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domingo, 9 de dezembro de 2012

A Homenagem que ainda falta prestar ao Capitão João Pereira Mano

Capitão João Pereira Mano (o terceiro a contar da esquerda), em 1997, na Casa Havaneza, Figueira da Foz, com Cor. Fernando Góis Moço (Presidente da Junta de Freguesia de São Julião da Figueira da Foz), Alfredo Pinheiro Marques (director do CEMAR), e D. Maria Helena dos Santos Alves (administradora da Casa Havaneza), na sessão de lançamento do livro "Terras do Mar Salgado", editado pelo CEMAR.
Os velhos morrem. Os novos (ainda) não sabem de nada.
Essa ignorância é sabiamente organizada, e semeada,
nas entidades oficiais para isso próprias: "as escolas", as "instituições de cultura" e "a comunidade científica"
Os livros do Capitão João Pereira Mano (1914-2012) — "Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz - São Pedro da Cova-Gala - Buarcos - Costa de Lavos e Leirosa..." (1997) e "Lavos: Nove Séculos de História" (2000) — são as melhores obras que, desde sempre, foram escritas e publicadas sobre a História Marítima e Local da Figueira da Foz (Portugal).
Por isso, a mais digna, a mais útil e mais adequada de todas as Homenagens que devam agora ser prestadas a este autor recentemente falecido (07.08.2012) — um autor que nos dias da sua vida foi não somente o maior e o mais prestigiado de todos os capitães da Marinha Mercante da Figueira da Foz (condecorado em 1973 com a Medalha Naval de Vasco da Gama da Marinha Portuguesa) mas também o maior e o mais importante de todos os especialistas da História Marítima Figueirense (sem que, para isso, tenha precisado de ter sido licenciado ou doutorado em qualquer espécie de universidade) — é a rápida reedição facsimilada dos seus livros, os quais, desde há muitos anos, estão totalmente esgotados, e por isso há muito deixaram de ser acessíveis ao grande público.
Reedição que até será agora muito fácil e muito barata, pois, pela nossa parte (do editor, sem fins lucrativos, CEMAR-Centro de Estudos do Mar), tal como sempre, à nossa boa maneira, não pretenderemos receber, para nós próprios, nem um só cêntimo de dinheiro público (e, pela parte da impressora original, a Tipografia Cruz & Cardoso, casa de tão grandes tradições na História Cultural da cidade da Figueira da Foz, tanto quanto sabemos, existem ainda hoje em dia lá conservados os materiais originais da impressão, e portanto poderá ser feita uma reimpressão a qualquer momento, com toda a facilidade).

Esses dois livros ficaram publicados, em 1997 e 2000, ambos com tiragens de 1500 exemplares, e é claro que, tendo tido a qualidade e a utilidade que tiveram, e tendo sido distribuídos somente por ofertas, como forma de divulgação cultural, sem qualquer venda comercial, logo se esgotaram ao longo dos meses e anos seguintes, e desde então ficaram inacessíveis a novos públicos que os procurem (e, por isso, mais facilmente silenciáveis por quem futuramente silencie tudo o que neles é escrito).

É totalmente inadmissível a maneira como depois disso, em 2005-2008, pela parte de entidades oficiais autárquicas, com dinheiro público, foram feitas comemorações oficiais, na Figueira da Foz, das fortalezas marítimas, do desembarque do exército inglês de 1808, etc., em cerimónias e publicações oficiais em que, nalguns casos, continuaram a ser repetidas e plasmadas em discursos, livros, textos impressos em papel, textos gravados em pedra (!), as mesmas ignorâncias e asneiras científicas — nomeadamente sobre o local do desembarque do exército inglês… — que, desde há tantos anos, vinham sido denunciadas e corrigidas pelos textos e livros que haviam sido escritos pelo historiador local autodidacta Capitão João Pereira Mano e que haviam sido editados pela entidade editora local sem fins lucrativos CEMAR - Centro de Estudos do Mar (a entidade que, na Figueira da Foz, se honrou em ter esse historiador autodidacta como seu Associado Honorário).
Em Portugal, espantosamente, nestes anos 2005-2008, continuou a acontecer a mesma coisa que, desde sempre, havia acontecido: autarcas, profissionais e directores e funcionários públicos de entidades oficiais de Cultura, e representantes de instituições do Estado, locais e vindos de Lisboa, pagos com dinheiro público, continuaram a repetir e a espalhar os mesmos erros científicos que, previamente, já haviam sido corrigidos (e, em muitos casos, corrigidos por autores amadores e autodidactas, desinteressadamente, como foi o caso deste autor João Pereira Mano, da Figueira da Foz).

É totalmente inadmissível a maneira como, pela parte de alguns, nas entidades oficiais, fiscais e académicas — ao mesmo tempo que se continua a asfixiar e a destruir as pequenas comunidades de pescadores dedicados à "Arte" (a pesca de arrasto para terra da Beira Litoral), sobrecarregando-as com novas imposições e exigências (agora, em vez das habituais tributações senhoriais medievais, imagine-se, modernos rigorismos fiscais "justificados" em nome da preservação ecológica...!) — se continua a repetir e a propagar (e propagar entre as próprias comunidades de pescadores...) o mesmo erro de chamar "Xávega" à "Arte" (a Pesca de Arrasto para Terra) destes pescadores portugueses da Beira Litoral… O erro que, desde há tantos anos, havia sido denunciado e corrigido pelos textos e livros do Capitão João Pereira Mano…! É um total desrespeito para com estas comunidades de pobres pescadores portugueses, e é um total desrespeito para com este historiador figueirense Cap. João Pereira Mano, neto e bisneto de pescadores, que tão bem as estudou (e também para com a memória de outro oficial de Marinha, e por sinal também figueirense, que no passado foi a maior de todas as autoridades científicas e etnográficas em Portugal sobre pescadores, e que foi o Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva).

É totalmente inaceitável, vergonhoso e inadmissível, o modo como foi silenciada a existência do livro anterior "Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz..." (1997) no capítulo inicial, introdutório e especialmente dedicado a listar e a apreciar as obras previamente publicadas e existentes sobre a matéria, de uma "Monografia da Freguesia de São Julião da Figueira da Foz" que foi posteriormente encomendada, paga com dinheiro público, e editada, pela própria entidade oficial autárquica do Estado português (a Junta de Freguesia local). Uma monografia que, em 2009, foi facturada e escrita por um historiador profissional provindo da vizinha universidade pública chamada Universidade de Coimbra. E, para além dessa omissão de qualquer referência no capítulo inicial pertinente, depois, na própria bibliografia final dessa monografia de 2009, então encomendada e paga pela Junta de Freguesia de São Julião, o livro do Capitão João Pereira Mano só foi citado, abreviadamente, pelo seu título principal ("Terras do Mar Salgado") e foi amputado, na citação, do seu subtítulo (São Julião da Figueira da Foz...").

Sempre que em Portugal são silenciadas, menosprezadas e esquecidas as melhores obras — e, ainda por cima, escritas, publicadas e editadas, com amor, por quem com elas não quis ganhar, mercenariamente, qualquer dinheiro (muito menos dinheiro público) —, compreende-se que, para futuro, os mesmos erros do passado — toda a espécie de erros, desde os locais aos nacionais (sempre desleixados, rotineiros e oficiais, amplificados à maneira portuguesa, desde a Xávega do Algarve até ao Infante Dom Henrique de Sagres…) — possam ter todas a condições para neste país e em todas e cada uma das suas cidades continuarem a ser infindavelmente repetidos e cultivados. Numa interminável sementeira de ignorância. Num país que, quer a nível nacional, quer a nível local, não vai nunca assim conseguir sair da sua miséria, da sua ignorância doutoral e do seu subdesenvolvimento.

Foi isto mesmo que ficou agora dito pela parte do CEMAR - Centro de Estudos do Mar, editor dos livros "Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz..." (1997) e "Lavos: Nove Séculos de História" (2000), e por isso foi agora feita (ou está neste momento a ser feita) a oferta e a entrega de alguns dos últimos exemplares que ainda restam destes dois livros, para as entidades autárquicas a cujos territórios tais livros dizem respeito (Figueira da Foz, São Julião, São Pedro da Cova-Gala, Lavos), convidando-se essas entidades autárquicas a reeditarem elas próprias estes livros (ou a apoiarem a sua reedição, pelo CEMAR), com os seus próprios recursos de dinheiro público. Para que, assim, possam voltar aos olhos do público estes que são os melhores, os mais importantes e rigorosos, os mais bem fundamentados e documentados, e os mais bem escritos, de todos os textos alguma vez publicados sobre a História Marítima e Local da Figueira da Foz e das regiões vizinhas do sul da Foz do Mondego. E, assim, nunca mais possam ser silenciados.

