domingo, 3 de junho de 2018

Demasiadas sombras

"Foram importantes, a tomada de consciência do grave problema demográfico com que o país se depara, bem como a afirmação da necessidade de se melhorar a qualidade de emprego e de se criarem condições para conciliar a vida profissional e familiar. Estes objetivos, num contexto em que se conseguiu alguma descredibilização das "vantagens" da pobreza forçada, da precariedade e da emigração da juventude, deviam ser assumidos na sua plenitude. Entretanto, de imediato foi criado um cenário da sua desvalorização através de medidas anunciadas no "Acordo de Concertação Social" que o Governo, as confederações patronais e a UGT celebraram.

Travar a emigração e permitir o regresso de milhares de jovens que estão no estrangeiro e aqui fazem falta exige mudanças profundas, que causarão inquietação e perdas a patrões que espremem sem limites o fator trabalho; não se coadunam com as recomendações crónicas das instituições europeias; impõem bem mais que umas pequenas migalhas para os trabalhadores. E o combate à precariedade e a dinamização da contratação coletiva reclamam mais poder real para os trabalhadores e as suas organizações coletivas, nas empresas e serviços. No "Acordo" constatamos, por agora, a sua representação duvidosa, o aplauso da Direita e o tecer de condicionalismos à maioria parlamentar que sustenta o Governo. E vamo-nos interrogando sobre o que haverá de verdadeiro entre um certo "jogo de sombras" que veio a público e as implicações concretas de cada medida adotada.

A convergência dos nossos salários com os dos europeus não se alcança com acordos de encanar a perna à rã, tanto mais que tal objetivo está fora da agenda da União Europeia (UE).

Da "Europa" vêm hoje muitas sombras com impactos fortes em Portugal: as turbulências em Espanha e Itália; o euro encalhado e as pretensas reformas abandonadas; a guerra comercial à "Europa" declarada por Trump, com objetivos que incluem ataque ao setor automóvel alemão; avanços da extrema-direita em vários países; aplicação de políticas neoliberais que destroçam direitos laborais e sociais.

Os ideólogos liberais sempre pensaram o processo de integração europeia como uma libertação dos capitais e das mercadorias (e menos das pessoas) de todos os entraves e fronteiras. O comissário europeu Gunther Oettinger disse, a propósito da situação política em Itália, que "Os mercados ensinarão os italianos a votar bem". É um comentário desastroso mas revelador dos perigosos rumos trilhados pela UE. A rejeição da soberania "dos mercados" por parte dos eleitores tende a ser cada vez mais um facto, no quadro de uma UE bloqueada e de políticas nacionais que não respondem aos justos anseios das pessoas. Estes bloqueios alimentam o crescimento de forças de extrema-direita. Preparemo-nos contra todas estas sombras.

Em Portugal precisamos de seguir objetivos que o secretário-geral do PS enunciou. Governar por essa via é trabalhoso e difícil, mas foi assim que os portugueses respiraram melhor nos últimos três anos. Faça-se debate político sério, designadamente sobre o conteúdo e objetivos estratégicos do "Acordo de Concertação Social", se não queremos que tudo isto acabe num sufoco."

daqui

Bom domingo... E viva o Sporting.

Chato, foi Rui Patrício ter avançado para a rescisão...
Mas, a vida tem dias assim...
Fica um "alerta sobre saúde, em especial mental..."
"Adoro futebol, sou apaixonado pelo Sporting clube de Portugal, mas prefiro discutir o que se passa dentro das quatro linhas, a ter que formar juízos de valor sobre o comportamento das pessoas sob a influência de outro tipo de linhas. Algumas substâncias psicotrópicas como a cocaína produzem um efeito estimulante, fazendo com que a pessoa fique “ligada”, eufórica, mas também facilmente irritada, ansiosa e paranóica, psicótica, por vezes alucinada, o que a leva por vezes a um comportamento errático ou bizarro. O que é incompatível com o desporto".

