quinta-feira, 29 de junho de 2006

Sabem quem é?



Há quem conviva mal com a crítica.
Quando lhe é apontada uma vulnerabilidade, parte sempre para a ofensiva.
Ao melhor estilo de uma velha máxima futebolística, considera o ataque como a melhor defesa.
Considera, ainda, que todos temos de estar incondicionalmente com ele.
Do seu ponto de vista, a crítica, pode ser tudo, menos salutar.
Portanto, para estar nas suas boas graças, há que estar de bico calado.
Enfim!... É um estilo como outro qualquer.Todos temos a legitimidade de nos defendermos das críticas.
Porém, estamos mal, mesmo muito mal, em sentirmo-nos pessoalmente atingidos com elas.
É próprio do mundo em que vivemos, aceitar ou refutar as críticas.
Não podemos é querer exterminá-las, como se tudo o que fazemos fosse perfeito.
Melhor ainda: bacteriologicamente puro.

Em Portugal, tudo funciona com os impostos de todos.
Portanto , em Portugal tudo pode ser objecto de crítica. Há, porém, que fazer justiça.
Somos dos que entendem – e somos cada vez mais a pensar assim - que o que é realizado, o bom e o mau, não depende apenas de um homem.
Por mais importante que esse homem julgue ser.
Pode ter um ego do tamanho do mundo. Todavia, como qualquer mortal, é susceptível de aplauso ou crítica.
O homem em causa, tem mau feitio, é arrogante, é ditador, é quase intratável e, por isso, temido por muitos.
Em especial, os que têm algo a preservar.
Porém, reconheça-se que não sendo um Deus, muito menos um herói, tem sido um vencedor.
E, isso, tem feito as delícias duma multidão amorfa, acrítica e abúlica.
Goste-se, ou não, é assim o líder.
Sabem quem é?

quarta-feira, 28 de junho de 2006

S. Pedro 2006 começa hoje




................................................................Fotos: Pedro Cruz


Está tudo a postos.
É hoje que tem início o vasto programa que vai decorrer até 3 de Julho.
Para quem gosta há folclore, com a actuação dos nossos Ranchos - o Infantil e o Beira Mar - e a tradicional fogueira de S. Pedro. O petisco é sardinha assada e vinho.
Na nossa Terra, como habitualmente, já cá se encontram muitos emigrantes, que vêm saciar saudades daquilo que, para eles, é importantíssimo: as raízes.
A Festa arranca hoje.
Isso é que é importante.
Folclore, bandas, artistas da rádio, tv e disco e das cassetes piratas, barraquinhas de petiscos e farturas, carrosséis, animação musical com conjuntos de baile, tudo vai servir para animar a malta. Há, também, a componente religiosa com as Missas e a sempre imponente Procissão do domingo à tarde.
A Festa vai arrancar, S. Pedro vai alegrar, a vida vai animar.
Muito se trabalhou. Muito ainda há a trabalhar.
Viva a Festa! Viva S. Pedro, o Padroeiro!...

terça-feira, 27 de junho de 2006

“Mate-se já! ... A valer! ...”




Lá para Dezembro, o encerramento da maternidade parece inevitável! ...
A nossa cidade vai ser espoliada do acto mais bonito da vida: “nascer na Figueira!”
Porquê, então, poupar a morgue?
Se não podemos “nascer na Figueira”, porque haveremos de poder “morrer na Figueira”?
Portanto, “morrer longe, já!...”, pode ser o próximo objectivo a seguir para resolver a crise! ...
A crise existe.
Há que tomar medidas.
Em primeiro lugar está a resolução do défice! ...
A maternidade vai encerrar, por não conseguir 1500 partos por ano! ...
A culpa é sempre nossa! ...
Somos uns malandros: nem procriamos a valer! ...
Então, se uma morgue não consegue 1500 mortos por ano, porque é que deve continuar a funcionar?
Se somos malandros a nascer, temos de ser empreendedores a morrer! ...
Uma morgue não pode ser ridícula. Tem de ter número de mortos a sério.
Para não termos de ir morrer longe, no futuro, só temos uma solução - morrer já e em força!...
Se há futuro para a morte?! ... Temos de salvar o futuro! ... Temos de continuar a poder continuar a “morrer na Figueira”! ...
Sejamos bairristas em tudo. Não só no futebol! ...
Temos de salvar a solvência da Segurança Social! ...
De forma gratuita, aqui fica o meu contributo para a campanha “MORGUE ABERTA”.