Postagem confeccionada a partir de um mail da CEMAR

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

MENSAGEM DE ALFREDO PINHEIRO MARQUES SOBRE A CELEBRAÇÃO E O SILENCIAMENTO DO CEMAR, NOS SEUS 25 ANOS, NA FIGUEIRA DA FOZ DO MONDEGO (2020):

Vídeo daqui

"Neste ano de 2020 celebram-se os 25 anos da criação do Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR), a associação científica privada sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, e com sede na cidade da Figueira da Foz do Mondego, dedicada ao Património Cultural e Histórico Marítimo -- de Portugal em geral, e, mais particularmente, das regiões da Beira Litoral e da Foz do Mondego (as regiões que, historicamente, nos fins da Idade Média e na "Época dos Descobrimentos", foram o Ducado de Coimbra, do Infante Dom Pedro e do seu neto "Príncipe Perfeito" Rei Dom João II, também ele Senhor de Buarcos, como o avô)

Mas aquilo que agora se celebra significa, de facto, não somente 25 anos de realizações (publicações de livros, eventos, criações de instalações museológicas e expositivas, etc., sempre sem fins lucrativos ou funções remuneradas) realizações cuja qualidade está, e sempre esteve, à vista de toda a gente, mas também 25 anos de dificuldades, de torpedeamentos insidiosos, de perseguições e silenciamentos censórios destinados a tentar impedir esta associação científica de existir e de desenvolver as suas actividades culturais e desinteressadas nestas regiões da Beira Litoral... Nestas regiões dos arredores de Coimbra... Impedi-la de realizar projectos como o da Casa-Museu Infante Dom Pedro em Montemor-o-Velho (feita desaparecer em 2005), os das múltiplas iniciativas culturais e museológicas em defesa da Cultura Popular Marítima dos Pescadores a partir da Praia de Mira (feitas desaparecer em 2015), e sobretudo o mais longo, mais estratégico e mais importante de todos os projectos, para o qual o CEMAR sempre trabalhou desde a sua criação em 1995 (pacientemente, desde há 25 anos...): a criação, na cidade da Figueira da Foz, do MUSEU DO MAR…

O projecto principal e primordial (primeiro e último) do CEMAR... O projecto acerca do qual até havia sido possível, por fim, chegar a um entendimento com a anterior presidência da Autarquia da Figueira da Foz, nos anos 2018-2019; mas que, depois do desaparecimento do seu responsável, entretanto falecido, foi pela nova presidência dessa Autarquia feito desaparecer… ao mesmo tempo que o CEMAR passou a ser tratado com total incorrecção… e todas estas matérias passaram a ser silenciadas... como se não existissem (até a grande exposição preparada pelo CEMAR sobre a figura do Infante Dom Pedro, primeiro apresentada com grande êxito no Tribunal da Relação de Coimbra, a exposição que era um dos núcleos embrionários para esse Museu do Mar, foi na Figueira da Foz em 9 de Julho de 2019 desmontada e feita desaparecer do olhar do público [!], na semana anterior ao início da "saison" anual figueirense... [!]… a única "saison", da segunda quinzena de Julho e do mês de Agosto, em que nesta cidade existe público…).

Um ano depois desse desaparecimento -- agora, em Julho-Agosto de 2020, ao mesmo tempo que está em curso a celebração dos 25 anos da criação do CEMAR, e a propósito desta efeméride a Câmara Municipal local está a tratar esta associação científica local com mais incorrecção, grosseria, e má educação do que nunca... --, está já definitivamente perdida a paciência, devido às últimas gotas de água que fizeram transbordar o que, desde há muito, estava cheio. Esta é a mensagem final, neste ano de 2020, do director do Centro de Estudos do Mar, Alfredo Pinheiro Marques, o historiador especializado na figura do Infante Dom Pedro de Coimbra e de Buarcos (Foz do Mondego), o historiador que desde o princípio havia estado na fundação do CEMAR, em 1995, e que depois o dirigiu ao longo dos 25 anos seguintes. A mensagem final acerca desta celebração e deste silenciamento que estão agora em curso neste ano de 2020... E acerca das explicações, desculpas, e reparações, que vão ter que ser apresentadas ao CEMAR devido a todas e cada uma das situações gravíssimas e escandalosas que lhe foram criadas ao longo destes 25 anos, e, mais do que tudo, sobretudo, agora, acerca da inadmissível situação actual: a situação de torpedeamento insidioso, desde 2019, em que se encontra o projecto do MUSEU DO MAR…

O novo Museu (o museu que, tematicamente, deveria ter sido sempre o adequado, para uma cidade de mar como esta...) o Museu a criar em parceria da Câmara Municipal da Figueira da Foz e do CEMAR... e para o qual foi, desde há anos, manifestada a disponibilidade de apoios de várias entidades, ente as quais a Marinha Portuguesa.

O projecto cujo guião temático e plano de conteúdos, teórico e conceptual, está desde o dia 13 de Setembro de 2018 formalmente entregue pelo Centro de Estudos do Mar à Câmara Municipal da Figueira da Foz (e o seu teor textual e iconográfico logo então divulgado publicamente... para evitar quaisquer equívocos futuros...), e que, desde então, ficou bem guardado, em alguma gaveta, pelo respectivo funcionalismo público de "Cultura" e respectivos eleitos político-partidários, ao seu serviço.

