Nasci nesta rua, no sítio da actual casa nº. 103, a primeira da esquerda para a direita, a casa do poço do Tzé Maia.
A casa, à época, era uma habitação térrea e pobre de madeira, cheia de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada ...
A casa, à época, era uma habitação térrea e pobre de madeira, cheia de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada ...
Nasci por
causa e graças a eles. O
meu pai pescador - do bacalhau, do arrasto, da traineira, do rio. A
minha mãe varina - de todo o peixe.
Ambos,
descendentes de ílhavos lutadores que vieram, a seguir às invasões francesas, para sul do Mondego em busca de ver vida melhor.
Nasci, estava a despontar o ano de 1954.Na altura, a gente da Aldeia sonhava com peixe, sem pensar na exploração, antes em trabalho certo, que lhes permitisse dar de comer às famintas bocas que estavam em casa.
É
possível que estas miudezas, pessoais e históricas, para alguns,
interessem pouco.
A
Cova e Gala da minha infância foi sempre a das casas térreas e
pobres de madeira, cheias de aberturas nas paredes, por onde no
inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada .
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, continuei a guardar a memória da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala “da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, continuei a guardar a memória da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala “da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.