“Há mínimos a cumprir
Quer que a morgue da Figueira continue a viver? ..
Mate-se já! ... A valer.
Força! Juntos vamos conseguir! ...”

Presença de S. Pedro na Feira das Freguesias

A Tasquinha

O Rancho Infantil da Cova-Gala

O Rancho Beira Mar da Cova e Gala

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Finalmente, a bandeira azul...













Hoje, 26 de Junho de 2006, foi finalmente içada a bandeira azul na praia da Cova.
Para a posteridade, aqui fica o registo.

“Comemos os laranjinhas”

............
...Foto: Figueira.Net

Na antiga Roma, os imperadores providenciavam, para satisfação do povo, que nunca faltasse pão e circo.
Neste momento, pode faltar o pão, mas mesmo assim os portugueses continuam a gostar de circo.
Nas últimas semanas, apesar da grave situação económica, do acentuado aumento do desemprego, do futuro incerto e das más novas para a segurança social, os portugueses apenas têm olhos, ouvidos, coração, cabeça e tacto para o desempenho da selecção no Mundial.
Isso dá jeito.
Alienados pelo sonho de uma vitória no Campeonato do Mundo, esquecemos os problemas reais.
As ajudas são mais que muitas.
Os media, todos os media, alimentam até à exaustão o sonho.
Na cobertura jornalística deste Mundial viu-se já o impensável.
Chegou-se, mesmo, ao irracional.
Foi tudo ultrapassado pelos jornalistas, até o código de ética e a isenção.
Que diabo, será que a alienação com que se vive o futebol, permite compreender a suspensão do código de ética e a falta de isenção, só porque se está a fazer a cobertura jornalística da selecção nacional de futebol? ...
Os critérios dos jornalistas não podem mudar – aliás, não deviam mudar – consoante o objecto da notícia.
O rigor e a isenção fazem parte da profissão.
Mas será que isso acontece, quando um jornalista para mostrar que tem um coração patriota do tamanho do mundo, termina uma reportagem dizendo sobre um adversário de Portugal, neste caso a Holanda: “é comê-los!”.
Entre o que se diz num café e o que é veiculado por um órgão de informação tem de haver diferença! ...
A responsabilidade não é a mesma.
Adiante... pois, vêm aí os ingleses.
Entretanto, pode continuar a faltar o pão! ...
Mas, agora, alguém pensa nisso?! ...
O importante foi “comer os laranjinhas”! ...

domingo, 25 de junho de 2006

Dois meses a blogar


Eu, blogue covagalense
Desde que apareci
Surgi diferente
Quiseram amarrar-me, fugi

Foram dois meses a incomodar!
Não era minha intenção
Estou aqui pelo coração
Luto por acreditar

Nada há a justificar!
Não estou amordaçado
Luto por ter apanhado
Sou obrigado a lutar

Há sofrimento e espinhos
Cravados na carne do povo
Há homens mesquinhos ...
Há por construir um País novo! ...

Os cravos que outros espalharam
Os de Abril. Murcharam!
Mas há-de florir o Amor
Em Portugal o cravo é a flor! ...

Dois meses a comunicar! ...
Mas esta janela de Liberdade
Construída com amor e vontade
Vai continuar a blogar


(Um agradecimento especial ao Fernando Campos, meu Amigo e talentoso e reconhecido Artista Plástico, pelo desenho original concebido propositadamente para ilustrar este texto)

sábado, 24 de junho de 2006

Rancho Infantil e Mocidade Covense comemoraram aniversários





Com um Convívio realizado no Parque de Merendas de S. Pedro, o Clube Mocidade Covense e o Rancho Infantil da Cova-Gala comemoraram mais um aniversário.
Do evento, com os nossos parabéns, ficam alguns apontamentos fotográficos de Pedro Cruz.

sexta-feira, 23 de junho de 2006

I V24 National Powerboats National Challenge 2006

Foto: Pedro Cruz
Estuário do Mondego, Sexta-feira.
A embarcação portuguesa nos treinos.

