Duarte Lima é um exemplo de português empreendedor com uma vida preenchida…
É um homem desta democracia. Não vai culpar a bicicleta por tudo aquilo em que porventura possa ter falhado.
Aprendeu a andar de bicicleta e percorreu muitos quilómetros.
Não teve medo de cair. Correu riscos.
Presumo que calculados…
Até ontem, “quando os inspectores da Polícia Judiciária chegaram com os procuradores do Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP) à casa de Duarte Lima na Avenida Visconde Valmor, em Lisboa, o advogado e ex-deputado do PSD não ficou surpreendido. Uma fuga de informação de fonte ligada à investigação retirou todo o efeito surpresa. A notícia da detenção chegou aos jornalistas ainda durante a madrugada de quinta-feira e até Duarte Lima terá tido direito a aviso prévio de que iria ser detido.”
Vão sobrar algumas cicatrizes?...
Talvez…
Mas, neste país, esperar por que tudo esteja perfeito para se começar a ser feliz é um excelente princípio para acabar ingloriamente numa gloriosa depressão…
Citando Gabriel Garcia Marquez: “os pobres hão-de estar sempre tão fodidos que, no dia em que a merda tiver valor, hão-de nascer sem cu.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário