Via Diário de Coimbra
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
BYPASS: Assembleia de Freguesia de S. Pedro aprovou por unanimidade "moção de repúdio da tomada de posição dos deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo eleitoral de Coimbra"
"No dia 17 de Novembro do corrente ano, fomos surpreendidos pelo voto contra dos deputados do Partido Socialista a uma proposta de aditamento em sede de Orçamento de Estado para 2024: “lançar o concurso de concessão/construção e respectiva obra do sistema fixo de transposição sedimentar (Bypass) da barra da Figueira da Foz”.
Recordamos que a três meses das eleições autárquicas de 2021 o Ministro do Ambiente em funções, João Pedro Matos Fernandes, acompanhado pelo candidato e ex-presidente de Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, assumiram publicamente que o sistema supracitado era a solução mais indicada e mais viável para a mitigação do grave problema que invade o nosso concelho, os efeitos da erosão costeira.
Tal como o actual Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou o “bypass” de areias “um projeto inovador” e de “extraordinária importância”.
Posto isto, e sem colocar em causa a legitimidade dos Senhores Deputados na votação que entenderam fazer, não podemos aceitar ou deixar passar em branco, a falta de explicação à população, por parte dos mesmos, para tal mudança de opinião. Daí acharmos ser imperativo que os Senhores Deputados do Partido Socialista, em particular os eleitos pelo circulo eleitoral de Coimbra, nos expliquem qual a razão que os levou a tal mudança de opinião que vai contra à anterior tão afincadamente defendida e promovida pelo Governo Socialista e o seu candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz nas últimas eleições autárquicas.
Pondo assim em causa os interesses e segurança da nossa comunidade e da nossa Terra.
Aprova esta Assembleia de Freguesia uma moção de repudio sobre a tomada de posição dos Senhores Deputados do Partido Socialista."
Nota de rodapé.
A sessão da Assembleia de Freguesia onde esta moção foi aprovada, realizou-se no passado dia 28 (ontem), pelas 21 horas na Junta de Freguesia de S. Pedro.
sexta-feira, 9 de junho de 2023
Posto de vigia
FOTO: antónio agostinho |
É espantosa a forma como são tratadas na comunicação social e nas redes sociais as notícias sobre certos acontecimentos na Figueira.
segunda-feira, 1 de maio de 2023
As obras na linha costeira da Figueira da Foz criaram um desequilíbrio brutal na costa
Erosão costeira na Figueira da Foz: “O mar trabalha todos os dias e nunca se cansa”.
A obra, considerada fundamental pela tutela e comunidade portuária, vai permitir a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz e deverá estar concluída até Fevereiro de 2010.
Com um preço base de 12,5 milhões de euros, a intervenção compreende a extensão do molhe em 400 metros, bem como a ampliação do canal de navegação.”
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
Esta nossa barra: mais um alerta
Falta de dragagens preventivas
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
sábado, 4 de junho de 2022
Esperemos que seja desta: mais do que de palavras, precisamos mesmo é da areia já prometida por diversas vezes
Na edição de hoje do Diário de Coimbra, podemos ler esta notícia sobre um tema que nos tem feito criar inimigos - principalmente, entre os políticos figueirenses que estiveram no poder anos e anos e pouco fizeram para tentar inverter o rumo dos acontecimentos que nos fez chegar a 5 de Junho de 2022.
Quem acompanha este blogue sabe que, ao contrário de muitos que se calaram perante os erros cometidos pelo poder central - nesses, sublinho os políticos que passaram pela Junta de Freguesia de S. Pedro, nos últimos 15 anos - somos a voz que nunca se calou, independentemente da conjuntura política local e nacional.
Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase dezasseis anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade. Continua a ser...
Até porque, entretanto, as experiências que se fizeram não resultaram.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
domingo, 17 de abril de 2022
Desviem as areias...
