quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

“Socialismo” é bom, mas tem de permanecer na gaveta…

“Francisco Assis defende que se o PS ganhar as eleições sem maioria absoluta, deve coligar-se com os partidos de direita.”

Grândola Vila Morena ... o porquê a canção de Abril


Conto esta história na primeira pessoa, porque é a narrativa de uma experiência de vida difícil de esquecer…
Há quem pense que foi a letra que fez do “Grândola” a canção escolhida para “senha de avanço” na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, que foi o poema ou a figura de José Afonso, per se… mas não… se tudo isso pesou, e pesou decerto, a composição do Zeca tornou-se o símbolo da revolução dos cravos por um significado maior, que adquiriu menos de um mês antes. Foi num acontecimento em que participaram muitos portugueses, de forma espontânea, mas que passou relativamente despercebido na comunicação social de então, nesses tempos em que a Imprensa, para falar de certas coisas, tinha que fazê-lo “nas entrelinhas”…
Estava-se em Março de 1974.
A Casa da Imprensa organiza, no Coliseu dos Recreios, o “Primeiro Encontro da Canção Portuguesa”.
Quase não aconteceu, porque a necessária autorização nunca chegou. Segundo declarações de José Jorge Letria à Visão, trinta anos depois, “O regime já estava nitidamente em fase de implosão. Quiseram derrotar-nos não com uma proibição do Festival, mas com uma não-resposta. Até ao dia do espectáculo ainda não sabíamos se tínhamos, ou não, autorização. Por volta das 17 e 30 do dia 29, quando cheguei ao Coliseu, já havia muita gente à volta, e ao fundo da Avenida da Liberdade lá estava a polícia de choque… estava a desenhar-se ali um confronto!”
O ambiente no país era tenso: menos de duas semanas antes tinha ocorrido o golpe frustrado de 16 de Março, a censura dominava.
Eu trabalhava então como repórter free-lancer para o programa “Limite” da Rádio Renascença (o tal que tocou o “Grândola Vila Morena”) e fazia em média seis reportagens de exteriores por semana, com não mais que uma a passar as malhas da censura.
Nessa noite, fui ao Coliseu, armado de gravador e uma grande vontade de ouvir as vozes que os censores da rádio baniam.
O ambiente era quente, a despeito de uma primavera ainda fria… os bilhetes tido sido todos vendidos e houve quem ficasse à porta. O Governo fez deslocar para o Coliseu muitos agentes da ex-PIDE, que então se chamava DGS, misturados com os espectadores.
A primeira coisa que vi quando cheguei foram dois cavalheiros da censura a verificar as letras do que ia ser cantado – o visado era Adriano Correia de Oliveira, depois seguiram-se todos, sem excepção – o Zeca lá conseguiu ordem para cantar o Milho Verde e uma música alentejana que não pareceu perigosa aos senhores do lápis vermelho, o “Grândola”
Do palco, a música abraçou um Coliseu com cerca de sete mil pessoas.
Ali estiveram Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, Pedro Almeida, Fausto, Barata Moura, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso, Carlos Paredes, José Jorge Letria e Manuel Freire.
Tudo foi normal até à chegada ao palco do “cantor andarilho”. Zeca cantou o Milho Verde e a plateia pediu as canções que mais gostava… “Os Vampiros”, foi um grito que ouvi várias vezes.
Nessa altura, decidi sair dos bastidores e fui para a plateia, gravar tudo mais de perto.
José Afonso ia dizendo que não podia cantar o que o público queria… “Não pode ser, percebam… vamos cantar outra coisa”…
Foi então que se começou a fazer História.
Zeca cantou o Grândola. A meio, a plateia juntou-se-lhe, depois o resto do Coliseu, e também os artistas que tinham estado em palco – voltaram, deram-se braços, cantaram juntos, numa fila que enchia a boca de cena.
A canção estava no fim, por essa altura… e foi natural que nem chegasse a terminar, recomeçando agora a sete mil vozes!
Eu corria de pessoas em pessoa, recolhendo testemunhos que não conseguia ouvir, microfone encostado às bocas…
O som era avassalador, uma música simples, uma letra que todos sabiam, sete mil peitos em riste… até àquilo que foi a mais impressionante manifestação espontânea que assisti em toda a minha vida!
Já o Grândola ia em fins de segunda volta, aconteceu o inesperado…
… a certa altura, em vez de a música continuar alentejana, o próximo verso foi o primeiro do Hino Nacional – assim, sem pausa, sem transição, sem que ninguém tivesse dito nada… parece que foi um sentimento colectivo que sete mil pessoas tiveram!
Grândola Vila Morena transformou-se em Heróis do Mar e foi cantado da primeira à última estrofe, sete mil portugueses de pé a fazer vibrar a sala com o hino da pátria amordaçada, numa repentina liberdade assumida ali e então.
Nada poderia ter sido mais claro, nenhum grito faria mais sentido.
Foi um momento que ficou escrito em letras de memória para quem lá esteve, um momento inolvidável, uma pedra de História.
Tinha nascido a razão maior por que “Grândola Vila Morena”, menos de um mês depois, se tornaria a escolha natural para uma senha que iria abrir as portas a um pais novo!»

