António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 11 de junho de 2008
País adiado
O País está perante uma situação grave. Na prática, está bloqueado.
E continua adiado.
Este governo, enfrenta o seu maior desafio.
Tal como o Barbeiro, também “não posso deixar de sorrir quando leio por aí que as autoridades não estão a prender os bloqueadores, como lhes compete. Sorrio porque estas sentenças dadas a quem não consegue fazer justiça a crimes graves, solta gente detida por crimes contra as pessoas e que demora anos e anos a julgar casos da maior gravidade, é quase um absurdo. Para além do mais, o que se está a passar em Portugal com os camionistas, comparado com o que já se viu por essa Europa fora e ainda se vê em Espanha é, mais uma vez, coisa de brandos costumes.”
A situação pode piorar. Hoje de manhã, na Zona Industrial da Figueira da Foz, os camiões parados eram inúmeros. A foto que publicamos acima dá uma pálida imagem da realidade.
“Quando os bens começarem a rarear, se lá chegarmos, não faltarão os liberais-totais a reclamarem controlo e os habituais críticos dos investimentos ferroviários, aéreos e marítimos a reclamarem essas alternativas.”
Como acabo de ouvir na SIC: “há excesso de frota nacional”. Olha que descoberta. Esse é um dos problemas mais antigos do sector.
Quer dizer: a oferta de camiões é maior que a procura. E os clientes não estão dispostos a pagar mais. É o mercado, no seu melhor, a funcionar.
E não há alternativa.
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1 comentário:
Natural que aqueles que apelida como critícos das politicas de transportes em execução, que tem vindo a pugnar por políticas de desenvolvimento que envolvam outros sectores estratégicos como a ferrovia, o marítimo e o aéreo, se façam agora ouvir. Se andaram a pregar no deserto, eis o deserto oferecido por quem os não quis ouvir.
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