A crónica de António Agostinho publicada na Revista Óbvia, edição de Março de 2022
Se há coisa com que lido mal é com acidentes no mar. Sou filho, neto e bisneto de pescadores. Estas tragédias tocam-me profundamente. Tenho antepassados que tiveram o mar como sepultura eterna.
Porém, entre os inúmeros acidentes que ocorreram `na barra da Figueira, depois do acrescento dos 400 metros do molhe norte, destaco o que aconteceu em 25 de Outubro de 2013. O barco naufragado foi o "Jesus dos Navegantes". Registaram-se 4 mortos numa tripulação de 7 homens.
Passados pouco mais de 2 anos, em 21 de Dezembro de 2015, o Estado português, via Tribunal de Coimbra, condenou o Mestre Francisco Fortunato a uma pena suspensa de dois anos e seis meses de prisão. O Homem do Mar foi acusado pelo Ministério Público do Estado Português de quatro crimes de "homicídio por negligência", por não ter cumprido a "Carta Náutica"… Não ter tido conhecimento de um "edital"… E não ter mandado vestir coletes e descalçar botas.
Mas será que "a forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída não poderá ter ajudado ao naufrágio da Jesus dos Navegantes"? Essa foi, pelo menos, a tese do falecido mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
A obra do acrescento dos 400 metros no molhe norte, iniciou-se em 2008 e ficou pronta em 2010. A partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar. Com o tempo acumulou as areias (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento levou ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Dada a pouca profundidade existente na ponta do molhe norte, o mar parte o mar nesse local, o que torna difícil as entradas e saídas aos pequenos de pesca e iates.
Exactamente no mesmo local - barra do porto da Figueira da Foz - depois da obra, em 26.10.2010, 20.01.2012, 10.04.2013 e 25.06.2013, aconteceram outros quatro naufrágios, com três mortos. Depois do acidente com o "Jesus dos Navegantes" em 25.10.2013 com quatro mortos, aconteceu o naufrágio do Olívia Ribau (e outros estiveram iminentes) com mais cinco mortos. Em Novembro passado, os graves problemas de segurança da barra da Figueira da Foz, com o assoreamento que torna o mar violento e traiçoeiro, provocaram mais uma tragédia naquele local. Quatro amigos, pescadores amadores, morreram após a embarcação onde seguiam, a ‘Seberino II’, ter virado e naufragado entre as praias do Hospital e da Cova, a sul da barra.
Para quando a realização de um inquérito - a sério - à operacionalidade da barra depois das obras do prolongamento dos 400 metros do molhe norte?
No passado dia 10, perto da embocadura da barra da Figueira, o mar virou a lancha dos pilotos, que iam dar entrada a um navio que vinha com destino ao porto comercial para carregar argila. No acidente houve a registar 2 feridos e danos na embarcação utilizada pelos pilotos da barra da Figueira. Segundo o que li no Diário de Coimbra, "à situação não foi alheio o assoreamento".
O velho problema de conseguir assegurar a manutenção desassoreada de uma instalação portuária destinada também a barcos pequenos, de pesca e de recreio e não apenas a cargueiros continua. O acidente com os pilotos da barra confirma isso mesmo. Se há alguém que conhece a barra como as próprias mãos, são os profissionais que todos os dias operam na barra da Figueira e estão sujeitos a cumprir todas as regras e procedimentos instituídos na "carta Náutica".
Como certamente estão lembrados, 2021 foi ano de eleições autárquicas. Aconteceram a 26 de Setembro. O Governo, quiçá por mera coincidência, antecipou a divulgação pública do estudo sobre a transposição de areias na barra da Figueira da Foz, prevista para Setembro de 2021. O documento foi apresentado no dia 12 de Agosto de 2021: esse foi o tempo considerado certo para anunciar o estudo de viabilidade do bypass.