A Figueira de “costas voltadas” para o Figueira.net. Até quando?




Há já sete anos que desenvolvo um site na Internet integralmente dedicado à Figueira da Foz em www.figueira.net e que é repositório de centenas de páginas e milhares de fotografias entre outros conteúdos (música, vídeo, livros, notícias, etc.). E tudo, claro está, a “transpirar Figueira da Foz por todos os poros”!Posso afirmar, sem pejo, e até prova em contrário, que a Figueira da Foz tem no Figueira.net um caso exemplar e único no panorama nacional de sites dedicados a uma cidade (e concelho). Porquê? Porque desconheço outro site (do género) que apresente a quantidade, qualidade, actualidade, interactividade e organização de conteúdos que o Figueira.net apresenta. Mesmo assim a Figueira da Foz continua de “costas voltadas” para o Figueira.net. Porquê? Porque:a) Dá-me a sensação que grande parte da sociedade civil local só se lembra do Figueira.net quando precisa e pensa que estas coisas se fazem sem esforço e sem despesa. Infelizmente, para eu poder fazer o Figueira.net, não me basta “estalar os dedos”.b) A maioria dos agentes económicos locais ainda não se apercebeu do grande potencial que apresenta a promoção comercial através de um site com grande audiência como o Figueira.net preferindo outros meios, digamos, mais tradicionais; até posso compreender isso mas faz-me alguma “espécie” sobretudo porque se apostassem no Figueira.net estavam automaticamente a apostar na Figueira da Foz.c) Ainda mais importante que a) e b), mesmo depois de todo este tempo e do trabalho desenvolvido em prol desta cidade e concelho, as entidades que representam oficialmente a Figueira da Foz (leia-se Câmara e Turismo) não foram capazes de investir um cêntimo que fosse no meu projecto. E porque haveriam de o fazer? Porque, com toda a imodéstia, considero que o Figueira.net já provou ser “o site da Figueira da Foz” (como muitos o chamam) e, depois, não é um “site qualquer”. Além disso, em sete anos, não custou um cêntimo aos contribuintes figueirenses.Que “insondáveis desígnios” impelirão a Câmara e o Turismo a ignorarem e a alhearem-se totalmente de algo como o Figueira.net? Por que será que nunca se interessaram em estabelecer, por exemplo, uma parceria? Por acaso recearão que o Figueira.net tenha “sarna”? O Figueira.net não é “sarnento” e mostra na Internet a Figueira da Foz, a quem quiser ver, aquém e além fronteiras, de forma ímpar e comprovada por centenas de pessoas que por lá passam todos os dias.Mesmo contando com o apoio de algumas empresas (é graças a elas que o Figueira.net ainda existe) a verdade é que estou, presentemente, a custear parcialmente, do meu próprio bolso, a manutenção do site. Como eu não mereço nem posso suportar “ad aeternum” esta situação só me resta lançar um repto: que Figueira da Foz deixe de estar de “costas voltadas” para o Figueira.net e me prove, a curto prazo e de uma vez por todas, que quer que eu continue a fazer o site. Se este repto cair em “saco roto” é muito provável que a Internet passe a ter muito menos Figueira da Foz, também a curto prazo. E se isso vier efectivamente a acontecer vamos ficar todos (sem excepção) a perder. Antes de terminar gostava só de alertar algumas mentes eventualmente menos esclarecidas que o objectivo desta carta é uma mera constatação de factos e não é, de todo, uma forma de me “bater” a qualquer “subsidiozinho”. Nunca o fiz, nunca o farei...
António Cruz

PS - Nada a acrescentar. A tua carta, equilibrada e explícita, fala por si.
Um abraço do António Agostinho

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Uma competição de alto nível na Figueira


O «I V24 National Powerboats National Challenge 2006» desenrola-se na Figueira da Foz, entre sexta-feira, dia 23 e domingo, dia 25.
O palco onde as provas decorrem, será o estuário do Mondego, frente à Câmara Municipal.
Nos 3 dias de duração, esta competição offshore, organizada pela GHB International, conta com a presença de alguns dos melhores pilotos mundiais.
Portugal está representado pelo Team Viegasports, equipa composta por Pedro Viegas (piloto) e Helena Santos (navegador).