O projecto cuja amostra, prática e material, de um dos seus embriões originários principais (a grande exposição sobre a a figura histórica do Infante Dom Pedro vinda do Tribunal da Relação de Coimbra), foi desde o dia 9 de Julho de 2019 mandada desmontar (e, assim, escondida do olhar do público…), por esse mesmo funcionalismo público e respectivos eleitos político-partidários."

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Onde ficou o respeito pela história da Cova e Gala e pela memória da homenagem aos pescadores da faina maior?..

Sexta-feira, 10 de julho de 2009. Nesse dia, pelas 16 horas, no Clube Mocidade Covense, com a abertura da Exposição alusiva à pesca do Bacalhau, teve início a homenagem aos marítimos covagalenses promovida pela Junta de Freguesia de São Pedro.
Igualmente nesse dia, em continuação do programa, decorreu na mesma Colectividade, uma palestra sobre a temática da pesca do bacalhau, proferida pelo dr. Alfredo Pinheiro Marques, Director do Centro de Estudos do Mar.
No dia seguinte, sábado, também no Clube Mocidade Covense, prosseguiu a Exposição e houve passagem de filmes.
Finalmente, no domingo, dia 12, o evento teve o seu último dia, com o seguinte programa: Missa na Capela de São Pedro, pelas 11 horas, por alma dos marítimos covagaleneses já falecidos. Seguiu-se a inauguração do monumento do pescador do bacalhau, na rotunda da entrada norte da freguesia e um almoço volante, aberto a toda a população, no Largo da Borda do Rio.
Foi este o programa. 10, 11 e 12 de Julho de 2009, foram os dias, o mês e o ano escolhidos pela Junta de freguesia de São Pedro para a realização da homenagem aos marítimos covagalenses.
Sou filho, neto e bisneto de pescadores - alguns do bacalhau. Sei o que foi a pesca do bacalhau: uma autêntica escravatura. 
"Maus tratos, má comida, má dormida... Trabalhavam vinte horas, com quatro horas de descanso e isto, durante seis meses. A fragilidade das embarcações ameaçava a vida dos tripulantes". 
A iniciativa não corrigiu a injustiça. Mas fez-se uma coisa bela e digna na Aldeia. Portanto, o mínimo que se esperava era que o monumento a  recordar estes heróis fosse preservado e alvo de respeito por quem de direito.
Foi o que não aconteceu.

Em tempo.
Como demonstrei aqui, em 7 de Dezembro de 2009, a Vila de S. Pedro não existe.
A Vila de São Pedro, criada em 5 de Junho de 2009, é a “a povoação de São Pedro ( uma coisa que não existe!..), no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, elevada à categoria de Vila”
Se duvidam disto, leiam o Diário da República nº. 150, 1ª. Série, Lei nº. 58/2009. 
O projecto de lei que foi aparente e alegadamente redigido, e seguramente assinado, pelo então deputado Miguel Almeida, foi um oportunismo político.
Faltavam 6 meses para eleições legislativas e estavam a começar por aquela altura as jogadas e as influências para a constituição das listas de candidatos a deputados. Era necessário para o então senhor deputado Miguel Almeida mostrar serviço – fosse o que fosse - para ver se conseguia um lugarzito nas listas.
Compreende-se – a vida custa a todos -  mas não pode ficar sem registo a demagogia e o provincianismo ridículo da iniciativa.
A freguesia de S. Pedro faz parte da cidade e da malha urbana da cidade da Figueira da Foz
Da cidade da Figueira da Foz fazem igualmente parte as freguesias de Buarcos, de S. Julião, de Tavarede. Tal qual como a cidade de Lisboa contem as freguesias da Madragoa, de Alvalade ou de Belém.
Alguém está a ver o presidente da freguesia de Belém a reivindicar que Belém passasse a ser vila, porque está nela a Torre, o museu dos coches ou a pastelaria dos pastéis de Belém. Ou até, porque, vejam lá, tem Presidente da República?..
Recorde-se: a freguesia de S. Pedro passou a vila, porque tem uma pizzaria, uma farmácia, não sei quantas cabeleireiras, uns tantos restaurantes, porto de pesca, boas praias, zona industrial, Hospital...
E se alguém se lembrasse de propor a despromoção da cidade da Figueira?
Acham utópico?...  
Não tem Hospital, está  à beira mar, mas não tem porto de pesca,  nem tem indústria, tem areal, mas não tem praia...
Passados todos estes anos, a  única consequência que  resultou para S. Pedro com a condecoração de vila, foi  o enorme gozo que o então presidente da junta certamente teve ao inaugurar a rotunda “Vila de S. Pedro” num sítio um tanto ou quanto fora dos circuitos rodoviários mais intensos da freguesia.
Palavra que estava a esperar que à entrada da freguesia de S. Pedro, ali logo à saída da ponte dos arcos, houvesse algo  a indicar que estávamos na  “Vila de S. Pedro”.
Tardou. Mas, como sei do que a casa gasta sabia que não falhariam. E não falharam.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Da série, Museu do Mar... (4)