Continuamos a aguardar pelo tempo certo para o transformar em projecto... E, depois, em realidade. Recorde-se que o estudo do bypass, que custou 264 mil euros, foi adiado durante anos. Contudo, mais vale tarde do que nunca. Em 12 de Agosto, a pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.
“Avaliada esta solução (da transferência de areias) não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
O “Estudo de Viabilidade de Transposição Aluvionar das Barras de Aveiro e da Figueira da Foz”, apresentado na manhã de 12 de Agosto de 2021 pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), avaliou quatro soluções distintas de transposição de areias e concluiu, para a Figueira da Foz, que embora todas as soluções sejam “técnica e economicamente viáveis”, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.
O estudo situa o investimento inicial com a construção do by pass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros. “Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, (a operação) possa ser financiada”, disse o ministro.
O sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz, será o primeiro em Portugal e idêntico a um outro instalado na Costa de Ouro (Gold Coast) australiana. É constituído por um pontão, com vários pontos de bombagem fixa que sugam areia e água a norte e as fazem passar para a margem sul por uma tubagem instalada por debaixo do leito do rio Mondego. A tubagem estende-se, depois, para sul, com vários pontos de saída dos sedimentos recolhidos, que serão depositados directamente nas praias afectadas pela erosão.
A opção de avançar para a construção de um bypass era em Agosto de 2021, para o então presidente da Câmara da Figueira da Foz, Dr. Carlos Monteiro, uma solução que permitia “tranquilidade e esperança a quem usa o porto comercial, a quem usa o porto de pesca e à população da margem sul da Figueira da Foz”. Carlos Monteiro, na altura, disse que uma proposta a longo prazo “não é frequente” em Portugal e agradeceu ao ministro do Ambiente, Matos Fernandes, por aquilo que considerou ser um gesto com “visão”.
Carlos Monteiro solicitou que o estudo apresentado fosse “avaliado o mais depressa possível” e que o projecto “fosse desenvolvido”. Mas disse esperar, “fundamentalmente, que tenha a maturidade necessária para ser inscrito no Quadro Comunitário [Portugal] 2030. Atendendo aos valores, acredito que possa e deva ser”.
Também na altura, o arquitecto Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, se manifestou agradado com a decisão de se optar pelo bypass. “Agora temos uma responsabilidade de contribuir para que seja bem feito. Há uma série de dúvidas, estamos a trabalhar em coisas que já deram provas de funcionamento, o sistema australiano funciona há mais de duas décadas, mas há sempre dúvidas sobre os impactes”, notou.
O ministro do Ambiente recordou a primeira vez que ouviu falar “ao vivo” da hipótese do bypass na Figueira da Foz e lembrou o “ar zangado” do arquicteto “cheio de certezas absolutas”, quando o movimento protestava, em 2019, pela construção do sistema fixo. “Agradeço ao SOS Cabedelo, a forma, muito para além de reivindicativa, mas técnica, com que nos entusiasmou a chegar aqui”, frisou Matos Fernandes.
Passaram sete meses. Espero, sinceramente, que tudo tenha sido mais do que uma mera tentativa de jogada de propaganda eleitoral.
"Há muitos anos que, para mim, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem e que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Escrevemos o que está entre comas, no blogue OUTRA MARGEM em 11 de Dezembro de 2006. Passados quase 16 anos, infelizmente, continua actual. Depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do Mondego tem avançado. A barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores. A Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. A pesca está a definhar. Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O Dr. Santana Lopes é agora o novo presidente de câmara. É ele que tem que perceber e saber lidar com as as consequências das diferentes dinâmicas que construíram e desconstruíram a orla costeira no concelho da Figueira da Foz. "Um sistema complexo com uma instabilidade natural (decorrente de marés, das correntes, dos fenómenos meteorológicos, das derivas de sedimentos) mas também decorrente da acção humana, salientando-se aqui a interferência da barra do porto marítimo da Figueira da Foz e do seu prolongamento".
