Segundo o que pode ser lido no jornal AS BEIRAS, na reunião camarária de ontem, foi tornado público que a Figueira Domus está a renegociar a dívida, de 13 milhões de euros, com a Caixa Geral de Depósitos.
Na apresentação do relatório semestral das contas, o presidente da empresa municipal, Hugo Rocha, adiantou que decorrem conversações com o banco do Estado para “converter tudo no médio e no longo prazo”.
Neste momento, a empresa municipal de habitação social tem encargos de 100 mil euros por mês com a dívida. No final do ano, soma, pois, 1,2 milhões de euros. Destes, 700 mil são relativos a juros. “Vamos ter uns anos valentes para sanarmos esta situação”, advertiu Hugo Rocha.
A reprogramação da dívida perspectiva aliviar os encargos anuais, através da dilatação do prazo de pagamento. E inclui os incumprimentos “que vêm de trás”, cujo montante Hugo Rocha desconhecia, quando foi indagado acerca do assunto pela vereadora da oposição Anabela Tabaçó.
A autarca da coligação Somos Figueira alertou ainda para a obrigatoriedade de a empresa colocar na internet as contas, os orçamentos e demais documentos que a lei obriga a tornar públicos. Anabela Gaspar, administradora da Figueira Domus, justificou que a falta de informação se deve a “um problema informático provocado por um programa pirata”.
O Verão agora terminado, aqui pela Figueira, foi pouco dado a temperaturas altas e noites envolventes, mas em compensação foi abundante em temas escaldantes, cujos próximos capítulos ficamos a aguardar.
Nem o argumentista mais imaginativo conseguiria desenvolver uma história com esta riqueza!
Olhem que original: Anabela Gaspar, administradora da Figueira Domus, justificou que a falta de informação se deve a “um problema informático provocado por um programa pirata”!..
Como sabemos, por experiência própria, com o computador uma simples idas às compras tornou-se mais simples, marcar um lugar num avião, reservar um hotel, estabelecer uma ligação telefónica ou efectuar uma operação bancária, demora apenas alguns segundos.
Porém, quando a justiça não funciona, o trânsito se engarrafa porque os semáforos não funcionam, ou as contas da Figueira Domus não são divulgadas, a culpa é do computador, essa fascinante, mas também irritante máquina de quem não podemos reclamar e a quem não podemos passar um raspanete ou certificado de incompetência, porque não nos ouve nem nos responde - pelo menos, por agora...
Uma administradora da Figueira Domus, teve uma oportunidade de ser diferente, portanto, relevante.
Decidiu ser o costume...
A realidade, pelos vistos, também pela Figueira, continua virtual.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
ora bolas ainda ontem me garantiram que tudo estava bem no reino da figueira domus, o que muito estranhei e pelos vistos só não adivinho o euromilhões. habitação social ser lucrativa!também não entendo tanta gente, em tempos 5 0u 6 numa secção resolviam tudo!!!
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