Histórias do mar
"Um museu do mar terá de contar as histórias das mulheres e dos homens que viveram do mar. Dos que se aventuravam pelas ondas adentro como o meu avô Aureliano Curado e de todas aquelas e aqueles que em terra faziam tudo para que a faina corresse pelo melhor. Mas o museu do mar terá de contar também a história da fauna e da flora marítima da nossa faixa costeira. 
Desde o tempo em que baleias e delfins abundavam na nossa costa (vendia-se carne de delfim no mercado da Figueira no início do século XX) até aos dias de hoje onde restam apenas espécies de pequeno porte (sardinha, carapau, cavala e pouco mais). A estreita e frágil faixa costeira com nutrientes para a fauna marinha resume-se à placa continental submersa de apenas algumas milhas de extensão. As profundas placas oceânicas são consideravelmente estéreis e com muito pouco interesse para a pesca. Quem visitar o museu terá de ganhar consciência destas questões. Uma boa referência para um museu deste tipo é o Museu Marítimo de Ílhavo e o excelente trabalho da equipa coordenada por Álvaro Garrido que deu ao museu uma dimensão digital, espalhando pelo mundo as histórias dos nossos pescadores. Foi assim que encontrei a ficha do meu avô Aureliano no portal Homens e Navios do Bacalhau. A minha família que se encontra espalhada pelo mundo, da Costa de Lavos à Austrália, emocionou-se depois de uns meros cliques, descobrindo fotografias e histórias que desconhecíamos dos nossos antepassados que se fi zeram ao mar. Um museu assim terá de se relacionar forçosamente com o mar. Certamente, teremos arquitetos capazes de concretizar de uma forma sublime essa união entre terra e mar. Há um conceito que considero particularmente simpático, que é a requalificação de edifícios degradados para novos espaços. Neste particular, serão boas opções o antigo posto da GNR em Buarcos ou a antiga fábrica do Cabo Mondego. No entanto, seria importante descentralizar este museu a outros lugares de memória nas restantes localidades costeiras do concelho, como já podemos encontrar na Casa dos Pescadores da Costa de Lavos."

Via Diário as Beiras

quarta-feira, 28 de março de 2018

"Autarquia da Figueira da Foz e o ISCAC assinam protocolo de cooperação"....

 Sentem alguma coisa ao verem esta foto?
"A Câmara da Figueira da Foz e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) assinaram ontem, no salão nobre dos paços do concelho, um protocolo de cooperação.
O protocolo inspirou-se na parceria entre a autarquia e o ISCAC para a Escola do Mar, que está a ser instalada na Casa dos Pescadores de Buarcos.
Manuel Castelo-Branco, presidente daquela instituição de ensino de Coimbra, frisou o que vem dizendo: “A Escola do Mar, hoje, é verdadeiramente do Instituto Politécnico de Coimbra” e de “todas as suas escolas”.
João Ataíde, presidente da câmara, por seu turno, sublinhou: “Estamos a dar passos curtos, mas esperamos que sejam passos consolidados”.
Foi ainda assinado um protocolo que contempla a oferta de 10 bolsas de estudo para residentes no concelho, pelo município, para o curso de especialização, gestão, eficiência e rentabilidade no turismo, lazer e desportos náuticos, que o ISCAC vai ministrar na Figueira da Foz."

Via As Beiras

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Encontros do Mar 2020 iniciaram-se com a presença do Almirante Doutor António Silva Ribeiro

"O convidado, neste primeiro Encontro, Almirante Doutor António Silva Ribeiro, é Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Portuguesas, antigo Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, antigo Director do Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa, Professor Catedrático Convidado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL), associado e membro do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR na Figueira da Foz e na Praia de Mira desde 1997, Associado Honorário do CEMAR em 2017, etc..

O ciclo Encontros do Mar 2020, em celebração dos vinte e cinco anos da fundação do Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR (1995-2020), começou, desta maneira, com chave de ouro; e vai continuar ao longo de todo o ano de 2020, aos sábados à tarde, a partir das 15.00 horas, na Figueira da Foz do Mondego (Buarcos) e em outros locais.

