terça-feira, 11 de junho de 2019

Morreu Ruben de Carvalho, histórico dirigente do PCP

O jornalista Ruben de Carvalho, histórico dirigente comunista e organizador da "Festa do Avante!", morreu na madrugada desta terça-feira, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Tinha 74 anos.
Nascido em 1944, Ruben de Carvalho foi chefe de redacção da revista "Vida Mundial", redactor coordenador do jornal "O Século" e chefe de redacção do semanário "Avante!", tendo assumido ainda funções de director na rádio local "Telefonia de Lisboa".
Chefe de gabinete do ministro Francisco Pereira de Moura no primeiro Governo Provisório depois da revolução dos cravos, Ruben de Carvalho foi responsável pelo "Avante!", órgão central do PCP, de abril de 1974 a junho de 1995, tendo integrado o executivo da comissão organizadora da "Festa do Avante!" desde 1976.
Foi deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal e vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Ruben de Carvalho era o único membro no actual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.

É uma referência na direcção e entre os militantes comunistas, tendo assumido ao longo de décadas uma atitude crítica, mas sem nunca romper ou entrar em conflito com a linha oficial do PCP. Quando das dissidências partidárias do final dos anos oitenta, do início dos anos noventa e do início dos anos 2000, Ruben de Carvalho manteve-se sempre ao lado das posições do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal. Próximo de Carlos Carvalhas, secretário-geral entre 1994 e 2002, Ruben de Carvalho foi também próximo do actual secretário-geral, Jerónimo de Sousa.
Como dirigente comunista, foi um defensor de que o PCP fizesse o acordo com o PS, em Novembro de 2015, que permitiu a viabilização parlamentar do actual Governo de António Costa.

Jornalista desde os anos sessenta do século XX, Ruben de Carvalho especializou-se também em história do fado, tendo publicado um livro sobre o tema.
Assumia com clareza que o seu perfil não se adaptava ao necessário, já que se via como talhado para funções mais executivas. Daí ter aceitado ser candidato à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas intercalares na capital. Foi aí que conseguiu alguns consensos com o então eleito presidente da Câmara pelo PS, António Costa, que conhecia já bem na altura, até porque o actual primeiro-ministro é filho do escritor Orlando da Costa, que foi militante comunista.
Nos últimos anos, mantinha na RDP1 o programa “Radicais Livres”, onde debatia temas de actualidade e gerais com Jaime Nogueira Pinto.

O PCP acaba de emitir um comunicado, onde "lamenta profundamente o falecimento do camarada Ruben de Carvalho e apresenta as mais sentidas condolências à sua família, em especial à camarada Madalena Santos, sua companheira de vida e luta."

As motas excitam a vida a ser vida na vida?..

Casimiro Terêncio:

"A Câmara ao atirar os 2500 motards para o Touril, Malta do Viso, prejudicou seriamente os nossos empresários da Restauração que pagam impostos cá e estão cá a aguentar o Inverno, numa terra desertificada nessa altura do ano e no Verão, quando podiam ganhar algum a Câmara prega-lhes este tipo de diabruras!"

Um discurso surpreendente no 10 de Junho

João Miguel Tavares

“A falta de esperança e a desigualdade de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados, incapazes de acreditar num país meritocrático. Esta perda de esperança aparece depois travestida de lucidez e rapidamente se transforma numa forma de cinismo. Achamos que temos de ser pessimistas para sermos lúcidos, que temos de ser desesperançados para sermos realistas, que temos de ser eternamente desconfiados para não sermos comidos por parvos”.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

O estado a que a Figueira chegou...

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Dia de Portugal

Portugal

Combatamos, pois, o medo. Sejamos cidadãos de corpo inteiro. Sejamos melhores portugueses. Onde quer que estejamos.

"Porque na sociedade portuguesa actual, o medo, a reverência, o respeito temeroso, a passividade perante as instituições e os homens supostos deterem e dispensarem o poder-saber não foram ainda quebrados por novas forças de expressão da liberdade.
Numa palavra, o Portugal democrático de hoje é ainda uma sociedade de medo. É o medo que impede a crítica. Vivemos numa sociedade sem espírito crítico – que só nasce quando o interesse da comunidade prevalece sobre o dos grupos e das pessoas privadas. (...)
Portugal conhece uma democracia com um baixo grau de cidadania e liberdade".
– José Gil, Portugal, Hoje – O Medo de Existir, Relógio D'Água, 2004, pp. 40-41, via Delito de Opinião.

domingo, 9 de junho de 2019

O incómodo de Constâncio...

"Vítor Constâncio alterou e deturpou toda a verdade"

Para o Senhor Doutor Vítor Constâncio, exigir a verdade deve ser, neste momento, um incómodo, algo que ninguém merece. Mas, tal como a dor, há verdades mais úteis do que outras. Contudo, por vezes, usar subterfúgios pode ser ocultar. Até mesmo mentir...