O rio da minha aldeia

Foto: Pedro Cruz

O rio da minha aldeia, nasce na Serra da Estrela, no concelho de Gouveia, a 1425 metros de altitude.
À sua nascente chama-se Mondeguinho, porque quando nasce, é um pequeno fio de água.
Para que o rio da minha aldeia se transforme no maior curso de água que nasce em
Portugal, precisa das águas dos seus afluentes.
Na margem direita, tem o
Dão. Na esquerda o Alva, o Ceira, Arunca e o Pranto.
Entre a
nascente e a foz, as águas do Mondego percorrem cerca de 220 quilómetros.
As suas margens, entre
Coimbra e a Figueira da Foz, são os terrenos mais férteis de Portugal.
São os campos do Baixo Mondego. É nestas terras que se produz mais
arroz, por hectare, em toda a Europa.Os romanos chamavam Munda ao rio Mondego. Ao longo da Idade Média o rio continuou a chamar-se Munda.
Munda, significa transparência, claridade e pureza.
Nesses tempos, as suas águas eram assim. Agora, os tempos são outros, existe alguma poluição.
Nas águas do rio da minha aldeia e no resto.
Outrora, o leito do rio Mondego era mais navegável.
Os barcos, que vinham do
Oceano Atlântico, iam até Coimbra. E, os mais pequenos, subiam mesmo até Penacova.
Antes de desaguar nas águas do oceano Atlântico, junto à Quinta do Canal, defronte a Lares, divide-se em dois braços, formando um delta.
O braço direito banha Vila Verde. O
braço esquerdo, é o rio da minha aldeia.

As obras no rio da minha aldeia

E é na margem esquerda do rio da minha aldeia, que a segunda fase do “Portinho da Gala” será levada a cabo, com a criação de estruturas de apoio para os utilizadores do espaço.Armazéns, área de restauração/cafetaria e um núcleo museológico, são as obras a concretizar nesta fase complementar. Isto, se se concretizar o que Eduardo Martins, presidente do conselho de administração do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), disse em recente visita à Figueira da Foz.
De harmonia com o Presidente do IPTM, “o processo está todo concluído”, falta apenas “alguma capacidade financeira” para iniciar o projecto que dotará o espaço de armazéns para os pescadores, unidades de restauração e cafetaria, apoio logístico para a Junta de Freguesia (que ficará encarregada da gestão do portinho) e ainda de um núcleo museológico, direccionado para a área da actividade piscatória.O projecto, segundo o responsável pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, orça em cerca de 800 mil euros e tem um prazo previsto para a construção de oito meses.
“Um período que, cremos, poderá vir a ser encurtado”, disse ainda o Presidente do IPTM.
Estas novidades, importantes para o rio da minha aldeia, ficámos a saber recentemente...
O que toda a gente já sabia, era que o rio da minha aldeia desagua na imensidão do Atlântico.


(“Toda a gente sabe isso./Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia/E para onde ele vai/E donde ele vem./E por isso porque pertence a menos gente,/ É mais livre e maior o rio da minha aldeia./Pelo Tejo vai-se para o Mundo./Para além do Tejo há a América/E a fortuna daqueles que a encontram./Ninguém nunca pensou no que há para além/Do rio da minha aldeia./
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada./Quem está ao pé dele está só ao pé dele.”)

Nota
: A parte final do texto, a que está entre parêntesis, é um extracto de um poema de Alberto Caeiro, como sabemos, um dos pseudónimos do grande Fernando Pessoa.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Agora, venha a Holanda! ...





Ganhámos ao México!...
Estamos nos oitavos de final...
Agora, de preferência, venha a Holanda.
Portugal ganhou....
E as crianças festejaram.

Lindo! ...Lindo! ...Lindo!...