Neste primeiro Encontro, o convidado -- para tal fim, o interveniente mais credenciado -- apresentou uma visão geral da relação de Portugal com o Mar, não somente de um ponto de vista histórico mas também de perspectivação do Presente e do Futuro, sob o ponto de vista estratégico, institucional, económico, social e cultural.
No informal mas vivo debate que se seguiu (no espírito que vai continuar a ser sempre o dos Encontros do Mar, em profícuas sessões de trabalho especializado), houve intervenções com contributos de vários dos presentes que neste dia se deslocaram para esse fim especialmente à Figueira da Foz (contributos não muito numerosos, mas muito qualificados, por muito qualificados serem os que nessa ocasião os proferiram), nomeadamente o Com. Armando Dias Correia (Marinha Portuguesa), Eng. João Paulo Craveiro (Coimbra), Eng. Paulo Gonçalves (ARL), Dr. Miguel Marques (PwC), Dr. Manuel Castelo Branco (ISCAC-Coimbra Business School), Alfredo Pinheiro Marques (CEMAR), Dr. Carlos Monteiro (CMFF), os Mestres Pescadores Manuel Gabriel e Alcino Clemente (Praia de Mira).
Entre a assistência contaram-se figuras como o Juiz Desembargador Luís Azevedo Mendes, Presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, o Almirante Aníbal Ramos Borges, Director da Revista da Armada, Mestre José Festas, Presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, etc..

Esta conferência do CEMGFA Almirante António Silva Ribeiro corresponde à que deveria ter sido proferida em primeiro lugar nesta cidade da Figueira da Foz no decorrer da vigência da grande exposição “O Infante Dom Pedro de Coimbra -- e de Buarcos (Foz do Mondego] — na História de Portugal”, organizada em 2019 pelo Tribunal da Relação de Coimbra, Brigada de Intervenção do Exército Português, Câmara Municipal da Figueira da Foz e Centro de Estudos do Mar, a qual esteve patente na Primavera desse ano no Palácio da Justiça de Coimbra (Tribunal da Relação), e se esperava que viesse a estar aberta ao público no Verão desse ano de 2019 na Figueira da Foz no edifício histórico da Casa do Paço, da Câmara Municipal da Figueira da Foz (e se esperava que tivesse sido por essa Câmara Municipal proposta para ser integrada na celebração do Dia da Marinha, na sua extensão à cidade da Foz do Mondego). Tal exposição, na sua conceptualização, acervos, etc., foi já em si mesma um primeiro contributo embrionário para a criação do Museu do Mar da Foz do Mondego (MMFM): a parceria desde 2017 a ser preparada entre a Câmara Municipal local e o Centro de Estudos do Mar, e com os possíveis apoios e colaborações da Marinha Portuguesa e do seu respectivo Museu de Marinha de Lisboa, etc.. Possíveis apoios e colaborações que, agora, não deixaram de ser mencionados pelo Almirante António Silva Ribeiro nesta sua conferência na Figueira da Foz em 18.01.2020, pois começaram a ser estudados entre a CMFF, o CEMAR, e a Marinha, no tempo em que ele próprio foi Chefe do Estado-Maior da Armada, em 2017, e quis então dispensar a sua esclarecida apreciação a esse assunto da criação de mais um museu significativo e dedicado ao mar em mais uma significativa cidade marítima portuguesa, como é a cidade da Foz do Mondego."

A sessão foi transmitida em directo, através do canal Centro de Estudos do Mar CEMAR TV - YouTube.
Ficam os vídeos.

Primeira parte [Introdução]:
Segunda parte [Intervenção]:
Terceira parte [Debate]:

domingo, 13 de fevereiro de 2022

O areal urbano da Figueira é um problema. Mas, não teria de ser forçosamente assim...