sábado, 2 de junho de 2018

"O cartão de visita do novo Cabedelo"

O projecto de iluminação da Praia do Cabedelo foi apresentado, ontem, nos paços do concelho do munícipio da Figueira da Foz.
 “O surf encaixa-se no âmbito da nossa estratégia”, disse na oportunidade João Ataíde, conforme se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS. E acrescentou: “O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”. Por isso, será alvo de uma “intervenção minimalista”.
Deve ser por isso, que a autarquia vai investir mais de dois milhões de euros...
 “Não estamos a apresentar nada de novo, apenas estamos a cumprir um sonho antigo dos surfistas da Figueira da Foz (o de surfar à noite)”, disse Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo e subscritor da proposta de iluminação da praia. 
Por sua vez, o presidente da Junta de São Pedro, António Salgueiro, afirmou aos jornalistas, que a iluminação da praia será “uma mais-valia” para a freguesia. 
Tudo banalidades. É  asssim que o Cabedelo continua a ser tratado: como uma coisa banal. Ao sabor dos interesses do momento.
Pois eu gosto de poesia. 
Aprecio no Poeta a capacidade de nos maravilhar e de nos fazer pensar. 
Com o tema mais banal, com o facto mais comum, com a ideia mais prosaica eles conseguem que sonhemos, que nos interroguemos e que consigamos manter a capacidade de espanto.
Foi o que me aconteceu com esta imagem, convencional, que alguém me sugeriu  ser "o cartão de visita do novo Cabedelo".
Esta foto, faz-me lembrar tempos em que eramos não convencionais e um pouco rebeldes. 
Tempos em que pensavamos (o Eurico era um deles...) que podíamos "mudar" o Cabedelo... 
E sabem uma coisa? 
Acho que tínhamos razão! 
Nós podíamos e devíamos ter "mudado" o Cabedelo, mas, alguns, desistiram cedo demais...
Fazemos parte de um uma Figueira complicada, mas gira! 
Este não conformismo, esta rebelião inconsciente anárquica agrada-me. 
Porém, sabe-se lá porquê, nem sempre vejo o espírito contestatário dirigido adequadamente contra o Poder...
“O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”...
Isso, no fundo, é o importante.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

CAOS


PARA OS AMIGOS TUDO. PARA OS OUTROS CUMPRA-SE A LEI. A NOSSA...

Via AS BEIRAS

Que pena não estar na Figueira...

A iluminação do mar, na praia do Cabedelo da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017. O projeto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.

"Surf iluminado", é uma crónica de José Fernando Correia, publicada ontem no jornal AS BEIRAS. Passo a citar.
"Está anunciada para amanhã a apresentação pública do projecto de iluminação da praia do Cabedelo, tornando-a apta para a prática do surf e de outros desportos durante a noite. O arrojo do projecto parece-me assinalável e pode constituir um importante elemento de atracção para aquele espaço, com a vantagem de ocorrer em “contratempo” com a sua fruição clássica, de perfil diurno. Também não ignoro que o funcionamento, em concreto, da infraestrutura terá de estar rodeado de todos os cuidados, sobretudo no que toca aos aspectos relacionados com a regulação dos períodos de utilização e respectiva segurança. Como é sabido, a ideia resulta de uma proposta apresentada no contexto da 2ª edição do Orçamento Participativo e que, apesar de não ganhadora, foi acolhida pelo executivo municipal e integrada no respectivo programa de acção, no quadro mais geral da intervenção de fundo prevista para o Cabedelo. Este aspecto é da maior relevância e enfatiza as potencialidades do orçamento participativo enquanto plataforma organizada de lançamento de ideias e não exclusivamente enquanto concurso de corrida aos votos neste ou naquele projecto. Mostra também que não há uma contradição insanável entre o regime geral da democracia representativa e a vigência de fórmulas de democracia directa. Ao contrário, como agora se demonstra, eles podem até ser complementares. Os cidadãos sinalizam as suas preferências e cabe depois ao executivo municipal aquilatar da sua bondade e da sua integração nos seus planos de acção. Boas ondas!"