A força do mar

.....................................................................................Foto: Pedro Cruz




Para se ser feliz
É preciso amar
Ter respeito pela raiz
Sentir a força do mar

O mar não tem maldade
Não tem fundo nem voz
É um espaço de Liberdade
Quando estamos sós

A Liberdade grita!
A Liberdade é o mar
Nunca fiques aflita
Não tenhas medo de amar

Ah dia de Liberdade! ...
Cravos foram aos mil ...
Foi um dia de verdade
0 25 de Abril

Que dia tão feliz! ...
Ainda se lembram? Que saudade!...
Nesse dia fomos à raiz
Do Amor pela Liberdade! ...

terça-feira, 20 de junho de 2006

Óh Freguesia de S. Pedro



Foto:
Pedro Cruz




Óh Freguesia de S. Pedro
Porque choras de saudade? ...
Antes, havia medo
Hoje existe a liberdade!


Minha Terra natal
Minha Terra amorosa
Gostar de ti é normal
Mas duma maneira fogosa


Um país para ser feliz
Deve libertar o povo
Pois o povo é do país
E o país é do povo!


Sei que não és cidade!...
E como gosto de ti...
Mas se faltar a liberdade
Não vou viver mais aqui.


Mas sei que vou ficar.
Ninguém me tira a liberdade
Muito menos a vontade
De simplesmente olhar o mar!


segunda-feira, 19 de junho de 2006

O polidesportivo Gala Sidney













O Decreto-Lei n.º 100/2003, de 23 de Maio, aprovou o Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança a observar na Concepção, Instalação e Manutenção de Balizas de Futebol, de Andebol, de Hóquei, Polo Aquático e Equipamentos de Basquetebol existentes nas instalações desportivas de uso público.
No essencial, este Decreto-Lei consagra a obrigação de que "nos ginásios, pavilhões, salas de ginástica e campos polidesportivos exteriores, apenas devam ser utilizados equipamentos desportivos adequados às actividades de educação física e desporto escolar devidamente montados e regulados e em boas condições de conservação e limpeza".






O polidesportivo, que faz parte dos equipamentos de apoio à Habitação Social Gala Sidney, inaugurado e aberto aos utentes há alguns meses, está nas condições de segurança, que as fotos do Pedro Cruz dão conta.
A baliza do lado norte, tem o poste do lado nascente sem qualquer fixação.
O piso, junto ao muro, na parte norte do campo, lado poente, cedeu.





O perigo é real.
Restam duas hipóteses para preservar a segurança dos miúdos:

1 - ou se resolvem as lacunas;
2 - ou se fecha o recinto, até serem devidamente reparadas as deficiências.





domingo, 18 de junho de 2006

Frases lapidares




“Nada pode ser falado nesta freguesia, sem falar no nome do presidente” – esta frase, lapidar e perversamente profética, foi proferida no decorrer da última Assembleia de Freguesia de S. Pedro, pelo próprio Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro.
A memória é curta, todos o sabemos.
Portanto, nada como, de vez em quando, injectar umas vitaminas para avivar a memória, não vá alguém esquecer o nosso valor, a nossa importância, a nossa presença decisiva, fundamental e incontornável.
Porém, a memória é curta e isso é o que nos vale.
É sempre de louvar, e nunca é de mais acentuar, que quem tem responsabilidades seja claro e diga o que lhe vai na alma.
Todavia, quem é que concorda que tudo o que é ou não realizado, numa terra, numa cidade, num País, só foi, ou não, feito porque o presidente era fulano de tal?!...
Aquilo que uma terra, uma cidade, um país, fazem, ou não, também tem a ver com os seus cidadãos – com a sua vontade, o seu interesse, o seu empenhamento.
Ou à falta disto tudo.
Ao contrário daqueles que apelam aos iluminados, aos salvadores da pátria, aos insubstituíveis, para ajudar a tirar-nos do buraco, o necessário é apelar à não resignação.
Cada vez mais, é preciso, é necessário, é fundamental, questionar, inquietar.
Claro que isso passa pela responsabilização de todos, devidamente acompanhada por uma dose de optimismo e confiança no futuro – nos bons e nos maus momentos.
Não é fácil contrariar o pessimismo e a resignação dos portugueses, quase todos o sabemos.
Mas, não desesperemos.
Também quase todos sabemos que temos memória curta.
Lembram-se, há uns atrás, não muitos, de o nosso actual Presidente da República, quando era Primeiro-Ministro, dizer, para aqueles que considerava as forças do bloqueio – Mário Soares e a comunicação social: “deixem-nos trabalhar”.
Esta foi, também, uma frase lapidar e, hoje, sabe-se, perversamente profética.
Na altura, considerava que sozinho podia fazer tudo e fazia melhor.
Enganou-se, como sabemos e ele próprio já admite.
Não é o próprio prof. Cavaco Silva, que agora nos incentiva a termos iniciativa, a termos participação activa na vida do País?
Sei que a memória é curta.
Mas estarei enganado?

sábado, 17 de junho de 2006

Na véspera do Portugal-Irão


“Posso ver o jogo?!...”