O impacto ambiental causado pelo crescimento dos molhes - uma infraestrutura que inibe a deriva de sedimentos acumulados na praia da Figueira da Foz (seguramente a maior praia da Europa) acelerou a erosão da costa a sul, colocou ao território do nosso concelho desafios que têm de ser defrontados com responsabilidade e ousadia.
As soluções, ao que parece existem. A proposta do bypass - um sistema mecânico de bombagem permanente de areias que permitam restabelecer em grande parte a dinâmica dos sedimentos que alimentam a costa, já foi assumida pelo ainda ministro do Ambiente como a mais indicada.
Se a situação foi estudada e a solução encontrada, continuamos à espera de quê? "O mar é a nossa terra". Temos de saber entende-lo e saber lidar com ele. E, sobretudo, nunca tentar contrariar a sua força, pois isso é impossível...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
Da série, esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. Esta nossa barra... (continuação...)
Em devido tempo, tudo foi avisado, tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
Da série, esta nossa barra, ai esta nossa barra!.. Esta nossa barra...
Via Diário de Coimbra
Manuel Luís Pata, no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava então isto.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
Esta nossa barra, ai esta nossa barra!..
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Por vontade dos homens, a barra "mais perigosa do país" é a da Figueira
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 18 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira".
Ontem, na TVI e na RTP passaram duas reportagens sobre esta nossa barra.
sábado, 13 de novembro de 2021
Esta nossa barra: Santana Lopes chama a atenção para o "gravíssimo problema" do assoreamento...
Via página do Município da Figueira da Foz no facebook, «o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, que se deslocou ao local acompanhado de alguns elementos do executivo, a propósito do naufrágio desta manhã, lamentou "o balanço trágico de quatro mortos" e, em declarações aos vários órgãos de comunicação presentes, disse não não querer “politizar a situação” contudo, que “é bom que as várias autoridades com jurisdição coordenem esforços e meios para a resposta ser rápida e eficaz para se poder salvar vidas”.
quarta-feira, 23 de junho de 2021
terça-feira, 22 de junho de 2021
Esta nossa barra: oxalá esteja enganado, mas um dia vamos ter uma "surpresa" a sério...
Vídeo de Marco Soares, via Figueira na Hora.
Imaginem que um navio como o que o vídeo mostra se afunda na boca da barra?Imagem via Diário de Coimbra
quarta-feira, 10 de março de 2021
Esta nossa barra: vamos continuar a correr atrás do prejuízo...
A Figueira da Foz tem, neste momento, três dragas a retirar areia, mas os operadores dizem que agora apenas se está a remediar o erro cometido no fim do verão.
Os cálculos da administração portuária apontam para que, desde novembro, tenha duplicado a quantidade de sendimentos que é preciso retirar para garantir as condições de acesso ao porto.
Ontem, o presidente da organização de produtores de peixe Centro Litoral, António Miguel Lé, e o empresário do sector portuário Paulo Mariano reuniram-se nas instalações da Docapesca da Figueira da Foz, com a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho.
O estado da barra, que tem afeactado as actividades ligadas à pesca e ao porto comercial fez parte da agenda. Os responsável públicos, segundo o que se pode ler na edição de hoje do Diário as Beiras, "garantiram aos interlocutores que estão empenhados em repor a segurança marítima."
Nesta reunião, participaram também a presidente da Administração do Porto da Figueira da Foz, Fátima Alves, elementos do gabinete do ministro do Mar (Ricardo Serrão Santos), o director geral da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, José Simão, e altos responsáveis da administração da Docapesca.
No final do encontro, António Miguel Lé afirmou aos jornalistas, "que as três dragas que estão a operar junto à barra da Figueira da Foz só darão o seu trabalho por concluído quando estiverem repostas as quotas que permitam navegar em segurança."
Ficou igualmente definido que as partes voltarão a reunir-se no próximo dia 30, “para se fazer o ponto de situação”.