Nota de rodapé.
Recorde-se: o projecto para a iluminação que tornará possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Que família tão simpática...

... as relações estão em tal sintonia, que o governo até "cede" a Angela Merkel para se reunir amanhã com Rui Rio ...

Importante é o poder...

Na última reunião de câmara, realizada na passada segunda-feira, 28 do corrente mês de Maio, Miguel Babo, vereador do PSD, conforme a edição de ontem do Diário de Coimbra, teceu críticas ao estado "sujo" em que se encontram os "jardins públicos e a cidade", pedindo que João Ataíde desse o pelouro à oposição que poria "a cidade num brinco".
"E, paulanitamente, tomavam o poder", respondeu  o presidente da Câmara...
Para o presidente da Câmara da Figueira da Foz, importante não é a qualidade de vida dos munícipes.
Importante é o poder, essa coisa difusa e longínqua para os cidadãos. 
O cidadão raramente conhece os caminhos para a solução dos seus problemas. O poder é aquela entidade abstracta (apesar desta democracia e por causa dela), que julgamos capaz de os resolver. E, assim, ele permanece igual a si próprio, apesar das sucessivas eleições.
É preciso saber o que queremos para nós e para os outros. 
As opções são cada vez mais claras... 
E, sobretudo, necessárias! 
Não nos podemos refugiar na impotência, pois no fim de contas somos nós que temos o poder... 
Se, alguma vez, decidirmos assumir usar esse poder!

Na Figueira de hoje há quem tenha receio do futuro programado por esta maioria absoluta...

Isabel Maranha Cardoso, ontem no jornal AS BEIRAS.
"Vejo assim com muito receio (oxalá me engane) o conjunto de intervenções inscritas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). Olho a Av. do Brasil meia entaipada… Penso no traço com que José Jordão a rasgou, dando dignidade à cidade de frente de mar. Lembro Aguiar de Carvalho, prolongou-a em 2 faixas até ao Cabo Mondego, conferiu-lhe estatuto de Av. Marginal mas manteve a coerência e a contiguidade com a Av. Brasil. Mas o muro que a ladeia, já foi trocado por betão na curva da Muralha! Desprezou-se a visibilidade para o mar e a histórica leitura das ameias dos Fortes, Santa Catarina e Muralha de Buarcos! Penso então … o que virá por aí agora?!"

terça-feira, 29 de maio de 2018

Se bebeu, não comente!..

A ironia é o perfume da inteligência...

Que merda...

Está tudo a acontecer no Cabedelo!..

A veia febril da imaginação está a jorrar abundantemente. 
Espero que ninguém venha a morrer de hemorragia...

Está a acontecer algo que não terá retorno: a transformação do Cabedelo está em movimento por acção das obras humanas...

«A cerimónia de apresentação pública do projecto de iluminação do Cabedelo terá lugar no próximo dia 1 de junho, sexta feira, pelas 15h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Figueira da Foz.
O presidente da autarquia, João Ataíde, destaca a importância deste projecto “no quadro de uma estratégia de capitalização das potencialidades naturais do concelho e de diferenciação positiva nas estruturas de lazer, entre outras”.
A obra em questão está incluída na intervenção global prevista para o Cabedelo (freguesia de S. Pedro), terá início em setembro próximo e durará 12 meses, tendo o custo de 2.640.000€.
Sete torres de iluminação e 21 projectores estão contemplados “num ambicioso mas rigoroso projecto de electrificação que atendeu às condições de humidade e outras próprias do contexto de praia marítima, salvaguardando a segurança de pessoas e animais e preconizando uma iluminação nocturna confortável e apelativa, numa extensão de 50m a contar da linha do molhe”, adianta a autarquia figueirense para quem a iluminação da Praia do Cabedelo “irá permitir a prática nocturna de surf e bodyboard, capitalizando a belíssima paisagem e condições naturais favoráveis a estas modalidades”.»

Via Figueira na Hora