Na sala, o televisor estava ligado.
A partida tinha começado.
Pai e filho partilhavam o espaço.
A mãe, na cozinha, ia fazendo o jantar.
A partida de futebol era entre equipas de continentes diferentes: uma, era africana; a outra, era europeia.
“Pai: porque é que aqueles pretos todos vêm de África naqueles barcos tão pequenos?”– pergunta o filho.
O pai enfastiado, a mordiscar uns amendoins e com a garrafa de cerveja nos queixos – “deixa-me ver o jogo...”
“Pelo que vi na televisão, será que eles são estúpidos? Não sabem que era melhor virem de avião! ...”– insiste o puto.
O pai, emborca mais uma golada da mini, mas já a ficar impaciente, vocifera – “posso ver o jogo?! ...”
“O que é eles vêm para cá fazer? Na terra deles não há que fazer?” – insiste o puto.
O pai, já a ficar exasperado: “mau! ...”
“Porque é que eles vêm naqueles barquitos? ... E se aquilo vai ao fundo? ..”
E o puto continua – “porque não os ajudam na terra deles? ... Eles não precisam de fazer lá casas?”
“Silêncio, deixa-me ver o jogo ...”
“ Mas, ó pai ...”
“Chiça, que é de mais! ... Posso ver o jogo?!... Quantas vezes tenho de repetir? Já tou farto de pretos ... Se eles quisessem trabalhar, tinham muito que fazer na terra deles. Mas, não, o que eles querem é dinheiro fácil, sem fazer nenhum! ... Eles vêm para cá é pra gamar, pra confusão... Se fosse eu a mandar punha-os todos a andar... Nem no mundial entravam ... ”
E, entretanto, marcha o resto da mini ...
“Ó homem, vê lá como falas à criança! ...”
“Tu também? ... Cala-te e vai pra cozinha.”
E, já em desespero de causa, enquanto abre outra fresquinha, berra: “posso ver o jogo?! ...”
Furibundo, ao mesmo tempo que se atirava à garrafa acabada de abrir, rosna: “que se lixem os pretos... Um homem, já nem na sua casa, tem sossego! ...”
E, em jeito de remate final: “Pra próxima, vou pró café....”


sexta-feira, 16 de junho de 2006

A UNIFICAÇÃO





Numa altura de crise geral o movimento associativo não foge à regra.
O associativismo português vive dias difíceis e a inversão dessa tendência não parece estar para breve.
O associativismo na Freguesia de S. Pedro acompanha o que se passa no resto do País. As Colectividades de S. Pedro, todas elas, sentem muitas dificuldade na organização do seu a dia a dia.
Por diversos factores, mas onde a escassez de recursos humanos qualificados assume, hoje, como nas últimas décadas, relevância.
Como sabemos, na Cova-Gala existem três Colectividades: o Clube Mocidade Covense, o Desportivo Clube Marítimo da Gala e o Grupo Desportivo Cova-Gala.
Aparentemente estamos bem servidos. No entanto, se formos ao concreto, não obstante a boa vontade de alguns esforçados carolas, principalmente a nível recreativo e cultural, o panorama é francamente desolador.
É assim agora. Era assim há vinte anos atrás.