A Praia da Claridade celebrizou-se no século XIX. Na altura, atraía à Figueira da Foz milhares de banhistas de todo o país. 
A zona onde se localiza ficou conhecida por Costa de Prata, graças ao tom prateado da luz do sol em contacto com a água do mar
Foi talvez a praia que mais sofreu com as intervenções realizadas ao longo dos anos. Hoje, a praia tem cerca de 1 km de largura frente ao Grande Hotel. 
Depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores.
Em 1998, quando Santana Lopes chegou à presidência da Câmara da Figueira da Foz, uma das primeiras medidas que decidiu tomar foi preparar "uma campanha de Verão muito forte", com o objectivo de voltar a dar à cidade um novo fôlego turístico durante os quatros meses de Verão. 
O Oásis viria a surgir um ano depois. Contudo, fazia parte da mesma visão de Santana Lopes para a praia da Claridade: transformá-la num chamariz para atrair milhares de turistas e fazer jus ao slogan que então começava a circular nas televisões - "A Figueira está na moda, venha descobrir porquê".
No livro "Figueira, a Minha História", Santana Lopes recorda o que se passou desde que aceitou candidatar-se à autarquia até ao dia em que rumou até Lisboa, passando em revista toda a "obra" que realizou durante o mandato. 
Na apresentação do livro, em Fevereiro de 2005, Santana Lopes recomendou-o a todos os que pensavam que durante a sua estadia na Figueira da Foz "apenas tinha plantado umas palmeiras"
Todavia, o projecto do Oásis e a intervenção na praia são largamente descritos no livro. "Isto dá para tudo, pensava, diante do imenso areal. A intervenção na praia marcaria todo o mandado, mas o primeiro ano faria a diferença. No resto do país ainda hoje se fala no Oásis como a obra de Santana Lopes na Figueira. Mas dezenas de árvores no areal foram a parte minúscula de um trabalho maior", recorda Santana no livro.
O plano de intervenção na praia começou por introduzir passadeiras, bancos, toldos, campos de ténis, de voleibol e de basquetebol. Com o Oásis, que custou cerca de 500 mil euros, foram colocadas na zona do Galante árvores exóticas provenientes de Espanha, um lago artificial, um bar e um palco para espectáculos. Segundo Miguel Almeida, ex-vereador e braço direito de Santana Lopes, a iniciativa de criar "algo diferente" no areal da Figueira da Foz partiu de Santana, que tinha o "objectivo claro" de "dinamizar" a Figueira da Foz. "Santana Lopes tinha uma ideia global para animar e dinamizar a Figueira da Foz. O Oásis era uma parte desse projecto como pólo de animação privilegiado".
A intenção era criar um espaço de animação que unisse mais a Figueira da Foz a Buarcos e criasse outras áreas de lazer, além da esplanada Silva Guimarães, fazendo do areal, da marginal, a montra da cidade: "O mar de areia que precede o Atlântico é o postal da Figueira. Era impossível ignorar essa imagem sem dela tirar o melhor partido. A praia da Claridade teria de voltar a ser o íman dourado para milhares de turistas e outros tantos empresários".
Na altura,  modelos e futebolistas participavam em campanhas publicitárias. Santana andava feliz.  "Chegava à janela de minha casa na marginal, numa noite de Verão, e via milhares e milhares de pessoas na rua. Filas de horas nos restaurantes para um jantar. A oferta não estava preparada para este boom de procura. Os comerciantes nunca fizeram tanto dinheiro como nesse ano. Os figueirenses até estavam felizes", relembra.

Em
janeiro de 2016, o executivo socialista fez o anúncio de uma obra 
“milagrosa”.
Na Obra de Requalificação do Areal/Valorização de Frente Mar e Praia - Figueira/Buarcos foram gastos 2 milhões de Euros na empreitada, com a obrigação do empreiteiro fazer a manutenção durante 5 anos.
Quem por lá passar vê uma ciclovia a degradar-se de dia para dia, paliçadas caídas, postes delimitadores em madeira tombados, quase vegetação e árvores mortas.
O problema mantem-se: a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. O extenso areal da Praia da Figueira continua a ser um problema, quando poderia contribuir para a solução.
Na edição de 27 de outubro de 2020 do Diário as Beiras, Teotónio Cavaco, responde à pergunta «que pode a câmara fazer para “aproximar” a cidade do mar através do areal urbano?», desta forma.
«O prolongamento, em cerca de 400 metros, do molhe norte, em 2011, acrescentou dimensão a um triplo problema, cujas variáveis, ligadas, parecem não possibilitar uma solução que a todas resolva completa e satisfatoriamente: a progressiva falta de areia a sul, a acumulação galopante de areia a norte e a navegabilidade na barra do rio.
Entendendo a necessidade da referida obra, muito cara mas imprescindível sobretudo para a sustentabilidade de um porto comercial tão estratégico quanto merecedor de atenção e investimento internacional, nacional e mesmo regional (é o único entre Aveiro e Lisboa), é inegável que aquela acentuou a erosão nas praias a sul, a destruição da duna de proteção costeira em vários locais (sobretudo na praia da Cova), e a retenção de areia na praia da Figueira em cerca de 230 mil metros cúbicos, como refere Nunes André “23 mil camiões que, se dispostos em fila contínua, ocupariam os mais de 300 quilómetros de ligação por autoestrada entre Lisboa e Porto” – a cada ano.
Ora, esta situação é insustentável para as populações a sul, em constante estado de alerta, e para o turismo, cada vez mais sazonal e dependente de uma praia cada vez mais afastada da cidade-mãe.
Assim, a pergunta desta semana, dramaticamente atrasada 40 anos (o Programa Base de Urbanização da Marginal Oceânica – areal da praia – teve início em junho de 1981) devia ser: o que é que a Câmara já devia ter feito para aproximar a cidade do mar através do areal urbano?
Primeiro, definir claramente se quer tirar areia (aproximar o mar da cidade) ou aproveitá-la (aproximar a cidade do mar); depois, envolver todas as Entidades, nacionais e internacionais, que possam estar relacionadas com a jurisdição e administração dos espaços; finalmente, cativar parceiros que sejam desafiados a interessar-se por uma Figueira do século XXI. Ou seja: durante mais uns meses, isto continuará a ser ficção científica!…»

