António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 8 de abril de 2024
«Abril, Memórias Mil»
MEDITAÇÃO NA PASTELARIA«(...) E, entretanto, estão prestes a passar 50 anos. Um dia, a festa acabada há muito – porque não há festa que sempre dure – o meu pai contava-me que se cruzara com três pides ao balcão do café perto de casa. E eu perguntei: “E o pai, o que fez?” E ele respondeu: “Ora, o que fiz? Estou velho. O que querias tu que fizesse? Eu era um, eles eram três. Vim-me embora e não paguei a bica.”»
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