Um pouco de história
Foi para tentar atenuar as dificuldades que as Colectividades enfrentavam e para tentar potencializar os parcos recursos existentes que, por volta de 1989, Carlos Alberto de Jesus Lima, o pai e ideólogo da tese, começou a tentar corporizar a ideia da unificação.
A primeira reunião, digamos assim, a sério, aconteceu na Sede da Junta de Freguesia de S. Pedro, no ano de 1989. Estiveram presentes representantes das três Colectividades e, como convidado, Domingos São Marcos Laureano, Presidente do Executivo da nossa autarquia, nessa altura.
Em 1990, aconteceu outro facto que podemos considerar uma tentativa, não sei se assumida e previamente pensada, de encetar o caminho da unificação: a organização conjunta da festa em honra do Padroeiro S. Pedro, pelas Direcções das três Colectividades locais.
Diga-se, em abono da verdade, que nem tudo correu bem, digamos assim e, citando, “por problemas de bastidores”.
Entretanto, a atestar que existia gente que na época pensava na unificação, iam acontecendo outras realizações conjuntas das colectividades, como é o caso da organização de algumas edições do Grande Prémio de Atletismo de S. Pedro, uma realização que prestigiou a nossa Terra...
E as Autarquíadas – quem se lembra ainda desta iniciativa – foi igualmente outra iniciativa promovida pelas Colectividades da Cova-Gala.
O tempo foi correndo, a ideia da unificação foi ganhando alguma consistência, adeptos, defensores, mas, igualmente, foram aflorando algumas resistências mais ou menos camufladas.

94/95, anos decisivos
Chegámos a 1994, ano em que aparentemente foram dados passos importantes.
Foi apresentado um Projecto de Unificação.
Os Clubes – todos os Clubes, realizaram Assembleias Gerais e aprovaram esse Projecto, cuja implementação passaria por três fases:
1ª.– Esclarecimento.
2ª.– Iniciação do Projecto pelas Colectividades.
3ª.– Unificação das três Colectividades, pelo menos numa primeira fase, sem a perda da identidade própria de cada una delas.
Depois, com o decorrer do processo logo se veria.

O que parou o processo?
As coisas pareciam estar a avançar. Chegou mesmo a haver um Projecto de Estatutos e um Regulamento Geral da nova associação a ser criada, da autoria de Carlos Lima.
Esse documento foi discutido em reuniões no seio dos Clubes, mas a partir daí estagnou-se até aos dias de hoje.
A partir de 1995 o processo hibernou.
Visto à distância, ocorreu um factor de índole pessoal, que parece ter contribuído decisivamente para o encalhamento do processo: Carlos Lima, por razões pessoais, pediu a suspensão do cargo de Presidente da Direcção do Desportivo Clube Marítimo da Gala.
Este acidente de percurso, provou-o o futuro, tirou dinâmica e capacidade de organização para levar por diante o processo de unificação das colectividades de S. Pedro, que não era uma tarefa fácil de concretizar, pelas implicações e reacções que tal mudança iria implantar no panorama associativo local.
Por outro lado, ainda que não assumidas publicamente, as tais resistências mais ou menos encapotadas, iam minando o processo.
E a inércia acabou por ditar leis...


Dias de hoje
Em 2006, mais de dez anos decorridos sobre a paragem do processo de unificação, a realidade é esta: não há uma estratégia de fundo, definida, concertada e devidamente fundamentada para o desenvolvimento do associativismo em S. Pedro.
E a realidade recreativa e cultural, no âmbito do nosso concelho, para não ir-mos mais longe, é a conhecida de todos nós.
Na ausência duma ideia de fundo, o poder político fez aquilo que é normal: tomou medidas avulsas e pontuais, onde foram gastos largos milhares de euros, como aconteceu no ano passado, curiosamente ano de eleições autárquicas, no Desportivo Clube Marítimo da Gala e no Clube Mocidade Covense.
As carências recreativas e culturais, entretanto, subsistem. A nível desportivo, as coisas têm funcionado bem melhor, embora também aqui existam lacunas fundamentais que, por esta ou aquela razão, têm sido adiadas. É o caso do piso do Campo do Cabedelo.
Meus senhores, sei que há quem não goste que se fale do problema, mas colocar desportistas – crianças ou adultos – a praticar desporto numa pedreira daquelas é, no mínimo, uma violência.
É neste panorama de dificuldades gerais, que a problemática da unificação das nossas Colectividades, volta a ser um tema a ganhar actualidade.
O futuro, que todos ansiamos pujante e vigoroso do associativismo na Cova-Gala, passa, inevitavelmente, pelas opções de fundo que terão, mais tarde ou mais cedo, de ser feitas.
E que têm vindo a ser adiadas.
Até quando?