A questão de fundo continua a ser esta: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?

A meu ver,  devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Alguém desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira?
Em 2008 o extenso areal já era uma preocupação e todos sabíamos qual a razão. Mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte! O resultado está bem visível e é lamentável! 
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar. 
Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber colaborar com ela e defender-se das fases nocivas.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas.
Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

sábado, 9 de junho de 2018

Mais uma trapalhada a acabar num choradinho?...

"A Feira Internacional do Mar (FIMAR) da Figueira da Foz tinha marcado o seu regresso, após várias décadas da última edição, para o próximo dia 14, na praça do Forte, partilhando o espaço e quatros dias do calendário com a Feira das Freguesias. Entretanto, depois de ter sido anunciada no programa das Festa da Cidade, a organização decidiu adiá-la, para aduzir elementos que dignificassem a “marca” e para não redundar numa tentativa falhada de fazer jus ao prestígio e à história que o certame conquistou na década de 1980. 
Os organizadores, o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) e a autarquia, decidiram que o melhor seria dar mais tempo, para poderem organizar um evento digno do seu nome e da sua história. 
“A escola constatou que o tempo não era suficiente para organizar uma feira com a dimensão e o prestígio da FIMAR, e optou-se por uma pausa de espera, para, com tempo, se organizar algo compatível com esse prestígio e essa dimensão”, justificou ao DIÁRIO AS BEIRAS Manuel Castelo Branco, presidente daquele instituto. 
O ISCAC e a Câmara da Figueira da Foz mantêm, no entanto, o interesse em retomar a FIMAR. Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, a feira poderá voltar a mostrar as actividades ligadas à economia do mar em setembro deste ano, de 27 a 30, podendo coincidir com a Feira Sabores Terra e Mar, organizada pela Associação Figueira com Sabor a Mar, ou em abril de 2019. 
Entretanto, na próxima semana, Manuel Castelo Branco vai passar o testemunho da presidência do instituto de Coimbra a Pedro Costa, recentemente eleito para o cargo, o que significa que será o novo presidente do ISCAC a liderar o processo. 
Como é que o ISCAC entrou na organização da FIMAR? O instituto, recorde-se, criou a Escola do Mar da Figueira da Foz, na antiga Casa dos Pescadores de Buarcos. Por isso, era o parceiro ideal para o evento, que também terá no programa conferências e debates sobre a economia do mar. Inicialmente, ao que foi possível apurar, terá sido convidado por um empresário local que teve a iniciativa de retomar o certame, convite, esse, que foi reiterado, e reforçado, pela autarquia, quando esta tomou o leme da organização, após a saída do privado da organização."

Via jornal AS BEIRAS

sábado, 14 de novembro de 2015

Seria uma pena esta crónica não ser divulgada...

"A perspectiva da cidade altera-se. Vista do mar e do rio a Figueira não é uma só, são várias “cidades”. O centro é belíssimo, visto na aproximação à marina. Quando o sol brilha, a casa do Paço, as Praças Velha e Nova, parecem parte de uma cidade com o glamour das pequenas cidades do Adriático. Este património arquitectónico contrasta com a visão da enseada de Buarcos, onde “prédios” dos anos 70, 80 e 90, uma massa feia de paredes, janelas e telhados que agridem a paisagem. Vale a pena sair para o mar. Mesmo com alguns “sustos” inerentes à refrega Atlântica, especialmente quando o mar cresce e ficamos entre vagas. Quando se entra na barra, mesmo em dias de pouca ondulação (menos de um metro), torna-se evidente a tensão provocada pela junção de mar e rio, “estrangulados” pelas pedras de dois gigantes molhes. Criam-se forças difíceis de prever e controlar. É assim incompreensível como pescadores e marinheiros desprezam o perigo de um acidente nesta zona e não tomam todas as precauções, por exemplo usando coletes salva vidas. Quanto mais vezes se atravessa a barra, maiores são as probabilidades de um acidente, estatística pura e dura."

Citação de uma crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS