrente da acção humana, salientando-se aqui a interferência da barra do porto marítimo da Figueira da Foz e do seu prolongamento". 

O impacto ambiental causado pelo crescimento dos molhes  - uma infraestrutura que inibe a deriva de sedimentos acumulados na praia da Figueira da Foz (seguramente a maior praia da Europa) acelerou a erosão da costa a sul, colocou ao território do nosso concelho desafios que têm de ser defrontados com responsabilidade e ousadia. 

As soluções, ao que parece existem. A proposta do bypass - um sistema mecânico de bombagem permanente de areias que permitam restabelecer em grande parte a dinâmica dos sedimentos que alimentam a costa, já foi assumida pelo ainda ministro do Ambiente como a mais indicada. 

Se a situação foi estudada e a solução encontrada, continuamos à espera de quê? "O mar é a nossa terra". Temos de saber entende-lo e saber lidar com ele. E, sobretudo, nunca tentar contrariar a sua força, pois isso é impossível... 

E nunca esqueçam: a barra da Figueira está assim por vontade dos homens.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

A margem esquerda do estuário do Mondego vive um “processo de erosão extrema”...

Registe-se: “Big Shot” vai mesmo avançar. 
Ontem, foi tornado público pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, que o concurso público internacional para a transposição de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia (“Big Shot”), de norte para sul da barra da Figueira da Foz, será lançado na primeira semana de setembro.  

Em declarações aos jornalistas, à margem da assinatura de dois protocolos na Câmara da Figueira da Foz, a ministra do Ambiente, por seu lado, afirmou que estão reunidas as condições para a empreitada ser lançada. “Tem todas as condições para avançar. Tem o Estudo de Impacte Ambiental positivo e tem o financiamento garantido [27,7 milhões de euros, 85% do Programa Operacional e 15% a dividir pelo município figueirense, pelo Porto da Figueira da Foz e pela APA. Assim sendo, frisou Maria da Graça Carvalho, “é só trabalhar.

Fica a pergunta: e o bypass? 
Na cerimónia realizada ontem, Agosto de 2024o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, questionou Pimenta Machado sobre a necessidade de se avançar também com o bypass mecânico permanente de areias. O vice-presidente da APA adiantou que em breve será iniciado o “projeto complexo”, seguindo-se a candidatura a fundos europeus.
Recorde-se: a pouco mais de um mês da realização das eleições autárquicas de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) era a mais indicada, e será realizada. “Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
Continuamos à espera de quê?