sábado, 19 de janeiro de 2019

Nada a fazer. Começo a ter essa opinião...

1. Não está em causa a existência de qualquer ilegalidade na questão da contratação, por ajuste directo, do familiar de Jerónimo de Sousa, deputado e Secretário Geral do PCP, pela autarquia de Loures, presidida por Bernardino Soares.

2. Em Portugal, seja em Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz, etc., etc., etc., incluindo Açores e Madeira, os políticos no poder, em primeiro lugar, cuidam dos que lhes são mais próximos. A começar pela família...

3. Carlos César é disso um belíssimo exemplo: a família está quase toda empregada no Estado.

4. Depois do "Caso Robles", o único partido a quem reconhecia a "superioridade moral", que me permitia considerá-lo diferente dos outros, era o PCP.

5. Para mim,  quem se inscrevia como militante do  PCP, era por defender convicções e princípios.

6. ... agora, surgiu “este episódio Jorge Bernardino”...

7. Qualquer militante do PCP na Figueira, se tivesse conhecimento de um episódio de um hipotético tratamento de favorecimento de um familiar do presidente da câmara (por exemplo: um sobrinho...),  do presidente da AM (por exemplo: uma filha...), ou de um presidente de junta do nosso concelho (por exemplo: uma filha...), como sabemos governada pelo PS, diria: "isto com o PCP na Câmara não acontecia, pois o PCP tem uma tradição autárquica bem diferente."

8. A uma calúnia, a uma injustiça, responde-se com factos, com argumentos, com transparência, com clareza. Não com demagogia...

9. Jerónimo de Sousa ficou atrapalhado. Disse,  o que diria qualquer outro político: "a família não dever ser utilizada como arma de arremesso".
E Bernardino Soares justificou-se com “os preços do mercado.”
Foi pouco e foi curto.

10. Sei que esta postagem, tal como todas as que publico, vai ter este julgamento: "se não estás por mim,  estás contra mim".
Isso afecta quem tem de escolher entre o poder de um ou de outros. Um espírito livre, não se rege por sistemas tácticos rígidos.
Não desconheço que esta é uma posição que poderá ser algo ingrata. Mas, ao mesmo tempo, esta é a posição que me permite a solidão política em que vivo há décadas.

1 comentário:

marta disse...

Esta é a conclusão que a minha geração chegou há muito, e que infelizmente se manifesta nas eleições através da abstenção; em todos os partidos, os ideais, convicções e valores primordiais ficam de parte quando se trata de olhar por si e pelos seus... é um salve-se quem puder, num país sem emprego e com cada vez menos jovens e crianças, vê-se que apenas vingam os que se ligam às jotas e fazem carreira politica, porque se untam bem uns aos outros, e até podem fazer apenas 1 mandato seja no que for, porque depois arranjam grandes trabalhos e boas reformas. O resto que se lixe. Basta analisar bem os cargos (e as contas chorudas) de quem está no governo e depois deixa de estar. E quem diz governo diz autarquias também...