Liga das Nações em futebol...

Portugal encontrou e eliminou a Suíça na meia-final da final four.

É hoje. Noventa minutos, uma bola, onze jogadores para cada lado incentivados por uma multidão em extâse, uma massa exultante que se vai dividindo e esmorecendo, enquanto o tempo decorre e na proporção dos golos metidos nas respectivas balizas. E é isto o futebol.
Por aqui  todos esperamos que Portugal derrote a Holanda. Parece que, para a maioria, é um jogo importante. Para mim é,  apenas, um jogo de futebol. Visto por um outro prisma, um jogo de futebol de duas equipas que representam dois países.
A derrota da Holanda será a oportunidade perfeita para aguçar o ressentimento dos holandeses contra os portugueses. 
Espero que assim não aconteça. O povo português não deve ser confundido com os seus governantes.
Não gostaria que me confundissem com o Costa. Costa não é Portugal, nem Portugal os portugueses.
Logo mais, aconteça o que acontecer, não esqueçam: o futebol são onze gajos de cada lado e uma bola.
Logo mais aconteça o que acontecer, os portugueses vão continuar na mesma: a ter  uma vida de merda. 
Sim, porque para a maioria, se isto não é uma vida de merda, é uma merda de vida. 

E depois do adeus a Buarcos...

Há problemas no paraíso?..

Costa e a prioridade da corrupção

"António Costa já percebeu que o tema pode pegar e fez o que os políticos habitualmente têm feito nesta matéria: prometeu qualquer coisa. Desta vez, veio dizer que, na próxima legislatura, combater a corrupção será uma prioridade
É espantosa esta declaração. 
Ela tem implícito o reconhecimento de que o partido que viu ser preso um antigo líder, que enfrenta um dos mais graves processos judiciais de toda a história de Portugal, que continua a ter autarcas, deputados, ex-ministros e ex -secretários de Estado envolvidos em investigações, não fez do combate à corrupção uma das suas principais prioridades."

sábado, 8 de junho de 2019

Em 2007, "tivesse o líder do BCP sido escolhido livremente pelos accionista"...

Depois do silêncio, uma inaceitável intervenção


"Neste dossier nada faz sentido. No Banco de Portugal, mas também na actuação do Governo. Qualquer accionista consciente ficaria preocupado se o presidente e dois administradores de uma empresa saíssem directamente para dirigir a principal concorrente. Sem passarem por um período de nojo, Santos Ferreira e os dois elementos que o acompanham levam naturalmente da CGD para o BCP os segredos, os planos, a estratégia, os negócios, a forma de cativar os clientes mais importantes.
O apoio dado pelo Governo a esta transferência mostra a escala de valores com que estamos a lidar: é importante ter gestores amigos no BCP, nem que para isso seja preciso sacrificar o valor do banco do Estado. Isto não é um comportamento normal de um accionista.
Este é um caso em que a mão invisível do mercado teve pouca ou nenhuma importância. Já a mão manipuladora do Estado foi muito visível, condicionando fortemente as decisões que deviam ter sido tomadas pelos accionistas."

Resumo da semana...



Via Paulo Pinto


"Festa da Sardinha voltou ao Coliseu.Depois de uma enorme afluência no primeiro dia - sexta feira, continua hoje.A sardinha servida aos comensais era excelente."

Um mito urbano acerca de mim que tem de ser desmascarado: gosto de política e dos políticos...

Considero a  actividade política exigente, nobre e importante. Por uma razão simples: tem consequências na vida de todos nós.

O desenvolvimento de um país, uma região, um concelho, uma aldeia, está intrinsecamente ligado à qualidade da governação.
Daí a importância da qualidade dos  políticos que escolhemos, pois é ela que determina, de forma muito significativa, a qualidade da democracia e o consequente desenvolvimento social e económico. 
A intervenção política dos políticos que passaram pela governação do nosso concelho foi  de tal forma importante e consequente na vida de todos, que os resultados são facilmente visíveis por nós. Basta estar minimamente atento.

Por isso, sou exigente e reivindicativo. Aos políticos exijo rigor e exigência na gestão da "coisa pública". Não é mau feitio: é o sagrado dever do exercício da cidadania.
No mínimo, espero dos políticos visão, conhecimento e a capacidade de trabalho. É deles que a capacidade de sonhar, a confiança, o exemplo de trabalho, entrega e rigor deve partir. Espero também que sirvam e não se sirvam. A ética terá de estar presente na forma  como gerem a "polis".
Espero, ainda, que sejam incorruptíveis e consequentemente imunes a influências ou benefícios materiais ou de estatuto. É a sua independência relativamente a domínios que não sejam o estrito cumprimento da defesa dos interesses do povo, que asseguram a tão ambicionada qualidade da democracia e governação e consequentemente do desenvolvimento e coesão económica e social. Desde muito novo aprendi (e jamais esqueci...) que não há outro princípio de liderança que funcione que não assente na liderança pelo exemplo.
Lamentavelmente temos vindo a assistir à desvirtuação desses princípios.
A vida política figueirense está cheia de favores, amiguismos e interdependências. Entre políticos. Entre os políticos e o poder económico. E entre os políticos e muitos outros interesses, nomedamente o futebol e o carnaval...

