”O Presidente da República recusou-se ontem a comentar o caso do subsídio de exclusividade de José Sócrates quando este era deputado, entre 1988 e 1992, justificando-se com o facto de estarmos em época de Carnaval, mais propícia “à descontracção”. Instado a falar sobre o assunto, Cavaco, que estava no Algarve, respondeu: “É bom que tenhamos quatro dias em que não se fala de política para os portugueses não pensarem nisso e os próprios políticos poderem gozar com tranquilidade”
Por mim está bem: deixemos os políticos gozar mais estes quatro dias com tranquilidade.
Só que os palhaços do costume, eu incluído, têm de trabalhar sábado, domingo, segunda e terça de carnaval!...
Mas, se bem me lembro, em 1994, para o dr. Cavaco Silva, não era diferente?..
Até porque, não fui eu que, quando era Primeiro-Ministro, disse que o Carnaval era para trabalhar e fiquei encalacrado...
Ou será que, agora, o Dia de Carnaval já é feriado obrigatório?..
Nota complementar - Os feriados obrigatórios são: 1 de Janeiro, Sexta-Feira Santa, domingo de Páscoa, 25 de Abril, 1 de Maio, Corpo de Deus, 10 de Junho, 15 de Agosto, 5 de Outubro, 1 de Novembro, 1, 8 e 25 de Dezembro - Art.º 208.º do CT.
Os restantes feriados são facultativos – Terça Feira de Carnaval e Feriado municipal da localidade - Art.º 209.º do CT.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
A memória dos políticos é de curta duração...
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