Pedro Laranjeira

As carreiras...

“Tenho uma carreira, tenho uma vida para além da política.”
Um dia destes ouvi isto a um apoiante confesso de Miguel Almeida -  Teo Cavaco de seu nome. Há anos, curiosamente, ouvi a mesma frase proferida por António Tavares -  neste momento, vereador a tempo inteiro no executivo do dr. João Ataíde…
Um  gajo como eu ouve estas coisas e percebe que faz bem em não se meter na política...
Nas campanhas eleitorais diz-se tudo e mais alguma coisa… Às tantas, ainda era acusado por não ter uma carreira…
Atrapalhava qualquer um (Miguel Relvas não conta,  é a  excepção …), embora, no meu caso, não por ser mentira, mas, antes, porque seria uma certíssima afirmação.
Nem todas as profissões -  seguir aquilo em que se acredita -  permitem a profissionalização. Às vezes, são apenas a resposta a uma vocação. A uma vontade. À satisfação de um gosto. Enfim, a uma realização pessoal.
Isso, claro, só tem valor para o próprio. O resto, o tal viver disso, já exige dos outros validação e reconhecimento traduzido em contratos e salários.
Seja como for,  todas as carreiras profissionais acabam da mesma maneira: normalmente, acabariam  na reforma - é certo que, algumas delas, doiradas... (Bom, já não é bem assim: nos tempos que correm, podem também desembocar no desemprego…)
Já aquilo que se é, na essência,  é-se enquanto a vida dura e a despeito da actividade pró “money”...

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)

Miguel Almeida anda hiperativo, agitado, frenético…
É nas freguesias, é nos jornais, é  na rádio, é na internet e noutros filmes...
Mas,  até ao momento, pelo que ouvi e li, nada ainda exprimiu que suscite um debate, um sobressalto, uma inquietação, uma expectativa sobre a Figueira e a resolução  dos seus reais problemas.
Entretanto, a cerca de 7 meses das autárquicas,  Ataíde (apesar da verdadeira oposição – a que vem do interior do PS figueirense...), a CDU, o BE e o CDS  continuam a descansar…

Selecção natural

«Cruel ironia. Na semana em que o Primeiro-Ministro descreve a economia portuguesa com mais uma das suas fórmulas trôpegas (“a selecção natural das empresas que podem melhor sobreviver está feita”), ficamos a saber, pelo Público, que nove empresários da restauração se suicidaram nos últimos três meses e 11 mil empresas do sector foram à falência. José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, acrescenta que se trata muitas vezes de “microempresas de cariz familiar, e por isso as consequências são ainda mais gravosas”. O Governo, entendamo-nos, não pode ser directamente responsabilizado por estas mortes. Mas a frieza dos números mostra a realidade, na vida das pessoas, do “processo de ajustamento” que Passos quer fazer passar por natural, inevitável e certo como uma lei da ciência. Vivemos acima das nossas posses? Pois agora morremos abaixo das nossas posses. As espécies, quando não se adaptam, extinguem-se, lá dizia o Sartre.
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
 A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»

Daqui

«Conversas da Bijou»...

O ciclo arranca hoje, dia 20, pelas 21h00, com o  figueirense Miguel Babo.
Mais pormenores aqui.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

RELVAS, um ministro para a "estória"..

Os 19 presidentes de junta das freguesias que compõem o concelho de Cantanhede uniram-se para lutar, e travar, a reforma do território que o Governo quer implementar. Como tal, decidiram defender as suas freguesias até às últimas instâncias. Ontem, deram a conhecer que estão a preparar uma providência cautelar a que, conforme adiantaram ontem, “se seguirá a respetiva ação judicial”...

via AS BEIRAS

Lídio Lopes e António Tavares a carne para canhão do PSD e PS figueirenses?..


Penso que toda a gente  sabe o que a Figueira já fez pelas carreiras políticas de Miguel Almeida e  João Portugal…
Mas, será que alguém sabe o que Miguel Almeida e João Portugal  podem fazer pela Figueira?..

A lábia de Relvas…


O ministro dos Assuntos Parlamentares foi interrompido,  por cerca de duas dezenas de pessoas, quando discursava no Clube dos Pensadores. Os manifestantes,  que cantaram «Grândola Vila Morena», exigiram a sua demissão e gritaram «fascistas nunca mais», «gatunos» e «demissão».
Face ao desempenho de Relvas, desta vez como cantor, é espectável – caso seja possível ultrapassar  as “razões financeiras”  -  que seja  ele a representar Portugal no próximo festival  Eurovisão da canção…

Em tempo. 
Este post foi actualizado às 12 horas de hoje (19.02.2013) com o vídeo.
Por mais que me esforce, não consigo compreender o que terá passado pela cabeça do Relvas, ao pretender cantar com uma voz daquelas… Figura mais parva não conheço… Mas, o sucesso, vai ser efémero…

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)

Na foto, sacada daqui:  Jot Alves,
Joao Filipe Carronda Antunes, Teo Cavaco e Antonio Jorge Pedrosa.

Escutado ontem, no Câmara Oculta (FMR).
Cito de memória: “tenho uma carreira, tenho uma vida para além da política. Apoio Miguel Almeida porque tem um projecto novo para a Figueira” - Teo Cavaco, que, pelos vistos,  ao que percebi (foi a primeira vez que ouvi o programa), é comentador residente (os outros são António Jorge Pedrosa e João Carronda), e apoiante e crente da candidatura de Miguel Almeida às próximas autárquicas na Figueira da Foz.
Não conheço pessoalmente Teo Cavaco – é apenas meu amigo no facebook – mas pareceu-me que apenas está com Miguel Almeida porque,  a seu ver,  este político apresenta  um projecto novo para a nossa cidade e para o nosso concelho, com ideias  que lhe merecem respeito...
Para mim,  respeitável, é algo exigente  em política. A saber.
      1.       Há aqueles homens e aquelas mulheres que são políticos respeitáveis,  apenas (o que não é pouco) porque, como seres humanos,  são merecedores de respeito, embora não votemos neles.
      2.       Há aqueles homens e aquela mulheres que são respeitáveis,  porque se tornam políticos  suficientemente excepcionais e motivadores para nos convencerem a votar neles.
      3.   E, depois há os outros e outras: aqueles homens e aquela mulheres que, quer como seres humanos, quer como políticos, não são respeitáveis.

O problema de Miguel Almeida  é ser um político  respeitável, a meu ver,  apenas pelo ponto 1...  Mas, admito -  lá para outubro os figueirenses  o confirmarão -  posso estar enganado…

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Relvas volta a pôr sobre os ombros das gerações mais velhas a responsabilidade da falta de emprego para os que agora tentam entrar no mercado de trabalho…

Estamos muiiitissimo bem entregues e com rumo definido e seguro...

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)



Esta Figueira, está a pagar o  preço de sermos dependentes, tementes e subservientes – não todos, mas como colectivo.
Um concelho  de homens livres prospera; um concelho de gente subserviente definha.
Temos, exacta e friamente, aquilo que merecemos – não individualmente, mas como colectivo.

Irraaaaaaaaaaaaa… Estou farto: “quer factura, dê-me o número de contribuinte”…

1. Eu não solicito nem quero factura,  a não ser que me sirva para alguma coisa…
2. Se o Estado me quiser contratar como fiscal, estou aberto a propostas. Pode contactar-me por mail. Oferece  condições, eu analiso  e logo vejo se a proposta me interessa...
3. Para mim,  à partida, todas as pessoas, incluindo  os comerciantes,  são honestas.
4. Se  a fiscalização não está a ser bem  feita, isso é por culpa de quem deveria ter a responsabilidade de realizar  tal  trabalho.
5. Se são ineficientes ou insuficientes, isso é lá com os cérebros que mandam neste país muito mal frequentado.
6. Mão de obra barata não deve faltar…  (tenho ouvido dizer que estamos com uma taxa de desemprego bastante em conta…).

…"estamos à beira de uma tragédia social".

Isso, é mais do que seguro...
De boas intenções está o inferno cheio!

No país da imbecibilidade...


X&Q1164