É aos políticos, por serem isso mesmo – políticos -  a quem mais se tem de  exigir. 
Nunca me esqueço que, nas campanhas eleitorais, são eles que fazem promessas ao povo, que é ao povo que imploram pelo voto,  povo esse que  deveriam respeitar e representar depois de graças ao povo, dado por esse povo, ascenderem ao poder. 
Na Figueira, uma democracia de qualidade exige, de todos nós, a começar nos políticos, novos modelos de comportamento, ética e transparência. 
Os políticos podiam dar um sinal: retomar as reuniões de câmara à porta aberta ao povo e aos jornalistas. 
Era um pequeno pormenor, um pequeno sinal, um pequeno passo no muito caminho que há percorrer para desbravar e desenvolver para alcançarmos a desejada  evolução da democracia figueirense.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Constâncio...

"CGD: Vítor Constâncio, acusado de omitir factos no Parlamento, vai voltar a ser ouvido".

Desejavelmente, espera-se já com a memória recuperada. 
O que não vai ser nada fácil: os Portugueses não têm memória, só têm saudade.

Falta de memória, ou a falta de vergonha?..

Vítor Constâncio reage: “Não tenho memória” de dar luz verde ao empréstimo de Berardo...

Assim é que é bonito: tudo fica bem quando acaba em bem...

A crónica de hoje no jornal Diário as Beiras.

Parque Verde quer ser um grupo de pressão. Será que aguenta?..

Ainda a "Leslie"...

PCP/Figueira preocupado com possíveis incêndios exige medidas céleres por parte do ICNF

“Avolumam-se as preocupações sobre a enorme massa de material altamente combustível que permanece no terreno, ainda resultado da catástrofe que se abateu sobre o concelho aquando da tempestade Leslie, em outubro passado. Preocupa-nos sobremaneira pensar no que poderá vir a acontecer se um qualquer foco de incêndio deflagrar, vindo encontrar condições favoráveis à sua propagação, podendo provocar nova tragédia de consequências imprevisíveis”, alerta em comunicado a Comissão Concelhia da Figueira da Foz do Partido Comunista Português.
Assim, o PCP apela às populações “para que se mantenham atentas e vigilantes, exercendo o seu direito de pressionar as entidades com responsabilidade nestas matérias, nomeadamente órgãos autárquicos e serviços de Protecção Civil”.
A concelhia comunista solicita à Câmara Municipal da Figueira da Foz “no sentido de tomar urgentes providências, nomeadamente exercendo influência e exigindo medidas céleres por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e eventualmente por parte de outros serviços com autoridade sobre o sensível problema em questão”.

A política ainda pode surpreender?..

Ideias com potencial - o fungagá da bicharada


“Há características mais humanas num chimpanzé ou num cão do que numa pessoa em coma” André Silva, PAN 

Via O Sítio dos Desenhos
"O amor dos animais contém muito da desaprovação pelos seres humanos e é próprio dum melindroso estado de revolta que não encontrou a sua linguagem", dizia Agustina num dos seus sibilinos, prescientes, certeiros e lapidares aforismos.
Aquilo a que todos os media, e até o Marcelo (!), embevecidos, deram graças por não ter chegado a Portugal, afinal chegou. Ou melhor, sempre cá esteve – apenas não tinha encontrado ainda a sua linguagem. Esse larvar e melindroso estado de revolta, que alastra por toda a Europa e pelo mundo, achou em Portugal, no sentimentalismo do amor à bicharada, a linguagem de uma nova moral destituída de empatia pelos seus semelhantes. Uma moral sem culpa, mas de frémitos totalitários e ânsias censórias e proibicionistas.
O homem-comum-que-não-lê, o desinformado convicto, o apolítico de nascença (ou por vocação), o pobre-de-direita, as misses a concurso, o público do correiodamanha e a plateia da crestina já têm um novo deus; e André Silva é o seu profeta. 
Eis por fim a res pública sem ideologia - só com (bons) sentimentos. De fácil adesão porque sem compromisso. O sonho húmido dos idiotas de todos os tempos; o delíquio da estupidificação; o ideal cumprido da maioria silenciosa - Abaixo a esquerda! Abaixo a direita! - Viva toda a bicharada!

OUTRA MARGEM, um espaço com memória...

Estávamos em 30 de Setembro de 2016...

"O coreto do Jardim Municipal, uma das obras do regime a concretizar..."




Só mudou um pormenor: em vez de Ataíde, vai ser Monteiro a inaugurar. Afinal, estava tudo previsto!..