Quarenta anos depois, tivemos oportunidade de recordar que a direita não mudou muito.
Este, continua a ser o país onde alguns, durante o dia, são grandes defensores da democracia e, à noite, escolheram Salazar como o melhor português da nossa história.
Neste últimos mês, o país percebeu que a democratização da direita tem muito de utópico e, isso, explica muito do que por aí se passa...
Nunca fui de carneiradas, não era agora que ia ser.
Contudo, o óbvio já é oficioso quase há um mês. Em breve vai ser oficial: a não ser que ocorra algo de absolutamente anormal, iremos ter um governo à esquerda do PàF.
Contudo, ainda há, pelo menos, um ministro que espera o "milagre" de a esquerda se desentender...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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