Questionado acerca do actual estado da barra para as embarcações de pesca, o armador e dirigente figueirense disse que “a situação é muito má”. E explicou porquê: "Temos um porto com falta de água [devido ao assoreamento]”.
O canal de acesso aos portos de pesca e comercial soma uma quantidade anormal de dias em que está condicionado ou fechado, devido, sobretudo, ao excesso de areia e, também, à agitação marítima".
De harmonia com o Diário as Beiras, António Miguel Lé, saiu “relativamente satisfeito” da reunião, acrescentando: “É ver para crer”. Não obstante, ressalvou: “Em relação ao meu ministério [das Pescas], estou totalmente satisfeito, porque são pessoas empenhadas e interessadas”.
“Saio desta reunião satisfeito, porque, pela parte da secretária de Estado (Teresa Coelho), há um empenhamento fortíssimo para se solucionar, de vez, este problema”, disse, por seu lado, Paulo Mariano.
“Penso que conseguimos demonstrar a grandeza do porto à administração portuária. Esperemos que o Ministério do Ambiente também se conjugue, para que todos os interesses se transformem no interesse supremo do Porto da Figueira da Foz, para evitar constrangimentos futuros”.
Apesar das tentativas, até à hora do fecho da edição de ontem, o Diário as Beiras, não conseguiu "recolher declarações de Fátima Alves, nem dos restantes participante na reunião."
terça-feira, 9 de março de 2021
Esta nossa barra!..
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
segunda-feira, 8 de março de 2021
Curiosidades marginais : Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização
"Sendo a Figueira, como sabemos, um porto problemático a vários níveis, nomeadamente por sofrer a influência das marés, enferma de um erro estratégico de fundo: a localização. A teimosia, ou a falta de visão, em manter o porto comercial na margem norte é um factor condicionante para as condições de funcionalidade da estrutura portuária.
Pena foi o cais comercial ter morto e enterrado as memoráveis regatas de outros tempos.
Também por isso, não teria ficado melhor na margem sul o cais comercial?
segunda-feira, 1 de março de 2021
Esta nossa barra: Armadores exigem segurança na barra
Na Assembleia Municipal, o deputado do PSD Manuel Rascão Marques afirmou que, este ano, a barra esteve aberta um único dia. Confrontado com os números da capitania, o autarca da oposição esclarece na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS, que não o tendo especificado no órgão autárquico, pretendia referir-se apenas às embarcações de pesca.
sábado, 27 de fevereiro de 2021
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
ESTA NOSSA BARRA!.. A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz (e com a alteração da sua orientação, de oés-sudoeste [WSW, c.247º] para sudoeste [SW, c.225º])
"A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz (e com a alteração da sua orientação, de oés-sudoeste [WSW, c.247º] para sudoeste [SW, c.225º]).
Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar."
Imagem via Rui Duque |
Vou recuar até ao já longínquo ano de 1996.
Manuel Luís Pata, no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava então isto.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
Quiseram criar um segundo porto de Leixões?
Só que o molhe daquele porto do norte do nosso país, está implantado num sítio fundo, por isso o mar não rebenta, ao passo que na enseada de Buarcos, devido ao constante assoreamento das areias que vêm do norte, o mar rebenta e fecha a barra -como aconteceu naquela fatídica terça-feira...
Eu sei, porque falo todos os dias com pescadores que arriscam a vida na barra da Figueira, que esta barra vai dar mais problemas.
Oxalá esteja completamente enganado.
Mas, quando me dizem - e estou a falar de homens experimentados e corajosos, não estou a falar de "copinhos de leite" - que os sustos são de tal ordem que, por vezes, "até nos borramos pelas pernas abaixo", temos de continuar preocupados.
Pelo menos que haja o mínimo: meios de socorro e de salvamento, em prontidão, que permitam que se faça o possível quando a desgraça acontece.
O que foi que não aconteceu no mais recente sinistro que ocorreu na entrada da barra da Figueira da Foz.